sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Lourenço Pinto de Sá Ribas Nascido em 1782 - Curitiba, Paraná, Brasil Baptizado a 12 de setembro de 1782 (quinta-feira) - Curitiba, Parana, Brasil Falecido a 20 de março de 1835 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 53 anos

  Lourenço Pinto de Sá Ribas Nascido em 1782 - Curitiba, Paraná, Brasil Baptizado a 12 de setembro de 1782 (quinta-feira) - Curitiba, Parana, Brasil Falecido a 20 de março de 1835 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 53 anos

Lourenço Pinto de Sá Ribas: A Vida de um Homem que Moldou Curitiba — Um Retrato Emocionante e Detalhado


O Nascer de uma Alma em Terras Paranaenses

Em 1782, sob o céu ainda selvagem e promissor do sul do Brasil, nasceu em Curitiba — então uma pequena vila cercada por matas e caminhos de tropeiros — Lourenço Pinto de Sá Ribas. Seu nascimento, em pleno coração da Colônia Portuguesa, foi um sopro de vida em terras que ainda respiravam a bravura dos primeiros colonos. Batizado solenemente em 12 de setembro daquele ano, numa igreja de taipa e barro que ecoava os sinos da fé, Lourenço foi entregue ao mundo com o peso de um nome que carregaria história: Sá Ribas, uma linhagem de raízes profundas no Paraná.

Seus pais, João Antônio Pinto de Faria Menezes e Anna Maria do Espírito Santo Ribas, eram figuras respeitadas na comunidade. João, homem de caráter firme e visão prática, era parte da elite local — talvez comerciante, talvez fazendeiro — cujo trabalho sustentava a economia incipiente da vila. Anna Maria, porém, foi a luz que iluminou os primeiros anos de Lourenço. Devota, gentil, dona de um coração generoso, ela ensinou ao filho o valor da família, da oração e da honra. Mas sua luz se apagou cedo: em 1793, quando Lourenço tinha apenas onze anos, Anna Maria partiu para o céu, deixando um vazio que jamais seria preenchido. Foi o primeiro golpe da vida — e talvez o primeiro que forjou nele a coragem de seguir adiante.


A Juventude: Entre Luto e Responsabilidade

Com a morte da mãe, Lourenço viu-se mais cedo obrigado a assumir papéis adultos. O avô materno, Lourenço Ribeiro de Andrade, figura de prestígio e sabedoria, tornou-se seu guia. Mas mesmo ele não resistiu ao tempo: faleceu em 1799, quando Lourenço contava 17 anos. O jovem, já órfão de mãe e agora também de avô, cresceu entre as sombras da perda e a luz da determinação.

Curitiba, naquela época, era uma vila rústica, onde o poder estava nas mãos de poucos e a justiça era feita pelas mãos dos homens de bem. Lourenço, dotado de inteligência aguçada e espírito público, começou a se destacar. Não foi à escola como os nobres europeus, mas aprendeu com a vida: com os juízes, com os comerciantes, com os soldados e com os padres. Tornou-se um homem de palavra, de integridade, de presença marcante.


O Amor que Construiu um Lar: Joaquina Francisca da Purificação

Em 16 de julho de 1816, aos 34 anos, Lourenço casou-se com Joaquina Francisca da Purificação — uma mulher de beleza serena e alma forte, nascida em 1795, quase vinte anos mais nova que ele. O casamento, celebrado em Curitiba, foi um marco. Não apenas pela união de dois corações, mas pela fundação de uma dinastia que se tornaria fundamental na história da cidade.

Joaquina não era apenas esposa; era companheira, conselheira, mãe de muitos filhos. Eram tempos difíceis — a colônia vivia sob tensões políticas, a medicina era rudimentar, as crianças morriam com frequência. Mas Joaquina, com suas mãos suaves e seu espírito indomável, criou um lar acolhedor, onde o amor era mais forte que a pobreza, e a fé mais poderosa que o medo.


