quarta-feira, 22 de junho de 2022

Praça Carlos Gomes - 1933. Curitiba PR Foto de Arthur Wischral.

 Praça Carlos Gomes - 1933. Curitiba PR
Foto de Arthur Wischral.


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Praça Santos Andrade, sem data. Curitiba - PR Foto de Armin Henkel.

 Praça Santos Andrade, sem data. Curitiba - PR
Foto de Armin Henkel.


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terça-feira, 21 de junho de 2022

Região do Alto da Rua XV, em 1947

 Região do Alto da Rua XV, em 1947


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Trecho da Avenida Vicente machado em abertura em 1949

 Trecho da Avenida Vicente machado em abertura em 1949


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Antiga Casa de Campo do Governador Santos Andrade, nos arredores de Curitiba, fotografadada em 1895

Antiga Casa de Campo do Governador Santos Andrade, nos arredores de Curitiba, fotografadada em 1895


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Casa Wenceslau Glaser - Rua Comendador Araújo com a Coronel Dulcídio, nos anos 70, algum tempo antes de sua demolição em 1975.

 Casa Wenceslau Glaser - Rua Comendador Araújo com a Coronel Dulcídio, nos anos 70, algum tempo antes de sua demolição em 1975.


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**Rua Comendador Araújo, nro 598 -Esquina com a Rua Desembargador Motta - Bairro Batel - ** **Farmácia André de Barros, atual Dom Parma Tratoria ** Ano - [1979]

 **Rua Comendador Araújo, nro 598 -Esquina com a Rua Desembargador Motta - Bairro Batel - **
**Farmácia André de Barros, atual Dom Parma Tratoria **
Ano - [1979]


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A BALSA QUE AFUNDOU NO RIO IGUAÇU Foi no fatídico dia 19/09/1973, uma quarta-feira por volta das 18h00 nas águas do rio Iguaçu, o maior acidente náutico já registrado na região.

 A BALSA QUE AFUNDOU NO RIO IGUAÇU
Foi no fatídico dia 19/09/1973, uma quarta-feira por volta das 18h00 nas águas do rio Iguaçu, o maior acidente náutico já registrado na região.

