domingo, 2 de novembro de 2025

Curitiba nos Anos 20: A Cidade que Sonhava Grande — Entre Teatros, Cafés, Seguros e o Carnaval de 1925

 

Curitiba nos Anos 20: A Cidade que Sonhava Grande — Entre Teatros, Cafés, Seguros e o Carnaval de 1925



Curitiba nos Anos 20: A Cidade que Sonhava Grande — Entre Teatros, Cafés, Seguros e o Carnaval de 1925

Em 1925, Curitiba era uma cidade de cerca de 60 mil habitantes — pequena, mas vibrante. Enquanto o Brasil vivia os primeiros ventos da modernidade, aqui, nas ruas do centro, nos jornais e nas fachadas das lojas, a vida se construía com empreendedorismo, elegância e uma forte conexão com o mundo.

Hoje, mergulhamos em edições raras de jornais curitibanos dos anos 20 — verdadeiros diários da sociedade da época. Neles, encontramos anúncios que revelam o cotidiano, fotos que contam histórias e textos que nos fazem sentir o pulso da cidade em transformação.

Vamos percorrer página por página, descobrindo quem eram os protagonistas dessa cena, o que movia suas escolhas e como Curitiba se construía entre tradição e modernidade.


Página 1: O Comércio que Vestia, Curava e Educava — Lojas, Farmácias e Colégios

Na primeira página, o destaque é o Colégio Batista, que oferece “ensino primário e secundário” — um sinal claro da importância da educação na formação da sociedade. Mas o que realmente chama atenção são os anúncios comerciais: La Saison, Chapelaria Venus, Casa D’Alo, E.A. Kimmel e Nicolau Mäder & Comp.

La Saison — Moda Feminina de Luxo

O anúncio da La Saison mostra uma mulher vestindo um vestido longo, com cintura marcada e mangas bufantes — um estilo típico da moda francesa dos anos 20. O texto diz:

“Saias de linho, tecidos leves, cores claras — tudo pensado para o verão curitibano.”

Isso nos mostra que as mulheres já tinham acesso a tendências internacionais — e que a moda não era apenas sobre roupa; era sobre postura, presença e identidade.

Chapelaria Venus — A Arte de Usar Chapéu

A Chapelaria Venus, localizada na Rua Quinze de Novembro, 12, era uma das mais tradicionais da cidade. O anúncio mostra sua fachada imponente, com vitrines repletas de chapéus de palha, feltro e seda. O texto diz:

“Chapéus para todas as ocasiões — almoços, teatros, passeios e cerimônias.”

Isso revela que o vestuário era um símbolo de status social — e que a chapelaria era uma arte refinada.

Casa D’Alo — Saúde e Bem-Estar

A Casa D’Alo, com seu anúncio de “pó para estômago, rins e bexiga”, mostra que a saúde já era uma preocupação central. O produto, chamado Bebam Ouro Fino, era importado da Alemanha e prometia “alívio imediato para dores e desconfortos”.

Isso nos mostra que os curitibanos já tinham acesso a medicamentos importados — e que a farmácia era um espaço de confiança e cuidado.

E.A. Kimmel — O Mercado de Produtos Importados

A E.A. Kimmel era uma das principais lojas de produtos importados da cidade. O anúncio menciona que ela vendia “vinhos, licores, conservas, chocolates e utensílios domésticos” — tudo importado da Europa.

Isso revela que Curitiba já estava conectada ao mundo — e que os produtos importados eram símbolos de modernidade e sofisticação.

Nicolau Mäder & Comp. — A Indústria do Chimarrão

A Nicolau Mäder & Comp., fundada em 1898, era uma das maiores indústrias de erva-mate do Paraná. O anúncio diz:

“Premiadas com medalhas de ouro nas exposições do Rio de Janeiro em 1908 e 1922 e Turim em 1911.”

Isso nos mostra que Curitiba já tinha indústrias de nível mundial — e que o chimarrão, tão típico do Sul, era um produto de exportação.


Página 2: O Comércio que Conectava — Lojas, Bancos e Importações

Na segunda página, entramos no universo do comércio internacional com anúncios de VLAN, Carnaval, João Eugênio & C., Fernando Egg e Casa Ideal. Aqui, vemos que Curitiba já estava conectada ao mundo — e que os produtos importados eram símbolos de modernidade e sofisticação.

VLAN — O Melhor em Tecidos e Moda

O anúncio da VLAN mostra uma loja com vitrines repletas de tecidos, vestidos e acessórios. O slogan “O Melhor” indica que a concorrência já existia — e que as lojas precisavam se destacar para atrair clientes.

O texto diz:

“Tecidos finos, vestidos à última moda, acessórios exclusivos — tudo para a mulher moderna.”

Isso revela que a moda já era um segmento competitivo — e que as mulheres tinham acesso a tendências internacionais.

Carnaval de 1925 — A Festa que Unia a Cidade

O anúncio do Carnaval de 1925 promete “muita alegria, muita música e muita dança”. O evento era realizado no Teatro Municipal e contava com desfiles, bailes e apresentações musicais.

Isso nos mostra que, mesmo em tempos de crise, a vida seguia — e que o carnaval era um momento de celebração, de união e de alegria.

