Maria Legat: A Anã dos Milhões, a Primeira Cesariana de Curitiba e uma História que o Tempo Quase Apagou
✨ Maria Legat: A Anã dos Milhões, a Primeira Cesariana de Curitiba e uma História que o Tempo Quase Apagou ✨
(Uma homenagem justa, emocionante e necessária a uma mulher extraordinária que enfrentou preconceito, manipulação e dor — e ainda assim deixou seu nome na história da medicina e da cidade.)
🪄 Curitiba, 1907.
Uma cidade em transformação. Bondes puxados por mulas, lamparinas acesas ao entardecer, jornais impressos em tipografia manual — e no meio disso tudo, uma mulher pequena em estatura, mas gigante em coragem: Maria Legat (1883–1914).
Criada na rua Pedro Ivo, trabalhando como empregada doméstica para uma costureira, Maria era portadora de nanismo — e, como tantas outras pessoas com deficiência na época, foi marginalizada, invisibilizada, tratada como “curiosidade” ou “coitadinha”. Pouca instrução, poucas oportunidades, pouca voz.
Mas o destino, às vezes, gosta de virar o jogo.
💎 A FORTUNA QUE NINGUÉM ESPERAVA
Maria era filha de João Baptista Legat, imigrante francês que viveu em Serro Azul (atual Ponta Grossa/PR), e de Rosina Cretton. Tiveram três filhos: Cláudio, André e Maria.
João era primo de duas irmãs francesas riquíssimas:
→ Marie Thérèze Françoise Bota de la Barmondière
→ Catharina Sabot de la Barmondière
Ambas faleceram em Lyon, na França, sem deixar herdeiros diretos.
Deixaram, no entanto, uma fortuna estimada em 38 mil contos de réis — uma quantia astronômica para 1907. Para se ter ideia: era o suficiente para comprar terras, casas, fazendas — ou até sustentar uma família por gerações.
As irmãs, muito religiosas, deixaram a busca por herdeiros nas mãos da Igreja de Lyon. Mas… a Igreja, na época, inventou que não havia herdeiros — e ficou com o dinheiro.
Só que a França, em reforma laica, separou Igreja e Estado — e a origem suspeita do dinheiro veio à tona. Descobriram: havia sim um herdeiro — no Brasil!
Localizaram João Baptista Legat — mas ele já havia falecido.
Restavam, então, suas herdeiras legais: Rosina (viúva) e Maria Legat.
⚖️ O GOLPE DO ADVOGADO
Foi aí que entrou em cena Albano Reis, filho do renomado Dr. Trajano Reis.
Aproveitando-se da ignorância e vulnerabilidade de Maria, convenceu-a a assinar uma procuração cedendo todos os direitos da herança a ele — por míseros 800 mil réis.
O caso vazou para a imprensa. Escândalo! Indignação!
A sociedade se dividiu: uns acreditavam na fortuna, outros achavam tudo invenção. Mas o fato é: Maria foi enganada.
Sob pressão, Albano Reis recuou. Fez um “acordo”:
→ 70% para Maria
→ 30% para ele, como “honorários”
Ninguém nunca soube, de fato, se o dinheiro chegou às mãos dela.
Se foi gasto? Se foi roubado de novo? Se foi escondido?
O destino da fortuna permanece um mistério.
👶 A PRIMEIRA CESARIANA DE CURITIBA — E O NASCIMENTO DE UMA LENDA
Em novembro de 1907, Maria Legat, grávida, deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
Devido ao seu nanismo e às complicações físicas, o parto normal era impossível.
No dia 31 de outubro, às 20h, foi realizada a primeira cesariana da cidade — um marco histórico da medicina paranaense!
A cirurgia foi conduzida pelos médicos:
→ Dr. Reynaldo Machado
→ Dr. João Evangelista Espíndola
Auxiliados pelo legista Dr. Lemos
E pela parteira D. Itala Riggoleto
Resultado:
✅ Mãe viva
✅ Filha viva — Josephina Legat
✅ História feita
O Jornal da época, ao noticiar o parto, ainda a chamou de “a anã dos milhões” — título sensacionalista, quase cruel, que reduzia sua humanidade a uma fábula de fortuna.
Mas Maria não era “a anã dos milhões”.
Ela era Maria.
Mulher. Mãe. Sobrevivente.
Pioneira involuntária da medicina curitibana.
Vítima de um sistema que a explorou — e que, mesmo assim, ela enfrentou.
📸 Na foto histórica: Maria Legat, sua mãe Rosina Cretton e a pequena Josephina — recém-nascida, frágil, mas cheia de vida.
Três gerações.
Três mulheres.
Um legado.
💔 Maria Legat faleceu em 1914 — apenas 7 anos após o parto.
Tinha 31 anos.
Ninguém registrou a causa da morte.
Ninguém registrou se viu Josephina crescer.
Ninguém registrou se algum dia recebeu a fortuna que lhe pertencia.
Mas nós registramos.
Hoje, honramos sua memória.
🌟 Maria Legat não foi apenas “a anã dos milhões”.
Foi a primeira mulher a passar por uma cesariana em Curitiba — abrindo caminho para milhares de mães que viriam depois.
Foi filha de imigrantes, neta de uma herança roubada, vítima de manipulação, mas também mãe corajosa.
Foi ignorada em vida — e quase esquecida na morte.
Mas não por nós.
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👉 Se você é descendente, historiador, curioso ou apenas alguém que acredita que histórias como essa merecem ser contadas — COMPARTILHE. Maria Legat não pode ser esquecida. Sua dor, sua luta, seu parto, sua filha, sua fortuna roubada — tudo isso é parte da nossa história.
🇧🇷 Porque por trás de cada “curiosidade de jornal antigo”, há uma mulher de carne, osso, sonhos e cicatrizes. E ela merece ser lembrada — com respeito, justiça e carinho.
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