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segunda-feira, 20 de março de 2023

Comendador João Guilherme Guimarães, nasceu na cidade de Paranaguá, em 9 de maio de 1857, filho do Visconde do Nácar (Manoel Antônio Guimarães) e, de D. Rosa Correia Guimarães.

 Comendador João Guilherme Guimarães, nasceu na cidade de Paranaguá, em 9 de maio de 1857, filho do Visconde do Nácar (Manoel Antônio Guimarães) e, de D. Rosa Correia Guimarães.


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Comendador João Guilherme Guimarães, nasceu na cidade de Paranaguá, em 9 de maio de 1857, filho do Visconde do Nácar (Manoel Antônio Guimarães) e, de D. Rosa Correia Guimarães.

Segundo Spoladore foi iniciado na Loja Perseverança em 1875, seu nome aparece em uma lista de Florianistas de 1894.

Em 1876 João Guilherme Guimarães estava lotado como Tenente da Guarda Nacional da 2° Companhia do Estado Maior de Guarakessava. Periódico “Almanake da Província do Paraná” ed. 0001 pág. 161 de 1876.

Em 1881, foi chamado por seu pai Manoel Antônio Guimarães para vir assumir a chefia da casa comercial, fundando então a firma Visconde de Nácar & Filho, sucedida em 1890 pela empresa Guimarães & Cia, não terminando assim sua completa formação escolar, mas se tronando um grande autodidata.

No nosso comércio ocupou lugar de destaque a firma Guimarães & Cia., chefiada pelos Srs. Arcésio e Acrisio Guimarães, da qual fez parte com o solidário e comanditário o Comendador João Guilherme Guimarães.

Foi comandante Superior da Guarda Nacional de Paranaguá, presidente da Câmara Municipal, Intendente e, Prefeito Municipal da mesma cidade de 1891 à 1900, cargos estes que desempenhou com rara honestidade, competência e desinteresse.

Os seus subsídios ele empregava em benefício do serviço público, tais como:

Conservação de estradas coloniais, despesas

Casou-se em 31 de março de 1883 com D. Clotilde Miró Guimarães, de cujo matrimônio nasceram quatro filhos:

Erasto e Clio, falecidos em tenra idade, e Arcesio e Acrisio.

Em 20 setembro na Igreja da Ordem terceira, celebrou-se com toda a pompa a festa de São Francisco e, a mesa para o ano compromissal de 1885 a 1886 teve como um dos definidores João Guilherme Guimarães, sendo latente sua vocação para a caridade, haja visto seu engajamento na Santa Casa de Misericórdia.

Em 20 de junho de 1888 foi nomeado Coronel Comandante superior da Guarda Nacional da Comarca de Paranaguá. A 25 de maio foi agraciado como oficial ato da imperial Ordem da Rosa.

Em 1887 foi eleito vereador da Câmara Municipal de Paranaguá, tomando posse deste cargo no ano seguinte, sendo escolhido para presidente. Em 1889 foi nomeado intendente municipal, cargo que recusou.

Já no regime republicano, tivemos os seguintes Prefeitos:

1.° Prefeito Comendador João Guilherme Guimarães, eleito para o quatriênio 1892 a 1896. Reeleito para o quatriênio 1896 a 1900, completou os dois mandatos.

O nosso primeiro Prefeito, eleito e empossado em 1892, foi o coronel João Guilherme Guimarães, político de grande prestígio e comerciante de largos cabedais.

Em 1892, por ocasião da revolta Armada, organizou em poucos dias a Guarda Nacional tendo entregue ao comando da guarnição, um batalhão de infantaria e duas companhias de artilharia. Dias depois tinha um atrito com o comandante da guarnição, por pretender este invadir atribuições que não lhe pertenciam.

Teve o seu quatriênio perturbado pela revolução federalista, que não o impediu, entretanto de atacar o primeiro serviço de saneamento da cidade, drenando os pantanais da costeira e, abrindo valas de escoamento para o mar e tudo fazendo para que a cidade se mostrasse limpa.

A lei destinava um subsídio anual de 6 contos que o coronel deixava intacto para revertê-lo em algum benefício para a cidade.