A BALSA QUE AFUNDOU NO RIO IGUAÇU
Foi no fatídico dia 19/09/1973, uma quarta-feira por volta das 18h00 nas águas do rio Iguaçu, o maior acidente náutico já registrado na região. Trabalhadores (boa parte construtores da Usina de Salto Osório que retornavam do serviço), viajantes e moradores locais foram vítimas da tragédia sem precedentes, que abalou toda a região oeste e sudoeste do Paraná.
A construção da Usina Salto Osório, se iniciou em meados de 1970, com o desvio do leito original do rio Iguaçu, portanto a movimentação de trabalhadores aumentou consideravelmente na região.
O município de Quedas do Iguaçu (na época) vivia momentos de grande euforia, com a movimentação de pessoas de todas as partes do Brasil para fazer parte da construção da Usina de Salto Osório.
Naquele momento, a balsa que realizava a transposição do rio Iguaçu com destino a Foz do Chopim, transportava cerca de setenta pessoas, dois caminhões caçamba, um ônibus da empresa Cattani, um táxi e um caminhão de uma distribuidora de bebidas, sem saber ao certo o que houve, a balsa mergulhou nas águas profundas e violentas do Rio Iguaçu, vitimando quarenta pessoas que sucumbiram às fortes correntezas agravadas pela escuridão da noite, daquela quarta feira trágica.
Entre gritos desesperados a tranquilidade do local se quebrou, a balsa havia afundado rapidamente. Muitas pessoas corriam de um lado para outro, sem ter a certeza do que realmente estava acontecendo e a notícia da tragédia corria a princípio entre as localidades próximas. Aos poucos a barranca do Porto da Balsa estava lotada de curiosos e vários corpos eram retirados da água pelos socorristas, populares e até vítimas que ajudavam.
Sobre as causas do acidente relatos afirmaram que a balsa estava com sobrepeso, um dos funcionários solicitou para um dos motoristas que aguardavam partida que freasse bruscamente os pneus em cima das pranchas da balsa, com o objetivo da proa soltar-se da margem do Rio. Um erro fatal de cálculo fez a embarcação inclinar-se, baixando a proa, deslizando os veículos (carros e caminhões) empurando todos na água. Em questão de segundos a maioria dos passageiros e tripulantes estavam submergindo nas águas agitadas do rio Iguaçu, que não facilitavam o nado para isso teria que ser um nadador exímio para chegar a margem para se salvar.
Outros relatos contam que capacetes, bonés e chapéus boiavam sobre as águas, e o encontro das pessoas era inevitável. Entre braçadas e gritos de desespero que saiam das gargantas dos desesperados na tentativa de alcançar a margem, muitos se agarravam uns aos outros levando ambos para a morte certa.
O prefeito quedense da época Pedro Alzides Giraldi rapidamente criou uma comissão de assistência no resgate dos corpos e dos desaparecidos, e assistência a parentes e no que mais fosse necessário naquele momento terrível. Vários caixões foram transportados para o local, pois entre os mortos e feridos muitos residiam em Quedas do Iguaçu.
No local do acidente foi instalado um guindaste de 65 toneladas (foto), que realizou o resgate dos veículos, da balsa e do rebocador que se encontravam no fundo do leito do Rio. Mergulhadores foram acionados para realizar a busca dos desaparecidos, enquanto uma multidão observava o resgate nas duas margens do Iguaçu, sendo que a maior parte das vítimas residia em foz do Chopim, que era distrito de Dois Vizinhos na época, hoje município de Cruzeiro do Iguaçu.
Num dos depoimentos o quedense Claudino Luiz Dallbosco, proprietário de uma funerária na época, disse ter atendido cerca de 30 vítimas e a Copel, empresa responsável pela obra de Salto Osório, prestou assistência na confecção dos caixões. Claudino realizou os funerais, e contou sua história numa entrevista concedida em 23/10/2004 no mesmo dia de seu aniversário de 82 anos.
Corpos foram encontrados vários dias após o acidente, alguns a quilômetros de distância do local do acidente, uma das vítimas um jovem de nome Jeremias Nunes Cabral, resgatado seis dias após o acidente, deixou viúva uma jovem senhora de nome Diva Cabral, eles não tinham filhos e eram recém-casados na época.
O número exato de mortos ou desaparecidos até hoje é um mistério, mas esta foi a maior acidente náutico já ocorrido no sudoeste do Paraná. Ainda hoje os familiares lembram com muita tristeza essa tragédia que hoje completa 46 anos.
(Extraído de: jexpoente.com.br)
Paulo Grani.

