Armilia Barbara Palmira Tanadini Emilia / Palmira (Armilia Barbara Palmira Tanadini) Nascida a 2 de abril de 1871 (domingo) - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Itália Falecida a 31 de janeiro de 1962 (quarta-feira) - Curitiba, Parana, Brasil, com a idade de 90 anos Enterrada - Cemiterio São Francisco de Paula - Curitiba - PR
Armilia Barbara Palmira Tanadini: Uma Vida Tecida com Coragem, Amor e Raízes que Cruzaram o Oceano
Por uma voz que ecoa do passado, para as gerações futuras
Ela nasceu sob o céu da Lombardia, em um dia de abril ensolarado, quando as árvores de Acquanegra sul Chiese começavam a florescer e o Rio Chiese corria sereno. Armilia Barbara Palmira Tanadini — ou simplesmente Emília, como era carinhosamente chamada — veio ao mundo em 2 de abril de 1871, no coração da Itália, em um tempo em que o futuro ainda era escrito a tinta e lápis, e os sonhos eram alimentados pela esperança de um horizonte mais amplo.
Seus pais, Luigi Tanadini e Tersilla Cecilia Tomaselli, eram pessoas de fé, trabalho e resiliência. Luigi, um homem de mãos calejadas e olhar firme, sonhava com um futuro melhor para seus filhos. Tersilla, delicada e forte, mantinha o lar unido com amor, orações e sabedoria ancestral. Eles não tinham muito, mas tinham tudo o que importava: um lar, uma família e um propósito.
Armilia cresceu cercada por irmãos — muitos irmãos — numa casa onde o barulho das crianças era sinfonia e o cheiro de pão caseiro, perfume sagrado. Aos dois anos, ganhou seu primeiro irmão, Abele Federico (Alberto Luiz), em 1873. Em 1874, veio Rachele Lucia, que infelizmente partiu cedo, aos dois anos, em Gênova, em 1876 — uma dor que marcou profundamente a família. Mas a vida insistiu em continuar, e em 1877, outra Rachele — Raquel — chegou, trazendo consigo uma história mágica: dizem que ela nasceu a bordo do navio que trouxe a família para o Brasil, uma lenda que só foi confirmada décadas depois, em 2015, quando sua certidão de nascimento foi encontrada nos arquivos de Mantova.
Em 1879, o destino já havia traçado um novo rumo: a família embarcou para o Brasil. E foi em Morretes, Paraná, que nasceu Manoel Maneco Tanadini, o primeiro filho da família a nascer em solo brasileiro. Armilia, então com oito anos, viu o mar pela primeira vez — vasto, azul, assustador e promissor. Foi ali, entre as montanhas e as matas do Paraná, que ela aprendeu a ser brasileira, sem nunca esquecer suas raízes italianas.
Nos anos seguintes, outros irmãos vieram: Ernesto, em 1880; Maria Rosa Rosinha, em 1883; Luiza Pasquina, em 1887; e os pequenos Francisco, que nasceu e partiu em 1888, e outro Francisco, em 1891, que também faleceu jovem, em 1927. Cada nascimento era uma bênção, cada partida, uma ferida que se curava com o tempo, mas jamais desaparecia.
Armilia, a primogênita, tornou-se a coluna da família. Ela cuidava dos irmãos mais novos, ajudava a mãe nas tarefas domésticas, e observava o pai trabalhar com dedicação. Aos 19 anos, em 7 de junho de 1890, ela se casou com Josué Joaquim Antonio Moraes, na Paróquia de Nossa Senhora da Luz, em Curitiba. O casamento foi celebrado pelo Pe. Alberto José Gonçalves, com testemunhas como Julio Ginesta e Jorge Gunter — nomes que hoje parecem ecoar de um tempo distante, mas que foram testemunhas de um amor verdadeiro.
Do casamento, nasceu sua única filha: Alzira Moraes. Alzira foi o fruto de um amor maduro, de uma mulher que já havia vivido tanto — a imigração, a perda, a adaptação, a construção de uma nova vida. Armilia educou Alzira com carinho, transmitindo-lhe os valores da família, a força da fé e o orgulho de suas origens.
