Capadócia: os melhores hotéis, restaurantes, passeios e vilas
Passeio de balão sobre o terreno rochoso da Capadócia (danm/Getty Images)
Nos arredores da cidade de Nevsehir, em pleno centro geográfico da Turquia, as montanhas tão características da Anatólia Central cedem espaço a planícies que, séculos e séculos atrás, foram varridas por sucessivas erupções de vulcões (hoje extintos). Como resultado, a tufa, uma rocha extremamente porosa, cobriu toda a região. O vento e a chuva cuidaram do resto. Enormes esculturas ao ar livre assumiram formas de animais, de chaminés, de cogumelos, de grandes gotas. Dentro delas, o homem construiu casas, mosteiros e igrejas, alguns com mais de mil anos de história. Há até mesmo cidades inteiras subterrâneas, como Derinkuyu, que chegou a abrigar uma população de 10 mil pessoas nos primeiros séculos depois de Cristo, um verdadeiro formigueiro humano. Ainda hoje há casas – e até mesmo hotéis – assim.
Estamos na Capadócia, um panorama incomum que poderia ser facilmente a superfície de um planeta inóspito. Os primeiros registros que se têm da região datam do século 2 a.C. Os cristãos, que reinaram por ali entre os séculos 4 e 11, aproveitaram o cenário e ergueram verdadeiras joias – são capelas, igrejinhas e mosteiros construídos no interior de grandes rochas. Do alto, a paisagem é ainda mais impressionante. Todos os dias, aos primeiros raios de sol, o céu se colore de balões que chegam a 500, mil, dois mil metros de altura para assistir o espetáculo sob outra perspectiva. O que se vê é uma sucessão de formações surreais que se erguem abruptamente a até 40, 50 metros, planícies emolduradas por rochas avermelhadas e vales ondulados que se estendem até onde a vista alcança. Um visual desconcertante que faz jus à lenda de um dos seus filhos mais ilustres: São Jorge, que antes de ir para a Lua combater o seu dragão, teria nascido bem aqui no final do século 3.
QUANDO IR
A época ideal para visitar a Turquia é durante a primavera (abril a junho) e os primeiros meses do outono (setembro e outubro). Julho e agosto são os meses mais quentes e também os mais cheios e concorridos. A temporada de balões na Capadócia costuma ir de abril a novembro. O inverno é rigoroso, com neve frequente, e muitos hotéis fecham de meados de outubro até o final de março.
COMO CHEGAR
A Turkish Airlines tem voos diretos para Istambul a partir de São Paulo. A maioria das demais companhias que voam para a Europa chegam lá a partir do Brasil com apenas uma escala – é o caso da Air France, da Iberia ou da KLM, por exemplo. A maneira mais rápida de ir de Istambul para a Capadócia também é de avião (se não for parar em Istambul, consulte a possibilidade de pegar um voo direto de outra cidade europeia para a Capadócia). Há dois aeroportos principais na região: Nevsehir e Kayseri – as principais cias aéreas que voam até lá são a Turkish Airlines e a Pegasus Airlines. Outra opção é ir de ônibus. A viagem é geralmente feita à noite e dura cerca de 10 a 12 horas. A maior base é Nevsehir, mas é possível comprar bilhetes diretos para Urgup ou Goreme, por exemplo. Duas empresas que fazem o trecho são a Metro Turizm e a Nevsehir Seyahat. A viagem de trem é mais longa e não compensa, a estação mais central fica em Kayseri.
COMO CIRCULAR
A partir dos aeroportos de Nevsehir e Kayseri, há transfers que levam aos principais destinos da Capadócia – uma das maiores empresas é a Cappadocia Express. Mas a melhor maneira de explorar a região é de carro. A Rental Cars busca as melhores tarifas entre as principais locadoras, inclusive as low-cost, e costuma ter preços imbatíveis. Vale sempre a pena verificar detalhes como a política de quilometragem (se é limitada a um certo número de quilômetros por dia) e de tanque de combustível (se é preciso devolver com tanque cheio, vazio etc). É recomendável fazer o seguro total, não incluído no preço básico – ele pode ser contratado no próprio site da Rental Cars, no momento da reserva, ou no balcão da locadora.
