Praça Tiradentes no Final dos Anos 1940: Quando o Comércio e a Arquitetura Contavam a História da Cidade
Praça Tiradentes no Final dos Anos 1940: Quando o Comércio e a Arquitetura Contavam a História da Cidade
No final da década de 1940, a Praça Tiradentes já era muito mais do que um espaço público — era o centro pulsante da vida comercial e social de Curitiba. A fotografia capturada naquela época revela uma paisagem urbana em transformação: edifícios imponentes, ruas movimentadas, automóveis clássicos estacionados em fileiras e, sobretudo, a presença marcante de uma instituição que até hoje faz parte da identidade da cidade — a Casas Pernambucanas.
Localizada na esquina da praça, com sua fachada ampla e letreiro proeminente, a loja já estava ali — e continua lá até hoje, resistindo às mudanças urbanísticas, econômicas e culturais das últimas sete décadas. Fundada em 1928, a Casas Pernambucanas se tornou sinônimo de consumo popular, oferecendo desde móveis e eletrodomésticos até tecidos e utensílios domésticos — tudo em um só lugar, com preços acessíveis e atendimento personalizado. Sua permanência no mesmo endereço é um testemunho raro da continuidade comercial em uma cidade que, ao longo do tempo, viu muitas lojas fecharem e outras surgirem.
Mas há outra curiosidade arquitetônica nesta imagem — talvez menos óbvia, mas igualmente fascinante: o prédio à esquerda da Praça Tiradentes, atualmente pertencente à Família Frischman, que, como a foto mostra, ainda não tinha os dois andares superiores que hoje o caracterizam.
Naquela época, o edifício apresentava apenas três pavimentos, com uma fachada simples, janelas retangulares e varandas discretas. Os dois andares adicionais — que hoje dão ao prédio sua silhueta moderna e vertical — foram construídos posteriormente, provavelmente nos anos 1950 ou 1960, quando Curitiba começou a expandir-se verticalmente e a adotar novos padrões de construção. A família Frischman, reconhecida por sua atuação no comércio e na indústria paranaense, assumiu o imóvel e o adaptou às necessidades da época — mantendo, contudo, a essência da estrutura original.
A Praça Tiradentes, nesse período, era um dos principais pontos de encontro da cidade. Ao redor, lojas de departamentos, bancos, cafés e escritórios se concentravam, formando um verdadeiro “centro financeiro” da capital. O trânsito era leve — poucos carros, muitos pedestres — e a vida acontecia nas calçadas, nas vitrines, nos bancos de praça. As luminárias suspensas ainda iluminavam a noite, e o som dos bondes ecoava pelas ruas adjacentes.
Hoje, a Praça Tiradentes continua sendo um marco — embora tenha perdido parte de seu caráter comercial para os shoppings e centros comerciais modernos. Mas, ao olhar para esta fotografia, percebemos que a alma da cidade ainda está lá: nos prédios que resistiram ao tempo, nas lojas que se reinventaram, nas famílias que mantiveram seus negócios por gerações.
A Casas Pernambucanas ainda está lá. O prédio da Família Frischman cresceu — literalmente — para acompanhar a cidade. E a Praça Tiradentes? Ela continua sendo o coração — mesmo que agora, batendo em ritmo diferente, mas com a mesma força.
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