domingo, 2 de novembro de 2025

Curitiba nos Anos 60: Entre o Cinema, a Elegância e os Laços Sociais — Um Retrato da Cidade que se Construía

 Curitiba nos Anos 60: Entre o Cinema, a Elegância e os Laços Sociais — Um Retrato da Cidade que se Construía



Curitiba nos Anos 60: Entre o Cinema, a Elegância e os Laços Sociais — Um Retrato da Cidade que se Construía

Se você já imaginou como era passar um fim de semana em Curitiba nos anos 60, prepare-se: não era só sobre ruas calmas e cafés tranquilos. Era sobre cinema em cartaz, jantares elegantes, casamentos que reuniam famílias inteiras e mulheres que definiam o estilo da cidade com postura, cultura e bom gosto.

Hoje, mergulhamos em mais uma edição rara de um jornal curitibano da época — um verdadeiro tesouro da memória urbana. Nele, encontramos anúncios que revelam o cotidiano, fotos que contam histórias e textos que nos fazem sentir o pulso da sociedade paranaense daquela década.

Vamos percorrer página por página, descobrindo quem eram os protagonistas dessa cena, o que movia suas escolhas e como a cidade se transformava entre tradição e modernidade.


Página 1: O Entretenimento como Cultura — O Cine Ópera e o Festival de Cinema

Na primeira página, o destaque é o Cine Ópera, que exibia filmes como A Família Trapp, O Corcunda de Notre Dame e Miguel Strogoff. Mas o grande evento era o Festival de Cinema, que ocorria entre os dias 9 e 22 de maio — e prometia ser “o maior festival dos últimos tempos”.

Isso nos mostra que, mesmo em uma cidade ainda em desenvolvimento, o cinema era um espaço de cultura, lazer e até mesmo de formação social. As pessoas não iam apenas assistir a filmes — iam participar de um ritual coletivo: vestir-se bem, chegar na hora certa, comentar as cenas depois.

Além disso, o anúncio do Instituto de Beleza Record — com sua modelo elegante e o slogan “E modas” — revela que a moda e a beleza já eram temas centrais na vida das mulheres. A publicidade da Lojas Guernier (“Tintas e Vernizes”) e da Massas Todeschini (com sua dona sorridente) mostram que o comércio local estava em pleno funcionamento, atendendo tanto às necessidades práticas quanto às estéticas da população.


Página 2: O Casamento como Evento Social — Enlace Tardi-Pissarra

Na segunda página, o casamento de Tardi e Pissarra toma conta da atenção. Não é apenas um matrimônio — é um evento social que reúne famílias, amigos e autoridades. A foto mostra os noivos cercados por convidados, todos vestidos com requinte, e o texto menciona a presença de figuras como o Padre Francisco de Castilho e o Coronel Fernando Barbosa.

O casamento não era apenas um ato religioso; era um ato político, social e econômico. Era a união de duas famílias, o fortalecimento de laços, a celebração de um futuro promissor. A menção ao “jardim da bela residência dos Castilhos” e ao “cortejo nupcial” mostra que a festa era tão importante quanto a cerimônia.

E aqui, novamente, a elegância volta ao centro: os vestidos das damas, os ternos dos homens, a decoração da igreja — tudo era planejado com cuidado, porque cada detalhe contava.


Página 3: Elas Falam Sobre Si Mesmas — A Elegância como Escolha Consciente

Na terceira página, o título “Elas falam sobre” dá voz a duas mulheres: Sra. Dr. Milton de Barros Withers (nascida Eleonora Valente) e sua filha Sandra. A foto as mostra sentadas lado a lado, com expressões serenas e vestidos clássicos — um look que combina simplicidade e sofisticação.

O texto diz:

“Vários fatores são imprescindíveis na elegância feminina: educação, cultura, distinção e sobriedade... A mulher nasce ou não elegante. A elegância da mulher permanece, de alguma forma, para sempre.”

Essa declaração é poderosa. Ela nos lembra que, naquela época, a elegância não era algo que se comprava — era algo que se cultivava. Era fruto de educação, de postura, de consciência. E isso ainda é válido hoje.

As duas mulheres representam uma geração que entendia que verdadeira elegância não precisa gritar — basta estar presente.


Página 4: A Senhora da Moda — Snra. Dr. Augusto Colle (Nascida Lily Gabardo)

Na quarta página, encontramos a Snra. Dr. Augusto Colle, retratada em um vestido longo, com mangas bufantes e decote sutil — um modelo que remete ao glamour dos anos 50, mas com um toque de modernidade. O texto a define como “uma jovem de beleza natural, independente de modas e tendências”.

Ela representa o contraponto à efemeridade da moda: a beleza que vem de dentro, da postura, da forma como se comporta. A descrição menciona que “não se deixa levar pelas modas passageiras”, e que “seu estilo é único, original e inconfundível”.

Isso é especialmente interessante porque, na mesma época em que o Brasil vivia os primeiros ventos da modernidade urbana, muitas mulheres optavam por manter uma identidade visual própria — não por rejeitar o novo, mas por saber quem eram.

Ela também é associada à marca “Maison Dior”, o que indica que, mesmo em Curitiba, havia acesso à alta-costura internacional — ou pelo menos, ao desejo de imitá-la com bom gosto.


Página 5: A Elegância como Atitude — Snra. Dr. Pedro Alípio Camargo (Nascida Mena Marçalo)

Na última página, a Snra. Dr. Pedro Alípio Camargo aparece em um vestido longo, com mangas bufantes e decote sutil — um modelo que remete ao glamour dos anos 50, mas com um toque de modernidade. O texto a define como “uma jovem de beleza natural, independente de modas e tendências”.

Ela representa o contraponto à efemeridade da moda: a beleza que vem de dentro, da postura, da forma como se comporta. A descrição menciona que “não se deixa levar pelas modas passageiras”, e que “seu estilo é único, original e inconfundível”.

Isso é especialmente interessante porque, na mesma época em que o Brasil vivia os primeiros ventos da modernidade urbana, muitas mulheres optavam por manter uma identidade visual própria — não por rejeitar o novo, mas por saber quem eram.

Ela também é associada à marca “Maison Dior”, o que indica que, mesmo em Curitiba, havia acesso à alta-costura internacional — ou pelo menos, ao desejo de imitá-la com bom gosto.


Por que isso importa hoje?

Essas páginas não são apenas retratos de pessoas esquecidas. São espelhos de uma época em que a elegância era uma escolha consciente, e não um consumo compulsivo. Elas nos mostram que:

  • Elegância é atitude, não roupa.
  • Estilo é coerência, não tendência.
  • Beleza é presença, não aparência.

E, talvez o mais importante: a história de Curitiba não está apenas nos prédios, nas ruas ou nos documentos oficiais — está nos rostos, nos sorrisos e nas escolhas das mulheres que a habitaram.

Que tal pensar: qual será a elegância da nossa geração? Como seremos lembrados?


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