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PARNANGUARA FOI AUTOR DE ARRANJO DA CANÇÃO DA PANTERA COR-DE-ROSA

 PARNANGUARA FOI AUTOR DE ARRANJO DA
CANÇÃO DA PANTERA COR-DE-ROSA

PARNANGUARA FOI AUTOR DE ARRANJO DA
CANÇÃO DA PANTERA COR-DE-ROSA
Waltel nasceu em uma família de músicos e iniciou-se nesta arte já muito cedo, por meio da bateria, do violão e, posteriormente, do cavaquinho e violoncelo, vindo ainda a estudar harpa e órgão.
Sua infância e adolescência foram marcadas pelo estudo da música e religião, alternadas entre as cidades de Curitiba e Rio de Janeiro. Seus estudos musicais se consolidaram no período em que esteve no seminário, com o chileno Joquín Zamacois. Entre seus mestres da época, nomes como Bento Mossurunga, padre José Penalva, Jorge Koshag, Stanley Wilson e Alceo Bocchinocontribuíram para sua formação.
Em Curitiba formou uma jazz-band junto com seu irmão Ismael Branco (bateria) e com a então revelação Gebran Sabag (piano). Em 1949 rumou para o Rio de Janeiro e em seguida para Cuba, ainda na juventude, juntamente com a cantora Lia Ray, para ser o arranjador, diretor musical e violonista do conjunto que formaram. Neste país, teve a oportunidade de tocar com Perez Prado, Mongo Santamaria e Chico O'Farrel, ajudando a criar a mistura de jazz, música cubanae brasileira que veio a alterar a salsa e, posteriormente, influenciar o jazz fusion, do qual Waltel é considerado um dos precursores.
Já nos Estados Unidos, por volta de 1952/53, integrou o trio do baterista Chico Hamilton. Voltando ao Brasil teve importância fundamental na formatação da bossa nova, morando em uma pensão junto com João Gilberto, com quem desempenhou longa parceria, sendo arranjador e amigo desde então.
Depois de pequenas passagens pela Europa e Ásia, Waltel decidiu estudar música e trilha sonora, rumando novamente aos Estados Unidos, onde teve contato com a música incidental do maestro Stanley Wilston e com o violonista Sal Salvador, que por sua vez tocava com Nat King Cole, com quem Waltel veio a formar um trio, além de produzir um disco para o irmão Fred Cole e para a filha Natalie Cole. Mais tarde conheceu a cantora Peggy Lipton (que casou-se com Quincy Jones) e sua irmã Lede Saint-Clair, com quem veio a se casar.
Com a carreira agitada pelo jazz e pela música erudita, em meio a grandes nomes, acabou por conhecer o maestro Henry Mancini e a integrar a equipe que este comandava, responsável por várias trilhas sonoras e composições, entre as quais a famosa Pantera Cor-de-Rosa. Ainda nos Estados Unidos trabalhou e gravou com Franco Rosolino, Charles Mariano, Sam Noto, Dizzy Gillespie, Mel Lewis e Max Bennett.
Foi em 1963, longe de casa, o maestro veio a se encontrar com o empresário Roberto Marinho que, reconhecendo seu talento, o chamou para a então jovem Rede Globo, onde viria a compor um time seleto de músicos da emissora junto a Radamés Gnatalli, César Guerra Peixe e Guido de Moraes.
No Rio de Janeiro, gravou os discos Guitarra em Chamas 1 e 2, juntamente com o violonista Baden Powell e, tendo contato com a então inovadora bossa nova, participou dos arranjos de Chega de Saudade, de João Gilberto, com quem veio a trabalhar por um longo período.
Morando na Espanha acabou por vencer um concurso da Rádio Difusora Francesa e veio a estudar violão com Andrés Segovia, um dos maiores violonistas do mundo. Em Roma esteve com Chico Buarque, Elis Regina, João Gilberto e diversos outros músicos brasileiros e estrangeiros.
Chegou até mesmo à Índia, onde lecionou música ao lado de maestros renomados. Em Cuba, o governante Fidel Castro solicitou ao maestro Quem Brower que recuperasse a autenticidade da música cubana, e para tanto, Waltel foi chamado. Viajou boa parte da Europa e do mundo.
Waltel Branco tocou com Dorival Caymmi, Nana Caymmi, João Gilberto, fez arranjos para Roberto Carlos, Cazuza, Tim Maia, Djavan, Cartola, Gal Costa,Maria Creuza, Vanuza, Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Zé Keti, Peri Ribeiro, Sérgio Ricardo, Tom Jobim, Tomaz Lima e muitos outros, chegando até a fazer um arranjo do Hino Nacional Brasileiro para a Orquestra de Viena executar. Teve músicas gravadas por diversos artistas como Elis Regina no Brasil, e Eva Fampas na Grécia. Alguns dos seus discos de início de carreira são hoje considerados raríssimos e já ultrapassam o valor de US$200,00 no mercado para colecionadores[carece de fontes].
