Maria Rosa Tanadini Rosinha (Maria Rosa Tanadini) Nascida a 1 de setembro de 1883 (sábado) - Curitiba, Parana, Brasil Baptizada a 20 de abril de 1884 (domingo) - Catedral, Curitiba, Paraná, Brasil Falecida a 28 de julho de 1971 (quarta-feira) - Curitiba, Parana, Brasil, com a idade de 87 anos Enterrada a 28 de setembro de 1971 (terça-feira) - Cemitério Municipal São Francisco de Paula
Maria Rosa Tanadini Rosinha: Uma Vida Tecida com Amor, Perda e Resiliência — O Legado de uma Mulher que Viu o Século Mudar
Por um olhar que atravessa o tempo, com ternura e respeito, contamos a história de Maria Rosa Tanadini — Rosinha, como era carinhosamente chamada — uma mulher cuja vida foi um mosaico de alegrias profundas, perdas devastadoras e uma força interior que a sustentou até os últimos dias. Nascida em 1883, testemunhou a transformação do Brasil, da província do Paraná à modernidade urbana de Curitiba. Mas mais do que testemunha, ela foi protagonista — mãe, filha, irmã, esposa, avó — e sua história é a história de uma família, de uma geração, de uma alma que não se deixou quebrar.
O Nascer: Um Sábado de Setembro em Curitiba
No dia 1º de setembro de 1883, sob o céu azul e o aroma de pinheiros que ainda dominavam as ruas de Curitiba, nasceu Maria Rosa Tanadini — ou simplesmente Rosinha, como seria conhecida por todos os que a amaram. Era um sábado, e a cidade, ainda pequena e provinciana, estava em pleno crescimento. Seus pais, Luigi (Luis) Luiz Tanadini e Tersilla Cecilia Tomaselli, haviam chegado ao Brasil vindos da Itália, trazendo consigo não apenas suas bagagens, mas também suas tradições, sua fé e seu sonho de construir uma nova vida.
Luigi, nascido em 1841, era um homem trabalhador, talvez carpinteiro, talvez comerciante — os registros são escassos, mas sua presença era forte. Tersilla, nascida em 1849, era a coluna da casa, a guardiã dos costumes, a voz suave que acalmava os filhos e rezava pelas noites longas. Rosinha foi o sétimo filho do casal, e já nascera em meio a uma família numerosa e vibrante — e também marcada pela dor.
Seus irmãos eram muitos: Armilia (Palmira), Abele (Alberto Luiz), Rachele (Raquel), Manoel (Maneco), Ernesto, e depois vieram Luiza Pasquina e os dois Franciscos — ambos falecidos na infância, um em 1888, outro em 1927. A morte era uma sombra constante naquela casa. Rosinha cresceu aprendendo que a vida podia ser cruel, mas também que o amor entre irmãos era o que mantinha o coração batendo.
Ela foi batizada na Catedral Metropolitana de Curitiba, em 20 de abril de 1884 — um domingo solene, com o sino da igreja ecoando pelas ruas de pedra. Foi lá, entre velas acesas e o canto dos padres, que ela recebeu seu nome sagrado: Maria Rosa, em homenagem à Virgem e à flor que simboliza beleza e fragilidade — características que ela carregaria consigo, mesmo quando se tornasse uma rocha para sua família.
Infância e Juventude: Entre Lágrimas e Risos
Rosinha cresceu em uma Curitiba que ainda tinha ruas de terra, carroças puxadas por bois e casas de madeira. Ela brincava nas praças com seus irmãos, corria atrás das galinhas no quintal, ajudava a mãe a cozinhar o macarrão caseiro e a costurar as roupas da família. A infância foi dura, mas feliz — repleta de histórias contadas à luz de lamparinas, de cantigas de ninar e de abraços apertados quando alguém adoecia.
Mas a dor veio cedo. Em 1888, seu irmãozinho Francisco, nascido em novembro, morreu aos poucos dias de vida. Rosinha, com apenas cinco anos, viu a mãe chorar silenciosamente, enquanto o pai tentava disfarçar a dor com gestos firmes. E em 1891, outro Francisco nasceu — e sobreviveu por 16 anos, até 1927, quando morreu em Rio Negro, vítima de uma doença que ninguém conseguiu curar.
Em 1899, a avó materna, Pasqua Bottoli, faleceu — outra perda que abalou a família. Rosinha, então com 15 anos, já começava a entender que a vida era feita de ciclos — de nascimentos, crescimentos, e despedidas.
Ela cresceu linda, gentil, com olhos castanhos que refletiam a bondade da mãe e a determinação do pai. Aos 20 anos, em 1904, teve seu primeiro filho: Ernesto Luiz Tanadini Mugiatti — um menino saudável, fruto de um casamento que começou com esperança, mas terminaria em desilusão.
O Casamento: O Amor que Não Resistiu
Rosinha se casou com Alberto Mugiatti em 10 de janeiro de 1903, aos 19 anos. Ele era jovem, bonito, talvez sonhador — e ela, apaixonada. O casamento aconteceu na mesma Catedral onde ela fora batizada, cercada pelos irmãos, pelos pais, pelas tias e primos. Foi um dia de festa, com flores, música e promessas de felicidade eterna.