Sua vida foi marcada por perdas dolorosas: em 1899, perdeu sua avó materna, Garrafas de Páscoa — nome curioso, mas carregado de história. Em 1910, seu pai, Luigi, faleceu vítima de derrame. Em 1932, sua mãe, Tersilla, partiu em Piraquara. E aos poucos, seus irmãos também foram se despedindo: Ernesto, em 1924, vítima do alcoolismo crônico; Francisco, em 1927; Abele, em 1946; e Raquel, em 1965. Maria Rosa Rosinha, a mais velha das irmãs sobreviventes, partiu em 1971, e Luiza Pasquina, em 1963.
Armilia, porém, resistiu. Com uma força que só quem viveu tanto pode ter, ela seguiu em frente. Viúva, mãe solteira, avó, tia, irmã, amiga — ela era tudo isso e mais. Morou em Curitiba, cidade que abraçou sua família e se tornou sua terra. Lá, ela construiu sua história, plantou memórias, e deixou marcas que não se apagam.
Em 31 de janeiro de 1962, aos 90 anos, Armilia Barbara Palmira Tanadini partiu. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São Francisco de Paula, em Curitiba, no lote 103A, quadra 0010, quarto 3 — um lugar modesto, mas digno, como ela mesma foi: humilde, mas grandiosa.
Sua fotografia, capturada em tons suaves, mostra uma mulher de olhos profundos, expressão serena, rosto marcado pelas rugas da vida — cada linha, uma história, cada sombra, uma lembrança. Ela olha para nós com a calma de quem já viu tudo, sofreu tudo, amou tudo — e ainda assim, permaneceu de pé.
Por que contar sua história?
Porque Armilia não foi apenas uma mulher do século XIX que viveu até o século XX. Ela foi uma ponte entre dois mundos: a Itália de seus pais e o Brasil de seus filhos. Ela foi a mãe que criou com as próprias mãos, a irmã que protegeu os mais novos, a esposa que amou com lealdade, a avó que contou histórias, a mulher que sobreviveu à dor sem perder a ternura.
Sua vida é um espelho para todos nós: mostrando que, mesmo diante da adversidade, é possível construir um legado de amor, respeito e coragem. Que as raízes podem ser estrangeiras, mas o coração pode pertencer a qualquer lugar onde haja amor.
Hoje, em 29 de dezembro de 2025, enquanto escrevemos esta homenagem, podemos imaginar Armilia sorrindo de algum lugar além do tempo — talvez entre as nuvens de Acquanegra, ou nas ruas de Curitiba, ou mesmo ao lado de seus entes queridos, reunidos novamente.
Ela não está morta. Está viva — em cada descendente, em cada história contada, em cada gesto de bondade que sua família repassa de geração em geração.
Armilia Barbara Palmira Tanadini — Emília, Palmira, Mãe, Irmã, Avó, Mulher de Ferro e Coração de Ouro.
Que sua memória seja eterna.
Que sua história inspire.
Que seu amor continue a ecoar — por séculos.
“Ela não foi apenas uma mulher que viveu. Ela foi uma mulher que construiu — famílias, laços, raízes, sonhos. E por isso, jamais será esquecida.”
