terça-feira, 21 de junho de 2022

PARNANGUARA FOI AUTOR DE ARRANJO DA CANÇÃO DA PANTERA COR-DE-ROSA

 PARNANGUARA FOI AUTOR DE ARRANJO DA
CANÇÃO DA PANTERA COR-DE-ROSA

PARNANGUARA FOI AUTOR DE ARRANJO DA
CANÇÃO DA PANTERA COR-DE-ROSA
Waltel nasceu em uma família de músicos e iniciou-se nesta arte já muito cedo, por meio da bateria, do violão e, posteriormente, do cavaquinho e violoncelo, vindo ainda a estudar harpa e órgão.
Sua infância e adolescência foram marcadas pelo estudo da música e religião, alternadas entre as cidades de Curitiba e Rio de Janeiro. Seus estudos musicais se consolidaram no período em que esteve no seminário, com o chileno Joquín Zamacois. Entre seus mestres da época, nomes como Bento Mossurunga, padre José Penalva, Jorge Koshag, Stanley Wilson e Alceo Bocchinocontribuíram para sua formação.
Em Curitiba formou uma jazz-band junto com seu irmão Ismael Branco (bateria) e com a então revelação Gebran Sabag (piano). Em 1949 rumou para o Rio de Janeiro e em seguida para Cuba, ainda na juventude, juntamente com a cantora Lia Ray, para ser o arranjador, diretor musical e violonista do conjunto que formaram. Neste país, teve a oportunidade de tocar com Perez Prado, Mongo Santamaria e Chico O'Farrel, ajudando a criar a mistura de jazz, música cubanae brasileira que veio a alterar a salsa e, posteriormente, influenciar o jazz fusion, do qual Waltel é considerado um dos precursores.
Já nos Estados Unidos, por volta de 1952/53, integrou o trio do baterista Chico Hamilton. Voltando ao Brasil teve importância fundamental na formatação da bossa nova, morando em uma pensão junto com João Gilberto, com quem desempenhou longa parceria, sendo arranjador e amigo desde então.
Depois de pequenas passagens pela Europa e Ásia, Waltel decidiu estudar música e trilha sonora, rumando novamente aos Estados Unidos, onde teve contato com a música incidental do maestro Stanley Wilston e com o violonista Sal Salvador, que por sua vez tocava com Nat King Cole, com quem Waltel veio a formar um trio, além de produzir um disco para o irmão Fred Cole e para a filha Natalie Cole. Mais tarde conheceu a cantora Peggy Lipton (que casou-se com Quincy Jones) e sua irmã Lede Saint-Clair, com quem veio a se casar.
Com a carreira agitada pelo jazz e pela música erudita, em meio a grandes nomes, acabou por conhecer o maestro Henry Mancini e a integrar a equipe que este comandava, responsável por várias trilhas sonoras e composições, entre as quais a famosa Pantera Cor-de-Rosa. Ainda nos Estados Unidos trabalhou e gravou com Franco Rosolino, Charles Mariano, Sam Noto, Dizzy Gillespie, Mel Lewis e Max Bennett.
Foi em 1963, longe de casa, o maestro veio a se encontrar com o empresário Roberto Marinho que, reconhecendo seu talento, o chamou para a então jovem Rede Globo, onde viria a compor um time seleto de músicos da emissora junto a Radamés Gnatalli, César Guerra Peixe e Guido de Moraes.
No Rio de Janeiro, gravou os discos Guitarra em Chamas 1 e 2, juntamente com o violonista Baden Powell e, tendo contato com a então inovadora bossa nova, participou dos arranjos de Chega de Saudade, de João Gilberto, com quem veio a trabalhar por um longo período.
Morando na Espanha acabou por vencer um concurso da Rádio Difusora Francesa e veio a estudar violão com Andrés Segovia, um dos maiores violonistas do mundo. Em Roma esteve com Chico Buarque, Elis Regina, João Gilberto e diversos outros músicos brasileiros e estrangeiros.
Chegou até mesmo à Índia, onde lecionou música ao lado de maestros renomados. Em Cuba, o governante Fidel Castro solicitou ao maestro Quem Brower que recuperasse a autenticidade da música cubana, e para tanto, Waltel foi chamado. Viajou boa parte da Europa e do mundo.
Waltel Branco tocou com Dorival Caymmi, Nana Caymmi, João Gilberto, fez arranjos para Roberto Carlos, Cazuza, Tim Maia, Djavan, Cartola, Gal Costa,Maria Creuza, Vanuza, Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Zé Keti, Peri Ribeiro, Sérgio Ricardo, Tom Jobim, Tomaz Lima e muitos outros, chegando até a fazer um arranjo do Hino Nacional Brasileiro para a Orquestra de Viena executar. Teve músicas gravadas por diversos artistas como Elis Regina no Brasil, e Eva Fampas na Grécia. Alguns dos seus discos de início de carreira são hoje considerados raríssimos e já ultrapassam o valor de US$200,00 no mercado para colecionadores[carece de fontes].
