"O Colégio Nossa Senhora Medianeira não estava totalmente concluído quando inaugurou, em 1957, com uns 160 estudantes, todos meninos e uniformizados: calças de brim da Curitex, camisa azul com distintivo bordado no bolso, sapatos... pois nem se ouvia falar em tênis.
LÁ VEM O PADRE OSVALDO
"O Colégio Nossa Senhora Medianeira não estava totalmente concluído quando inaugurou, em 1957, com uns 160 estudantes, todos meninos e uniformizados: calças de brim da Curitex, camisa azul com distintivo bordado no bolso, sapatos... pois nem se ouvia falar em tênis.
Como era distante o Colégio! A maratona começava cedo: a partir de 6:30 estavam todos nos pontos onde motoristas amigos chegavam em velhos ônibus. Dias de chuva transformavam-se em festa. A BR-2 (atual 116, hoje Linha Verde) ainda não pavimentada, proibia o acesso, obrigando os ônibus a pararem distante do Colégio, lá embaixo, no cruzamento do Prado Velho.
Era preciso fazer o resto do percurso a pé. No barro. O Padre Gomes é quem guiava a meninada, colocando os menores no colo.
Iam todos alegres pois a primeira aula estava perdida, trocada pela tarefa (transformada em algazarra) de limpar galochas e botinas...
Eram pioneiros, cúmplices de uma idéia e de um ideal. O ensino forte, a disciplina de severidade terna aproximavam cada vez mais estudantes e professores: Madre Batista, Irmã Narcisa, Irmã Salette, Irmã Inês, Irmã Maria dos Anjos... Antes de alunos, eram amigos e filhos. Conheciam as dificuldades e até as famílias de cada aluno.
Só uma coisa era difícil de entender: Porque o padre Gomes não permitia que se penteasse o cabelo? Não adiantava passar brilhantina ou glostora que suas mãos enormes desalinhavam o penteado imediatamente.
Essa disciplina inaciana (Santo Inácio de Loyola) tornou o chinelo do padre Osvaldo Casado Gomes famoso. Não me recordo se andava com o dito cujo nos pés ou nos bolsos de sua batina preta. O fato é que o tal chinelo surgia sempre para conter as estrepolias mais ousadas.
Mas não doía. Por mais incrível que possa parecer, aquelas chinelas eram um gesto de amor. Gestos de amor de um homem cuja vida foi só luta e dedicação. De quem colaborou na formação do caráter de uma geração, um herói.
Ele faleceu num acidente aéreo e hoje repousa vigilante no bosque do Colégio Nossa Senhora Medianeira."
( Texto do dr. Reinaldo Demeterco Souza, médico e ex-aluno do Medianeira / Extraído de Histórias de Curitiba / Foto lustraria da web)
Paulo Grani
Nenhum comentário:
Postar um comentário