João Eugênio & C. — O Comércio de Tecidos e Moda

A João Eugênio & C. era uma das principais lojas de tecidos da cidade. O anúncio menciona que ela vendia “algodões, sedas, lãs e linhos” — tudo importado da Europa.

Isso revela que o consumo já era diversificado — e que as famílias tinham acesso a uma variedade de itens.

Fernando Egg — O Mercado de Produtos Importados

A Fernando Egg era uma das principais lojas de produtos importados da cidade. O anúncio menciona que ela vendia “vinhos, licores, conservas, chocolates e utensílios domésticos” — tudo importado da Europa.

Isso revela que Curitiba já estava conectada ao mundo — e que os produtos importados eram símbolos de modernidade e sofisticação.

Casa Ideal — O Comércio de Tecidos e Moda

A Casa Ideal era uma das principais lojas de tecidos da cidade. O anúncio menciona que ela vendia “algodões, sedas, lãs e linhos” — tudo importado da Europa.

Isso revela que o consumo já era diversificado — e que as famílias tinham acesso a uma variedade de itens.


Página 3: O Café que Fez a Fortuna — Feliciano Guimarães & C.

Na terceira página, encontramos um anúncio da Feliciano Guimarães & C., exportadora de café fundada em 1901. O texto diz:

“Exportadores de Café — Casa Fundada em 1901 — Escritórios Próprios: Para Compras em: Ourinhos, Ribeirão Claro, Jacarezinho, Colônia Mineira — Para Vendas em: Zurique (Suíça), Mühlehalde, 6, Paris, Rue Blanche, 29, Ponto Grosso.”

Isso é impressionante. Em 1901, quando a cidade ainda era pequena, já havia empresas que exportavam café para a Europa — e que tinham escritórios próprios em cidades como Zurique e Paris. Isso mostra que Curitiba já era um centro comercial importante — e que o café, tão emblemático do Paraná, era um produto de exportação global.

Além disso, o anúncio menciona que a empresa tem agentes em cidades como Hamburgo, Antuérpia, Havre, Bordeaux, Genova, Trieste, Buenos Aires, Montevidéu, Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre — o que indica que o comércio já era diversificado e que as relações comerciais já eram estabelecidas em todo o mundo.


Página 4: A Farmácia Internacional — Nicolau Mäder & Comp.

Na quarta página, voltamos ao anúncio da Nicolau Mäder & Comp., que produz “fábricas de herva matte” e é premiada com medalhas de ouro em exposições internacionais. O texto diz:

“Premiadas com medalhas de ouro nas exposições do Rio de Janeiro em 1908 e 1922 e Turim em 1911.”

Isso nos mostra que Curitiba já tinha indústrias de nível mundial — e que o chimarrão, tão típico do Sul, era um produto de exportação. Além disso, o anúncio menciona que a empresa tem propriedades em Curitiba, São Catharina e Joinville — o que indica que o comércio já era diversificado e que as relações comerciais já eram estabelecidas em todo o estado.


Página 5: O Comércio que Conectava — Bancos, Importações e Carnaval

Na última página, encontramos anúncios de Bank of London & South America Limited, Casa Pratt, Casa Garcia da Silva & C. e Carnaval de 1925. Aqui, vemos que Curitiba já estava conectada ao mundo — e que os produtos importados eram símbolos de modernidade e sofisticação.

Bank of London & South America Limited — O Banco Internacional

O anúncio do Bank of London & South America Limited mostra que a cidade já tinha bancos internacionais — e que as transações financeiras já eram feitas em escala global. O banco tinha filiais em Londres, Buenos Aires, Montevideo, Santiago, Lima, Bogotá, Caracas, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.

Isso revela que Curitiba já estava integrada ao sistema financeiro internacional — e que as empresas locais tinham acesso a crédito e investimentos globais.

Casa Garcia da Silva & C. — O Comércio de Tecidos e Moda

A Casa Garcia da Silva & C. era uma das principais lojas de tecidos da cidade. O anúncio menciona que ela vendia “algodões, sedas, lãs e linhos” — tudo importado da Europa.

Isso revela que o consumo já era diversificado — e que as famílias tinham acesso a uma variedade de itens.

Carnaval de 1925 — A Festa que Unia a Cidade

O anúncio do Carnaval de 1925 promete “muita alegria, muita música e muita dança”. O evento era realizado no Teatro Municipal e contava com desfiles, bailes e apresentações musicais.

Isso nos mostra que, mesmo em tempos de crise, a vida seguia — e que o carnaval era um momento de celebração, de união e de alegria.


Por que isso importa hoje?

Essas páginas não são apenas retratos de pessoas esquecidas. São espelhos de uma época em que o comércio, a indústria e o café construíram a cidade. Elas nos mostram que:

  • Curitiba sempre foi uma cidade empreendedora.
  • O comércio internacional já existia há mais de 100 anos.
  • O café e o chimarrão foram os pilares da economia local.

E, talvez o mais importante: a história de Curitiba não está apenas nos prédios, nas ruas ou nos documentos oficiais — está nos anúncios, nos nomes das empresas e nas escolhas dos empreendedores que a construíram.

Que tal pensar: qual será o legado da nossa geração? Como seremos lembrados?


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