Em 2001 o Maestro assumiu a regência da Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa(OSPG), para a qual musicou o poema Os poentes da minha terra, de Anita Philipovsky. Em 2004 Waltel Branco foi eleito presidente do Fórum de Música do Paraná, engajando-se na defesa da música brasileira junto as esferas públicas como Câmara Setorial de Música do Ministério da Cultura e Conferência Nacional de Cultura. Ainda em 2004 é destacado no livro A[des]construção da Música na Cultura Paranaense de Manoel J. de Souza Neto o que resulta em série de homenagens ao mestre, que constantemente é chamado para receber comendas, ou proferir palestras, entrevistas e participar de eventos acadêmicos onde divide seus conhecimentos. Além disso, teve um breve relato de sua história contada através do já premiado documentário "Descobrindo Waltel",(2005) de Alessandro Gamo, onde ilustres personalidades como Ed Motta, Roberto Menescal e o Maestro Julio Medaglia entre outros, ajudam a contar a vida do mestre. Recentemente o comentarista Luiz Nassifescreveu artigo referindo-se a Waltel como grande mestre da música brasileiraque ainda espera por reconhecimento.
Em 2007 lançou o disco "Meu Novo Balanço" com músicas de outros dos seus álbuns e algumas inéditas como "Fera Pantera" na qual, por sugestão de Chico Buarque faz uma versão da música da Pantera Cor de Rosa voltada para educação. Neste ano ainda foi "Artista Homenageado" pelo Festival de Artes do estado do Paraná. No dia 22 de Novembro de 2008 foi lançado em Curitiba o livro "A Obra para Violão de Waltel Branco", com mais de 40 partituras revisadas por Cláudio Menandro. O livro contém ainda um resumo detalhado de sua biografia.
Em 2012 recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) como compositor, arranjador e multi-instrumentista paranaense, sobre o que o reitor da instituição destacou: "É um marco nos 100 anos da UFPR e reflete o reconhecimento que a instituição tem das pessoas que marcam a história do Paraná". Também foi destaque o fato deste ser o primeiro título de doutor honoris causa da instituição concedido a um músico.
Mais de 20 discos lançados até 2008, além dos quais foi arranjador ou participou de alguma maneira de aproximadamente 1000 discos históricos da música brasileira.
Solos:
1960 - Recital Violão
1962 - Guitarras em Fogo
1963 - Guitarra Bossa Nova
1966 - Mancini Também é Samba
1972 - Meu Balanço
1972 - Jungle Bird Black Soul (com o pseudônimo Airto Fogo)
1974 - Seleção de Clássicos, Músicas do século XVI ao Século XX
1975 - Airto Fogo (com o pseudônimo Airto Fogo)
1976 - Recital (II)
1990 - Kabiesi
1997 - Naipi
2007 - Meu Novo Balanço
Conjunto:
195… - Românticos de Cuba;
1958 - Djalma Ferreira e seus Milionários do Ritmo - Drink (baixo)
1959 - Mariza - A Suave Mariza
1959 - Djalma Ferreira e seus Milionários do Ritmo - Depois do Drink (baixo)
1960 - Os Cobras
1960 - Conjuntos de José Marinho, Netinho, Waltel Branco e João Donato
(disco Dance Conosco)
1960 - Elizeth Cardoso e Moacyr Silva - Sax Voz
1961 - Newton Mendonca Tribute - Em Cada Estrela uma Canção (guitarrista)
1961 - Zé Bodega e Orquestra de Severino Araújo: "Um sax no Samba" (guitarrista)
1961 - Rubens Bassini e os 11 Magníficos (guitarrista)
1961 - Elizeth Cardoso - A Meiga Elizeth Vol.2
1961 - Rubens Bassini - Ritmo Fantastico, Rubens Bassini e os 11 Magnificos
1962 - Orlann Divo (LP "A Chave do Sucesso" como guitarrista)
1963 - Trio Surdina
1963 - Moacyr Silva e Seu Conjunto - Sax Sensacional Nr. 3 (guitarrista)
1963 - Miltinho - Bossa e Balanço
196… - Copa Cinco
1964 - Wilson Miranda: "A Outra Face de Wilson Miranda" (guitarrista)
1964 - A Turma do Bom Balanço
1964 - Luiz Carlos Vinhas - Novas Estruturas
1965 - Meirelles e os Copa 5 - O Novo Som
1968 - Quarteto 004 - Retrato em Branco e Preto (regência)
1973 - Cesar Costa Filho - E os sambas viverão (violonista)
1973 - Antonio Carlos & Jocafi (guitarrista)
1977 - Paulo Moura, Formiga, Altamirro Carilho e Abel Ferreira - Interpretam Vivaldi, Webber, Purcell e Villa Lobos com Orquestra Sinfônica Brasileira (alaúde)
1978 - Agepê - Tipo Exportação (Viola e Violão)
1978 - Trindade: Curto Caminho Longo (trilha do documentário)
1979 - Frank Valdor - Live in Rio (Guitarrista)
1979 - Elizeth Cardoso - O Inverno do Meu Tempo (guitarrista)
1980 - João Bosco - Bandalhismo (violonista)
1980 - Violão em Dois Estilos Waltel Branco + Rosinha de Valença
19.. - Lena Rios (violão 7 cordas)
19.. - Violão para quem não gosta de Violão
19.. - Orquestra Os Bossambistas - So Danco Samba
Trilhas para cinema ou televisão (Participou de alguma maneira como diretor musical, arranjador, compositor ou outra):
O Primeiro Amor; Assim na Terra como no Céu; Passo dos Ventos; Cavalo de Aço; Supermanoela; Senhora; A Moreninha; Vejo a Lua no Céu; O Feijão e o Sonho;,À Sombra dos Laranjais; Anarquistas; A Gata Comeu; Irmãos Coragem (1970); O Tempo e o Vento (anteriormente encomendado ao Tom Jobim); Os Senhores da Terra; Selva de pedra (1972); O Semideus; Os Ossos do Barão; Anjo Mau (1976); O Bofe; Uma Rosa com Amor; O Bem Amado; Saint Hilaire na Terra dos Diamantes; Cuca Legal; Ti Ti Ti; Vida de artista - Especial Cauby Peixoto; Pirlimpimpim; Amizade Colorida.
Waltel morreu em sua residência, na cidade do Rio de janeiro, em 28/11/2018, em decorrência de diabetes.
(Fontes: Wikipedia / Folha do Litoral / www.arte.seed.pr.gov.br / Foto: wikipedia)
Paulo Grani

