terça-feira, 4 de maio de 2021

Rua XV de Novembro, carnaval de 1913 - proximo a Rua Doutor Muricy

 


A Presença dos Vênetos no Paraná

 




A então Província do Paraná foi fundada em 19 de Dezembro de 1853, com o seu desmembramento da Província de São Paulo. A colonização vêneta do Paraná teve grande incremento com a formação da Colônia Nova Itália, no município de Morretes, da Colônia Antonio Prado, fundada em 1866, da Colônia Alexandra em 1877, da Colônia Alfredo Chaves (hoje o município de Colombo) em 1866 e a de Antonio Rebouças, fundada em 1888. Após a falência das colônias localizadas no litoral paranaense, em especial da Colônia Nova Itália, grande parte dos seus habitantes se transferiram para Curitiba, encontrando espaço nas novas colônias que se estabeleciam em torno da capital paranaense, principalmente a Colônia Dantas (hoje bairro Água Verde) e Colônia de Santa Felicidade (hoje tradicional bairro gastronômico com o mesmo nome). Estas novas colônias, em torno da capital, ao contrário daquelas primeiras localizadas no litoral, eram vizinhas a um grande centro consumidor e baseadas na pequena propriedade. Tiveram logo um rápido desenvolvimento devido principalmente à produção agrícola de hortaliças e frutas, além de outros produtos alimentícios e serviços, que eram comercializados diretamente pelos produtores, tendo ali encontrado uma terra fértil e um clima mais ameno, muito parecido com aquele das suas cidades de origem no Vêneto.

Fonte: Arquivos da Federação Vêneta La Piave FAINORS
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta - Erechim RS Brasil

Imigração Vêneta no Paraná

 



Estação de trens de Morretes - início do século XX



Imigração Vêneta no Paraná


Enorme e com um índice populacional baixíssimo, a Província do Paraná era, nos últimos anos do século XIX, um território muito novo no interior de um jovem país, o Brasil.

O Paraná, Província do Estado de São Paulo, se torna um estado independente em 1853, possuindo um vasto território e algumas regiões inexploradas ainda no início do século XX. Tudo ali estava por se fazer, para se construir, para se criar. Havia a necessidade urgente de ocupar aqueles amplos vazios do grande território e promover rapidamente a sua colonização.

A idéia de trazer imigrantes europeus se consolidou e transformou-se em realidade. Já tinha sido iniciada quando Província de São Paulo, com a criação em 1828 da colônia Rio Negro, de imigrantes alemães. Estava aberta as portas para a grande imigração que em poucos anos transformou o Estado do Paraná em um dos mais importantes e ricos da federação.

Os primeiros imigrantes vênetos começaram a chegar no Paraná já a partir do ano de 1875, através do porto de Paranaguá, após o período obrigatório de quarentena na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

Os vênetos vieram juntos com famílias italianas provenientes de outras regiões da Itália. Faziam parte das primeiras levas de imigrantes que, naqueles anos do final do século XIX, transformaram o Brasil na meta preferencial da imigração italiana.

Naquele período, a Estrada de Ferro Curitiba - Paranaguá ainda não estava concluída e ao chegarem a Paranaguá eram transferidos inicialmente para o alojamento de imigrantes de Morretes e depois para as colônias italianas especialmente criadas, sobretudo na cidade de Morretes.

Entre essas colônias italianas destacamos a Colônia Nova Itália, pela sua breve e conturbada existência, a prova do falimento daquele modelo de colonização implantado.

As condições de vida nesses locais eram bastante precárias e em alguns deles, como nessa Colônia Nova Itália, imperava o descontentamento e a desorganização, chegando ao ponto de ocorrem alguns motins dos colonos ali residentes contra a direção da Colônia.

O tempo quente do litoral, a selva úmida e a presença em grande quantidade de mosquitos e outros insetos que causavam grande desconforto aos imigrantes, como as infestações de bicho-de-pé, tornavam um inferno a vida daqueles pioneiros.

Mais tarde, quando o serviço diminuia nas colônias, muitos homens encontravam algum trabalho na construção da Estrada de Ferro Curitiba - Paranaguá, obra gigantesca, triunfo da engenharia brasileira, que exigiu o esforço de milhares de trabalhadores.

Mas, apesar de estarem na "América", sonho acalentado por todos, continuava grande o descontentamento dos imigrantes com o local onde foram colocados para viver. As queixas eram gerais e quando ocorreu o falimento da colônia, e apartir de 1878 os imigrantes começaram a ser distribuídos para outros locais, principalmente subindo a Serra do Mar, se estabelecendo nos arredores de Curitiba, a capital do Estado do Paraná, situada em um altiplano, a quase mil metros de altura em relação ao mar.