Os Filhos: Uma Legião de Esperança

Entre 1811 e 1830, Lourenço e Joaquina geraram onze filhos — um verdadeiro exército de futuros curitibanos. Cada um deles carregava o sangue de Lourenço, a força de Joaquina, e a missão de continuar a história da família.

  • Florinda Maurícia de Sá Ribas (1811–1891) — a primogênita, nascida antes do casamento oficial, talvez fruto de um amor antigo ou de uma união informal. Florinda casou-se em 1832 com Manoel Antonio Ferreira, tornando-se matriarca de outra linhagem. Sua vida foi longa, testemunha das transformações de Curitiba.

  • Anna Maria da Purificação Ribas (c. 1814–?) — batizada em 1814, em Curitiba, era uma menina delicada, devota como a mãe. Pouco se sabe de seu destino, mas sua existência é prova da fé que guiava a família.

  • Maria Teolinda da Conceição Ribas (1817–1896) — nascida em 1817, era a terceira filha. Talvez a mais espiritual, levando o nome da Virgem Conceição. Viveu até os 79 anos, testemunha silenciosa de três séculos.

  • Escolástica Joaquina de Sá Ribas (c. 1818–1892) — nomeada em homenagem à santidade, Escolástica viveu uma vida longa e provavelmente dedicada à família e à igreja. Morreu aos 74 anos, em 1892.

  • Ebraim de Sá Ribas (1820–?) — o primeiro filho varão, nascido em 1820. Seu nome, incomum para a época, sugere influência judaico-cristã ou talvez um desejo de originalidade. Não há registros claros sobre sua vida adulta.

  • José Pinto de Sá Ribas (c. 1820–?) — batizado em 1830, talvez tenha sido confundido com Ebraim nos registros. Era um dos filhos mais novos, e sua infância foi marcada pelo crescimento político do pai.

  • José Lourenço de Sá Ribas (1822–?) — nascido em 1822, levava o nome do pai, como era costume entre os filhos mais velhos. Provavelmente destinado a herdar a liderança familiar.

  • Joaquim Lourenço de Sá Ribas (1822–1885) — gêmeo ou irmão muito próximo de José Lourenço, Joaquim viveu até os 63 anos, testemunhando a independência do Brasil e a ascensão de Curitiba como capital provincial.

  • Mathias Lourenço de Sá Ribas (c. 1825–1891) — nascido em 1825, Mathias foi o nono filho. Morreu aos 66 anos, em 1891, tendo vivido a transformação de Curitiba em cidade moderna.

  • Constança Bertolina de Sá Ribas (1828–1869) — batizada em 1828, Constança foi a décima filha. Morreu jovem, aos 41 anos, em 1869. Seu nome sugere que era uma criança esperada, talvez a última esperança de uma linhagem feminina.

  • Lourenço de Sá Ribas (1830–1890) — o último filho, nascido em 1830, quando Lourenço já tinha 48 anos. Talvez o mais amado, o mais protegido. Morreu aos 60 anos, em 1890, levando consigo a memória do pai.


O Homem Público: Capitão-Mor, Deputado, Patriota

Lourenço não foi apenas pai e marido — foi um homem de Estado. Antes de assumir o Conselho da Presidência da Província de São Paulo (uma função de grande prestígio), foi Capitão-Mor de Curitiba — ou seja, o principal autoridade militar e civil da vila. Era ele quem mantinha a ordem, quem julgava disputas, quem organizava as milícias.

Em 1830, foi eleito Deputado — um reconhecimento de sua capacidade de liderança e de sua lealdade ao novo Brasil independente. Ele não era um político de discursos pomposos, mas um administrador prático, que entendia a terra, as pessoas, as necessidades da população.

Sua trajetória reflete a transição do Brasil colonial para o Império — ele viveu sob o governo de D. João VI, viu a Independência, e participou da construção da nova nação. Curitiba, que era uma vila de poucas centenas de habitantes em sua infância, tornou-se, sob sua vigilância, uma cidade em ascensão.