PASSEIOS
Castelo de Uçhisar Um dos principais cartões-postais da região, esta imensa rocha recheada de túneis e construções coroa a vilinha de mesmo nome, que se esparrama aos seus pés. Lá do alto assiste-se a um belo pôr-do-sol.
Museu ao Ar Livre de Goreme Esta imensa área ao ar livre reúne singelas igrejas e mosteiros esculpidos no interior de imensas rochas. Há capelas dedicadas a Santa Catarina, Santa Bárbara e São Basílio (esse, um santo local, nascido em Kayseri), mas a mais impressionante delas é a Karanlik Kilise, ou Igreja Escura, restaurada e bem preservada, recheada de belíssimos afrescos bíblicos.
Parque Nacional de Goreme Os arredores da cidadezinha de Goreme são tomados por vales incríveis recheados de trilhas que descortinam belos cenários. Muitos estão interconectados. São especialmente bonitos o Vale das Rosas (Gulludere Vadisi) e o Vale do Amor (Gorkundere Vadisi).
Formações geológicas fálicas no Vale do Amor (Ekaterina_Polischuk/Getty Images)
Passeio de balão Há lugares no mundo perfeitos para serem explorados a bordo de um balão – o Vale do Loire, na França, as planícies do Alentejo, em Portugal, os templos de Bagan, no Myanmar… Pois neste seleto hall de destinos perfeitos para se ver do alto (tanto pelas condições climáticas quanto pelas paisagens), a Capadócia ocupa o topo do ranking. Trata-se de um dos passeios obrigatórios da região, operados sempre ao amanhecer. Os voos duram em média uma hora e custam entre € 150 e € 200 por pessoa (vale cada centavo do investimento). Diferentes empresas operam os voos, entre elas a Royal Balloon e a Butterfly Balloons.
Cidades subterrâneas A Capadócia é recheada de cidades seculares que se desenvolveram completamente debaixo da terra, muitas delas com um complexo sistema de túneis que já chegaram a abrigar até 10 mil pessoas! Elas eram usadas, sobretudo, para as pessoas escaparem de perseguições durante períodos turbulentos. Calcula-se que haja mais de 100 espalhadas pela região, e dezenas delas estão abertas a visitação. Duas das maiores são Derinkuyu, espalhada por sete andares, e Kaimakli, a mais visitada.
ONDE FICAR
As vilas mais charmosas, que concentram hotéis bacanas, cafés e restaurantes gostosos em meio ao cenário de superfícies lunares são Goreme, Uchisar e Urgup. Goreme, casa de pouco mais de 2 mil habitantes, tem ainda a vantagem de concentrar as principais atrações da região nos seus arredores, caso do Museu ao Ar Livre e do parque nacional recheado de vales e trilhas. Ali, o Kelebek Special Cave Hotel reúne tudo o que se imagina de um hotel de sonhos na região: quartos encravados nas rochas, uma gostosa piscina e terraços que se abrem para vistas espetaculares do vale. As diárias dos quartos mais simples começam em € 55 e a dos mais completos chegam a € 220.
Dono de uma atraente pegada sustentável, o Koza Cave Hotel tem apenas 10 quartos (desde € 140) e um espetacular rooftop recheado de tapetes, almofadas e lounges estratégicos que se abrem para um cenário espetacular (ao amanhecer, quando os balões estão no ar, fica ainda mais mágico). Fica em Uçhisar uma das melhores opções de luxo de toda a região: o Museum Hotel, dono de 30 quartos impecáveis – podendo, vale o investimento. As suítes escavadas nas rochas se debruçam sobre o penhasco e o visual é arrebatador. O café da manhã é uma orgia servida às margens da piscina de vista infinita, de onde se pode observar os balões sobrevoando a região ao amanhecer. Pertence à exclusiva rede Relais & Châteaux e tem diárias desde € 365.
