Nascida dentro de um estádio de beisebol, com um sabor refrescante e único, e apreciada com uma singela rodela de laranja na borda do copo, a Blue Moon® Belgian White se tornou um verdadeiro sucesso no segmento de cervejas artesanais no mercado americano. Por isso, experimente uma Blue Moon® na praia, a beira de uma piscina ou em uma festa com uma rodela de laranja na borda do copo e comprove sua vocação refrescante.
A história
Tudo começou com a pequena cervejaria Sandlot Brewery, uma então subsidiária da Coors Brewing, que era responsável pela administração de um acanhado Brewpub que ocupava um modesto porão no estádio de beisebol Coors Field, localizado no centro da cidade de Denver, no estado do Colorado, e onde jogava a equipe profissional da MLB (Major League Baseball) do Colorado Rockies. O responsável pelo local era Keith Villa, um funcionário da Coors Brewing - que chegou a desenvolver pesquisas na área de fermentação - e que anos antes estava na Bélgica, onde obteve o título de Ph.D. em bioquímica complexa em fabricação de cerveja pela tradicional Universidade de Bruxelas. Ao retornar aos Estados Unidos e inspirado pela escola de mestres cervejeiros belgas, em 1995 Keith criou a Bellyslide Belgian White, uma cerveja ao estilo Belgian White feita de trigo. Vale ressaltar que “belly slide” é uma manobra do beisebol onde o jogador desliza pelo campo.
Sendo uma Witbier, a Bellyslide era uma cerveja de trigo com adição de sementes de coentro e casca de laranja. Na sua receita, Keith usou laranja Valência, produzida nos Estados Unidos, e mais doce do que a Curaçau, normalmente utilizada em cervejas desse estilo. Naquela época este estilo de cerveja era praticamente desconhecido pelos norte-americanos. Tanto que os executivos da Coors Brewing ignoraram a nova cerveja criada em seu brewpub. Na verdade, não vislumbraram um potencial comercial para a cerveja de aspecto turvo (por não ser filtrada) e com aromas cítricos. Ainda que nessa época a Bellyslide Belgian White enfrentasse os desafios de ser uma cerveja Ale em meio à um mercado predominado por Lagers, Keith confiava que sua receita tinha personalidade e qualidade para ser bem sucedida.
Por isso, Keith não desistiu e para vender a Bellyslide Belgian White, ele virou uma espécie de porta-voz, apresentando a cerveja pessoalmente para os bares da região. A cerveja se tornou um cult regional e um dos clientes de Keith comentou que achava sua Belgian White tão boa que cervejas como aquela costumam surgir tão eventualmente quanto a lua azul (em inglês “Blue Moon”), um fenômeno raro. Pronto, surgia assim oficialmente a marca Blue Moon® Belgian White. O cervejeiro viajou o país tentando promover seu produto para o varejo. Com suas vendas em queda, em 1997 Villa tentou uma estratégia de marketing que iria mudar a história comercial da Blue Moon®. Ele decidiu oferecer sacos de laranjas para que bartenders colocassem fatias/rodelas da fruta na borda do copo durante o serviço. Ele se inspirou no México, onde era comum servir algumas cervejas com uma fatia de limão. Então resolveu colocar fatias de laranja no copo da cerveja Blue Moon®, que segundo ele, além de complementar o perfil de sabor, agregando ainda mais notas cítricas e frutadas, faria um copo de Blue Moon® se destacar muito nos bares. E deu muito certo.
Essa ação, junto ao amadurecimento do paladar americano em relação à cerveja seriam os pontos principais para o sucesso da marca. A partir de então, o projeto da Blue Moon®, que vinha sofrendo com ameaças de descontinuação pela Coors Brewing, ganhou massa crítica e passou a agradar a empresa que resolveu investir na marca com um apelo de charme e sofisticação para o público. Com isso, as embalagens de 6 garrafas da Blue Moon®, impulsionada pela força de distribuição da Coors, apareceram praticamente da noite para o dia nas prateleiras de grandes varejistas em 22 estados americanos. E finalmente no ano de 2001 as vendas Blue Moon® começaram a crescer. O crescimento da Blue Moon® fez com que em meados dos anos de 2000 a maior concorrente da Coors Brewing, a Anheuser Busch (
conheça essa outra história aqui), lançasse a Shock Top, também uma witbier direcionada ao grande público, porém que nunca atingiu a popularidade da cerveja desenvolvida por Villa.
Nos anos seguintes, a Blue Moon® Brewing, então responsável pela produção da marca, além de conquistar inúmeros prêmios internacionais, vislumbrou a possibilidade de criar outras cervejas em adição a Blue Moon® original. Foi então que a cervejaria passou a oferecer uma coleção de saborosas cervejas sazonais e de lançamento limitado que refletiam o toque da Blue Moon® em vários estilos de cerveja, como por exemplo, Blue Moon® Summer Ale, uma cerveja filtrada elaborada com mel e equilibrada por um toque cítrico; Blue Moon® Pumpkin Ale, uma cerveja fabricada com abóbora e especiarias incluindo canela, noz-moscada, cravo e pimenta da Jamaica; Blue Moon® Winter Abbey Ale, cerveja com notas de caramelo maltado com um toque de chocolate amargo; e Blue Moon® Caramel Apple Spice Ale, uma mistura sazonal de maltes de especiarias e caramelo que realçam o sabor de maçã.
Em 2015 a Blue Moon® esteve envolvida em uma polêmica, quando uma ação coletiva e a Brewers Association, que reúne e promove as cervejarias artesanais americanas, entraram com um processo para questionar a utilização da nomenclatura artesanal para o produto, uma vez que ele era suportado por uma grande cervejaria. A instituição sustentava que essa omissão permitia que a Blue Moon® Brewing Company “se mascarasse como um produtor independente de cerveja”. Juridicamente, porém, a cervejaria foi absolvida sob alegação de não ter divulgado informação falsa sobre o produto.