Mas a realidade foi diferente. Alberto, talvez inseguro, talvez incapaz de lidar com a responsabilidade de ser marido e pai, afastou-se. O casamento desmoronou. Não há registros de brigas, de violência, apenas de silêncios, de distanciamentos, de uma separação que, embora não oficializada como divórcio (algo raro na época), foi vivida como tal.
Rosinha ficou sozinha com Ernesto. E, em vez de desabar, ela se ergueu. Trabalhou. Cuidou do filho. Ensinou-lhe valores. Fez dele um homem honesto, trabalhador, digno — mesmo sem o pai ao lado. Ela nunca reclamou. Nunca culpou Alberto. Apenas seguiu em frente, com a cabeça erguida e o coração firme.
A Mãe: A Força que Sustentou uma Família
Ernesto cresceu sob os cuidados de Rosinha — e ela o criou com amor, disciplina e muito trabalho. Ele foi seu mundo. Quando ele se tornou adulto, ela o acompanhou em cada passo — nos estudos, no trabalho, nos relacionamentos. E quando ele se casou e teve filhos, Rosinha se tornou avó — e, novamente, encontrou um novo propósito.
Ela amava os netos como se fossem seus próprios filhos. Contava histórias, preparava bolos, ensinava orações, costurava roupas, consolava choros. Era a avó que todos queriam ter — aquela que abraçava com força, que beijava a testa, que dizia “tudo vai ficar bem” mesmo quando sabia que nem sempre ficava.
Ela viveu para ver seus netos crescerem, formarem-se, casarem-se, terem filhos. E, mesmo quando envelheceu, continuou presente — com seu vestido floral, seu colar de cruz, seu sorriso suave e seus olhos que ainda brilhavam quando falava dos tempos antigos.
As Perdas: Um Coração que Sofreu, Mas Nunca Parou
Rosinha perdeu quase todos os que amou. Primeiro, o pai, Luigi, em 1910 — vítima de derrame. Ela tinha 26 anos, e a dor foi profunda. Depois, a mãe, Tersilla, em 1932 — aos 83 anos, em Piraquara. Rosinha chorou como uma criança, porque, mesmo adulta, ainda precisava da mãe.
Ela viu seus irmãos partirem um a um:
- Ernesto, em 1924 — vítima de alcoolismo crônico.
- Francisco, em 1927 — em Rio Negro.
- Abele (Alberto Luiz), em 1946 — em Piraquara.
- Armilia (Palmira), em 1962 — em Curitiba.
- Manoel (Maneco), em 1962 — também em Curitiba.
- Luiza Pasquina, em 1963 — sua irmã mais nova, que ela ajudou a criar.
- Rachele (Raquel), em 1965 — a última irmã viva, falecida de câncer.
Cada enterro era uma facada no peito. Cada lápide, uma recordação. Mas Rosinha nunca parou de ir aos cemitérios. Nunca deixou de levar flores. Nunca esqueceu os nomes, as datas, as histórias. Ela era a memória viva da família — a guardiã das lembranças.
Os Últimos Anos: A Sabedoria de uma Velha Senhora
Nos anos 1960 e 1970, Rosinha já era uma senhora idosa, mas ainda lúcida, ainda atenta, ainda presente. Morava em Curitiba, cercada por netos, bisnetos, amigos fiéis. Gostava de sentar na varanda, olhar o céu, lembrar dos tempos antigos — quando a cidade era pequena, quando os trens chegavam devagar, quando as pessoas se cumprimentavam nas ruas.
Ela contava histórias de sua infância, dos irmãos que partiram, do casamento que não deu certo, do filho que ela criou sozinha. E, sempre, no final, dizia: “Deus me deu forças para tudo. Eu não desisti. E vocês também não desistam.”
Ela era uma mulher de fé — rezava todas as manhãs, ia à missa aos domingos, guardava a Bíblia no colo. E, mesmo quando a saúde começou a falhar, ela não reclamou. Aceitou o tempo como parte da vida — como algo que vem, passa, e deixa lições.
A Partida: Um Ataque Cardíaco em Julho de 1971
Rosinha faleceu em 28 de julho de 1971, aos 87 anos, em Curitiba. Foi um ataque cardíaco — rápido, indolor, como se o corpo, cansado de tanto viver, tivesse decidido descansar.
Ela foi enterrada no Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em 28 de setembro de 1971 — dois meses após sua morte, talvez por questões burocráticas, talvez por desejo da família de esperar o outono, a estação das folhas que caem e renascem.
Sua lápide, na Quadra 10, Lote 103, Rua 3, Placa 47991, é simples — como ela foi. Sem grandes palavras, sem discursos pomposos. Apenas seu nome: Maria Rosa Tanadini. E, talvez, em letras menores, a palavra que define sua vida: Mãe.