Mais em conta, o Kale Konak é um charme e tem diárias desde € 90. Em Urgup, o Sota Cappadocia tem toques moderninhos de design em meio aos traços tão típicos da região. São apenas 8 quartos com diárias custam desde € 108. O Esbelli Eve é outra alternativa aconchegante e cheia de charme, com gostosos pátios e cantinhos de relax. Diárias desde € 120.
Suíte Spa do nababesco Museum Hotel (Museum Hotel/Divulgação)
ONDE COMER
Uma das melhores pedidas de Goreme é o Seten, onde as mesas se espalham por um salão elegante, por vezes animado por música ao vivo (um piano faz parte do décor), e por um gostoso pátio com mesas ao ar livre. Tem a sua própria cave de vinhos e organiza aulas de culinária. Dentro do hotel de mesmo nome, em Uçhisar, o Sakli Konak prepara deliciosas receitas típicas, muitas delas em forno a lenha. Entre as opções, berinjela recheada, kebab e muitas caçarolas (de frango, de almôndegas, de feijão…). O ambiente é uma graça.
Para uma noite especial, vale reservar uma mesa no Lil’a, o restaurante gourmet do Museum Hotel, estampado com o selo da rede Relais e Châteaux, também em Uçhisar. No menu, receitas clássicas como o ensopado de cordeiro com damascos, ameixas e échallotes e criações como o pato assado com mel e lavanda, acompanhado de molho de cerejas ácidas e creme de beterraba. O ambiente é um espetáculo. Em pleno centro de Urgup, o Han Çiragan (Cumhuriyet Meydani) é pontado como um dos mais antigos da região. Da cozinha saem clássicos da culinária turca com toques moderninhos. Não perca o gostoso bar com mesinhas ao ar livre sob frondosas parreiras. Também imperdível, o Ziggy Café serve receitas gostosas em dois ambientes distintos. Difícil é escolher onde ficar: se no terraço com gostosas mesas e sofás, ideal para um bom coquetel, se no salão recheado de poltronas elegantes.
DOCUMENTOS
Para entrar na Turquia, basta ter o passaporte válido por no mínimo seis meses a partir do início da viagem. Se for alugar um carro, a Carteira Nacional de Habilitação emitida no Brasil é suficiente (juntamente com um cartão de crédito emitido no nome do motorista).
DINHEIRO
A moeda da Turquia é a lira turca (R$ 1 = 1,39 TRY, segundo a cotação de setembro de 2019). A maioria dos hotéis divulga o valor das diárias em euros, mas você pode pagar com a moeda local. Para converter, tenha em mãos dólares ou euros. Ou considere sacar diretamente com o cartão da conta corrente brasileira – certifique-se apenas de que ele está habilitado para esta função e confira as taxas praticadas pelo seu banco.
A pequena península que se projeta do oeste da Arábia Saudita em direção ao Golfo Pérsico viu tudo mudar nas últimas duas décadas. As terras planas e desérticas do Qatar, quase inóspitas, eram povoadas por pescadores, criadores de pérolas e camelos até os anos 1940. A descoberta e a exploração do petróleo trouxe um afluxo de recursos que transformaria a paisagem de vez. Hoje, o país tem um dos maiores PIB per capita do planeta e investe seus lucros para garantir seu futuro quando as jazidas de óleo e gás se esgotarem.
OQatarvem criando estrutura e meios para tornar-se um pólo cultural, educacional e tecnológico dentro do Oriente Médio, mais ou menos nos mesmos moldes que seus vizinhos dos Emirados Árabes Unidos. Em 1996, o governo inaugurou a rede de TV Al Jazeera, a maior do mundo árabe, transmitindo em árabe e em inglês. Foi nesse período que a antes calmaDoha, sua capital, se transformou numa metrópole frenética e moderna, com um skyline de prédios caros e arquitetura ousada.