Para completar os esforços de inspiração artesanal da marca, no verão de 2016 foi inaugurada uma cervejaria no bairro de RiNo na cidade de Denver, com capacidade de produção anual de 10.000 barris. O local, uma espécie de bar e restaurante, oferece mais de 20 torneiras de chope com cervejas especiais, limitadas e sazonais da marca Blue Moon®, além de um cardápio com inspiração global e de origem local. Em 2017, a marca ampliou seu portfólio com o lançamento da Blue Moon® Mango Wheat, uma cerveja de trigo refrescante com leve sabor de manga madura.
Pouco depois, em 2019, a marca introduziu a Blue Moon® Iced Coffee Blonde, uma cerveja sazonal de trigo com aroma brilhante de café. Em 2020, a cervejaria inovou ao lançar no mercado a Blue Moon® LightSky, uma cerveja de trigo produzida com casca de tangerina e dry hopping com lúpulo Azacca, que possui apenas 95 calorias. Introduzida através de uma campanha com o slogan “Welcome to the Light Side of the Moon”, o produto foi considerado um dos mais bem-sucedidos lançamentos do segmento no mercado americano.
Em um dos mercado mais competitivos do mundo, no ano de 2019 a Blue Moon® se tornou a 19ª cerveja mais consumida nos Estados Unidos. A Blue Moon® chegou ao Brasil de forma consistente também em 2019 ocupando prateleiras de diferentes pontos de vendas, de pequenas lojas de cerveja artesanal a grandes redes de varejo, através do trabalho de uma importadora independente. Mas essa história em solo brasileiro começou a mudar em 2021, quando a Heineken Brasil (
conheça essa outra história aqui) passou a ser a importadora e distribuidora exclusiva de Blue Moon® no mercado brasileiro, após um acordo comercial entre as duas gigantes cervejeiras o que ampliou a presença do rótulo no país. Um dos últimos lançamentos da marca é a
Blue Moon® Haze Juicy IPA, produzida com laranjas inteiras secas para infundir o sabor na cerveja, criando um sabor delicioso e suculento e uma cor brilhante. Além disso, a marca anunciou o lançamento, em janeiro de 2024, da
Blue Moon® Non-Alcoholic Belgian White, a cerveja original com menos de 0,5% de álcool e apenas 80 calorias.
A identidade visual da marca, uma combinação harmoniosa de texto e ilustração, passou por algumas alterações ao longo dos anos. O logotipo original já apresentava a “lua azul”, com menor destaque e em tom de azul mais claro, além da inscrição “Belgian White”, que se referia ao estilo da cerveja. A primeira remodelação aconteceu em 2001, quando o logotipo foi simplificado, apresentando a lua em sua totalidade (em novo tom de azul) e a tradicional faixa diagonal (em ocre) - onde está inserido o nome da marca, que ganhou uma nova tipografia de letra. Além disso, ao longo das bordas da lua havia pequenos pontos e traços brancos, simbolizando o brilho prateado do corpo celeste. O nome também foi abreviado, retirando a inscrição do tipo de cerveja. Em 2016, ocorreu uma nova reformulação da marca, que claramente dobrou os elementos artesanais da Blue Moon® - apesar dos protestos da indústria de cerveja artesanal americana de que apenas cervejarias independentes podem ser consideradas artesanais. No novo logotipo, a lua tornou-se plana, bidimensional e concisa. Os designers focaram nos relevos naturais do satélite da Terra, utilizando um novo tom de azul. A tipografia de letra (modernizada) perdeu as bordas. Já a faixa diagonal ganhou um fundo branco.
A imagem abaixo mostra a evolução das garrafas e das embalagens da Blue Moon® ao longo dos anos.
One of a Kind Every Time. (2022)
Savor Every Sip. (2021)
Brighter Days Ahead. (2021)
Reach for the Moon. (2019)
Shine Brighter. (2018)
Something’s Brewing. (2016)
Artfully Brewed. (2016)
Artfully Crafted. (2009)
Handcrafted once in a blue moon. (1997)
● Origem: Estados Unidos
● Lançamento: 1995
● Criador: Keith Villa
● Sede mundial: Denver, Colorado, Estados Unidos
● Proprietário da marca: Molson Coors Beverage Company
● Capital aberto: Não
● CEO: Gavin Hattersley
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Presença global: 40 países
● Presença no Brasil: Sim
● Segmento: Cervejarias
● Principais produtos: Cervejas artesanais
● Concorrentes diretos:
Hoegaarden, Paulaner, Shock Top, Allagash White, Schneider Weisse, Erdinger, Weihenstephaner Hefeweissbier, Lagunitas e Samuel Adams ● Ícones: A lua azul
● Slogan: One of a Kind Every Time.
A marca no mundo
Atualmente a Blue Moon®, 19ª cerveja mais vendida no mercado americano, é comercializada em aproximadamente 40 países ao redor do mundo. No mercado norte-americano, a marca só fica atrás em volume de vendas das cervejas light lagers das grandes cervejarias.
Você sabia?
● Sandlot Brewery foi a primeira cervejaria (brewpub) dentro de um estádio da MLB, a poderosa liga profissional americana de beisebol. A Sandlot Brewery ainda produz 1.500 barris da Blue Moon® por ano. E todos eles são servidos durante os jogos do Colorado Rockies no Coors Field.
● Em 2019, Keith Villa deixou a MillerCoors para criar sua própria empresa - a Ceria Beverage - que tem como foco a produção de cerveja sem álcool e com infusão de cannabis, para ser comercializada no estado do Colorado.
As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Exame), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas).
Última atualização em 18/11/2023
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