O Adeus: Uma Vida Bem Vivida

Lourenço Pinto de Sá Ribas faleceu em 20 de março de 1835, aos 53 anos — uma idade considerada madura para a época. Morreu em Curitiba, na mesma terra onde nasceu, onde amou, onde governou, onde criou seus filhos.

Sua morte foi um luto para a cidade. Os amigos choraram, os vizinhos rezaram, os filhos herdaram sua memória. Joaquina, sua fiel companheira, sobreviveu até 1868 — mais de trinta anos após sua partida —, cuidando dos netos, mantendo vivo o legado do marido.


Legado: O Pai de Curitiba

Lourenço Pinto de Sá Ribas não foi apenas um homem da história — foi um construtor de destinos. Seus filhos espalharam-se pela região, fundando famílias, ocupando cargos, escrevendo a história do Paraná. Seu nome está gravado em ruas, em arquivos, em árvores genealógicas que ainda hoje são estudadas.

Ele representa aquela geração de homens que, sem grandes títulos, sem fortunas imensas, mas com coragem, fé e trabalho, moldaram o Brasil que conhecemos. Foi um pai amoroso, um marido fiel, um líder justo, um patriota sincero.

Hoje, em 2025, quando Curitiba é uma metrópole vibrante, moderna e cosmopolita, é importante lembrar: tudo começou com homens como Lourenço — que plantaram sementes em solo árido, e colheram florestas.


Últimas Palavras: Para Lourenço, de um Descendente Imaginário

"Pai, avô, capitão, deputado — você não teve palácios, mas construiu lares. Não teve medalhas, mas ganhou respeito. Não teve livros escritos sobre você, mas sua história está escrita nas ruas de Curitiba, nos nomes dos seus filhos, no sangue que corre nas veias dos seus descendentes. Você foi simples, mas grandioso. Humilde, mas poderoso. E, acima de tudo, humano — com todas as dores, as alegrias, as falhas e as conquistas. Obrigado por ter existido. Sua luz ainda brilha."


Lourenço Pinto de Sá Ribas — 1782–1835.
Um homem. Uma família. Uma história.

Sosa : 170

  • Nascido em 1782 - Curitiba, Paraná, Brasil
  • Baptizado a 12 de setembro de 1782 (quinta-feira) - Curitiba, Parana, Brasil
  • Falecido a 20 de março de 1835 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 53 anos

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Notas

Notas individuais

Antes de assumir o Conselho da Presidência da Província de São Paulo, Lourenço Pinto de Sá foi capitão-mor de Curitiba. Posteriormente, foi eleito deputado em 1830.

 Fontes

  • Pessoa: Renato Müller Lima Torres - Familia Müller Web Site

    Árvores genealógicas do MyHeritage

    Site de família: Familia Müller Web Site

    Árvore genealógica: 195241591-13 - Discovery - 195241591-13 - 1 JUN 2020 - Foto pessoal de Lourenço Pinto De Sa Ribas Adicionado através de Photo Discovery™


178212 set.
1793
11 anos
1811
29 anos
cerca1814
~ 32 anos

Nascimento de uma filha

 
Baptismo a 12 de fevereiro de 1814 (Curitiba, Parana, Brasil)
1817
35 anos

Nascimento de uma filha

cerca1818
~ 36 anos

Nascimento de uma filha

cerca1820
~ 38 anos

Nascimento de um filho

 
Baptismo a 5 de maio de 1830
1820
38 anos
1822
40 anos
1822
40 anos
cerca1825
~ 43 anos

Nascimento de um filho

18282 set.
46 anos
1830
48 anos
183520 mar.
53 anos

Descendentes de Lourenço Pinto de Sá Ribas

  