Em 2001 o Maestro assumiu a regência da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa(OSPG), para a qual musicou o poema Os poentes da minha terra, de Anita Philipovsky. Em 2004 Waltel Branco foi eleito presidente do Fórum de Música do Paraná, engajando-se na defesa da música brasileira junto as esferas públicas como Câmara Setorial de Música do Ministério da Cultura e Conferência Nacional de Cultura. Ainda em 2004 é destacado no livro A[des]construção da Música na Cultura Paranaense de Manoel J. de Souza Neto o que resulta em série de homenagens ao mestre, que constantemente é chamado para receber comendas, ou proferir palestras, entrevistas e participar de eventos acadêmicos onde divide seus conhecimentos. Além disso, teve um breve relato de sua história contada através do já premiado documentário "Descobrindo Waltel",(2005) de Alessandro Gamo, onde ilustres personalidades como Ed Motta, Roberto Menescal e o Maestro Julio Medaglia entre outros, ajudam a contar a vida do mestre. Recentemente o comentarista Luiz Nassifescreveu artigo referindo-se a Waltel como grande mestre da música brasileiraque ainda espera por reconhecimento.
Em 2007 lançou o disco "Meu Novo Balanço" com músicas de outros dos seus álbuns e algumas inéditas como "Fera Pantera" na qual, por sugestão de Chico Buarque faz uma versão da música da Pantera Cor de Rosa voltada para educação. Neste ano ainda foi "Artista Homenageado" pelo Festival de Artes do estado do Paraná. No dia 22 de Novembro de 2008 foi lançado em Curitiba o livro "A Obra para Violão de Waltel Branco", com mais de 40 partituras revisadas por Cláudio Menandro. O livro contém ainda um resumo detalhado de sua biografia.
Em 2012 recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) como compositor, arranjador e multi-instrumentista paranaense, sobre o que o reitor da instituição destacou: "É um marco nos 100 anos da UFPR e reflete o reconhecimento que a instituição tem das pessoas que marcam a história do Paraná". Também foi destaque o fato deste ser o primeiro título de doutor honoris causa da instituição concedido a um músico.
Mais de 20 discos lançados até 2008, além dos quais foi arranjador ou participou de alguma maneira de aproximadamente 1000 discos históricos da música brasileira.
Solos:
1960 - Recital Violão
1962 - Guitarras em Fogo
1963 - Guitarra Bossa Nova
1966 - Mancini Também é Samba
1972 - Meu Balanço
1972 - Jungle Bird Black Soul (com o pseudônimo Airto Fogo)
1974 - Seleção de Clássicos, Músicas do século XVI ao Século XX
1975 - Airto Fogo (com o pseudônimo Airto Fogo)
1976 - Recital (II)
1990 - Kabiesi
1997 - Naipi
2007 - Meu Novo Balanço
Conjunto:
195… - Românticos de Cuba;
1958 - Djalma Ferreira e seus Milionários do Ritmo - Drink (baixo)
1959 - Mariza - A Suave Mariza
1959 - Djalma Ferreira e seus Milionários do Ritmo - Depois do Drink (baixo)
1960 - Os Cobras
1960 - Conjuntos de José Marinho, Netinho, Waltel Branco e João Donato
(disco Dance Conosco)
1960 - Elizeth Cardoso e Moacyr Silva - Sax Voz
1961 - Newton Mendonca Tribute - Em Cada Estrela uma Canção (guitarrista)
1961 - Zé Bodega e Orquestra de Severino Araújo: "Um sax no Samba" (guitarrista)
1961 - Rubens Bassini e os 11 Magníficos (guitarrista)
1961 - Elizeth Cardoso - A Meiga Elizeth Vol.2
1961 - Rubens Bassini - Ritmo Fantastico, Rubens Bassini e os 11 Magnificos
1962 - Orlann Divo (LP "A Chave do Sucesso" como guitarrista)
1963 - Trio Surdina
1963 - Moacyr Silva e Seu Conjunto - Sax Sensacional Nr. 3 (guitarrista)
1963 - Miltinho - Bossa e Balanço
196… - Copa Cinco
1964 - Wilson Miranda: "A Outra Face de Wilson Miranda" (guitarrista)
1964 - A Turma do Bom Balanço
1964 - Luiz Carlos Vinhas - Novas Estruturas
1965 - Meirelles e os Copa 5 - O Novo Som
1968 - Quarteto 004 - Retrato em Branco e Preto (regência)
1973 - Cesar Costa Filho - E os sambas viverão (violonista)
1973 - Antonio Carlos & Jocafi (guitarrista)
1977 - Paulo Moura, Formiga, Altamirro Carilho e Abel Ferreira - Interpretam Vivaldi, Webber, Purcell e Villa Lobos com Orquestra Sinfônica Brasileira (alaúde)
1978 - Agepê - Tipo Exportação (Viola e Violão)
1978 - Trindade: Curto Caminho Longo (trilha do documentário)
1979 - Frank Valdor - Live in Rio (Guitarrista)
1979 - Elizeth Cardoso - O Inverno do Meu Tempo (guitarrista)
1980 - João Bosco - Bandalhismo (violonista)
1980 - Violão em Dois Estilos Waltel Branco + Rosinha de Valença
19.. - Lena Rios (violão 7 cordas)
19.. - Violão para quem não gosta de Violão
19.. - Orquestra Os Bossambistas - So Danco Samba
Trilhas para cinema ou televisão (Participou de alguma maneira como diretor musical, arranjador, compositor ou outra):
O Primeiro Amor; Assim na Terra como no Céu; Passo dos Ventos; Cavalo de Aço; Supermanoela; Senhora; A Moreninha; Vejo a Lua no Céu; O Feijão e o Sonho;,À Sombra dos Laranjais; Anarquistas; A Gata Comeu; Irmãos Coragem (1970); O Tempo e o Vento (anteriormente encomendado ao Tom Jobim); Os Senhores da Terra; Selva de pedra (1972); O Semideus; Os Ossos do Barão; Anjo Mau (1976); O Bofe; Uma Rosa com Amor; O Bem Amado; Saint Hilaire na Terra dos Diamantes; Cuca Legal; Ti Ti Ti; Vida de artista - Especial Cauby Peixoto; Pirlimpimpim; Amizade Colorida.
Waltel morreu em sua residência, na cidade do Rio de janeiro, em 28/11/2018, em decorrência de diabetes.
(Fontes: Wikipedia / Folha do Litoral / www.arte.seed.pr.gov.br / Foto: wikipedia)
Paulo Grani

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