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QUANDO A VIDA IMITA A ARTE " Não raro a vida imita a arte, ao contrário do que dizem.

 QUANDO A VIDA IMITA A ARTE
" Não raro a vida imita a arte, ao contrário do que dizem.

QUANDO A VIDA IMITA A ARTE
" Não raro a vida imita a arte, ao contrário do que dizem.
Por exemplo, eu vi da minha mesa na redação do jornal "Última Hora" o Adherbal Fortes de Sá Júnior sugerir a um tipo estranhíssimo, chamado Tuyuti Sareta, que padecia de lábio Leporino e era fanho, que imitasse o Zé do Burro de "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes, que havia ganho a Palma de Ouro de Cannes com o filme de Anselmo Duarte, e levasse uma cruz até a igreja do Rocio em Paranaguá, em troca de alguns favores.
Lembro que, na seqüência, o improvisado Zé do Burro entrou no santuário da padroeira do Paraná com todas as honras, pois o prefeito, o bispo e o delegado de polícia não ousaram enfrentar a força popular do jornal que, em Paranaguá, sob o comando de Cícero Catani, tirava quase três mil exemplares e comandava até greves na área portuária.
Vi, também, uma situação de absoluto decalque do filme "A Montanha dos 7 Abutres", de Billy Wilder, com o ator Kirk Douglas na pele de um jornalista inescrupuloso e sensacionalista, que se aproveita de um acidente numa mina para conter o último mineiro até a morte da vítima.
Havia uma invernada no Capão Raso, onde um pequeno regato penetrava por uma caverna subterrânea estreitíssima, só explorada pelas crianças, que afinal desafiam o imponderável, são protegidas pelos anjos e têm as dimensões do corpo como vantagem para penetrar em bueiros e galerias. Anos antes, corria na memória da população daquele bairro a estória de um menino que avistara uma santa no interior dessa galeria.
Na verdade, tratava-se de um fenômeno comum de refração da luz e que produz uma espécie de prisma de forma triangular e lembrando em tudo um ícone. Como uns meninos voltaram a explorar o mesmo lugar e a ver idêntica imagem, a fantasia se alastrou e o jornal Última Hora fez um carnaval em cima do assunto, com o repórter Maurício Távora.
Como chefe de redação, fui até lá para tomar pé da situação e ao ver a estreiteza da entrada da caverna, resolvi avisar o comandante dos bombeiros, coronel Hamilton de Castro, do risco que havia no local. Meia hora depois, o comandante ligou-me agradecendo, mas avisando que um operário da construção civil resolvera entrar na galeria para ver a santa e acabou morrendo.
Pior é que, com o sensacionalismo do noticiário, pintou no lugar um taumaturgo, milagreiro. que se fazia passar por Wilmar Schmidt, um menino catarinense que andou fazendo, décadas antes, milagres em Curitiba, e que afirmava que localizaria o trabalhador.
Ajudei na época a desmascarar o falso milagreiro, pois havia conhecido o verdadeiro Wilmar. Não foi fácil, porém, à autoridade segurar o povo que entrou na onda do milagreiro e até rezava o terço, bem como o Corpo de Bombeiros teve que criar "Know how" para aquele tipo de soterramento.
Nesse caso, também a vida imitou, sem muita criatividade, aquilo que a arte já consagrara."
(Autor: Jornalista Luiz Geraldo Mazza / Fonte: Histórias de Curitiba / Foto ilustrativa: Wikipedia)
Paulo Grani

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