Este local foi de inteiro agrado dos imigrantes italianos, pois, além de ser uma terra fértil para plantar, tem um clima muito parecido com aquele europeu. Tinha início uma outra mentalidade de colonização experimentada pelo governo do Paraná: a ocupação de áreas próximas às grandes cidades, dando impulso à agricultura local. Muitos também vieram a se colocar expontaneamente, em pequenas propiedades rurais, ao redor de Curitiba, tirando o seu sustento como agricultores e executando trabalhos como artesãos.

Assim foram-se formando comunidades italianas, onde os vênetos constituiam sempre a maioria, em torno da cidade de Curitiba, em colônias menores, disponibilizadas pelo governo paranaense.




Igreja São José - Santa Felicidade em 1891


Essa antigas colônias em Curitiba, em breve se transformaram em bairros, como os de Santa Felicidade e Água Verde, onde ainda hoje, é grande a presença dos descendentes de vênetos.

A chegada de novos imigrantes não cessava. Com o passar dos anos os vênetos foram se espalhando por todo o Estado do Paraná, sendo que um grande número foi encaminhado para a cidade da Lapa.


Igreja São José - Santa Felicidade - foto atual




Fonte:

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

La Piave FAINORS

www.fainors.com


Associação Trevisani nel Mondo - Erechim

http://atmerechim.blogspot.com/

Associação Bellunesi nel Mondo - Erechim

http://bellunesierechim.blogspot.com/

Associação Vicentini nel Mondo - Erechim

http://vicentinierechim.blogspot.com/


La Piave FAINORS

http://fainors.blogspot.com/

Imagens de Erechim - Passado e Presente

http://erechimimagens.blogspot.com/

Grupo Fotográfico Cultural de Erechim

http://grupofotografico.blogspot.com

Curso FAINORS de Língua e Cultura Italiana

http://linguaitaliana.blogspot.com/

Vênetos Brasileiros

http://venetibrasiliani.blogspot.com

Gioventù Veneta di Erechim

http://gioventuvenetaerechim.blogspot.com

Gemellaggio - Programa de Cidades-Irmãs

http://comunigemelli.blogspot.com

Cidadania Italiana

http://acidadaniaitaliana.blogspot.com/

Anot. manuscrita na B.S.: O Incendio do edificio do Cassino Coritibano em 30 de abril Photographia primeiro de maio de 1913

 


Universal Esporte Clube – Curitiba (PR)

 O Universal  Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Curitiba (PR). O Alvianil, do Bairro do Prado Velho,  foi Fundado no dia 06 de Maio de 1931. Dois anos depois do seu surgimento o Universal fez fusão com a Ponte Preta, também do mesmo bairro, passando a se chamar: Ponte Preta Universal.

Contudo, essa união só durou dois anos e, em 1935, cada time retornaram o seu antigo nome e seguiram caminhos diferentes. Em 1948, o  Universal se filiou a Federação Paranaense de Desportos (FPD) e participou do seu primeiro campeonato em 1950.

Universal acumulou vários títulos na famosa ‘Série Branca’, onde o seu maior rival era o Vila Hauer Esporte Clube,  ganhando a alcunha de: ‘Ciclone da Suburbana‘. Contudo, no supercampeonato, contra os campeões das outras séries a sorte sempre era adversa, principalmente quando enfrentava o Bangu, o temível ‘Rolo Compressor’ da Campina Grande. O Universal seguiu disputando as competições da Federação até 1963, quando fechou as suas portas e colocando um ponto final da sua história futebolística.

 

Fontes:  Paraná Online e Jornal Correio da Noite

Real Esporte Clube – Curitiba (PR): Fundado em 1954

 O Real Esporte Clube foi uma agremiação da cidade de Curitiba (PR). O Auricerúleo ou azul dourado foi Fundado no dia 11 de Junho de 1954. O primeiro grande triunfo aconteceu seis anos depois, quando se sagrou campeão do 1º Campeonato Amador do Paraná, em 1960 (vale observar que esta competição se tornou o embrião para a criação da Taça Paraná).

Dois anos depois o Real E.C. participou do II Campeonato do Interior em 1962. Por fim, a equipe curitibana disputou a histórica 1.ª Taça Paraná em 1964 representando condignamente o futebol amador da Capital, chegando até as semifinais. O Real acabou eliminado pelo Ferroviário, que  depois se tornaria o grande campeão.

