quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Demetrio Chiniski Nascido a 8 de setembro de 1890 (segunda-feira) - Curitiba, Parana, Brasil Falecido a 3 de setembro de 1974 (terça-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 83 anos

 Demetrio Chiniski Nascido a 8 de setembro de 1890 (segunda-feira) - Curitiba, Parana, Brasil Falecido a 3 de setembro de 1974 (terça-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 83 anos

Demétrio Chiniski: Uma Vida Tecida com Amor, Perda e Esperança — A História de um Homem que Plantou Raízes em Curitiba

Por uma voz que ainda ecoa nas ruas do Batel, no sussurro dos ventos da Santa Felicidade, e nos olhos das gerações que ele ajudou a criar.


O Nascer de um Sonho — 8 de Setembro de 1890

Naquela segunda-feira, sob o céu claro de Curitiba, nasceu Demétrio Chiniski — um nome que, ao longo dos anos, se tornaria sinônimo de força, trabalho e amor incondicional. Seus pais, Nicolau Senich e Maria (sobrenome desconhecido), embora pouco registrados pela história oficial, foram os primeiros guardiões de sua alma. Talvez tenham chegado à capital paranaense carregando apenas malas de esperança, mas plantaram em Demétrio as sementes de uma vida dedicada à família, à terra e à fé.

Curitiba, em 1890, era uma cidade que respirava mudança — ruas de pedra, igrejas de madeira, e um povo que sonhava com o futuro. Demétrio cresceu entre esses muros, aprendendo desde cedo o valor do trabalho, da humildade e da união. Seu coração, moldado por essa infância simples, jamais esqueceria de onde veio — nem mesmo quando a vida lhe exigisse coragem para seguir adiante.


O Amor que Construiu uma Família — Cerca de 1913

Em torno de 1913, aos 23 anos, Demétrio encontrou o amor da sua vida: Adelina Ribeiro Baptista, nascida também em 1890 — uma mulher de sorriso sereno e mãos firmes, que se tornaria a coluna de sua casa e o porto seguro de seus filhos.

Seu casamento, celebrado em Curitiba, foi mais do que uma cerimônia religiosa — foi um pacto de vida. Eles não tinham muito, mas tinham tudo o que importava: amor, respeito e a certeza de que juntos poderiam construir algo eterno.


Os Frutos do Amor — Filhos que Foram Estrelas na Noite de Demétrio

A partir de 1913, a vida de Demétrio e Adelina se encheu de gritos de bebês, risadas de crianças e noites acordadas cuidando dos pequenos. Cada filho foi um capítulo único em sua história:

🔹 Joaquim Chiniski (nascido em 20 de janeiro de 1913, Bacacheri) — O primogênito, cujo batismo em 1915 foi celebrado em Umbará, marcou o início de uma nova era. Joaquim, mais tarde, casou-se com Maria Rosa Pereira Chiniski em 1936, na Lapa — e, assim, a árvore familiar começou a florescer.

🔹 Maria José Chiniski (nascida em 5 de outubro de 1914) — Batizada em 19 de janeiro de 1915, ela trouxe delicadeza e ternura para o lar. Sua presença era como um abraço constante, um lembrete de que o amor materno e paterno podia ser transmitido de geração em geração.

🔹 João Chiniski (nascido em 2 de junho de 1916) — Batizado em 26 de novembro do mesmo ano, João cresceu entre brincadeiras no quintal e histórias contadas pelo pai à luz de lamparinas. Ele carregou consigo o legado do trabalho duro e da honestidade.

🔹 Maria de Jesus Chiniski e Azelia Chimiske Ferreira (ambas nascidas em 1918) — Duas irmãs que compartilharam o mesmo ano, mas cada uma com sua própria história. Maria de Jesus, batizada em 27 de janeiro de 1918, foi uma figura de bondade e fé. Azelia, cujo nome soa como música, tornou-se Azelia Chimiske Ferreira — talvez por casamento ou adoção — e deixou sua marca até 1978, quando partiu, levando consigo memórias de infância, risos e lágrimas.

🔹 Pedro Ochiniski (nascido em 25 de julho de 1922) — Batizado em 31 de dezembro de 1922, Pedro foi uma luz breve, mas intensa. Sua vida foi cruelmente interrompida em 3 de maio de 1924, aos poucos meses de idade. A dor da perda de um filho é algo que nenhum pai deveria sentir — e Demétrio, homem de fé, carregou esse luto em silêncio, transformando-o em força para proteger os outros.

🔹 Antonio Chiniski (nascido entre 7 de março e 3 de julho de 1924) — Batizado em 21 de abril de 1924, Antonio foi o último filho de Demétrio e Adelina. Ele viveu até 1979, sendo testemunha viva da história da família, dos tempos difíceis e das conquistas. Seu nome, talvez, foi escolhido em homenagem ao santo padroeiro — ou talvez como um pedido de proteção, após a perda de Pedro.


A Dor que Ninguém Pode Prever — 1936

Em 24 de outubro de 1936, a vida de Demétrio foi novamente sacudida. Adelina Ribeiro Baptista, sua companheira de mais de duas décadas, faleceu em Curitiba, aos 46 anos. A perda de sua esposa foi um golpe profundo — mas não o derrubou. Ele seguiu em frente, com os filhos ao seu lado, ensinando-os a amar, a trabalhar, a rezar.