Antepassados de Lourenço Pinto de Sá Ribas

      João Francisco Vieira Braga  Maria Angélica Angélica  Marcos de Andrade  Catharina Luiz    Manoel Pacheco Gatto 1620-1709 Anna da Veiga  Pedro Nunes de Pontes 1615-1659 Ignez Domingues Ribeiro ca 1613-1695 Alvaro Barreto de Siqueira ca 1646-1719 Margarida Cardozo da Fonseca ca 1652-  
      | | | |   | | |- 1632 -| | |  
      


 


   


 


 


  
      | |   | | |  
    João Rodrigo Rodrigues Ribas  Leonilda Angélica 1670- Lourenço de Andrade Dornelas 1652-1733 Izabel Rodrigues Seixas ca 1654-1744 Belchior de Borba Paes 1667-1739 Maria Domingues de Pontes 1657-1737 Francisco Barreto Cardoso ca 1670- Ignez Pedroso de Moraes ca 1675-
    | | |- 1698 -| |- 1687 -| | |
    


 


 


 


    | | | |
    Miguel Rodrigues Ribas 1694-1774 Maria Rodrigues de Andrade 1706-1730 Amaro de Borba Pontes 1690- Izabel Cardozo de Moraes ca 1705-1771
    | | | |
    


 


    | |
Manoel Antonio de Faria  Lúcia de Sá e Mendonça 1733- Lourenço Ribeiro de Andrade 1724-1799 Izabel de Borba Pontes 1730-1771
|- 1754 -| | |



 


| |
João Antonio Pinto de Faria Menezes 1759- Anna Maria do Espírito Santo Ribas 1760-1793
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Lourenço Pinto de Sá Ribas 1782-1835




























Histórica foto de Curitiba, outubro de 1908, apresenta momento de instrução de tropa do exército realizada durante manobras nos chamados Campos do Ahu. Na época, o Paraná estava em litígio de demarcação de fronteiras com a Argentina nas divisas com imediações do Rio Iguaçu. (Foto: Acervo Cid Destefani) Paulo Grani

 Histórica foto de Curitiba, outubro de 1908, apresenta momento de instrução de tropa do exército realizada durante manobras nos chamados Campos do Ahu.


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(Foto: Acervo Cid Destefani)

Paulo Grani




Magali: HQ "Prisioneira do espelho"

 

Magali: HQ "Prisioneira do espelho"


Em setembro de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Prisioneira do espelho", em que a Magali e outras meninas vão parar dentro de um espelho por estarem com excesso de vaidade. Com 14 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 164' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Magali Nº 164' (Ed. Globo, 1995)

Mônica vê Magali se olhando no espelho, diz que estava procurando para elas brincarem, comenta que passou na casa da Carminha Frufru e a mãe dela estava preocupada que a filha havia sumido desde manhã. Magali não dá atenção e Mônica reclama que estava falando com ela. 

Magali pede desculpa, é que achou aquele espelho lindinho e graças a ele descobriu que ela também é lindinha e repara na sua boca, nariz, orelha. Mônica manda Magali deixar a orelha para lá e ir brincar com ela e Magali diz que agora não porque prefere ficar se olhando mais um pouco e Mônica vai embora.

Magali pergunta se ao espelho de tem menina mais bonita que ela, de olhinhos mais meigos, cabelos mais brilhantes, pele mais macia e o espelho responde que no momento, não e come a Magali. Já dentro do espelho, ela pergunta como comeu se ela está inteirinha e o espelho diz que está estômago dele e estava deliciosa e pergunta o por quê do espanto, se ela é gulosa também.

Magali diz que espelhos não comem, ele diz que comem vaidade e ela não pode sair dali, não há passagem para o outro lado, mesmo ela vendo o mundo lá fora. Magali se cansa em tentar sair e o espelho aconselha a ficar quieta, se conformar e ir conversar com as outras meninas que comeu e deixá-lo sossegado que ainda está com fome.

