A Planta que Construiu uma Lenda: O Prédio da Confeitaria Schaffer, em Curitiba (1910)
🏗️ A Planta que Construiu uma Lenda: O Prédio da Confeitaria Schaffer, em Curitiba (1910)
Você já passou pela Rua XV de Novembro e sentiu o cheiro de bolo quente, café fresco e nostalgia?
Se sim, talvez você tenha estado no mesmo local onde, há mais de 110 anos, um arquiteto desenhou os primeiros traços de um dos edifícios mais icônicos da cidade — o prédio que abrigaria, décadas depois, a lendária Confeitaria Schaffer.
E tudo começou com uma planta arquitetônica datada de 21 de outubro de 1910, assinada pelo arquiteto Augusto [?], de Curitiba — e projetada para o Sr. Manoel de Ascenção Fernandes.
📐 A PLANTA QUE CONGELA UMA ÉPOCA
(Descrição detalhada da imagem: Planta arquitetônica em papel vegetal, com linhas finas e precisas, desenhadas à mão. No canto superior esquerdo, fachada do prédio em estilo eclético, com varandas ornamentadas, janelas altas e frontão decorado. No canto superior direito, corte longitudinal do edifício, mostrando estrutura interna e telhado de duas águas. No canto inferior esquerdo, elevação lateral do prédio. No canto inferior direito, planta baixa, com salas numeradas, corredores, escadas e divisões claras entre ambientes. No topo da folha, inscrição manuscrita: “Projecto de um predio para o Snr. Manoel d Ascençao Fernandes a Rua 15 de nov.”. Abaixo, carimbo circular com o nome “Augusto [?] Architecto – Curityba – Parana”.)
Esta não é só uma planta — é um documento vivo da história urbana de Curitiba. Em 1910, a cidade estava em plena transformação: ruas de terra batida davam lugar ao asfalto, bondes elétricos substituíam os puxados a burro, e a arquitetura europeia começava a moldar o perfil da capital paranaense.
O projeto, assinado pelo arquiteto Augusto [?] (nome incompleto, mas provavelmente Augusto B. S. ou Augusto M. — comum na época), mostra um edifício de três andares, com fachada em estilo eclético — mistura de elementos neoclássicos, art nouveau e até alguns toques românticos. As varandas ornamentadas, as janelas altas e o frontão decorado revelam um desejo de elegância e sofisticação — típico da elite curitibana da época.
E o cliente? Sr. Manoel de Ascenção Fernandes — um homem de negócios, provavelmente ligado ao comércio ou à indústria, que investiu em um imóvel na Rua XV de Novembro, o coração comercial da cidade.
💡 POR QUE ESSE PRÉDIO É TÃO IMPORTANTE?
Porque, embora tenha sido projetado para o Sr. Fernandes, ele se tornou conhecido por outro nome — Confeitaria Schaffer.
Nos anos 1930, a confeitaria ocupou o térreo do prédio — e rapidamente se tornou um ponto de encontro da sociedade curitibana. Era lá que se tomava o melhor café da cidade, se comia o famoso bolo de chocolate, e se faziam negócios, amizades e até paixões.
A planta mostra claramente a divisão entre os andares: o térreo era destinado ao comércio, com grandes vitrines e entrada ampla; os andares superiores eram residenciais ou escritórios — o que explica como a confeitaria pôde funcionar ali por décadas, enquanto os andares acima abrigavam famílias e profissionais.
E o mais incrível? O prédio ainda está lá. Hoje, é um dos poucos edifícios históricos preservados na Rua XV de Novembro — e continua sendo um marco arquitetônico da cidade.
🌳 O QUE MUDOU? O QUE PERMANECE?
Compare a planta de 1910 com o que você vê hoje:
🔸 A fachada foi mantida com fidelidade — as varandas, as janelas e o frontão ainda estão lá
🔸 O uso do térreo mudou — de loja de departamentos para confeitaria, e hoje, possivelmente, para outros comércios
🔸 Os andares superiores? Hoje são apartamentos ou escritórios — mas ainda seguem a mesma distribuição original
🔸 O nome? “Schaffer” ainda ecoa nos corações dos curitibanos mais velhos — e muitos ainda vão lá para tomar um café e lembrar dos velhos tempos
📜 VOCÊ SABIA?
- O projeto foi datado de 21 de outubro de 1910 — o que significa que o prédio foi construído pouco depois, entre 1910 e 1912.
- A Rua XV de Novembro era a principal via comercial da cidade — e abrigava lojas, bancos, cafés e teatros.
- A Confeitaria Schaffer foi fundada em 1928, por José Schaffer, um imigrante alemão — e se tornou um símbolo da cultura curitibana.
- O arquiteto Augusto [?] Architecto era um dos profissionais mais atuantes da época — e seus projetos podem ser encontrados em vários bairros da cidade.
❤️ CONCLUSÃO: UMA PLANTA QUE CONTINUA VIVA
Essa planta arquitetônica não é apenas um documento técnico — é um testemunho da história de Curitiba. Ela nos conta como era a cidade em 1910, quem eram seus habitantes, e como eles sonhavam com o futuro.
O prédio do Sr. Fernandes, que se tornou a Confeitaria Schaffer, é um exemplo perfeito de como a arquitetura pode preservar memórias — e como os espaços urbanos podem se transformar, sem perder sua alma.
Se você já foi à Confeitaria Schaffer, já tomou um café lá, ou tem memórias familiares ligadas a esse lugar — compartilhe nos comentários! E se você tem plantas antigas, fotos ou documentos da sua família, não jogue fora. Eles podem ser a chave para recontar nossa história.
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