E foi pela soma de todas essa ambições que o país conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022, a primeira em um país da região. Mais de um milhão de turistas são aguardados nas cinco cidades-sede: Doha, Al Khor, Al Rayyan, Al Wakrah e Lusail – esta última foi construída especialmente para a Copa, e abrigará em seu moderníssimo estádio os jogos de abertura e encerramento. No total, serão oito os estádios, climatizados, destinados aos jogos das 32 seleções.
Embora se abra cada vez mais para o mundo, o Qatarpede atenção nas restrições impostas pela lei islâmica, como a separação de sexos nos quartos de hotel (um problema para casais de namorados), a proibição de bebidas alcóolicas, a moderação nas roupas. Sem contar a total impossibilidade de manifestações públicas de casais LGBTQIA+.
QUANDO IR
As temperaturas são muito altas no verão, podendo passar bastante dos 40ºC entre junho e setembro – por conta disso, aliás, a Copa do Mundo de 2022 não será nos tradicionais meses de junho e julho, mas em novembro e dezembro, no outono. Começa aí o melhor período para visitar o país, estendendo-se até abril e maio.
COMO CHEGAR
O Qatar vem se consolidando como um importante hub aéreo para as viagens entre o Brasil e destinos asiáticos, dentro e fora do Oriente Médio. A Qatar Airways possui não só excelentes equipamentos, como serviço impecável. Aliado ao moderníssimo e eficiente aeroporto de Doha, tudo fica mais fácil. O voo direto entre São Paulo e Doha pela Qatar dura a partir de 14 horas. Curiosamente, voos com uma escala em Dubai (Emirates), Londres (British Airways) e Paris (Air France), entre outros, podem sair mais baratos.
COMO CIRCULAR
Parte do pacote de obras para a Copa do Mundo, o metrô de Doha promete revolucionar o transporte público na capital. Em funcionamento desde 2019, os trens atingem até 100 km/h e são equipados com câmeras internas e wi-fi gratuito. O sistema liga o Aeroporto Internacional Hamad de Doha com cinco dos oito estádios que receberão os 22 jogos do campeonato mundial. Em Doha, o metrô contempla três linhas (Vermelha, Verde e Dourada), que atravessam cerca de 76 km. Há ainda uma linha de trem ligando a linha vermelha à estação de Lusail, palco da abertura e encerramento da Copa. A Qatar Railvende bilhetes de viagem única (QR$ 2, cerca de US$ 0,55) e de um dia (QR$ 6, US$ 1,65), além de um cartão pré-pago.
Nos lugares ainda não atendidos, vale se deslocar de Uber ou táxi. Para rumar para outras cidades do país, os turistas não precisam vencer grandes distâncias – com 11.500 quilômetros quadrados, o Qatar é menor que a cidade de Pequim, por exemplo, e muitos dos roteiros podem ser feitos de táxi ou com carro alugado (é necessário tirar carteira de habilitação internacional).
PASSEIOS
No Distrito Financeiro de Doha fica o cartão-postal do país, com suas torres futuristas alinhados à beira da baía. O fausto pode ser apreciado com lentidão ao longo da Corniche, calçadão de sete quilômetros de extensão à beira-mar que pode ser percorrido a pé ou de bike. De lá também se vê à distância, numa ilha própria, o edifício arrojado do Museu de Arte Islâmica, que guarda a maior coleção de arte do gênero no mundo. Ele é cercado pelo MIA Park, onde famílias se espalham pelo gramadão para fazer piqueniques com vista para a baía. A mesma região foi escolhida para a criação da Flag Plaza, inaugurada em outubro de 2022 com as bandeiras de 119 países e entidades que possuem missões diplomáticas no Qatar.
