domingo, 2 de maio de 2021

LONDRINA ANOS 1950, 1960 E 1970.

 













Rodoviária em construção, final anos 1950




Estação Ferroviária











CINE OURO VERDE, O MAIS LUXUOSO NA ÉPOCA.
Final dos anos 1950,  obra do arquiteto Vilanova Artigas.






Rodoviária



A antiga estação ferroviária.








Cine Augustus, inaugurado em 1963, com o filme "El Cid"




Os velhos ônibus.



A entrada da rodoviária. A carroça ainda circulava pelas ruas.














O jeep e a Rural Willys, marcas registradas dos anos 1960





A estação ferroviária, hoje museu

A chegada do calçadão, anos 1970

CURITIBA ANOS 1950-1960

 

































Ruínas coloniais





Correios


O passado e o presente


A verticalização


A Universidade Federal  do Paraná









Universidade Federal do Paraná 

postal da rua XV, cerca de 1910.








AS ASAS NAZISTAS NO PARANÁ

 nazismo Paraná

Reunião do Partido Nazista em Curitiba na década de 30. Crédito: Reprodução/Arquivo Público Estadual

A vida de Werner Hoffmann fora do Brasil é um livro em branco. Pouco se sabe sobre sua trajetória antes de chegar ao Paraná. Mas em pouco tempo de estadia nos territórios paranaenses, ele já se tornava uma figura emblemática, enérgica, controversa e polêmica, sobretudo nos meios germânicos. Nascido na Alemanha, em 21 de abril de 1909, ele chegou ao Brasil em 1932, com 23 anos de idade.

Inicialmente aparentava que teria uma vida normal. Arranjou emprego na loja “Casa Favorita”, em Curitiba. Não tardou, contudo, para que a sede e a fome pelo poder o cativassem. Passou a ser já no ano seguinte funcionário do Consulado Alemão de Curitiba. No mesmo ano, o jovem Werner assumiu ser um seguidor de Adolf Hitler e encabeçou a criação do Círculo Paranaense do Partido Nazista.

Werner levou uma vida dupla, aliando as atividades no Consulado e a direção do Partido Nazista, no período que vai de 1933 até final de 1938 e início de 39. Segundo o pesquisador e historiador Rafael Athaides, a maioria dos documentos da DOPS aponta que em 1939, ele teria saído definitivamente do Brasil pelo porto do Rio de Janeiro rumo à Alemanha. “Entretanto, uma nota da 5ª Região Militar, datada de 12 de dezembro de 1941, afirma que, após ser preso, Hoffmann teria despistado a polícia no início de 1939 e voltado a Curitiba para, logo em seguida, deixar a cidade e rumar à Argentina. Lá, Werner teria sido preso novamente, em julho de 1940, na cidade de Apóstoles, onde dirigia a Frente Alemã de Trabalho e administrava da usina elétrica local”, afirma Athaides.

Independente de qual foi o destino de Werner, a atividade desempenhada por ele deixou marcas e cicatrizes na sociedade. O seu protagonismo no meio alemão fez o Paraná ser o 5.º estado entre os maiores círculos nazistas no Brasil – atrás de Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Além de Curitiba, o Partido chegou a possuir, pelo menos, nove ‘filiais’ formalmente estabelecidas no interior do Estado.

Essas filiais se estendiam por Ponta Grossa, Castro, Cruz Machado, Rio Negro, Londrina, Irati, Rolândia, Paranaguá e União da Vitória/Porto União (cidades fronteiriças que curiosamente dividiam um grupo local nazista, sediado na cidade catarinense, mas que se reportava às lideranças do Paraná).

AÇÃO BARULHENTA

Embora fossem poucos os filiados no Paraná (oficialmente por volta de 190), a ação dos militantes foi ‘barulhenta’, segundo Athaides. O número de filiados, de acordo com o pesquisador, não reflete o total de simpatizantes ao Nazismo, impossível de mensurar e questão polêmica dentro da historiografia.

 “Na tentativa de conquistar adeptos e de impor sua liderança, os nazistas se sentiram no direito de se portarem como administradores das entidades locais alemãs, mesmo que essas tivessem sua fundação no século XIX e carregassem toda uma tradição – alheia ao nazismo – de luta pela manutenção da cultura alemã no exterior”, explica o pesquisador e historiador.

Os jovens e empolgados nazistas tentaram passar por cima de toda essa tradição que data antes da existência do nazismo. Não só tentaram, como conseguiram. Para ter uma ideia, em meados da década de 1930, um Cônsul de carreira foi substituído por um ‘Cônsul nazificado’, depois de muita pressão dos militantes locais, conforme exemplifica Athaides.

Mas quem eram os apoiadores nazistas em terras paranaenses? Segundo o trabalho do pesquisador Rafael Athaides, que consta na obra “O Partido Nazista no Paraná 1933-1942”, a caracterização social dos militantes nazistas do estado pouco diverge em relação à dos militantes no plano nacional.

Os ingressados pertenciam a um grupo de alemães jovem (entre 25 e 35 anos), imigrantes de classe média e média/alta. “Observamos também que a geração de tais indivíduos teve alguma experiência relacionada à Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e pouco tendia a se desligar da pátria natal e da sua política”, afirma o historiador.