Magali acha engraçada a barriga do espelho, se vê em todas as partes, mas agora não vê tanta graça assim e pergunta o que deu nela de ficar olhando aquele espelho. Uma menina diz que não é para se culpar, é um truque que ele usa com todas. Magali gosta de vê-la e a menina a leva onde estavam as outras e encontra a Carminha Frufru, que fala que o espelho a engoliu, estava admirando a beleza, seus detalhes, quando ele abriu o bocão e a engoliu.

A outra menina conta que o espelho come vaidade, hipnotiza até incharem de vaidade e aí come e não há jeito de sair, não tem passagem para fora. Magali diz que elas podiam pelo menos impedir que outras meninas caiam na armadilha e evitar superpopulação lá e elas vão até á frente do espelho.

No lado de fora, Mônica comenta que a Magali deixou o querido espelho largado e, apesar de não merecer, resolve guardá-lo para ela. Diz que preferiu ficar se olhando a brincar com ela e pelo menos não se acha tão bonita assim. O espelho solta encanto e Mônica passa a se admirar, acha que não é tão feia, aliás nem um pouco feia e admira seus cabelos sedosos, olhos faiscantes, narizinho, dentões maravilhosos e charmosos.

Magali se espanta com a voz da Mônica, tenta avisá-la, mas ela não ouve e a menina manda falar mais alto. Quando o espelho já está quase hipnotizando a Mônica e pronta para ser engolida, Magali tem ideia de todas xingarem juntas a Mônica de baixinha, gorducha, dentuça e outros desaforos. Mônica quebra o espelho pensando que era ele que estava a xingando, fazendo libertar Magali e todas as outras meninas. 

No final, Mônica descobre tudo, Magali diz que nunca ficaria tão vaidosa à toa, foi tudo truque, conta que a gente deve gostar da gente sem exageros, muita gente quer fazer acreditar que o mais importante é a beleza, mas o importante é ter confiança em si e desenvolver outras qualidades e nunca mais serão prisioneiras do espelho. Olhando a Carminha se admirando no espelho, Mônica diz que pelo menos a maioria delas.

História legal em que a Magali encontra um espelho mágico falante que provoca vaidade das meninas que olham para ele para depois devorá-las. Magali é engolida e encontra dentro do espelho outras meninas que tiveram mesmo destino. Elas ajudam a Mônica a não cair na lábia do espelho, xingam a Mônica para ela pensar que era o espelho que estava xingando, Mônica quebra o espelho, libertando todo mundo e no final a Carminha Frufru é a única que continua vaidosa.

Magali se deixou levar pela vaidade que o espelho jogava para engolir suas vítimas e acabou se dando mal, mas nem foi culpa dela porque era o espelho que jogava o feitiço e ela não poderia saber que o espelho era mágico. Diferente da Carminha Frufru que era vaidosa e admiradora da sua beleza por natureza, com ela o espelho nem deve ter trabalho, foi a que conseguiu engolir mais rápido, tanto que nem se redimiu no final depois de tudo que passou, continuou como era antes da história.

Quem diria Magali sendo devorada, logo ela que sempre devorava os alimentos. De certa forma ela sentiu como os alimentos ficam no estômago dela. Só assim para Magali xingar a Mônica e nem apanhar, pelo visto aproveitou a situação para xingar a amiga, coisa que nunca podia, mas tinha vontade. Interessante a Mônica não se preocupar com o sumiço da Carminha, não querer investigar, mais importante era brincar com a Magali.

Não teve explicação da onde veio aquele espelho mágico falante, se ele pertencia a uma bruxa ou coisa do tipo. Quando o espelho fala, até poderia pensar que era o espelho da bruxa de Branca de Neve, mas nada confirmado. Na época era normal não dar explicações para tudo, as coisas aconteciam e pronto sem deixar explicado, ficando na imaginação dos leitores e era melhor assim. Hoje o público atual não gosta disso e até reclamam que não deixaram explicado. Pelo certo, quebrando espelho, as meninas ficariam presas para sempre ou morreria, mas teve efeito contrário nesta história, para o bem delas, e ajudou nos absurdos de histórias em quadrinhos que eram sempre bons.