Mas a principal novidade de Doha é o National Musuem of Qatar, prédio de arquitetura arrojada desenhado por Jean Nouvel que abriu as portas em março de 2019. A exposição começa com o artefato mais antigo encontrado no país, o fóssil de um peixe de 400 milhões de anos, e segue até os dias de hoje ao longo de onze galerias. Através de recursos imersivos e multimídia, o espaço aborda desde a cultura beduína e a tradição do mergulho para apanhar pérolas até a descoberta e a exploração do petróleo.
De lá, rume para o secular Souq Waqif, mercado labiríntico onde se pode pechinchar o preço de temperos, frutas e roupas. A porção mais recente do souq é composta por dezenas de lojas de ouro que expõem em suas vitrines exemplos luxuosos da joalheria qatari. Uma opção é estender o passeio até Mshreibe Downtown, considerado o novo centro de Doha. O bairro em desenvolvimento mescla arquitetura contemporânea, grandiosas mesquitas e mansões em estilo árabe.
Na programação cultural, inclua também a Katara Cultural Village, um complexo de entretenimento que reúne teatros, galerias e salas de espetáculo. Ali, a 21 High Streetfunciona desde março de 2019 como uma espécie de shopping de luxo ao ar livre. Aproveite para espiar duas mesquitas próximas: a Golden Mosque, com azulejos dourados, e a Katara Mosque, com azulejos de cerâmica ornamentados. Ali também fica a Katara Beach, principal praia pública da cidade. Um pouco mais ao norte, a Pearl-Qatar é uma ilha artificial na West Bay apelidada de “Riveira Árabe” que ostenta outras tantos luxos em meio a lojas, shoppings e restaurantes.
A maior mesquita do país, Imam Muhammad bin AbdulWahhab Mosque, possui mais de vinte cúpulas em seu telhado que recebem iluminação especial durante a noite. O interior do templo religioso, que não possui grandes ornamentos, pode ser visitado fora dos horários de oração, mas a visita deve ser marcada com antecedência através de agências de turismo locais. Mais afastados do centro de Doha, o Arab Museum of Modern Arttem uma vasta coleção de arte ligada à cultura árabe e o 3-2-1 Qatar Olympic and Sports Museum, inaugurado em 2022, conta a história do esporte e dos Jogos Olímpicos e destaca atletas e modalidades praticadas no Qatar.
Doha é colada em Lusail, que foi construída especialmente para a Copa do Mundo. Assim como a vizinha, a cidade também possui um calçadão à beira-mar, a Marina Promenade, que desemboca nos quase 70 foodtrucks que compõem a Food Arena. Shopping de luxo também não poderia faltar: o Place Vendôme Mall teve a arquitetura inspirada na Rue de La Paix em Paris, reúne quase 600 lojas e realiza um show de águas dançantes a cada hora das 19h às 23h. Para ver um pouco de verde, rume para o Crescent Park. Mas o cartão-postal da cidade já são as Katara Towers, torres gêmeas que futuramente abrigarão hotéis das redes de luxo Fairmont e Raffles.
Uma viagem mais longa – cerca de 100 quilômetros de Doha – leva a outra época ao forte de Al Zubarah, patrimônio mundial da Unesco. O sítio arqueológico guarda as ruínas de um vilarejo que prosperou com a pesca e o comércio de pérolas nos séculos 18 e 19. Doha também é base para vários passeios no deserto a bordo de um 4×4. Uma dessas jornadas, a 60 quilômetros da capital, leva às paisagens únicas de Khor Al Adaid, onde as areias do deserto encontram o mar.
ONDE FICAR
Na hora de planejar a estadia, fique atento a um detalhe fundamental neste país islâmico: homens e mulheres sem grau de parentesco comprovado não podem dividir quarto – um casal de namorados, por exemplo, precisa reservar dois deles. Os albergues também são divididos, com estabelecimentos exclusivos para cada sexo.
