quarta-feira, 24 de setembro de 2025

UMA ILHA CHAMADA MEL E SEU FAROL

 UMA ILHA CHAMADA MEL E SEU FAROL


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Seu nome, Ilha do Mel, aparece desde 1666, num mapa constante do “Livro de Toda a Costa da Província Santa Cruz”, feito por João Teixeira Albernas. Outro mapa, de Antônio Vieira dos Santos, publicado em 1850, também já constava como Ilha do Mel. Em alguns mapas europeus de navegação, ela foi anotada como “Ilha da Baleia”, talvez pelo seu formato.
Ponto geográfico mapeado na 6ª Carta da Costa do Brasil, em meados do século 18, desde a Ponta de Araçatuba até a Barra do Guaratuba, pelo padre M. Diogo Soares, geógrafo do Império de Portugal, a ilha foi citada por inúmeros viajantes estrangeiros que ao Brasil vieram entre os séculos 16 e 19. Foi registrada iconograficamente através de xilogravura no livro de Hans Staden (1555), por aquarelas de Debret (1827) e tema de inúmeros quadros a óleo de Alfred Andersen (1930), Theodoro de Bona (1946) e outros.
A ocupação humana remonta à pré-história, conforme testemunham inúmeros sambaquis lá descobertos. No período colonial, a Ilha do Mel, pela posição estratégica à entrada da Baía de Paranaguá, passou a ter um papel importante de defesa, construindo-se no sopé de um morro, em uma ponta, diante do canal de acesso, uma fortaleza, sob a invocação de N. Sra. dos Prazeres.
Em 1872, na extremidade Leste, na Praia das Conchas, à boca da barra, foi erguido um farol, denominado "Farol das Conchas", para apoio à navegação, obra do tempo do Império, todo em ferro e cuja aparelhagem veio da Escócia. Uma placa em sua base, registra o fato: “O Senhor D. Pedro II, I.C., o Barão de Cotegipe, Ministro da Marinha, mandou construir este pharol. Eng. Zozimo Barrozo. Construtores P&W Maclellan, Glasglow. 1870”. Essa praia junta beleza e função vital, pois graças à luz do farol, que à noite a ilumina, podem os pescadores ter orientação.
Na época de sua construção, as peças foram desembarcadas em um trapiche, junto ao morro, especialmente construído para este fim. Apesar de sua lâmpada ser relativamente pequena, o que resulta no longo alcance do Farol (cerca de 20 milhas) são suas lentes que ampliam a luz.
Com uma torre de 18 m de altura, mais 50 m de altura do morro onde está instalado, o Farol das Conchas é marcado por duas características específicas: sua coloração, branca, e a frequência do lampejo (dez segundos apagado e um segundo aceso). Segundo um especialista, estes elementos permitem que os navegantes o diferenciem entre outros faróis da costa brasileira, tanto durante o dia como também à noite - “É a sua identidade”.
Os 150 degraus da escada que sobe o morro, maravilha construída pelo homem em meio a natureza, nos levam a um lugar fora do comum, possibilitando a visão de diversas praias do Paraná.
Paulo Grani


🌊 Uma Ilha Chamada Mel e Seu Farol: Onde o Tempo Encontra o Mar

Há um pedaço de terra no litoral do Paraná onde o tempo parece ter parado — ou, melhor dizendo, onde o tempo escolheu fluir com calma, ao ritmo das marés, do vento e do canto das gaivotas. Seu nome é Ilha do Mel, e sua história é tão doce quanto o mel que lhe deu o nome.

A primeira menção registrada à ilha data de 1666, num mapa do “Livro de Toda a Costa da Província Santa Cruz”, obra do cartógrafo português João Teixeira Albernas. Já naquele século, navegadores a marcavam como ponto de referência — um refúgio entre o mar bravio e a costa acolhedora.

Mais tarde, em 1850, o mapa de Antônio Vieira dos Santos confirmava: Ilha do Mel era seu nome oficial. Mas nem sempre foi assim. Em alguns mapas europeus de navegação, ela aparecia como “Ilha da Baleia” — talvez por seu contorno alongado, que, vista do alto, lembra o corpo de uma baleia adormecida nas águas do Atlântico.


🏝️ Um Nome com Sabor de Doçura

Por que “Mel”?
Dizem que os primeiros colonizadores, ao desembarcar, encontraram enxames de abelhas silvestres e mel abundante nas matas da ilha. Outros acreditam que o nome venha da doçura da paisagem — das praias douradas, das águas calmas, da brisa que acaricia a pele como um abraço.

Seja qual for a origem, o nome ficou — e com ele, a magia.


🗼 O Farol das Conchas: Olho da Ilha que Nunca Dorme

No extremo norte da ilha, ergue-se uma torre branca e vermelha, firme contra o vento: o Farol das Conchas. Construído em 1950, substituiu um farol mais antigo de 1872, e desde então guia embarcações com seu feixe de luz que alcança até 36 milhas náuticas.

Mas o farol é mais que uma estrutura de navegação.
É símbolo da ilha.
É ponto de encontro de quem sobe a trilha pela mata atlântica para ver o pôr do sol.
É testemunha silenciosa de casais que se beijam ao crepúsculo, de pescadores que partem ao amanhecer, de crianças que correm descalças pela areia.

E, à noite, quando a ilha se apaga — sem luz elétrica nas trilhas, sem carros, sem ruído — o farol continua aceso, como um coração que nunca para de bater.


🌿 Ilha do Mel Hoje: Preservação e Simplicidade

Com cerca de 27 km² e nenhum carro, a Ilha do Mel é um refúgio de preservação ambiental. Faz parte da Estação Ecológica da Ilha do Mel, criada em 1982, e abriga mata atlântica exuberante, restingas, manguezais e praias quase intocadas.

Vilarejos como Praia Grande e Encantadas mantêm o charme rústico: casas de pescadores, pousadas simples, bares com pé na areia e o cheiro de peixe fresco no ar.

E, no centro de tudo, o farol — sempre presente, como um guardião.


🌅 Por Que a Ilha do Mel Encanta Tanto?

Porque ela não promete luxo — promete presença.
Não vende entretenimento — oferece silêncio.
Não apressa — convida a caminhar devagar.

É um lugar onde o mar ensina paciência, a mata ensina respeito, e o farol, lá no alto, lembra:

“Você está no caminho certo. Só continue.”


📸 Imagem: Farol das Conchas, Ilha do Mel — Paraná
📅 Um pedaço de paraíso que existe desde 1666 — e que parece ter sido feito para a eternidade.


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