Foi engraçado ver a Magali vendo o pé no espelho, espelho crescer e criar forma de boca para engolir a Magali, espelho saber da fama de gulosa e comilona da Magali, os xingamentos delas, Mônica quebrar espelho porque foi xingada, as meninas saírem do espelho de mãos dadas.

Essa história teve mensagem de alerta de forma divertida para muitas pessoas com excesso de vaidade que não é bom e continua bem atual com tecnologia de redes sociais da internet que pessoas postam fotos direto para sustentar vaidade, em vez de escravos do espelho, são escravos das redes sociais. 

Uma história da Magali sem foco em comida, apesar de ela ter sido engolida pelo espelho, na época passaram a colocar mais histórias da Magali sem a ver com comida para dar variada. Histórias com espelhos e reflexos estavam em alta na época, era bem comum histórias assim, e aumentou mais em histórias com o 3D Virtual envolvendo o espelho tridimensional criado pelo Franjinha para justificar as cenas em 3D nessas histórias.

Carminha Frufru dessa vez não foi tratada como vilãzinha, apenas como uma menina fútil, vaidosa e que não se redimiu mesmo depois de tudo que ela passou dentro do espelho. Carminha, criada em 1993, passou a ser personagem fixa a partir de 1995, só que até então sem uma personalidade fixa, apesar de ser vilãzinha e causar intrigas entre Magali e Mônica na maioria das vezes nos seus primórdios. Ainda sem traços definidos, dessa vez foi ruiva, e aparecia com cabelo e visual diferentes a cada história, só depois que a padronizaram como loira.

É incorreta atualmente por mostrar crianças com vaidades excessivas, espelho engolir Magali que pode dar trauma, os xingamentos para Mônica principalmente xingada de elefanta, medonha e abridor de latas, posições da Magali como no 2º quadro da página 5 do gibi, calcinhas das meninas à mostra, principalmente os jeitos da Magali no 3º quadro da página 13 do gibi e da Mônica no 3º quadro da página 15 do gibi, palavras e expressões que nem "cabelos sedosos", "olhos faiscantes", que podem ser de difícil entendimento para crianças, ou de duplo sentido que podem gerar memes maldosos que nem "eu comi você" e "me comeu". Teve erro da Magali sem franjinha no cabelo no lado direito no último quadro da história.

Traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. As cores seguiram com degradê em todos os quadros, inclusive em gramas, muros, etc, e como nessa tiveram muitos fundos brancos por estarem dentro do espelho, colocaram o degradê nos balões coloridos. Dessa vez quadros  divididos em 3 linhas por página ou até 6 quadros por página ao invés do tradicional 4 linhas por página sou até 8 quadros, alguns acham mais bonitos quadros assim, porém história ocupa mais páginas no gibi do que se fosse o enquadramento padrão. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

Cebolinha e a Turma: HQ "A pracinha da Mônica"

 

Cebolinha e a Turma: HQ "A pracinha da Mônica"

Cebolinha e a Turma: HQ "A pracinha da Mônica"

Há 40 anos, era inaugurada a "Pracinha da Mônica" e fizeram uma história especial em que a turma se transforma em brinquedos por causa de um mecânico de brinquedos que se revolta com crianças e Cebolinha precisa fazer seus amigos voltarem ao normal. Com 15 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 154' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cebolinha Nº 154' (Ed. Abril, 1985)

João, o mecânico do parque de diversões do bairro reclama que odeia crianças, ficam destruindo os brinquedos deles, não ficaria lá se não precisasse tanto do emprego, conta que deixam tênis nas engrenagens da roda gigante, entope espingardas de rolha com chiclete. 

