domingo, 10 de setembro de 2023

NO BALANÇO RITMADO DO VAGÃO

 NO BALANÇO RITMADO DO VAGÃO


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O trem acelerou o processo de desmatamento do Paraná. Além dos 15 quilômetros de terras de cada lado da ferrovia, que a Lumber ganhou do governo, comprou ainda uma área de 180 mil hectares de terra para cortar a madeira. Uma área, em termos de comparação, equivalente ao Parque Nacional do Iguaçu.
(Foto: Claro Jansson (1877-1954)

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Trabalhadores lançando terra e saibro em cima de Vagões-prancha para a construção de aterros na implantação da ferrovia do Contestado.
(Foto: Claro Jansson (1877-1954).

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NO BALANÇO RITMADO DO VAGÃO
"No balanço ritmado do vagão escrevo na ânsia da minha estação chegar. Da janela vejo a plataforma, passageiros embarcando e desembarcando sonhos de felicidade. Entre as paralelas de aço, os sacrifícios de centenas de trabalhadores que, desafiando a geografia e as epidemias em meio à floresta, pagaram com a própria vida os custos da modernidade. Em meio às ruínas e restos do passado, sobrevivendo ao esquecimento, ouço o apito do trem quebrar o silêncio das paisagens mais solitárias, desbravando a bandeira e encurtando distâncias.
O traçado dos trilhos invade a mata de araucárias do Vale do Iguaçu, alcança vilarejos e revela, em tons de sépia, um generoso legado de ferro, progresso e integração nacional. Por aqui o surgimento dos trens representou grande impacto econômico e alterou definitivamente os costumes de uma sociedade que até então se utilizava das embarcações a vapor para transportar pessoas, grandes mercadorias
e animais.
A construção da antiga estrada de ferro São Paulo - Rio Grande – que fazia a ligação entre Itararé (SP) e Marcelino Ramos (RS) – marcou a era dos tempos modernos na região. O ano era 1905 e as cidades gêmeas ainda formavam um único povoado denominado Porto União da Vitória.
Comerciantes locais viram com entusiasmo a extração de pinheiros ganharem impulso e o número de serrarias aumentarem significativamente. Para acompanhar o movimento apressado dos vagões, uma rede de serviços – hotéis, pousadas, restaurantes – ganhou vida para atender aos passageiros e à nova classe de trabalhadores, os ferroviários.
Os trilhos da São Paulo-Rio Grande, que hoje separam União da Vitória e Porto União, também foram o cenário da sangrenta Guerra do Contestado (1912 – 1916), que marcou a luta entre paranaenses e catarinenses por limites territoriais. Na ocasião, os trens foram muito utilizados como meio de transporte dos militares, e as estações se transformaram em pontos estratégicos das tropas em ação.
Cobertas por capim ou preservadas por moradores conscientes da importância do passado, as ferrovias, que tanto ajudaram a construir a história do sul do Brasil, se transformaram em cartão postal para turistas e hoje representam um dos maiores símbolos regionais, ao lado do vinho, churrasco e chimarrão."
(Texto: Regina Maia)
Paulo Grani

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