Curitiba em 1913: A Rua XV de Novembro entre o Passado e o Presente
📸 Curitiba em 1913: A Rua XV de Novembro entre o Passado e o Presente
Fotografia histórica da Rua XV de Novembro, entre as ruas atuais Monsenhor Celso e Marechal Floriano Peixoto — Ano: 1913 | Acervo: Casa da Memória – Coleção Julia Wanderley
Imagine-se caminhando pela Rua XV de Novembro em 1913. O ar ainda tem o cheiro do couro das carroças, o som dos passos sobre o calçamento irregular e o silêncio de uma cidade que, embora já moderna, ainda respirava um ritmo mais lento. Nesta fotografia, capturamos um instante precioso da história de Curitiba: o centro urbano em plena transformação, onde lojas elegantes, automóveis pioneiros e pessoas bem vestidas compartilhavam a mesma rua.
Esta imagem, guardada no acervo da Casa da Memória e pertencente à Coleção Julia Wanderley , nos mostra a Rua XV de Novembro entre as atuais rua Monsenhor Celso e Avenida Marechal Floriano Peixoto , um dos trechos mais movimentados e simbólicos da capital paranaense no início do século XX.
🏙️ Um passeio pela Rua XV de Novembro em 1913
À esquerda: Sapataria Paulista e Cine Mignon
Na lateral esquerda da foto, destaca-se a Sapataria Paulista , pertencente a Afonso Melara , um dos nomes mais conhecidos do comércio local na época. Ao lado, encontra-se a Casa Metal , estabelecimento que provavelmente vende utensílios domésticos, ferragens e materiais de construção — essenciais para a vida urbana em crescimento.
Logo após, vemos o Cine Mignon , que ocupava o antigo espaço do Grande Ateliê de Alencar Guimarães . O cinema era um marco cultural da cidade, trazendo novidades cinematográficas e tornando-se ponto de encontro para curitibanos que buscavam entretenimento moderno.
À direita: Loja Ao Louvre
No lado oposto, a Loja Ao Louvre chama atenção com seu letreiro clássico. Essa loja era referência em artigos de luxo, móveis, tecidos e acessórios finos — um verdadeiro “loft” de estilo para a elite local.
Do outro lado da rua: Sobrado de Manoel de Macedo
Em frente ao Cine Mignon, ergue-se o sobrado de Manoel de Macedo , uma residência de alto padrão que refletia o status social de seus moradores. Sua fachada sólida e elegante contrasta com os prédios comerciais ao redor, mostrando uma mistura entre vida privada e vida pública na cidade.
🚗 Automóveis, carruagens e vida cotidiana
Um dos detalhes mais marcantes da imagem é a presença de automóveis antigos — carros de modelo dos anos 1910, com rodas de madeira e chassis expostos. Eles se misturam com carroças puxadas por cavalos , estabelecendo uma transição entre dois mundos: o tradicional e o moderno.
As pessoas caminham pelas calçadas, vestidas com roupas típicas da época: chapéus, saias compridas, ternos formais. A cena retrata não apenas a arquitetura, mas também a cultura, a moda e a postura social de uma Curitiba em ascensão.
🏛️ Arquitetura e urbanismo no início do século XX
Os prédios exibem traços de arquitetura eclética e neoclássica, com varandas ornamentadas, janelas altas e detalhes em ferro fundido. As fachadas são elegantes, mas funcionais — projetadas para abrigar lojas no térreo e residências ou escritórios nos andares superiores.
O calçamento ainda é irregular, com trilhos de bonde visíveis — sinal de que a cidade já contava com transporte público moderno. A presença de postes de iluminação elétrica indica investimentos em infraestrutura urbana.
💡 Por que essa foto é tão importante?
Essa imagem é mais do que um registro visual. Ela nos permite:
✅ Reconstruir a identidade urbana de Curitiba no período pré-industrial ✅ Entender a evolução do comércio local, com estabelecimentos que deram origem às grandes cadeias ✅ Perceber a influência europeia na arquitetura e na cultura de consumo ✅ Valorizar o patrimônio histórico da cidade, preservado em coleções como a da Casa da Memória
📜 Um legado que continua vivo
Muitos desses locais foram transformados ou demolidos com o tempo. Mas a memória permanece. Hoje, a Rua XV de Novembro ainda é o coração comercial de Curitiba — mesmo que as lojas mudaram, o espírito de movimento, de troca e de história continuam ali.
E quando olhamos para esta foto, percebemos que nossa cidade sempre foi um lugar de transformações — e que cada pedra, cada fachada, cada nome escrito em um letreiro, conta uma história.
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