Nesta interessante foto da década de 1930, vemos um congestionamento de carroças na Rua Barão do Rio Branco (frente da Praça Euphrasio Correia)
PASSADO NOSTÁLGICO
Naqueles dias, as carroças eram os principais meios de locomoção das cargas que eram levadas ou coletadas na Estação Ferroviária, ali em frente. Assim, essa estratégica alameda viu passar uma significativa parte da história de Curitiba, que veremos adiante.
Desde antigamente ela era chamada Rua da Liberdade, somente em 1912 passou a ser Rua Barão do Rio Branco, uma homenagem ao então ministro das Relações Exteriores, falecido pouco antes.
A história da alameda nasceu com a implantação da Estação Ferroviária de Curitiba, em 1885. Era preciso ligar a área central, desde a Rua XV de Novembro até o empreendimento, que abriu um importante canal de desenvolvimento socioeconômico para a cidade. Além das cargas que vinham e iam, a estrada de ferro que seguiria até Paranaguá trouxera um numeroso contingente de técnicos e engenheiros europeus, que trabalharia não só nesta, mas em muitas outras obras da cidade que se expandia, deixando marcas do estilo do Velho Continente em edificações da época.
A posição da antiga estação ferroviária no mapa da cidade foi estratégica para a amplificação da cidade, que até então era restrita ao núcleo central. “Como aquela região da Praça Generoso Marques até a estação era praticamente descampada, foi uma sacada muito interessante. A estação foi colocada lá pensando que haveria um público maior de viajantes, o comércio se intensificaria na região, seriam criados hotéis no entorno”, escreveu o historiador Marcelo Sutil.
E foi, de fato, o que aconteceu. Símbolo da nova linha de crescimento, casarios, hotéis e lojas se multiplicaram no trecho, enquanto a indústria se aproximou nos arredores com fábricas de fósforos, engenhos de erva mate e madeiras. A então Rua da Liberdade transformou-se em símbolo desse progresso com seus suntuosos palácios e comércios variados. A influência política, comercial e social cresceu com a implantação dos prédios governamentais na via, que recebeu a alcunha de Rua do Poder.
Ao longo do trajeto da rua foram instalados o Palácio do Congresso Provincial, o Palácio do Governo e a Prefeitura.
O Palácio do Congresso Provincial, construído em 1891, abrigou a Assembleia Legislativa do Paraná, o Conselho Deliberativo do Estado, e, em 1957, foi transformado na Câmara Municipal de Curitiba, instalada definitivamente no local em 1963, funciona até os dias de hoje.
O prédio do Palácio do Governo, construído na segunda metade do século 19, foi sede do governo estadual desde 1891 até 1938, hoje abriga o Museu da Imagem e do Som.
No encontro das ruas Riachuelo com a Barão, na Praça Generoso Marques, o edifício do Paço da Liberdade, um dos prédios mais elegantes da cidade, abrigou a Prefeitura entre 1916 até 1969, quando esta foi transferida para o Palácio 29 de Março.
(Adaptado de texto da Gazeta do Povo / Foto: curitiba. Pr.gov.br)
Paulo Grani
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