Denominação inicial: Projéto de Bungalow para o Snr. Emmanuel Pinheiro de Moura
Denominação atual:
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência Econômica
Endereço: Rua Ignácio Lustoza
Número de pavimentos: 1
Área do pavimento: 80,00 m²
Área Total: 80,00 m²
Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos
Data do Projeto Arquitetônico: 18/07/1935
Alvará de Construção: Nº 1291/1935
Descrição: Projeto Arquitetônico para construção de bangalô e Alvará de Construção.
Situação em 2012: Não localizada
Imagens
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
Referências:
1 – CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow. Planta do pavimento térreo e de implantação; corte, fachada frontal e muro apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
2 – Alvará n.º 1291
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
2 - Alvará de Construção.
2 - Alvará de Construção.
Acervo: Arquivo Público Municipal de Curitiba; Prefeitura Municipal de Curitiba.
O Bungalow Perdido de Emmanuel Pinheiro de Moura: Uma Moradia Econômica na Curitiba dos Anos 1930
Em 18 de julho de 1935, nos arquivos da Prefeitura de Curitiba, foi protocolado um projeto modesto, mas significativo: o “Projéto de Bungalow para o Snr. Emmanuel Pinheiro de Moura”. Concebido como uma residência econômica de pequeno porte, a edificação ocuparia apenas 80,00 m² em um único pavimento, erguida em alvenaria de tijolos — técnica sólida e acessível, amplamente adotada na capital paranaense durante o período de expansão urbana entre as décadas de 1920 e 1940.
Localizada na Rua Ignácio Lustoza, no centro da cidade, a casa inseria-se em um bairro em transformação, onde imigrantes, comerciantes e profissionais liberais buscavam estabilidade por meio da construção de um lar próprio. Apesar de seu caráter econômico, o projeto revela cuidado com a organização espacial e a integração ao lote urbano.
Um projeto técnico com intenção habitacional
Segundo a descrição preservada por Eduardo Fernando Chaves, a prancha arquitetônica original reunia, em um único desenho:
- planta do pavimento térreo;
- planta de implantação no terreno;
- corte arquitetônico;
- fachada frontal;
- detalhamento do muro de fechamento.
Esses elementos demonstram que, mesmo em uma moradia de custo reduzido, havia preocupação com funcionalidade, privacidade e aparência urbana. O modelo de bungalow — popular na época por sua simplicidade construtiva e adaptação ao terreno plano — era uma escolha racional para famílias que desejavam construir com orçamento limitado, sem abrir mão da dignidade de um espaço bem distribuído.
A residência, classificada oficialmente como “Residência Econômica”, reflete as políticas habitacionais implícitas da época: incentivar a edificação de moradias acessíveis, regulamentadas e integradas ao tecido urbano crescente de Curitiba.
Autorização concedida, presença apagada
O Alvará de Construção nº 1291/1935 confirmou a legalidade da obra, indicando que a casa foi, com grande probabilidade, efetivamente construída. Durante décadas, pode ter abrigado o cotidiano silencioso de Emmanuel Pinheiro de Moura e sua família — refeições na cozinha estreita, tardes na varanda, o som da chuva no telhado inclinado típico dos bungalows.
No entanto, ao contrário de outras construções contemporâneas que resistiram ao tempo, esta residência não foi localizada em levantamentos realizados até 2012. Sua ausência pode indicar demolição, substituição por novo edifício ou até alterações urbanas que apagaram seu endereço original. Hoje, não há vestígios físicos conhecidos da casa.
Memória em papel: o legado de uma casa ausente
Embora desaparecida, a residência de Emmanuel Pinheiro de Moura não deve ser esquecida. Ela representa uma geração inteira de moradias construídas por famílias comuns em Curitiba — não as grandes mansões da elite, mas as casas de tijolo simples, de telhado inclinado, de portas pintadas à mão, que formavam o verdadeiro tecido residencial da cidade em seu processo de modernização.
Seu valor histórico reside justamente nessa representatividade: é um exemplar documentado de habitação econômica da primeira metade do século XX, com projeto arquitetônico e alvará preservados — raridades para construções desse porte.
Conclusão: a cidade que some, mas não se cala
A casa de Emmanuel Pinheiro de Moura talvez nunca mais seja vista. Mas sua história permanece viva nos arquivos municipais, nos microfilmes e nos números de protocolo que, ao serem revisitados, revelam rostos, sonhos e vidas comuns.
Em uma época em que o crescimento urbano muitas vezes apaga o passado, resgatar projetos como este é um ato de resistência. Porque Curitiba não foi feita só de avenidas e parques, mas também de oitenta metros quadrados de tijolo, esperança e trabalho — como os do bungalow que um dia existiu na Rua Ignácio Lustoza.
Fontes:
- CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Bungalow para o Snr. Emmanuel Pinheiro de Moura. Planta do pavimento térreo e de implantação; corte, fachada frontal e muro apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
- Alvará de Construção nº 1291/1935. Arquivo Histórico de Curitiba.




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