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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Curitiba e Paranaguá em 1925: Rádio, Fortalezas, Exposições e Banquetes — Um Retrato da Modernidade em Ascensão

 

Curitiba e Paranaguá em 1925: Rádio, Fortalezas, Exposições e Banquetes — Um Retrato da Modernidade em Ascensão



Curitiba e Paranaguá em 1925: Rádio, Fortalezas, Exposições e Banquetes — Um Retrato da Modernidade em Ascensão

“Em cada onda de rádio, um grito de modernidade. Em cada pedra da fortaleza, uma lembrança do passado. Em cada prato do banquete, um brinde ao futuro.”

Outubro de 1925 foi um mês marcante no Paraná. Enquanto o Brasil se preparava para entrar na era do som falado e das comunicações instantâneas, cidades como Curitiba e Paranaguá viviam momentos históricos que refletiam a tensão entre tradição e progresso — entre o colonial e o moderno.

As páginas do jornal O Estado de S. Paulo da época registram com precisão esses eventos: a inauguração da Exposição Paranaense de Animais e Produtos Derivados, a popularidade do Rádio Guairacá, a revalorização da Fortaleza de Paranaguá e o luxuoso banquete oficial que coroou o evento.

Hoje, mergulhamos nesse universo — entre ondas de rádio, discursos oficiais e pratos de gala — para entender como era viver, pensar e celebrar no Brasil dos anos 1920.


📻 75,7% dos Ouvintes de Rádio São de Curitiba — O Rádio Guairacá e a Revolução da Comunicação

Na primeira página, um dado impressionante chama atenção: 75,7% dos ouvintes de rádio no Paraná eram de Curitiba. O Rádio Guairacá, sediado na capital paranaense, já era considerado “a mais ouvida estação do estado” — e seu alcance ia muito além das fronteiras estaduais.

O texto explica que, mesmo sem transmissores potentes, o rádio conseguia alcançar regiões distantes graças à qualidade do sinal e à programação variada — que incluía notícias, música clássica, sermões religiosos e até programas educativos.

Detalhe curioso: o rádio era visto como “uma janela para o mundo” — e muitos ouvintes relatavam que, pela primeira vez, sentiam-se conectados a outros estados e países. Um leitor escreveu:

“Ouvi a voz do presidente da República pela primeira vez — e fiquei emocionado.”

Essa popularidade revela um fenômeno social importante: a democratização da informação. Mesmo em uma época sem internet, o rádio já permitia que pessoas comuns tivessem acesso a notícias, cultura e entretenimento — antecipando, em décadas, o modelo de mídia digital que hoje conhecemos.


🏰 Memória Histórica: A Fortaleza de Paranaguá — Entre Lendas e Realidade

Na segunda página, uma matéria intitulada “Memória Histórica” revive a história da Fortaleza de Paranaguá, construída em 1648 e abandonada por séculos.

O texto começa com uma citação do historiador Dr. Luiz Antônio de Souza Moraes:

“A fortaleza é um testemunho vivo da nossa história — e deve ser preservada como patrimônio nacional.”

A matéria descreve a estrutura da fortaleza — com seus muros de pedra, torres de vigia e fossos — e conta que, apesar do abandono, ainda era possível encontrar vestígios de armas, moedas e documentos antigos no local.

O autor também relata que, em 1925, havia um movimento popular para restaurar a fortaleza e transformá-la em museu — um projeto que, infelizmente, só seria concretizado décadas depois.

Essa reportagem é um retrato perfeito da conscientização histórica da época — quando a sociedade começou a perceber que o passado não era apenas memória, mas identidade. E que preservar monumentos era uma forma de honrar os antepassados e educar as futuras gerações.


🐄 Ecos da Exposição Paranaense de Animais e Produtos Derivados — Um Marco da Agricultura Moderna

Na terceira página, uma matéria extensa cobre a inauguração da Exposição Paranaense de Animais e Produtos Derivados, realizada em Curitiba.

O evento, promovido pelo governo do estado, reuniu centenas de expositores — desde fazendeiros locais até empresas industriais — e contou com a presença de autoridades civis e militares, além de representantes de outras regiões do país.

Entre os destaques da exposição:

  • Animais de raça pura: vacas, cavalos, porcos e aves selecionadas para melhoramento genético;
  • Produtos derivados: queijos, embutidos, óleos vegetais e conservas;
  • Máquinas agrícolas: tratores, arados e máquinas de beneficiamento — símbolos da modernização do campo.

O governador do estado, Dr. Lauro Werneck, fez um discurso enfatizando a importância da agricultura para o desenvolvimento econômico do Paraná. Ele disse:

“O futuro do nosso estado está nos campos — e essa exposição é um passo decisivo para mostrar ao Brasil e ao mundo o que podemos produzir.”

Essa exposição foi um marco histórico — não apenas por reunir produtores e indústrias, mas por demonstrar que o Paraná estava se tornando um polo agrícola de relevância nacional.


🍽️ O Banquete Oficial — Um Brinde ao Progresso e à União

Na quarta página, uma fotografia em preto e branco captura o momento mais elegante do evento: o banquete oficial realizado em homenagem aos expositores e autoridades.

A imagem mostra uma sala decorada com flores e cortinas, com mesas redondas cobertas por toalhas brancas e adornadas com velas. Os convidados — todos vestidos com ternos e vestidos formais — estão sentados em cadeiras de madeira escura, conversando e degustando pratos elaborados.

No centro da mesa, um buquê de rosas vermelhas chama atenção — e, ao fundo, um retrato do governador do estado é visível, simbolizando a importância política do evento.

A legenda da foto diz:

“Do cimo, Dr. Lauro Werneck, tendo ao lado o Governador do Estado e a Gna. Const. da P. R. S., saudando os Expositores; no centro, o banquete; em baixo, o Governador agradece aos expositores.”

Esse banquete não foi apenas uma festa — foi um ato político e simbólico. Mostrava que o governo valorizava o trabalho dos produtores, reconhecia o esforço dos empresários e celebrava a união entre diferentes setores da sociedade.


Por Que Isso Importa Hoje?

Porque o Brasil de 1925 não é um mundo distante — é o embrião do que somos hoje. As mesmas tensões entre tradição e modernidade, entre o local e o global, entre o privilégio e a ascensão social, continuam presentes — só que agora em formato digital, acelerado e em escala planetária.

Revisitar essas páginas não é nostalgia. É reafirmar que, por trás de cada balanço, anúncio ou cartão de visita, havia pessoas sonhando, trabalhando, investindo e construindo um futuro que, de certa forma, nós herdamos.

E se você acha que o mundo mudou demais... olhe novamente para esses documentos. Você verá que, no fundo, as motivações humanas permanecem as mesmas: buscar segurança, reconhecimento, progresso — e, claro, um bom negócio.


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