O Quão rico era o Imperador Dom Pedro II?
"A dotação orçamentária anual do Imperador , de 1841 a 1889 era de 800 contos de réis , cerca de 5 % do orçamento do império, e cerca de 130 contos eram destinados a fins de assistência aos necessitados ou Retornados ao Tesouro (Pensões a estudantes, Donativos diversos a particulares e Províncias,Donativos para as urgencias do Estado)
Com esses recursos custeava suas viagens, formava as três bibliotecas do palácio, distribuía esmolas e bolsas de estudo e amparava talentos literários.
O orçamento da Imperatriz em cerca de 98 contos de réis anuais, e a da Princesa Imperial em cerca de 150 contos.
"Nada devo, e quando contráio uma divida, cuido logo de pagá-la, e a éscrituração de todas· às despesas de minha casa pode ser examinada a qualquer hora. Não ajunto dinheiro, e julgo que o que recebo do tesouro é para gastá-lo" escreveu Dom Pedro II
Nas palavras do Historiador Heitor Lyra: "O desprezo que tinha pelo dinheiro nunca lhe consentiu reunir sequer alguns contos de réis. Na sua lista civil, aliás, não havia margem para tanto, apesar do escrupuloso cuidado com que a empregava."
Os cargos que entendia serem completamente desnecessarios em seu palacios, e que só existiam por uma tradição da antiga côrte, foram gradualmente cortados. Assim, foi extinta a Guarda imperial de archeiros, criada por Dom Pedro I por ocasião da fundação do Imperio. Suprimiu-se depois um grande numero de cargos da Casa imperial, tais como a de Mordomo-mór, de Camareiro-mór, de Estribeiro-mor e menor, de Sumilher da cortina, de Rei de armas; extinguiu-se ainda a classe efetiva dos guarda roupas do Imperador.
Pinto de Campos conta que desde a mocidade, êle recomendava que ao sair lhe' entulhassem os bolsos de moedas de prata, afim de poder distribuí-las aos pobres e necessitados que encontrava. Certa vez, o administrador da fazenda de Santa Cruz, propriedade da Corôa, apresentou-lhe um consideravel saldo, fruto de um administração honesta e laboriosa. - Saldo, não o quero, observou-lhe o Imperador; dê de esmola aos pobres, porque não quero que se diga que estou entesourando capitais"
Após a Queda da Monarquia em 1889, parte da dotação anual do Imperador deposto (que ficou completamente falido no Exílio) passou a ser destinada aos pobres do Bairro Imperial de São Cristóvão, uma continuação da tradição humanitária de Dom Pedro II que a República não ousou acabar"
Fonte: A História de Dom Pedro II. Heitor Lyra.
Ref Brazil Imperial