O dono do parque avisa que grudou um pirulito na montanha-russa e aí João se cansa das crianças estragarem os brinquedos deles, o dono fala que os brinquedos não são dele, são do parquinho e que não devia ficar cinco anos sem tirar férias, os nervos estão à flor da pele. João vai desligar a chave geral do parque inteiro para todos os brinquedos pararem. 

O dono tenta impedir, não consegue e João  dá um curto-circuito em todos os brinquedos do parque. O corpo do João fica todo eletrificado e vai me direção a uma criança chorando. O dono impede martelando forte a máquina de prêmios onde o João estava em cima jogando para cima, o corpo eletrificado passa por cima de nuvens carregadas de poluição e elementos químicos de uma fábrica, parando onde a Turma da Mônica estava brincando, abrindo uma cratera.

A turma se assusta com o raio e com a cratera e quando olham veem o João transformado em João Transformão. Cebolinha reclama que ele quebrou os brinquedos deles e exige que conserte senão vai falar com o pai dele. João Transformão chama de crianças imbecis e que vai fazer melhor que isso. Mônica quer dar coelhada nele por ter chamado de imbecis e João Transformão e faz a Mônica virar um jogo de amarelinha.

João Transformão avisa que vai transformar todas as crianças do mundo em brinquedo porque vai ser a vez de brincar com eles e se quebrar, não vai precisar consertar. A turma acha que João Transformão é doido, tentam fugir e consegue transformar Magali e Cascão, mas Cebolinha consegue fugir. Magali vira cubos gigantes para montar, o gibi dela com o Jotalhão vira escorregador e o Cascão virou piscina de pescaria.

Cebolinha tenta ajudar os amigos, pega a varinha de pescar do Cascão e pesca a chave do poder do João Transformão e sem ela, pode transformar nem destransformar nada. João Transformão corre para recuperá-la e escorrega na casca de banana que estava no jogo de amarelinha da Mônica e cai na piscina de pesca do Cascão, que dá uma mordida nele, dizendo que ele tem um gosto horrível. João Transformão cai no escorregador do Jotalhão e fica preso nos cubos da Magali.

Quando Cebolinha ia fazer os amigos voltarem ao normal, aparecem crianças tristes que vai demorar uma semana para o parquinho voltar a funcionar e não sabem onde vão brincar agora. Assim, no final, Cebolinha deixa seus amigos transformados em brinquedos por mais uma semana e avisa que eles estão fazendo a alegria da criançada brincando neles.

História de aventura legal em que o mecânico do parquinho do bairro se revolta com as crianças destruindo brinquedos que ele conserta e resolve se vingar desligando a chave de energia do parque, mas leva um curto circuito e vira o vilão João Transformão, que quer transformar todas as crianças do mundo em brinquedos. Começa com a Turma da Mônica, só o Cebolinha foge e consegue que seus amigos voltem ao normal. No final, Cebolinha permanece os amigos como brinquedos para ajudar as crianças que ficaram sem brinquedo até o parquinho voltar a funcionar.

Mesmo transformados em brinquedos, a turma falava e reclamava de serem brinquedos e ainda ajudaram o Cebolinha a capturar o João Transformão, foi legal, já que podiam ficarem inanimados com as transformações. Foram bem ágeis em capturar o vilão, se desse algum erro e o João Transformão transformasse o Cebolinha em brinquedos, nenhuma escaparia também. Cebolinha fez boa ação deixando amigos como brinquedos, não podia deixar as crianças tristes sem brincar. João Transformão também se transformou em brinquedos no final como castigo, um pula-pula transformado pelo Cebolinha.

João foi muito perverso só para se vingar das crianças que destruíam os brinquedos do parque. Teve a justificativa de que estava cinco anos sem tirar férias, e o acúmulo de serviço passou a irritá-lo e descontar o estresse com as crianças. Interessante que o João mudou de aparência depois de se transformar em João Transformão, de um senhor comum com boné e roupa de mecânico passou a ter camiseta estampada com letra "T" e calça vermelha, capa preta nas costas, bigode com formato de chave inglesa e cabelo maior e penteado para cima, dando um visual mais jovial. E uma chave inglesa servia para transformar as crianças em brinquedos.