E foi assim que ele doou para a Igreja Matriz um belo relógio. Mandou reparar o cais do Itiberê. Fez do Campo Grande um primor de logradouro público.

Adquiriu terras na Serra da Prata e as colonizou com polacos, dando origem à Colônia Santa Cruz. Criou instalando em vasto prédio na Rua 15 a Escola Humanitária Paranagüense, já extinta e que funcionou à custa dos cofres municipais.

Apoiou a concessão para a linha de bondes a vapor. Era político firme, mas tolerante. Fez muito, fez tudo quanto era humanamente possível fazer pelo seu berço natal.

Fazia tanta coisa o coronel ao ponto de o povo perguntar donde saía tanto dinheiro, quando a renda municipal mal atingia a 100 contos anuais. Donde saía?

Do bolso do prefeito, está visto.

O povo, agradecido, reelegeu-o por um novo quatriênio, e como o coronel João Guilherme era dotado de bondade que cativava os próprios adversários, adquiriu tal popularidade que o fizeram "rei", isto é, começaram a chamá-lo de Rei Guilherme e rei ficou, até muito tempo depois de abandonar a vida pública, falecendo entre a estima, o respeito e a admiração dos nossos conterrâneos.

O caso foi comunicado ao Rio e o presidente da República e o ministro da Justiça prestigiaram a ação do Coronel João Guilherme.

Fora mas sim, por sua ordem, empossados os oficiais que nomeara para preencher as vagas no estado maior das forças que organizara. Passou, então, o exercício de seu cargo ao seu substituto, Coronel Theodorico Julio dos Santos.

No ano seguinte, a 15 de janeiro, dava-se o levante das companhias de artilharia e o Coronel João Guilherme prestou poderoso auxílio ao comandante da praça de Paranaguá, pelo que mereceu pomposos elogios em ordem do dia.

Seu nome foi escolhido para figurar na chapa de deputados estaduais à Constituinte. Por duas vezes, um ano quatriênio de 1896 a 1900 e a segunda no quatriênio 1900 a 1904, João Cândido, foi insistentemente convidado a se candidatar à vice-presidente do Estado, tendo duas vezes recusado.

No ano de 1895, foi padrinho em Curitiba de João Miró,

Jornal “A Tribuna” edição 00024 pág.2 de 31 de Outubro de 1895.

No período de 1894 a 1900 foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá, devendo-se à sua gestão a construção do prédio que hoje se elevan a praça Ouvidor Pardinho, desta cidade.

Foi presidente do Clube Literário durante 18 anos em várias gestões, sendo a primeira em 1882. O atual prédio desta sociedade foi construído graças aos seus esforços.

Era monarquista engajado, inclusive em 14 de maio de 1907 subscreveu junto a outros monarquistas uma mensagem de apoio ao Príncipe Luiz Gabriel.

(Jornal O Olho da Rua edição 0004 pág.9)

No ano de 1896 enquanto era Prefeito de Paranaguá, promulgou uma lei que criava um imposto para navios que entrassem no Porto, com carregamento e, que estivessem sem consignatários na cidade, que entrou em vigor em jan. de 1897.

Foi eleito presidente de Tiro de Guerra 99, em 1899, por unanimidade, não tendo aceito a investidura.

No dia 25 de agosto um pavoroso incêndio atingiu uma casa que estava em sua chácara o qual habitavam um pobre casal, o incêndio ocorreu às 15:00 segundo o jornal “A Noticia” edição 250, de 26 de agosto de 1906.

Em 18 de outubro de 1908 foi eleito, também por unanimidade, presidente do Tiro de Guerra 99.

Em 1917 comanditou-se na sua firma comercial, passando a chefia ao seu filho Arcesio.

Foi sem dúvida político mais influente do litoral após seu pai.

A ação do comendador João Guilherme exerceu-se também na imprensa: durante sua gestão como prefeito, publicou-se o Almanaque Paranaguense, obra de real valor, sob a direção do professor Honório Décio da Costa Lobo.

Quando presidente do Club Literário fundou a tipografia do “O Itiberê”, jornal de grande formato, então dirigido por Joaquim Soares Gomes e Dr. Leocádio José Correia.

