Ilha de Morro de São Paulo
Morro de São Paulo sem nenhuma dúvida é a maior ressaca do Brasil! Depois que todos os carros de som, passam pela Praça Castro Alves ou pelo Circuito Barra-Ondina, no famoso Carnaval soteropolitano, todos se deslocam pra lá, e não é difícil saber porque! Agora, se você foge de “muvuca” não escolha a ilha como destino pós Carnaval. Outra época complicada, por estar lotada e cara é a do Reveillon. Nos demais períodos do ano é um dos destinos mais legais do país com agito na medida certa para qualquer mochileiro que se preze.
Ruas de areia, nenhum carro, praias de águas mornas e cristalinas, pores-do-sol inesquecíveis, cantar de pássaros, micos a correr pelos fios da rede elétrica… uma ilha (longe do continente pelo menos meia hora), tranquilidade… e agito, aquele agito na medida sabe?!
Mix de raças, cores e idiomas na mais cosmopolita ilha brasileira.
Balada mochileira
Depois de um dia todo curtindo belas praias à noite é hora da balada. A animação (quase diária) fica na Segunda praia, em bares com pequenas pistas de dança.
Um dos points mochileiros da ilha é a Toca do Morcego. Lá, além da pista de dança e claro, do bar, o visual é o grande atrativo: um dos mais privilegiados pores-do-sol do Morro. (A entrada é paga e a Toca fica no Caminho para o Farol/Tirolesa. Tel: 75 8106-6305).
Curtindo a natureza
Na manhã seguinte o sol e mar transparente lhe chamam para bons mergulhos (Terceira e Quarta praias) e caminhadas pela areia clara das praias ou no sobe e desce das ladeiras do Morro, ou ainda, rumo às atrações turísticas como o Farol (mirante – 1835), e o Forte (1630) em ruínas. Nelas o por-do-sol é um grande espetáculo e se você estiver com sorte, alguns golfinhos podem saudá-lo! (Com a maré baixa) Caminhar até a 4ª é o passeio básico na ilha.
Se numa quarta-feira você estiver no Morro não deixe de ir ao Teatro, no Morro da Mangaba. Por lá há música ao vivo, danças, shows e eventualmente exposições de arte, inclusive com trabalhos de artistas plásticos que vivem na ilha. ( A partir das 21:30h. Telefone 75 9961-1800).
Pra quem quer um pouco de adrenalina, a Tirolesa do alto do Farol às águas da Primeira praia é a pedida (são 400m de cabo a 57m do chão).
E tem mais, além das praias Primeira (digamos mais “urbana”), Segunda (a dos agitos noturnos) e Terceira (mais tranquila em relação às citadas), se a maré estiver baixa você pode ir caminhando até o povoado da Gamboa; são no mínimo 40 minutos por uma sequência de pequenas praias. É possível chegar à Gamboa também em barcos ou tratores (como os locais o fazem). Na Gamboa vivem muitos pescadores e mais nativos do que no Morro e há muito menos agitação se comparada a ele.
Também é possível encontrar praias tranquilas no Morro. Seguindo a pé, a partir da Primeira praia, chega-se à Quarta praia, onde há piscinas naturais e, mais adiante, à Quinta praia, também conhecida como Praia do Encanto, excelente para banho.
Em Boipeba, menos agito e praias desertas
Pra unir o útil ao agradável, contrate passeio ou barco para visitar Boipeba, ilha ao sul da de Tinharé (onde ficam os distritos Morro de São Paulo e Gamboa, ambas ao norte). Lá irá encontrar muito sossego e praias praticamente desertas como a Cueira e a Bainema ou Tassimirim e Moreré, onde há recifes de corais. Já na Ponta dos Castelhanos há fazendas de coqueiros e um naufrágio.
Não raro os viajantes colocam nas legendas de suas fotos de Boipeba coisas do tipo “Caribe brasileiro?”. Já em Boipeba, para visitar as praias de lá, os barcos partem da Boca da Barra (Foz do rio do Inferno).
Se seguir para as praias citadas, a pé levará de 30 minutos a 3:30 horas de uma para a outra; de barco isso cai para 1:30 hora (com relação a mais distante) e você já terá guia incluso – fundamental em território desconhecido!
Há passeios para Boipeba, que incluem atrações ao sul da ilha de Tinharé, como parada nas piscinas naturais de Garapuá e passagem pela Praia do Pontal; ainda é possível dar uma passada em Cairu, na ilha homônima, a sudoeste de Tinharé. Cairu é o segundo núcleo de povoamento do Brasil (o primeiro é Porto Seguro) e abriga construções colonias e o mais antigo convento do país.
