Em 1962, Heinz Stücke tinha 22 anos, uma bicicleta simples e um sonho grande demais para sua cidade natal de Niederkassel, na Alemanha.
Vendeu tudo o que possuía, montou na bicicleta... e nunca mais olhou para trás.
Durante mais de cinquenta anos, Heinz pedalou por todos os continentes. Atravessou desertos, selvas, montanhas e fronteiras. Visitou mais de 195 países, incluindo alguns que nem existiam quando ele partiu. Enfrentou malária, sobreviveu a um acidente com caminhão, foi preso diversas vezes e dormiu à beira de estradas, em uma barraca minúscula, com um fogareiro improvisado.
Ele não buscava fama, nem recordes. Apenas pedalar, encontrar pessoas, viver.
Financiava sua viagem vendendo cartões-postais feitos com suas próprias fotos. Às vezes, passava semanas sem falar com uma alma viva. Outras vezes, um simples sorriso local bastava para apagar o cansaço de mil quilômetros.
Quando finalmente voltou para casa, havia percorrido cerca de 650 mil quilômetros, preenchido vinte passaportes e, sem saber, escrito a maior aventura de bicicleta da história.
Mas, mais do que os números, Heinz Stücke provou algo mais profundo: as verdadeiras fronteiras não estão nos mapas, mas na mente. E que, às vezes, basta uma bicicleta para atravessar o planeta inteiro... e encontrar a si mesmo.