Curitiba nos Anos 50: Um Retrato da Indústria, Moda e Sociedade — Página por Página
✨ Curitiba nos Anos 50: Um Retrato da Indústria, Moda e Sociedade — Página por Página ✨
Hoje, mergulhamos em outro tesouro histórico: uma publicação que retrata Curitiba em sua fase de crescimento industrial, social e cultural nos anos 1950. Com fotos, anúncios, notícias sociais e reportagens, este material é um verdadeiro documento vivo da cidade que se transformava.
Vamos explorar cada página com atenção aos mínimos detalhes?
📄 PÁGINA 1: Refrigeración Baduy S.A. — A Indústria que Refrigera o Estado
A capa já nos apresenta uma das grandes empresas industriais da época: Refrigeración Baduy S.A., fundada em Curitiba e com fábrica e escritório em prédio próprio na Rua Comendador Fontana, 161.
“A mais antiga indústria de refrigeração do Estado.”
A foto aérea mostra a imponência da fábrica — moderna para a época, com estrutura metálica e telhados inclinados, integrada ao tecido urbano. O texto destaca a tradição, modernidade e completude da maquinaria, indicando que a empresa era referência nacional no setor.
Dois homens são apresentados como líderes:
- Sr. Miguel Baduy, Diretor-Presidente
- Sr. Guilherme Bichler, Diretor-Superintendente
Ambos aparecem em retratos formais, vestindo ternos — símbolo de autoridade e profissionalismo da época. Os produtos oferecidos incluem:
- Geladeiras
- Sorveteiras
- Câmaras e balcões
- Frigoríficos
- Instalações especiais
Este anúncio não é apenas comercial — é um testemunho do desenvolvimento industrial paranaense, quando Curitiba começava a se afirmar como polo econômico.
📄 PÁGINA 2: Irmãos Reffo Ltda. — 25 Anos de Tradição e Inovação
Esta página celebra os 25 anos da Firma Irmãos Reffo Ltda., uma das pioneiras no ramo de joalheria e ourivesaria em Curitiba.
“O ramo de joalheria é sobretudo um dos mais complexos e delicados...”
O texto descreve a evolução da empresa desde sua fundação, destacando seu compromisso com a qualidade, originalidade e inovação. A fábrica, localizada na Rua Visconde de Nacar, 307, é descrita como um espaço moderno, onde “os espertos mestres da arte de joalheria” trabalhavam com precisão e criatividade.
As fotos mostram:
- A fachada da loja, com vitrines elegantes e arquitetura sóbria.
- Detalhes do interior da oficina, com bancadas, ferramentas e peças em produção.
- Uma fileira de vitrines exibindo joias e relógios — símbolos de status e sofisticação.
Os nomes dos fundadores, Jacy e Alcino Reffo, são mencionados com orgulho, assim como a dedicação da equipe e o reconhecimento público pela qualidade dos produtos.
📄 PÁGINA 3: Dino Almeida Informa — Notícias Sociais e Culturais
Aqui, entramos no mundo das notícias sociais, com o cabeçalho “Dino Almeida Informa” — provavelmente uma coluna ou seção dedicada a eventos, curiosidades e personalidades locais.
O destaque principal é o título em letras maiúsculas:
“O ASSUNTO!!!: BRÓTOS...”
O texto, embora parcialmente ilegível, parece comentar sobre jovens “brótos” — termo da época que designava rapazes elegantes, bem-sucedidos ou de boa aparência — talvez em contexto de festas, casamentos ou eventos sociais.
Outros destaques:
Revista da Jovem-Guarda: Menção a uma publicação voltada para o público jovem, indicando a emergência de novas formas de entretenimento e cultura popular.
Últimas Noticias: Uma coluna com breves informações sobre eventos, viagens e mudanças sociais — típica de jornais e revistas da época.
As fotos mostram jovens mulheres sorridentes, vestidas com roupas leves e estilosas, representando o novo ideal de beleza e modernidade da década de 1950.
📄 PÁGINA 4: Enlace Bizerril – Tourinho — Casamento Social de Destaque
Esta página é inteiramente dedicada ao casamento de Vânia Bizerril e Luís Fernando Tourinho, um evento de grande repercussão social em Curitiba.
“O Col. Haroldo Bizerril chega ao altar de Sra. Teresinha, com que filha Vânia vem se casar com seu neto, Luís Fernando Tourinho.”
O texto descreve a cerimônia religiosa na Igreja de Santa Teresinha, com presença de famílias tradicionais como os Bizerril, Tourinho, Ferreira e outros. O casamento é descrito como “um dos mais concorridos da temporada”, com convidados de alto escalão social e político.
Fotos mostram:
- O casal no altar, com véu e traje formal.
- Convidados posando em grupo, vestidos com elegância — homens de terno e gravata, mulheres com vestidos longos e luvas.
- A saída da igreja, com o casal recebendo cumprimentos dos convidados.
O texto também menciona o “romantismo de esplendor”, sugerindo que o casamento foi planejado com todo o requinte possível — flores, decoração, música e protocolo social.
📄 PÁGINA 5: Desfile no Salão Vermelho do Concórdia — A Elegância Vem de Paris
A última página traz um dos momentos mais refinados da vida social curitibana: um desfile de moda no Salão Vermelho do Clube Concórdia.
“A elegância vem de Paris.”
O texto explica que a apresentação foi organizada pela própria casa de modas, com roupas importadas diretamente da França — especialmente de Paris, então capital mundial da moda. As peças são descritas como “modernas”, “refinadas” e “adequadas ao clima subtropical”.
As fotos mostram modelos desfilando com vestidos longos, acessórios finos e penteados impecáveis. Os tecidos parecem ser seda, crepe e renda — materiais nobres e caros na época.
O texto menciona:
- A presença de figuras importantes da sociedade local.
- O sucesso do evento, que atraiu grande público.
- O papel do Clube Concórdia como centro cultural e social da elite curitibana.
Esta página é um testemunho da influência francesa na moda brasileira e da importância dos clubes sociais como espaços de convívio e afirmação de status.
📜 Por que isso importa?
Essa publicação não é apenas uma coleção de anúncios e fotos. Ela é um documento histórico essencial que nos permite entender:
- Como era a vida industrial e comercial em Curitiba nos anos 50;
- Quais eram os padrões de consumo, moda e status social;
- Como os eventos sociais eram organizados e divulgados;
- O papel das empresas, clubes e famílias tradicionais na construção da identidade da cidade.
Preservar e estudar esses materiais é fundamental para manter viva a memória coletiva e compreender as raízes da Curitiba que conhecemos hoje.
Se você tem em casa documentos antigos, recortes de jornais, álbuns de família ou revistas como esta — não os jogue fora! Eles são tesouros históricos. Considere doá-los a arquivos públicos, museus ou bibliotecas. Cada página guarda uma história que merece ser contada.
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