Boa sacada de um gibi com o Jotalhão que a Magali estava segurando virar o escorregador do Jotalhão, sinal que se os outros estivessem também segurando objetos também se transformariam em brinquedos, não eram apenas as crianças. Para o desespero do Cascão, foi justo se transformar em uma piscina, sorte dele que não tinha água nessa piscina, só lembra mesmo objeto de água. Procuraram colocar alguns brinquedos que foram marcas registradas da verdadeira "Pracinha da Mônica" como escorregador de Jotalhão, o pula-pula e a pescaria. Sendo que na Pracinha, o pula-pula era do Jotalhão e a pescaria era do Chico Bento.

Foi engraçado ver crianças que jogaram tênis nas engrenagens da roda-gigante, chiclete na espingarda de rolha e pirulito na montanha-russa. De certo ponto o João tinha razão de reclamar. Legal também o curto-circuito do João e sua transformação em João Transformão,  a transformação lenta da Mônica de jogo de amarelinha, agilidade da turma em capturar o vilão, o Cascão como piscina morder o vilão e ainda dizer que tem gosto horrível e a cara deles de permanecerem como brinquedos para agradar as crianças do bairro.

Ficou em aberto o destino do João Transformão após uma semana do parquinho do bairro voltar a funcionar. Se deixaram eternamente como brinquedo, ou se continuou como João Transformão e ser preso pelas vilanias, ou se voltou a ser o mecânico João, sem se lembrar que tinha virado João Transformão e se precisaria pagar pelo que fez ou não, ou se ele se arrependeu de odiar as crianças. Várias possibilidades após a história acabar, ficando tudo na imaginação do leitor de dar a conclusão que achar mais conveniente.

João Transformão voltou aparecer depois em 'Clássicos do cinema Nº 29 - Tô na História' (Ed. Panini, 2011) como o responsável de transformar os personagens em brinquedos na paródia do filme "Toy Story", também foi lembrado depois no gibi comemorativo de 'Cebolinha Nº 500' (Cebolinha Nº 86 - Ed. Panini, 2014) junto com outros vilões e elementos de outras histórias que marcaram época nas revistas do Cebolinha até então e depois teve uma participação em um quadrinho na história de abertura de 'Mônica Nº 14' (Ed. Panini, 2016). 

Traços ficaram bons, típicos dos anos 1980, já com estilo consagrado dos personagens. Teve erro  do mecânico João com bigode branco em alguns quadros. Incorreta atualmente por João odiar crianças, levar curto circuito, ter espingarda de brinquedo, além de palavras e expressões populares de duplo sentido ou de cunho religioso como "nervos estão à flor da pele", "Meu Deus!", "Maldição!" e Cebolinha pensar com dislalia, trocando "R" pelo "L", hoje ele pensa sem trocar letras.

A Pracinha da Mônica, que serviu de inspiração e divulgação para essa história, foi um parque itinerante que durou entre 1985 a 1991 com brinquedos temáticos da Turma da Mônica. Ficava em uma cidade por cerca de 2 semanas e depois viajava para outro local do Brasil, todos os estados receberam a Pracinha da Mônica ao longo dos anos. Tinham brinquedos variados com destaque ao "Escorregador do Jotalhão", "Atelier da Mônica", "Pescaria do Chico Bento", "Labirinto do Astronauta", entre outros. A partir de 1993 o Parque da Mônica ficou no lugar da Pracinha, como parque fixo em São Paulo, o que tirou o lado itinerante de todos poderem ir e não precisar viajar para ir ao Parque da Mônica de São Paulo. Aqui uma das propagandas da Pracinha da Mônica que saíam nos gibis da época e mostravam as cidades onde estariam nos próximos meses.