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Pais
Luigi (Luis) Luiz Tanadini (Tenedini, Tenadini) 1841-1910- Tersilla Cecilia Tomaselli 1849-1932
Casamento(s) e filho(s)
- Casada com Josué Joaquim Antonio Moraes tiveram
Irmãos
Armilia Barbara Palmira Emilia / Palmira Tanadini 1871-1962
Abele Federico (Alberto Luiz) Alberto Luiz Tanadini 1873-1946
Rachele Lucia Tanadini 1874-1876
Rachele (Raquel) Raquel Tanadini 1877-1965
Manoel Maneco Tanadini 1879-1962
Ernesto Tanadini ca 1880-1924
Maria Rosa Rosinha Tanadini 1883-1971
Luiza Pasquina Tanadini 1887-1963
Francisco Tanadini 1888-1888
Francisco Tanadini 1891-1927
| (esconder) |
Acontecimentos
| 2 de abril de 1871 : | Nascimento - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Itália UFFICIO DELLO STATO CIVILE ESTRATTO PER RIASSUNTO DAL REGISTRO DEGLI ATTI DI NASCITA ANNO 1871 - ATTO N. 43 - UFFICIO UNICO. COMUNE DI ACQUANEGRA SUL CHIESE - PROVINCIA DE MANTOVA. |
| 2 de abril de 1871 : | Nascimento - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália |
| 7 de junho de 1890 : | Casamento - Paróquia de Nossa Senhora da Luz de Curitiba Livro 16 de assentamentos de casamentos Sé Metropolitana de Curitiba, fls 35, sob numero 102. Testemunhas Julio Ginesta e Jorge Gunter. Pe. Alberto José Gonçalves |
| 31 de janeiro de 1962 : | Morte - Curitiba, Parana, Brasil Causa : Enfermidade Placa Sepultamento - 42041 Quadra 0010 Lote 103A Rua 3
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| --- : | Enterro - Cemiterio São Francisco de Paula - Curitiba - PR |
Notas
Notas individuais
Caratteri fisici :
Religione : Roman Catholic
Árvore genealógica (visão geral)
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Nascimento
RESUMO DO CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL, EXTRATO DO REGISTRO DE NASCIMENTOS DO ANO DE 1871 - REGISTRO Nº 43 - CARTÓRIO ÚNICO.
MUNICÍPIO DE ACQUANEGRA SUL CHIESE - PROVÍNCIA DE MÂNTUA.
Nascimento
Nascimento de um irmão
RESUMO DO CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL, EXTRATO DO REGISTRO DE NASCIMENTOS DO ANO DE 1873 - REGISTRO Nº 15
MUNICÍPIO DE ACQUANEGRA SUL CHIESE - PROVÍNCIA DE MÂNTUA.
Nascimento de uma irmã
Morte do avô materno
Morte de uma irmã
Nascimento de uma irmã
Conforme documento encontrado no Arquivo do Estado de Mantova.
Minha Avó Rachele sempre contava histórias para minha Mãe Libia, e uma dessas histórias era que tinha nascido no Navio quando vinham da Itália. Como não tínhamos nenhum documento dela, não havia como comprovar a veracidade do fato.
Quando, em Agosto/2015, pesquisando no site do Family Search, encontramos a digitalização do seu Atti Di Nascita, no livro de registros da Provincia de Mantova, Comune de Acquanegra Sul Chiese.
Nascimento de um irmão
Nascimento de um irmão
Morte da avó paterna
Nascimento de uma irmã
Batismo folha 101, livro Suplementar de Batismo. Catedral Metropolitana de Curitiba.
Nascimento de uma irmã
Nascimento de um irmão
Morte de um irmão
Casamento
Livro 16 de assentamentos de casamentos Sé Metropolitana de Curitiba, fls 35, sob numero 102. Testemunhas Julio Ginesta e Jorge Gunter.
Pe. Alberto José Gonçalves
Nascimento de um irmão
Morte da avó materna
Morte do pai
Causa : Derrame
Certidão de óbito Nº 17109
Casamento de uma irmã
Morte de um irmão
Morte de um irmão
Morte da mãe
Morte de um irmão
Morte
Antepassados de Armilia Barbara Palmira Emilia / Palmira Tanadini
| Antonio Tomaselli | Catterina Pirotti | Antonio Crescini | Cattarina Guarnieri | Federico Bottoli | Innocente Cattani | ||||||||||
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| Giuseppe Tomaselli 1785- | Domenica Crescini 1787- | Andrea Bottoli 1763- | Barbara Cattani | ||||||||||||
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| Francesco Tanadini † | Catterina Andreis ca 1803-1880 | Pietro Antonio Tomaselli 1810-?1874 | Pasqua Bottoli 1815-1899 | ||||||||||||
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| Luigi (Luis) Luiz Tanadini (Tenedini, Tenadini) 1841-1910 | Tersilla Cecilia Tomaselli 1849-1932
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Armilia Barbara Palmira Emilia / Palmira Tanadini 1871-1962
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Descendentes de Armilia Barbara Palmira Emilia / Palmira Tanadini
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