Por iniciativa sua foram fundados vários jornais políticos dentre eles “A Ordem, O Constituinte, e A Nação”.

Com o um dos maiores acionistas, foi fundador da “Gazeta do Povo”, o grande órgão da imprensa curitibana, em plena atividade.

No Rio de Janeiro foi um dos fundadores da Sociedade Humanitária Paranaense, extinta em 1890. Filiado ao Clube Literário e com uma subvenção de CR $500,00 do governo provincial, fundou um curso comercial que ótimos serviços prestou ao Paraná.

Fundou, mais tarde, um curso escolar sob a direção do professor Serapião e, tentou posteriormente a fundação de outros dois cursos idênticos, um sob a direção da professora Olívia Pereira Alves, e outro do professor Icilio Orlandini.

Foi presidente da Associação Comercial de Paranaguá e, também, de Curitiba.

Dentro da municipalidade de Paranaguá foi aonde que a suas ações mais se salientaram.

Durante a sua administração foram construídas as casas escolares Dr. Faria Sobrinho e Humanitária Paranaense, hoje neste prédio funciona o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá.

Foi percussor da desapropriação do Matadouro Municipal e, aumentou o seu campo de pasto, trabalhou para adquirir a chácara denominada da Pinta, para nela ser instalado o Lazareto Municipal, isto tudo sem subvenção do Estado.

Aumentou o mercado público e construiu o chalé do peixe.

Trabalhou para estabelecer os serviços de remoção do lixo, limpeza e capinação das ruas.

Executou a drenagem do campo do Arsenal.

Abriu a comunicação para o Boulevard Serzedelo hoje Rua Cel. José Lobo, ideia desprezada pelos seus sucessores, que preferiram abrir a Rua Marquês do Herval, (Hoje Gabriel de Lara), com grande prejuízo para o Município).

Construiu a estrada da estação Alexandra a Santa Cruz para facilitar a saída dos produtos coloniais.

Na linha Cândido de Abreu, na colonia Maria Luiza, estabeleceu 13 famílias de colonos polacos, que estavam sem-abrigo e, dormindo ao relento, ato que veio demonstrar como seria possível localizar parte dos colonos que o governo federal destinava a Prudentópolis.

Este fim foi conseguido, mas o governo abandonou a conservação da estrada da colonia Maria Luiza e os colonos mudaram se para Guarapuava.

Mais tarde o cônsul austríaco, na capital, mandou agradecer ao comendador João Guilherme os serviços prestados aos colonos.

Outros serviços ainda foram feitos sem sua fecunda gestão.

Várias ruas foram calçadas e foram executados muitos melhoramentos urbanos, inclusive a Praça Comendador Manoel Ricardo Carneiro, reforma de pontes e lavanderias, levantamento do cadastro da cidade e do Rocio, estudo para canalização de água na cidade, esgotos e instalação de luz elétrica, cujos serviços não efetuou porque naquela ocasião, se convenceu, que os recursos municipais não o permitiam e, a população iria ficar demasiadamente onerada.

Falecido a 27 de outubro de 1927 com 70 anos de idade, nesta cidade cuja vida honrada servirá de exemplo e será lembrado para todo sempre.

Hamilton Ferreira Sampaio Junior

Referências:

Biblioteca Nacional

Instituto Moises Soares http://msinstituto.blogspot.com/

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My Heritage

VIANA, Manoel. Paranaguá na História e na Tradição: Paranaguá na História e na Tradição. 1. ed. [S. l.: s. n.], 1971.

SANTOS, Antônio Vieira dos. Memória Histórica: Paranaguá. 1. ed. Paranaguá: Própria, 1951. 422 p. v. 1. ISBN xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

SPOLADORE, Hércule. HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX. In: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX: HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARANAENSE NO SÉCULO XIX. 1. ed. LONDRINA: Ruahgraf Gráfica e Editora Ltda, 2007. v. 1, cap. 1, p. 2. ISBN 8590725804, 978859072580.
REVISTA PANORAMA. nº 44, p. 50, 51, 25, jan.1956.



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