O Legado: Uma Mulher que Deixou Marcas
Rosinha não foi uma heroína de livros ou jornais. Não ganhou medalhas, nem foi retratada em quadros. Mas ela foi uma heroína real — a heroína de sua família, de seus filhos, de seus netos, de seus irmãos que a amaram e que ela amou até o fim.
Ela ensinou que o amor não precisa de perfeição. Que a vida pode ser cruel, mas que o coração humano é capaz de resistir. Que a dor não apaga a alegria — ela apenas a torna mais preciosa.
Ela foi Maria Rosa Tanadini — Rosinha — uma mulher comum, que viveu uma vida extraordinária. Uma mulher que, mesmo diante da adversidade, escolheu amar. E, por isso, seu nome será lembrado — não apenas nos registros genealógicos, mas nos corações daqueles que a conheceram, que a amaram, que aprenderam com ela.
Hoje, em 27 de dezembro de 2025, quando o mundo corre, quando as pessoas se esquecem de olhar para trás, nós paramos para lembrar Rosinha.
Para agradecer por sua existência.
Para honrar sua memória.
Para dizer, em voz alta:
“Você foi forte. Você foi amor. Você foi família.”
E, talvez, em algum lugar, ela esteja sorrindo — com seu vestido floral, seu colar de cruz, seus olhos castanhos brilhando — e dizendo, como sempre disse:
“Tudo vai ficar bem.”
Descanse em paz, Rosinha.
Sua história não acabou.
Ela continua viva — em cada pessoa que você tocou.
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Pais
Luigi (Luis) Luiz Tanadini (Tenedini, Tenadini) 1841-1910- Tersilla Cecilia Tomaselli 1849-1932
Casamento(s) e filho(s)
- Casada (10 de jan de 1903), Curitiba, Paraná, Brasil, com Alberto Mugiatti 1882- , divorciados tiveram
Irmãos
Armilia Barbara Palmira Emilia / Palmira Tanadini 1871-1962
Abele Federico (Alberto Luiz) Alberto Luiz Tanadini 1873-1946
Rachele Lucia Tanadini 1874-1876
Rachele (Raquel) Raquel Tanadini 1877-1965
Manoel Maneco Tanadini 1879-1962
Ernesto Tanadini ca 1880-1924
Maria Rosa Rosinha Tanadini 1883-1971
Luiza Pasquina Tanadini 1887-1963
Francisco Tanadini 1888-1888
Francisco Tanadini 1891-1927
Notas
Notas individuais
Caratteri fisici :
-- GEDCOM (FAM) -- 1 DIV 2 TYPE DIV
Nascimento
Morte
Causa : Ataque cardíaco
Óbito Nº 1010
Enterro
Fontes
- Pessoa:
- LELIANA DE PAULA MATTOS - TANADINI Web Site (Smart Match)
- Everson Moscal - Moscal Web SiteÁrvores genealógicas do MyHeritage
Site de família: Moscal Web Site
Árvore genealógica: 303043271-1 - 303043271-1 - Discovery - Foto pessoal de Maria Rosa "Rosinha" Tanadini Mugiatti Adicionado através de Photo Discovery™
- Árvore Genealógica do FamilySearch - https://www.myheritage.com.br/research/collection-40001/arvore-genealogica-do-familysearch?itemId=1004285086&action=showRecord - Sra Maria Rosa Muggiati (nascida Tanadini Muggiati)<br>Gênero: Feminino<br>Nascimento: 1 de set de 1883 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Batizado: 20 de abr de 1884 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Casamento: 10 de jan de 1903 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Morte: 28 de jul de 1971 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Enterro: 28 de set de 1971 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Esposo: Sr Alberto Muggiati<br>Filho: Ernesto Luiz Tanadini Muggiati
Árvore genealógica (visão geral)
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Nascimento
Baptismo
Nascimento de uma irmã
Nascimento de um irmão
Morte de um irmão
Nascimento de um irmão
Morte da avó materna
Nascimento de um filho
Morte do pai
Causa : Derrame
Certidão de óbito Nº 17109
Casamento de uma irmã
Morte de um irmão
Morte de um irmão
Morte da mãe
Morte de um irmão
Morte de uma irmã
Morte de um irmão
Morte de uma irmã
Morte de uma irmã
Causa : Câncer
Morte
Enterro
Antepassados de Maria Rosa Rosinha Tanadini
| Antonio Tomaselli | Catterina Pirotti | Antonio Crescini | Cattarina Guarnieri | Federico Bottoli | Innocente Cattani | ||||||||||
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| Giuseppe Tomaselli 1785- | Domenica Crescini 1787- | Andrea Bottoli 1763- | Barbara Cattani | ||||||||||||
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| Francesco Tanadini † | Catterina Andreis ca 1803-1880 | Pietro Antonio Tomaselli 1810-?1874 | Pasqua Bottoli 1815-1899 | ||||||||||||
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| Luigi (Luis) Luiz Tanadini (Tenedini, Tenadini) 1841-1910 | Tersilla Cecilia Tomaselli 1849-1932
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Maria Rosa Rosinha Tanadini 1883-1971
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Descendentes de Maria Rosa Rosinha Tanadini
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