Mansão Vila Hilda
A Mansão Vila Hilda, localizada na rua Júlia Wanderley, número 936, no centro de Ponta Grossa, é um patrimônio histórico do Paraná, fruto dos sonhos do industrial e figura de destaque na cidade, Sr. Alberto Thielen, que deu o nome à casa em homenagem à sua esposa, Sra. Ida Hilda Schust. O casarão, de 600 m² de área construída em alvenaria, possui arquitetura francesa neoclássica e art-nouveau, com dois pavimentos e mirante. Em seu interior, apresenta afrescos perfeitos que retratam contrastes e cores, paisagens e motivos europeus, pintadas pelo artista Paulo Wagner, em obediência a uma linha de escola clássica alemã.
Construído em terreno adquirido pela Prefeitura Municipal, em 25 de junho de 1922, pelo valor de CR 100$000 (cem mil réis), as obras que levantaram esse patrimônio tiveram início em 1923. Sendo paralisadas, foram retomadas em 1925 e concluídas no ano seguinte. No primeiro de seus dois pavimentos está o térreo que, feito para abrigar os serviçais, possuía salão de jogos, incluindo mesa de bilhar, além de uma sala de costura para a sogra do proprietário, cozinha, copa e instalações sanitárias. O segundo pavimento foi dedicado à residência da família Thielen. Essa parte, dividida em alas e cômodos, formam um valioso conjunto artístico, em termos de composição e relações cromáticas.
O escritório que foi de Alberto Thielen é um exemplo dessa riqueza. Com os afrescos de Paulo Wagner, esse ambiente é todo recoberto por motivos culturais. Na borda do seu teto, uma faixa pintada intercala corujas com livros abertos sobre folhas de acácia. Outras amostras desse artista estão na sala de jantar, com paredes repletas de frutas e teto recoberto com alegorias diversas; e no quarto rosa que, com guirlandas de flores nas faixas do teto e dois anjos brincando em meio a nuvens, é uma das peças que mais cativa o visitante. Outro ambiente que atrai bastante atração é o jardim de inverno, atualmente transformado em uma espécie de entrada. Dentre as suas paredes, duas apresentam painéis com paisagens de Paulo Wagner.
Na mansão existe ainda sótão, térreo e mirante. Com uma sala e três quartos, o sótão funcionou para uma cunhada do Sr. Thielen, Paula Schust, que aí permaneceu, confortavelmente alojada, até se casar.
O imóvel se manteve com a família Thielen por mais de três décadas. Em 19 abril de 1958, Alberto Thielen faleceu em razão de problemas cardíacos, que já o atormentavam havia anos. Velado na mansão, seu corpo foi sepultado no Cemitério São José. Dona Hilda permaneceu na residência, desta vez em companhia do seu filho, Alberto Henrique, e de sua esposa. No entanto, um ano mais tarde, Alberto foi transferido para o Rio de Janeiro e, com isso, Dona Ilda passou a morar com seu outro filho, Rodolpho Francisco, na casa da Rua 7 de Setembro, esquina com Padre Lux. Nessa residência, a viúva permaneceu por mais um ano, quando mudou-se para um apartamento no Edifício Marieta, na Avenida Dr. Vicente Machado. Dona Ilda viveu aí em companhia de Sofia, uma senhora que lhe prestava cuidados, até sua morte, em 8 de março de 1972.
À época de seu falecimento, a Mansão Vila Ilda já não pertencia mais à família. Adquirido pela Prefeitura em 1968, o casarão passou a abrigar a Biblioteca Pública Municipal Professor Bruno Enei, até o ano de 1988. Em 1990, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado. Restaurado, mas com características originais, atualmente em suas dependências funciona a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Ponta Grossa, com espaço aberto para visitação gratuita de segundas-feiras às sextas-feiras das 12h00 às 18h00.
A Mansão está cercada por histórias misteriosas, como a de que até hoje dona Hilda está em seu interior, já que muitas vezes pode-se ouvir passos de uma pessoa pela casa, segundo boatos confirmados por funcionários que ali trabalham. Um desses funcionários conta que houve um dia em que ele chegou ao casarão mais cedo, para esperar um carro que o levasse para o aeroporto em Curitiba, e estando em sua sala, ouviu a porta da frente se abrir e escutou passos pela casa, mas quando foi verificar se havia alguém, não encontrou nenhuma pessoa. Alguns ainda ousam dizer que quem passa à noite pelo casarão pode ouvir som de música, pois ali foram dadas muitas festas.
Fonte: Prefeitura Municipal de Ponta Grossa
Portal Maurício Vendrami
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