Onde comer
Morro de São Paulo oferece boas opções neste quesito. Ah, os preços não são os melhores encontrados, mas de mochilada em mochilada, você vai garimpando o que há de melhor e com preços razoáveis.
Há mercadinho e conveniência na vila e os mais variados tipos de comida nos restaurantes locais (japonesa, pizzarias, especialistas em massas e claro, frutos do mar e ainda, lugares simples onde servem o bom e velho PF – Prato Feito).
“Rapidinha”
Pra matar aquela fome repentina, as dicas são o Pastel do Foomm (um argentino mais baiano que muito nativo, uma verdadeira figura do Morro) e os pães de queijo da Pousada Passárgada, no entardecer, ao som de Bolero de Ravel ou uma boa Bossa Nova, de cara com o por-do-sol numa das vistas mais privilegiadas da ilha.
Desde os anos 80, a bebida “Capeta” ainda é moda por essas bandas. À noite, no Caminho da praia há algumas barracas de “capeteiros”. A dica é experimentar os coquetéis do Joe, que é nativo e há 18 anos “capéta” por lá!
Outro ponto nota 10 é que o Foomm (do pastel) é músico e contagia a todos com seu violão na barraca do Joe que fica ao lado da sua.
Onde ficar
Boas opções de hostels, pousadas, apartamentos pra alugar e hotéis você encontra aqui .
Como chegar
A partir de Salvador (em carro, moto ou bicicleta)
Ao sair de Salvador pela BR-324, você pode percorrer 81 km até o entroncamento com a BR-101 (antes de Feira de Santana), seguindo 95 km até Santo Antônio de Jesus, aqui você pode optar por dois caminhos:
1) pela BA-245, percorrendo 30 km até Nazaré das Farinhas e seguindo 45 km pela BA-001 até Valença.
2) continuando pela BR-101 por 47 km e, depois, percorrendo 30 km pela BA-542 até Valença.
Ainda a partir de Salvador; agora utilizando o sistema ferry-boat “Salvador – Bom Despacho”, na Ilha de Itaparica.
Dali é possível seguir pela rodovia BA-001, passando por Nazaré das Farinhas, até a cidade de Valença, por 105 km.
A partir de Salvador via mar
Em frente ao Mercado Modelo saem várias embarcações para o Morro.
Valença – Morro
Todos os dias saem barcos de Valença rumo ao Morro, são lanchas rápidas ou barcos mais lentos (trajeto de 30 minutos a 1:30h respectivamente).
Acima citamos como chegar em Valença via Salvador, vale ressaltar que de algumas capitais brasileiras saem ônibus direto para Valença. Para quem já está no Estado da Bahia a Viação Águia Branca tem várias linhas: http://www.viacaoaguiabranca.com.br
Curiosidades & lendas
Alguns nativos contam que, contrariada com a estratégia portuguesa de construir as igrejas de costas para o mar, a imagem da Santa da capela Nossa senhora da Luz sempre desaparecia de lá e despontava na frente do forte; detalhe, por vontade própria e com as próprias “pernas”!
Também rola uma conversa de que em uma pousada do Morro, alguns hóspedes ouvem vozes, choros e arrastar de correntes durante à noite. Não falaremos aqui o nome do estabelecimento, pois o proprietário poderá achar que estamos tentando afugentar os hóspedes de lá.
Outros sons do “Além” podem ser ouvidos nas ruínas do Forte. Lá, disse uma nativa, os escravos eram acorrentados no subsolo e quando a maré subia, morriam afogados, “um lugar de muito sofrimento” (realmente).
Agora não é lenda, mas fato. Antes de estourar o turismo na ilha, na década de 80, o local era frequentado por hippies e mochileiros (década de 70) e famílias baianas vindas de cidades como Salvador, Valença, Ilhéus etc – elas ficavam acampadas na grama da praça Aureliano Lima e na rua Caminho da praia. Já os mochileiros e hippies viviam em plena harmonia na Segunda praia e, acredite, os locais trancavam portas e janelas por conta deles; portas essas que hoje são abertas para todo mundo, do mundo todo.
Serviços no Morro de São Paulo
Há um caixa eletrônico do Banco do Brasil no mercado do Caminho da Praia e um caixa do Banco Bradesco (Banco Postal – Correios) na Rua Dois de Março, nº 6.
Em Valença ( cidade há 30 minutos em lancha rápida ou 1:30 horas em lanchas convencionais) há as seguintes agências bancárias: Bradesco, na rua Governador Gonçalves, 178; Caixa Econômica Federal, na rua Governador Gonçalves, 249 e do Banco do Brasil, na rua Governador Gonçalves, 87, todas no Centro da cidade.
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