terça-feira, 26 de setembro de 2023

Generoso Marques dos Santos Nascido a 13 de janeiro de 1844 - Curitiba,Comarca de Paranaguá,São Paulo Falecido a 3 de agosto de 1928 - Curitiba,Paraná, com a idade de 84 anos

 

M  Generoso Marques dos Santos

    • Nascido a 13 de janeiro de 1844 - Curitiba,Comarca de Paranaguá,São Paulo
    • Falecido a 3 de agosto de 1928 - Curitiba,Paraná, com a idade de 84 anos

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Irmãos

 Notas

Notas individuais

  • "Generoso Marques do Santos nasceu em Curitiba, a 13 de janeiro de 1844, dois anos após ser elevada à categoria de cidade. Num ambiente bucólico e acanhado, filho natural de Miguel Marques dos Santos com Generosa Chaves Marques. Foi pobre na juventude, razão para que se lhe multiplicasse os esforços, e órfão de pai desde 1848, razão para que suas preocupações o jogassem com mais força ao estudo e ao trabalho. Fez o curso de liceu com redobradas dificuldades, copiando à mão os livros que não podia comprar. Seguiu, depois, para São Paulo e matriculou-se na Faculdade de Direito aos 17 anos, em 1861, com enormes sacrifícios. Conclui-o plenamente, colando grau a 27 de novembro de 1865, ao lado de companheiros ilustres, tais como Joaquim Inácio Silveira da Motta, Emígdio Westfalen, Ubaldino do Amaral, João José Pedrosa e outros.

    Casou-se a 11 de novembro de 1871, em Curitiba, com Ana Joaquina de Paula Santos, filha do cel. Benedito Enéas de Paula, falecida em 1893. Contraiu segundas núpcias com Rosalina Enéas Santos.

    Vocacionado para política elegeu-se deputado provincial, pelo Partido Liberal, em 1866, um ano após a formatura, e reelegeu-se sucessivamente até o alvorecer do regime republicano, tendo exercido a presidência do Legislativo. Em 1878 foi alçado a 2ª vice-presidência da Província, já consagrado como líder de seu partido. Deputado geral de 1881-88, reeleito em 1889, sem tomar posse em virtude do novo regime. Paralelamente cumpriu notável papel na campanha abolicionista.

    Eleito senador em 1890, constituinte operoso, teve seu nome sufragado, em relação indireta, pela Assembléia Legislativa, presidente do Estado nos termos da Constituição promulgada a 04 de julho de 1891, pela "União Republicana" e com apoio ostensivo do então governador provisório general Aguiar Lima, que, por isso, se incompatibilizou com os republicanos históricos. Todavia, com a renúncia do marechal Deodoro no plano nacional, a situação política nos Estados inverteu-se. Floriano, ao assumir, destituiu todos os governantes, com exceção de Lauro Sodré, do Pará. Deposto por esse ato de força, Generoso obrigou-se a passar o governo ao coronel Roberto Ferreira, comandante do distrito militar, não sem antes deitar manifesto de repúdio à medida ditatorial.

    Em seguida, o marechal designou uma Junta Governativa, composta do próprio comandante do distrito e dos civis Joaquim Monteiro de Carvalho e Silva e Lamenha Lins, com a incumbência de convocar novas eleições e votar outra Constituição para o Estado. Foi, então, elaborada outra Carta Constitucional e eleito Francisco Xavier da Silva para o governo, pelo Partido Republicano Federal, sem competidores, em pleno direito.

    Em dez meses de governo legal, o Paraná teve duas Constituições, prevalecendo, por fim, aquela promulgada a 07 de abril de 1892.

    Deflagrada mais tarde, a Revolução Federalista que chegou às portas do Paraná em 1894, a idéia era repor o governo decaído. Teófilo Soares Gomes aclamado governador revolucionário no primeiro momento da ocupação, mas logo transferiu o poder ao médico João Menezes Dória. Generoso, aliado a Gumercindo Saraiva, esteve entre os ideólogos do movimento armado, vivendo algumas semanas de predomínio político.

    Porém, com a vitória das forças legais, fiéis ao vice-presidente da Republica, sentiu-se impelido a se asilar na corveta portuguesa "Mindelo", para fugir à sanha contra-revolucionária, tendo, em seguida, viajado a bordo do navio de carga argentino "Henrique Barroso", com destino a Buenos Aires, com outros companheiros de infortúnio.

    Permaneceu no exílio ate obter hábeas corpus em seu favor, junto ao Supremo Tribunal Federal, face à sua condição de senador. De volta ao Paraná, a 04 de junho daquele ano, reassumiu a direção da União Republicana. Elegeu-se, a seguir, deputado do Congresso Legislativo estadual, numa demonstração de que não declinara seu prestígio de chefe partidário.

    Em 1908 seria eleito vice-presidente do Estado como conseqüência do pacto político celebrado entre antigos federalistas e republicanos (maragatos e pica-paus), uma reconciliação histórica que não durou muito tempo e que sacrificou a eleição de João Cândido Ferreira ao governo do Estado. Desse episódio resultou da vitória de Xavier da Silva, eleito outra vez presidente, e a formação do Partido Republicano Paranaense, em substituição ao Partido Republicano Federalista e a União Republicana. "A reunião de partidos com programas antagônicos, seria, talvez, o único erro político que se lhe pudesse apontar no tocante ao terreno das idéias". Manteve-se no Senado até 1926.

    Na questão dos limites com Santa Catarina, seu desempenho inicial como jurista transformou-se em indignação ao discordar da decisão do Supremo Tribunal Federal, favorável ao vizinho Estado. Daí haver engrossado a fileira dos que pretendiam resistir, pelas armas, à execução da malfadada sentença.

    Advogado fulgurante, poeta primoroso, tribuno eloqüente, com extraordinário poder de liderança, ora no governo, ora na oposição, somente interrompeu sua atividade política e profissional com a morte, a 8 de março de 1928. Jornalista combativo, seu talento rebrilhou nas colunas de "O Paraná", "A Federação" e a "A Reforma", onde deixou indeléveis ensinamentos doutrinários que lhe balizaram a vida pública. Seu espírito conciliador transparece nítido de uma das proclamações que publicou: "Apraz-se declarar que sou um dos fatores dessa política de amor que substitui aquela política cruel e terrível, de ódio e vinganças, em que se debatia o povo paranaense."

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