Denominação inicial: Projéto de Casa para o Snr. João de Mio
Denominação atual: Comercial
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência de Pequeno Porte
Endereço: Rua Capitão Souza Franco
Número de pavimentos: 2
Área do pavimento: 144,00 m²
Área Total: 144,00 m²
Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos
Data do Projeto Arquitetônico: 21/06/1935
Alvará de Construção: Nº 1302/1935
Descrição: Projeto Arquitetônico para construção de casa, Alvará de Construção e fotografia do imóvel.
Situação em 2012: Existente
Imagens
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
3 - Fotografia do imóvel em 2012.
Referências:
1 – CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Casa. Plantas dos pavimentos térreo e superior, implantação, corte e fachada frontal apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
2 - Alvará n.º 1302
3 – Fotografia de Elizabeth Amorim de Castro (2012).
1 - Projeto Arquitetônico.
2 – Alvará de Construção.
2 – Alvará de Construção.
3 - Fotografia do imóvel em 2012.
A Casa do Senhor João de Mio: Um Patrimônio Arquitetônico de Curitiba (1935)
Residência de dois pavimentos na Rua Capitão Souza Franco revela traços do cotidiano urbano da década de 1930
Introdução
Na Rua Capitão Souza Franco, no coração de Curitiba, ergue-se uma construção aparentemente discreta, mas rica em história: a residência projetada em 1935 para o senhor João de Mio. Registrada inicialmente como “Projéto de Casa para o Snr. João de Mio”, a edificação hoje é classificada como comercial, embora sua origem e estrutura atestem claramente sua função original: uma residência de pequeno porte, pensada para abrigar uma família em meio à crescente urbanização da capital paranaense.
Preservada até os dias atuais, a casa é um testemunho silencioso da arquitetura doméstica da primeira metade do século XX — simples, funcional e tecnicamente bem resolvida.
Ficha Técnica da Edificação
- Denominação inicial: Projéto de Casa para o Snr. João de Mio
- Denominação atual: Comercial
- Categoria de uso original: Residência
- Subcategoria: Residência de Pequeno Porte
- Endereço: Rua Capitão Souza Franco, Curitiba – PR
- Número de pavimentos: 2
- Área construída: 144,00 m² (único pavimento computado, apesar de dois níveis)
- Técnica construtiva: Alvenaria de tijolos
- Data do projeto arquitetônico: 21 de junho de 1935
- Alvará de construção: nº 1302/1935
- Situação em 2012: Existente
O Projeto e Seu Contexto Histórico
O projeto arquitetônico, datado de 21 de junho de 1935, foi elaborado em um momento de transformação urbana em Curitiba. A cidade, embora ainda modesta em tamanho, já demonstrava sinais de modernização: novas ruas eram abertas, serviços públicos se expandiam e a construção civil ganhava regulamentação mais rígida — evidenciada pelo alvará de construção nº 1302, expedido ainda naquele mesmo ano.
O documento original, preservado em microfilme digitalizado, apresenta em uma única prancha:
- Planta do pavimento térreo
- Planta do pavimento superior
- Implantação no terreno
- Corte transversal
- Fachada frontal
Esses elementos revelam um projeto cuidadoso, com proporções equilibradas e clara hierarquia espacial — áreas sociais no térreo, dormitórios no andar superior, e atenção à ventilação e iluminação naturais, características valorizadas mesmo nas edificações mais modestas da época.
A escolha da alvenaria de tijolos como técnica construtiva era comum entre as classes médias urbanas, combinando durabilidade, acessibilidade e certo grau de refinamento técnico em relação às construções de madeira ainda presentes na periferia.
João de Mio: O Morador Original
Embora poucos dados biográficos sobre João de Mio tenham sido preservados, sua existência é firmemente atestada pelos registros oficiais da Prefeitura de Curitiba. O fato de ter encomendado um projeto arquitetônico formal — e não uma construção empírica — indica que era um cidadão com certa estabilidade econômica, possivelmente comerciante, funcionário público ou profissional liberal.
Sua casa, embora de pequeno porte, era símbolo de ascensão social e de pertencimento à cidade moderna. Nela, provavelmente viveram gerações de sua família, testemunhando as transformações do bairro ao longo de quase um século.
Preservação e Uso Atual
Em 2012, a edificação ainda existia, conforme registrado em fotografia de Elizabeth Amorim de Castro. Apesar de reclassificada como comercial em levantamentos urbanos recentes, a estrutura original permanece reconhecível — o que reforça seu valor como patrimônio arquitetônico cotidiano.
Diferentemente dos grandes palacetes ou edifícios institucionais, construções como esta representam a maioria silenciosa do tecido urbano: casas comuns, feitas para viver, não para impressionar. São essas edificações, porém, que melhor retratam o modo de vida da população urbana média do período entre-guerras no sul do Brasil.
Conclusão
A casa do senhor João de Mio não ostenta ornamentos grandiosos nem assinatura de arquiteto famoso. Mas, justamente por sua simplicidade e autenticidade, é um documento histórico precioso. Ela encarna o esforço de milhares de curitibanos que, na década de 1930, buscavam estabilidade, conforto e dignidade por meio de um teto próprio — construído tijolo por tijolo, com alvará em mãos e esperança no futuro.
Mais do que um imóvel, é um fragmento da memória coletiva de Curitiba: modesto, resistente e profundamente humano.
Fontes Consultadas
- CHAVES, Eduardo Fernando. Projéto de Casa. Plantas dos pavimentos térreo e superior, implantação, corte e fachada. Microfilme digitalizado.
- Alvará de Construção nº 1302/1935. Prefeitura Municipal de Curitiba.
- CASTRO, Elizabeth Amorim de. Fotografia do imóvel. Curitiba, 2012.