No Paraná, contudo, existiam alguns indivíduos já fixados no país e de alta posição econômica, especialmente na capital paranaense, que participavam ativamente do partido. Eram eles, inclusive que chegavam a sustentá-lo com as principais contribuições financeiras. Mais de 50% dos adeptos vivia na capital, palco das ações mais enérgicas do Partido. Werner Hoffman, em certa ocasião, escreveu aos seus líderes: “Curitiba deve merecer a atenção, pois é o ponto mais importante. É o Paraná que faz divisa entre o norte do país, que tem população luso-brasileira, e o sul, onde predomina o elemento teuto. Justamente por esse motivo aqui no Paraná sempre há estes atritos – brigas, desavenças entre nazistas e anti-nazistas – que se originaram em vista da ação necessária para a manutenção da ideia alemã” (ATHAIDES, Rafael. O Partido Nazista no Paraná. Maringá: EDUEM, 2011, p. 140).

O Círculo Paranaense do Partido Nazista funcionou abertamente no Estado entre 1933 e 1938.

https://jornalismodeguerra.com/2018/01/29/as-asas-nazistas-no-parana/

PARANÁ: NA ÉPOCA DA II GUERRA ERA PROIBIDO COMEMORAR ANIVERSÁRIOS

 Paradas Militares Curitiba 1944

Parada Militar em Curitiba em 1944. Foto: Acervo Curitiba Antiga

Em 28/01/1942, a Portaria nº 30, elaborada pela Chefatura de Polícia do Paraná, preconizava restrições aos estrangeiros em caráter geral.

A referida portaria constitui em uma das maiores interferências no cotidiano dos imigrantes e descendentes daqueles que tinham origem nos países do Eixo – Itália, Alemanha e Japão.

Até mesmo festas de aniversários com reunião de familiares estavam restritas.

Era a ditadura de Getúlio Vargas mostrando cada vez mais suas caras.

Na capital paranaense, a portaria foi divulgada em todos os jornais, tendo como principais proibições:

  1.  Mudar de residência sem devida autorização;
  2.  Portar armas de fogo, obrigando a devolverem mesmo as que possuíssem registro legal;
  3. Comercializar armas, munições e materiais explosivos;
  4. Viajar sem salvo-conduto fornecido pela DOPS;
  5. Reunir-se mesmo para comemorar festas particulares, como aniversários ou bailes;
  6. Discutir ou falar sobre o contexto internacional;
  7.  Realizar viagem aérea sem licença especial da DOPS;
  8.  O uso do idioma nas conversações em locais públicos;
  9.  Distribuição de quaisquer escritos nos idiomas do Eixo;
  10. Cantar ou tocar hinos e músicas de nações eixistas;
  11.  Fazer saudações peculiares aos partidos políticos;
  12. A exibição em local acessível de retratos de membros de governo das três nações do Eixo
  13. https://jornalismodeguerra.com/2018/02/02/durante-a-guerra-portaria-restringia-ate-comemoracao-de-aniversario-no-parana/

AUTORIDADES BRASILEIRAS PARTICIPAVAM DAS FESTAS NAZISTAS NO PARANÁ

 Circulo Nazista Curitiba

Encontro do Círculo do Parido Nazista em Curitiba. Crédito: Reprodução/Arquivo Público do Paraná.

 

Antes de o Partido Nazista ser legalmente fechado, por meio de decreto do governo Vargas em 1938, as autoridades do governo participavam das festas promovidas pelos representantes do Círculo do Partido Nazista. Nessa época, o governo ainda fazia jogo duplo: mantinha relações com Alemanha e também Estados Unidos. A regra, até então, era não desagradar ninguém. A situação não foi diferente no território paranaense.

Segundo a obra de Rafael Athaides, autor do livro O Partido Nazista no Paraná, diversos eventos contavam com os líderes do governo prestigiando os membros do Partido Nazista. Um exemplo eram as passeatas promovidas pelos adeptos nazistas no estado. Inclusive, cediam a banda militar oficial para tocar hinos de guerra alemães – inclusive em festejos maiores, como a Semana Alemã que era promovida em Curitiba.

Uma carta de Guilherme Willy Roettger, que era chefe nazista em Irati (na região centro-sul do Paraná), endereçada aos membros do Partido Nazista na Alemanha revela um desses episódios. Ele narra como “excepcional sucesso” a recepção em Ponta Grossa. “Os ‘camaradas’ vivem em tão bom acordo com os militares que o Comandante do Regimento em todas as oportunidades põe à disposição do grupo a banda militar”.

Roettger escreve de forma irônica ainda que a banda militar brasileira, “de negros, mulatos e brancos, tudo misturado, marcham em frente de uma bandeira com a cruz suástica”. Mesmo que não concordassem os ideais nazistas, o jogo duplo do governo Vargas mexia com a vida de todos os brasileiros, que chegavam ao cúmulo de saudar um símbolo de um governo totalitário que deixava rastros de perseguição, mortes e tortura Europa afora.

https://jornalismodeguerra.com/2018/02/07/autoridades-brasileiras-participavam-das-festas-nazistas-no-parana/