No primeiro jogo, em Curitiba, no dia 13 de dezembro de 1964, empate em 1 a 1. Uma semana depois, em União da Vitória, novo empate em 2 a 2. A partida foi para a prorrogação, mas sem gol. Então a decisão para se conhecer o grande finalista foi decidido nos pênaltis. E numa disputa dramática, o Real acabou derrotado pelo placar de  7 a 6.

Apesar dessa trajetória, o Real Esporte Clube acabou sucumbindo ano a ano até chegar ao fundo do poço, o que determinou de forma peremptória o seu fim. Dessa forma, em 1968, o Real fechou às portas para ficar na lembrança e no imaginário daqueles que conheceram  o simpático clube.

 

Fontes e Fotos: Felipe Feitosa – Blog do Chicora

Clube Esportivo Belmonte – Curitiba (PR): Fundado em 1939

 O Clube Esportivo Belmonte foi uma agremiação da cidade de Curitiba (PR). A equipe alvi esmeraldina foi Fundado no dia 05 de Janeiro de 1939, e a sua primeira sede própria ficava localizada na Avenida John Kennedy, depois passou para a Avenida Guaíra, 615 – Vila Guaíra (atual bairro do Alto Tarumã Pinhais), na capital paranaense. O Belmonte chegou a iniciar as obras nas imediações da Vila Parolin, para a construção do seu estádio. Contudo, a obra foi embargada às vésperas da inauguração e nunca mais se falou no assunto.

Presidentes

Seu primeiro presidente foi o desportista Aleixo Rossi, substituído por Alfredo Kramer. Em 1941, o presidente era Mario Romanel, depois tiveram: Maurício Peplov; Herculano Rossa; Carlos Massuci; Guilherme Bittencourt; Algacir Fiorani, entre outros.

Títulos

O impulso que tornou o futebol amador teve o seu início praticamente em 1941 com a criação da Liga Suburbana de Curitiba (LSC). Sete anos depois ganhou novo comando com a Federação Paranaense de Futebol (PFP) passando a ditar as diretrizes da liga.

Logo no primeiro Campeonato Citadino, organizado pela Liga Suburbana de Curitiba (LSC), o Belmonte se sagrou campeão invicto de 1941, fazendo os seus jogos no saudoso Estádio do Britânia, no Parque Graciosa (Bairro Juvevê).

A campanha o Belmonte realizou 10 jogos com sete vitórias e três empates; marcando 32 gols e sofrendo 13; com um saldo de 19. Os resultados foram os seguintes: vitórias sobre o América (3 a 1); Paraná (4 a 1); Flamengo (3 a 2); Vera Cruz (4 a 2); Palestra Assungui (3 a 1); União Ahú (6 a 0); Primavera (4 a 1). Empates com o Rio Branco (1 a 1); Operário Ahú (1 a 1); Bloco Morgenau (1 a 1).

A equipe base do Belmonte, em 1941: Silvério; Dissenha e Neno; Jorge, Plácido e Custódio; Silvio, Merlim, Faéco, Altino e Domingos.

Em 1952, o time alvi esmeraldino voltou a levantar a taça de forma invicta, nos Aspirantes, equivalente a Segunda Divisão da FPF. Foi bicampeão do Torneio ACEP (Independência) em 1955 e 1956.

A equipe base do Belmonte, em 1955 e 1956: Barbosa; Titão e Carlito; Traíra, Mario e Dola; Vargas, Otávio, Braz, Vitorelli e Biaze.

Também foi campeão do Torneio Início da 1ª  Divisão em 1965, com o seguinte time base: Maco; Arnaldo e Quirino; Laranjinha, Gentil e Serrinha; Miltinho, Bequinha, Feitosa, Laerte e Welington.

Celeiros de craques

Além das conquistas, o Belmonte também contribuiu para revelar talentos, que brilharam em grandes equipes, como os casos de Vitorelli e Merlim que foram os maiores ídolos do clube. Vitorelli jogou no Palestra Itália e depois teve passagem pelo Real, enquanto Merlim brilhou intensamente no Coritiba. O Clube Esportivo Belmonte existiu até 1968, quando acabou extinto.

Fontes: Tribuna do Paraná – Paraná Online

Avaí Futebol Clube – Curitiba (PR): Fundado em 1942

 No Torneio Início realizado no dia 1° de março de 1942, o ex-Savoia enfrentou o Clube Atlético Paranaense e Coritiba FC com o nome de Avaí (nome que não vingou e logo depois da competição, passou a se chamar Esporte Clube Brasil). O Avaí jogou o Torneio Início de 1942 da seguinte forma: Laio; Tade e Ieiê; Militão, Mário e Mendes; Bolinha, Tute, Servilho, Ivan e Dudu.

