segunda-feira, 13 de junho de 2022

QUE SAUDADES DA VELHA QUINZE DE CURITIBA Estava apreciando essa foto, de 1951, da frente da antiga Casa Roskamp e, observando esse florido cenário de moças curitibanas em seu desabrochar da juventude, lembrei-me de como se conheceram os meus tios Armando Greinert e Dircea Cruzara Greinert .

 QUE SAUDADES DA VELHA QUINZE DE CURITIBA
Estava apreciando essa foto, de 1951, da frente da antiga Casa Roskamp e, observando esse florido cenário de moças curitibanas em seu desabrochar da juventude, lembrei-me de como se conheceram os meus tios Armando Greinert e Dircea Cruzara Greinert .

QUE SAUDADES DA VELHA QUINZE DE CURITIBA
Estava apreciando essa foto, de 1951, da frente da antiga Casa Roskamp e, observando esse florido cenário de moças curitibanas em seu desabrochar da juventude, lembrei-me de como se conheceram os meus tios Armando Greinert e Dircea Cruzara Greinert .
Ele servia na Base Aérea do Bacacheri e após o turno, no final da tarde, ia desfilar pelas calçadas da velha XV. Ao passar observando as vitrines, eis que lá estava ela a arrumar a vitrine de uma loja. Num cruzar de olhares, O cupido não deu chance. Um filho de alemães e uma filha de italianos, nascidos em Curitiba, pouco tempo depois, casavam-se.
(Texto de Cid Destefani) " ... O local para os encontros era a rua principal onde todo mundo passava e passeava. As lembranças fluem e começa o desfile dos co­­nhecidos daquele passado já distante. Personagens de então, fantasmas de hoje. Por onde andarão as moças catitas vestidas de chita? E a rapaziada folgazã que parava em pontos certos, ou certos pontos, da velha Rua Quinze de No­­vembro? Esvaneceram nestes últimos 40 anos.
A rua foi fechada para os pedestres usarem-na. Sentimos, entretanto, que foi também fechada para o curitibano que ali curtia, ven­­do a vida passar, passando a vida. Quem viveu viu e recorda, com nostalgia, o encanto de quanto era bom ser curitibano nos tempos da velha Quinze.
Foi magia que transformou a nossa rua principal? Para mim, velho curitibano, foi mais é bruxaria. Onde estão os cinemas, as lojas com suas vitrines iluminadas, os bares e restaurantes, as casas de pe­­tiscos, os salões de bilhar, as lo­­jas tradicionais, a Sloper, as lojas de artigos masculinos de camisas finas, chapéus e sapatos de couro? Sa­­patos de couro? Artigo de luxo – hoje a moda são os tênis, importados de preferência. Mulheres vestindo saias, pra quê? Jeans é a moda.
Casa Cristal, Joalheria Kopp, Casa Esmalte, Café Alvorada, Bar Paraná, Hermes Macedo, Casa Otto­­ni, Café Belas Artes, Casa das Meias, Cine Ritz, Cine Broadway, Ca­­sa Ideal, Café Acadêmico, Hotel Oeste, Livraria Brasil, Foto Brasil, Maison Blanche, Chapelaria Kos­­mos, Casa Leutner, Casa Metal, Lou­­vre, Casa Esmalte, Casa Lon­­dres, Roskamp, Confeitaria Come­­ta, Bar e Con­­fei­­taria Pérola, Gran­­de Hotel Mo­­derno, Casa da Man­­teiga. Esta é uma lista que nos vem à lembrança do que existia na Rua XV ainda na década de 1960, claramente incompleta. Muitas fecharam, se mudaram ou faliram.
Vamos recordar um pouco do que era e como era usada a Rua Quinze de Novembro dos velhos tempos, quando ainda não tentaram sacar fora o seu nome tradicional para rebatizá-la como Rua das Flores, que, convenhamos, além de afrescalhado o nome, foi uma tentativa de apagar o passado, chutando que Curitiba teria ali o seu marco zero. História é um abotoado de acontecimentos que ninguém apaga.".
(Compilado da Gazeta do Povo / Foto: Cid Destefani).
Paulo Grani.

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