Com muitos dólares na conta, dá para aproveitar os luxos do extravagante Mondrian Doha, com mais de 200 quartos distribuídos em 24 andares. Ele fica perto da Pearl-Qatar, mesma região escolhida pelas grandes bandeiras hoteleiras Ritz-Carlton,Grand Hyatte Hilton. No centro comercial, uma opção é o Wyndham Doha West Bay, enquanto o Four Seasons fica no Corniche e possui quartos inteiramente em branco e azul que foram renovados em 2020.
Mas a última adição à hotelaria de luxo de Doha é o Banyan Tree, inaugurado em 2021. As suas acomodações suntuosas possuem janelas que vão do chão ao teto emoldurando as vistas do Golfo Pérsico. A novidadeira de Mshreibe Downtown também guarda hotéis novinhos em folha. É o caso do moderno Park Hyatt e do Mandarin Oriental, que homenageia a arquitetura típica do país em detalhes da decoração e possui uma piscina na cobertura com vista para o pôr-do-sol.
Espalhadas pelo Souq Waqif estão diferentes propriedades boutique do Tivoli, todas remetendo a mansões em estilo árabe. Uma delas é o Bismillah Hotel, o mais antigo da cidade, em operação desde a década de 1950. Seus quartos possuem varandas com vistas para o souk.
ONDE COMER
Toda a riqueza e ambição do Qatar levaram ao país vários restaurantes premiados e de renome, muitos deles instalados dentro de hotéis de luxo. O Nobu Doha é o maior da rede mundial, ocupando a marina privado do hotel Four Seasons, com vista para o Golfo. O La Mar, do chef Gastón Acurio, está no Intercontinental, enquanto o contemporâneo Market, do chef Jean-Georges Vongerichten’s, fica no W. Esse mesmo hotel guarda o elogiado COYA, de culinária peruana.
Na ilha que abriga o Museu de Arte Islâmica, oIDAM, do chef Alan Ducasse, tem decoração bolada por Philippe Starck e fusiona pratos mediterrâneos com sabores do Oriente. No Pearl-Qatar, o chef estrelado pelo guia Michelin Akrame Benallal comanda a cozinha do Shirvan Métisse, cujo menu é inspirado na Rota da Seda.
Outras experiências gastronômicas podem ser encontradas nos restaurantes e cafés do Souq Waqif, com ênfase em ingrediente e pratos locais. Primeiro restaurante aberto por uma mulher no país, o Shay Al Shoomos é especializado no ragag, pão fino como um papel servido com queijo e mel, e no balaleet, aletria aromatizada com açúcar, cardamomo e água de rosas coroada com um omelete. O Parisa serve culinária persa em um salão repleto de mosaicos e arabescos coloridos, enquanto o Damasca One foca em pratos tradicionais da Síria. Com bom custo-benefício, o Bandar Aden é famoso pelo preparo de um prato típico do Iêmen chamado mandi, que consiste em carne e arroz cozinhados com especiarias debaixo da terra.
DOCUMENTOS
Desde 2017, o Qatar não exige mais visto de trânsito para brasileiros – o que facilitou a vida para a Qatar Airways em voos de conexão em Doha. Para o turismo, entretanto, a exigência segue valendo, mas foi simplificada: na chegada, basta apresentar um passaporte com validade de no mínimo seis meses e um bilhete de ida ou de volta confirmado. Para brasileiros, a permanência é de 30 dias, com possibilidade de prorrogação e de múltiplas entradas. As restrições relacionadas à Covid-19 foram suspensas no dia 1º de novembro de 2022.
DINHEIRO
A moeda oficial é o Rial Catarense (QAR$ 1 = US$ 0,27). Alguns estabelecimentos aceitam dólares, mas saiba que o troco será calculado por uma cotação mais alta.
LÍNGUA
Árabe, mas o inglês é bastante falado por muitas pessoas, especialmente as ligadas ao turismo.