Segundo o pesquisador Willian Sanfelice Bohlen, no Estatuto constavam alguns dados que deu a ideia de como seria o escudo do Avaí Futebol Clube.

1°. Substituição do nome do clube por outro que a assembleia
Geral aprovar;


2°. Oficialização da nova bandeira, escudo, sem alteração
das cores verde, branco e vermelho;


3°. Reforma dos estatutos no que se refere a troca de nome já mencionada.

Foi definido então o nome Avaí e a permanência das cores italianas do Savóia no novo clube, que teve uma vida efêmera.

FONTES: Willian Sanfelice Bohlen – Correio do Paraná

Palestra Itália Futebol Clube – Curitiba – PR

 Na data de 7 de janeiro de 1921, na Sociedade Dante Alighieri de Curitiba, Ângelo Gorla, então superintendente do Banco Francês e Italiano, naquela cidade, se reuniu a  Benedicto Gian Paoli, Afonso Prisco, Atílio Menolli, Davi Bartolomei e outros descendentes de italianos, para juntos fundarem o time da colônia, como também já havia ocorrido no ano de 1914, em São Paulo, e no ano de 1921, em Belo Horizonte.

A nova agremiação passou a se chamar Palestra Itália Futebol Clube.

A equipe se sagrou campeã nos anos de 1924, 1926 e 1932, e também conquistou dois vices campeonatos (1921 e 1952).

A base do time de 1924 foi: Em pé: Ílio, Elisio, Moacir Gonçalves, Hermógenes, Dario e Athayde Santos; Os atletas agachados são Coutinho, Canhoto, Mattana e Cunha.

Em seu primeiro ano de vida, o time trouxe nove jogadores de São Paulo. Apenas dois eram de Curitiba: o goleiro Hermógenes Bartolomei (reconhecido como um dos maiores goleiros paranaenses) e um italiano do Portão chamado Martelo. O Palestra brigou, de igual para igual, contra os melhores times em seu primeiro ano e terminou na ponta da tabela junto com a maior força futebolística da época: o Britânia. A decisão de quem seria campeão foi levada para o campo do bar Carola, no Juvevê, e o Britânia fez valer a sua experiência – meteu 6 x 0 e levou o caneco. Mas o Palestra não desistiu e três anos depois seria campeão.

Os números conspiram para dar ao Palestra Itália um lugar especial na história do futebol profissional do Paraná. O time palestrino é detentor das duas maiores goleadas registradas no campeonato estadual, história que começa em 1915, quando o Internacional foi campeão e o Paraná Sport Club vice. O time conhecido pelo grito de guerra “Nem que Morra”  (apelido que ganhou devido a bravura de seus jogadores, em uma partida diante do Coritiba na década de 50) atropelou o Paranaense por 16 x 0 e passou por cima do Aquidaban por 15 x 2, ambas na temporada de 1931.

Durante a segunda grande guerra mundial,  o Palestra Itália passou a se chamar Paranaense, depois Comercial, Palmeiras, e  em 1950, voltou a se chamar Palestra Itália.

                                                                        Gabardinho

Além destes números relevantes, o time dos italianos cravou o artilheiro da competição em cinco ocasiões: 1924 (Canhoto, 13 gols), 1927 (Canhoto, 8 gols), 1930 (Gabardinho, 10 gols), 1931 (Gabardinho, 28 gols) e em 1939 (Mário, 9 gols).

 

Um dos maiores nomes do Palestra Itália foi Rodolpho Patesko, que deixou os campos do Paraná e alcançou glória internacional. Disputou a Copa do Mundo de 1928, com a seleção brasileira e jogou no Nacional do Uruguai e no Botafogo do Rio, onde se sagrou campeão carioca em 1935. Ele disputou 34 partidas pela Seleção, somando 20 vitórias, 5 empates, 9 derrotas e marcou 11 gols.

Patesko, cujo verdadeiro nome era Rodolfo Barteczko, descendente de poloneses, nascido em Curitiba, jogou dois anos no Palestra e foi considerado um dos mais completos ponta-esquerdas do futebol brasileiro na sua época. Ofensivo, bom driblador e finalizador,  foi o grande nome do “Nem que Morra”.

Fontes:

Parana-online.com.br

Doricoaopobre.com.br

Anotacao manuscrita na B.I.: Inicio da Construcao da Universidade do Parana, na praca Santos Andrade, principios de outubro de 1913