Robin Hood: Herói Real ou Apenas uma Lenda?
Robin Hood: Herói Real ou Apenas uma Lenda?
"Rouba dos ricos e dá aos pobres."
Essa frase simples atravessou séculos, continentes e culturas — e ainda hoje ecoa como um grito de justiça em tempos de desigualdade. Mas quem foi, de fato, Robin Hood? Um bandido romântico? Um símbolo de resistência? Ou apenas um personagem nascido da imaginação popular?
A resposta, como tantas vezes na história, está entre a realidade e o mito.
As Primeiras Aparições: Quando a Lenda Nasceu
Robin Hood não surgiu nos livros de história, mas nas canções. As primeiras referências datam do século XIV, em poemas medievais como “A Gest of Robyn Hode” (c. 1450), que já o descrevem como um “cavalheiro fora da lei”, habilidoso com o arco, generoso com os pobres e inimigo do xerife de Nottingham e dos monges corruptos.
Curiosamente, não havia menção a Maid Marian, ao frade Tuck ou até mesmo à Floresta de Sherwood nas versões mais antigas. Esses elementos foram acrescentados séculos depois, especialmente durante o Renascimento e a era vitoriana, quando a lenda foi domesticada, romantizada e transformada em conto moral.
Mas o cerne permaneceu: um fora da lei que desafia o poder opressor em nome dos oprimidos.
A Hipótese Histórica: Roger Godberd — o “Robin Good”?
Embora não exista prova conclusiva da existência de Robin Hood tal como conhecemos, historiadores identificaram figuras reais cujas vidas se assemelham à lenda. Uma das mais convincentes é a de Roger Godberd.
Quem foi Roger Godberd?
- Viveu no século XIII (não no século XII, como muitas vezes se acredita);
- Foi um guerreiro e fora da lei da região de Nottinghamshire;
- Participou da Segunda Guerra dos Barões (1264–1267), ao lado do rebelde Simon de Montfort, contra o rei Henrique III;
- Após a derrota de Montfort, tornou-se foragido, liderando um bando que atacava cavaleiros reais, cobrava “pedágios” e roubava comboios do tesouro;
- Foi preso, escapou da Torre de Londres e continuou sua resistência por anos;
- Tinha ligações com o xerife local — que, inicialmente, era aliado, mas depois se tornou seu perseguidor;
- Era conhecido por sua lealdade ao código de honra dos cavaleiros rebeldes, protegendo camponeses e desafiando a autoridade real.
O nome “Robin Good” (Robin, o Bom) aparece em registros medievais como apelido popular — e com o tempo, “Good” pode ter se transformado em “Hood” (capuz), talvez por ele usar um capuz comum entre arqueiros da época.
Outras figuras possíveis incluem:
- Robert Hod (ou Robert Hood), um fugitivo de Yorkshire mencionado em registros de 1225;
- Fulk FitzWarin, um nobre que se rebelou contra o rei João e foi exilado — sua história foi romanticizada em romances medievais.
Mas nenhuma dessas pessoas corresponde perfeitamente ao Robin Hood da lenda. E talvez não precise corresponder.
Sherwood, o Xerife e o Rei: O Pano de Fundo Histórico
A lenda se desenvolveu em um contexto histórico real: a Inglaterra pós-Normanda, marcada por:
- Altos impostos para financiar guerras (como as Cruzadas);
- Abusos dos xerifes, que governavam condados com poder quase absoluto;
- Desflorestamento forçado, que expulsava camponeses de terras ancestrais;
- Crise social entre nobreza, clero e povo comum.
Nesse cenário, a figura do “fora da lei justo” surgiu como um desejo coletivo: alguém que devolvesse a dignidade ao povo comum. Robin Hood não precisava ser real — ele precisava existir como esperança.
A Floresta de Sherwood, por sua vez, era uma das florestas reais — áreas onde a caça era proibida para plebeus sob pena de morte. Caçar ali era um ato de desobediência civil. Assim, Robin Hood, arqueiro que caça veados na floresta proibida, torna-se um símbolo de resistência ecológica e social.
O Túmulo de Robin Hood: Entre o Mito e a Memória
Em Kirklees Park, Yorkshire, existe uma lápide antiga com a inscrição:
"Aqui jaz Robert, Earl of Huntingdon,
Robin Hood, que morreu em 24 de novembro de 1247,
com 87 anos de idade."
A data é historicamente improvável (o título de "Earl of Huntingdon" não era usado assim na época), e a lápide data do século XVII — ou seja, foi erguida 400 anos após a suposta morte. Mesmo assim, o local atrai milhares de visitantes anualmente.
A lenda diz que Robin, doente e traído, foi até o Priorado de Kirklees para ser sangrado (tratamento medieval). Lá, foi enganado por sua prima, a freira, que abriu suas veias demais — ou por um homem de confiança que o vendeu por ouro. Antes de morrer, teria atirado uma flecha pela janela e pedido para ser enterrado onde ela caísse.
É uma morte simbólica: até o fim, Robin escolhe seu próprio destino.
Por Que a Lenda Nunca Morre?
Robin Hood persiste porque sua luta é atemporal. Em tempos de:
- Desigualdade extrema;
- Corrupção institucional;
- Impostos injustos;
- Poder concentrado nas mãos de poucos…
…a ideia de um herói que redistribui riqueza e desafia a elite ressoa profundamente. Ele é o Zorro, o Batman, o V de Vingança da Idade Média.
Mais do que um homem, Robin Hood é um arquétipo: o justiceiro popular, o nobre que se coloca ao lado dos humildes, o fora da lei com código moral.
Ficha Resumo: Robin Hood – Mitos vs. Realidade
Conclusão: A Verdade Está na Lenda
Talvez nunca saibamos se um único homem chamado Robin Hood caminhou pela Floresta de Sherwood com seu arco de teixo. Mas isso não importa.
O que importa é que, por séculos, camponeses esfomeados, camponesas desesperadas e jovens sonhadores acreditaram nele. E essa crença mudou o mundo.
Porque toda vez que alguém se levanta contra a injustiça em nome dos que não têm voz, Robin Hood renasce.
E enquanto houver desigualdade, ele nunca morrerá.
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