E mesmo em meio à dor, houve momentos de alegria: em fevereiro daquele mesmo ano, seu filho Joaquim se casara com Maria Rosa — e Demétrio, orgulhoso, viu a continuidade da sua linhagem.


O Legado que Permanece — 3 de Setembro de 1974

Depois de 83 anos de vida, Demétrio Chiniski partiu em 3 de setembro de 1974 — uma terça-feira tranquila em Curitiba. Não foi apenas o fim de uma vida, mas o encerramento de uma era. Ele deixou para trás uma família forte, raízes profundas e valores inabaláveis.

Sua história não está escrita apenas em registros de batismo ou certidões de óbito — está nos sorrisos dos netos, nas histórias contadas pelos filhos, nas fotos desbotadas que guardam momentos de alegria e superação.

Ele foi um homem simples, mas extraordinário. Um pai que chorou a perda de um filho, mas nunca desistiu de amar os outros. Um marido que perdeu a esposa, mas continuou firme, como um carvalho que resiste ao vento. Um curitibano que viveu cada dia com dignidade, mesmo quando a vida lhe mostrou suas faces mais duras.


Para Sempre em Nossos Corações

Hoje, em 2025, quando passamos pelas ruas de Curitiba — seja no Batel, no Umbará, ou na Lapa — podemos sentir a presença de Demétrio. Ele está nos nomes dos seus descendentes, nas tradições familiares, nas orações que ainda são feitas em sua memória.

Sua história não é apenas de datas e eventos — é de coragem, amor e perseverança. É a história de um homem que, mesmo diante da adversidade, escolheu continuar plantando sementes de esperança.

E essas sementes? Elas ainda estão aí — crescendo, florescendo, dando frutos.


Demétrio Chiniski — Pai, esposo, guerreiro, herói silencioso.
Você não se foi. Você se tornou eterno.

Com carinho, por aqueles que você amou e que ainda te amam.
Curitiba, 21 de novembro de 2025


🌿 “O amor que demos não morre. Ele se transforma em memória, em legado, em raiz.”

Sosa : 20

  • Nascido a 8 de setembro de 1890 (segunda-feira) - Curitiba, Parana, Brasil
  • Falecido a 3 de setembro de 1974 (terça-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 83 anos

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Fontes

  • Pessoa: Árvore Genealógica do FamilySearch - Demetrio Chiniski<br>Também conhecido como: Demetrio SenichDemettrio Czenisky<br>Gênero: Masculino<br>Nascimento: 8 de set de 1890 - Curitiba, Parana, Brasil<br>Casamento: Cônjuge: Adelina Ribeiro Baptista - Perto de 1913 - Curitiba, Parana, Brasil<br>Morte: 3 de set de 1974 - Curitiba, Paraná, Brazil<br>Pais: Nicolau Senich, Maria Senich<br>Esposa: Adelina Ribeiro Chiniski (nascida Baptista)<br>Filhos: Joaquim Chiniski, Maria José Ribeiro Baptista (nascida Chiniski), João Chiniski, Maria de Jesus Ferreira de Souza (nascida Chiniski), Azelia Chimiske Ferreira, Pedro Ochiniski, Antonio Chiniski, Miguel Chiniski, João Chisini<br>Esta pessoa parece ter parentes duplicados. Veja no FamilySearch para ver a informação completa. - Record - 40001:97662306:

 Ver árvore

   
sosa Nicolau Senich sosa Maria ?
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sosa Demetrio Chiniski 1890-1974


Antepassados de Demetrio Chiniski


18908 set.
191320 jan.
22 anos
cerca1913
~ 23 anos
19145 out.
24 anos

Nascimento de uma filha

 
Baptismo a 19 de janeiro de 1915 (Umbará, Curitiba, Paraná, Brasil)
19162 jun.
25 anos

Nascimento de um filho

 
Baptismo a 26 de novembro de 1916
191824 jan.
27 anos

Nascimento de uma filha

 
Baptismo a 27 de janeiro de 1918 (Umbará, Curitiba, Paraná, Brasil)
1918
28 anos

Nascimento de uma filha

192225 jul.
31 anos

Nascimento de um filho

 
Baptismo a 31 de dezembro de 1922 (Umbará, Curitiba, Paraná, Brasil)
entre19247 mar.e19243 jul.
~ 33 anos

Nascimento de um filho

 
Baptismo a 21 de abril de 1924 (Umbará, Curitiba, Paraná, Brasil)
19243 maio
33 anos
193614 fev.
45 anos
193624 out.
46 anos
19743 set.
83 anos


Descendentes de Demetrio Chiniski

  























Casa Vermelha Antiga Local (município): Curitiba, PR Data da foto original: Dec. 1900 Descrição da imagem: varias pessoas em frente a empresa " Burmester, Thon & Cia Successores de W.H.A. Peters ", Na sacada, a direita, um dos socios, o Sr. Henrique Burmester. Mais tarde, o predio foi reformado - atual Casa Vermelha

 Casa Vermelha Antiga

Local (município):
Curitiba, PR
Data da foto original:
Dec. 1900
Descrição da imagem:
varias pessoas em frente a empresa " Burmester, Thon & Cia Successores de W.H.A. Peters ", Na sacada, a direita, um dos socios, o Sr. Henrique Burmester. Mais tarde, o predio foi reformado - atual Casa Vermelha

"Cascão e a Tia Tânia"

 

HQ "Cascão e a Tia Tânia"

Em outubro de 1995, há exatos 30 anos, era lançada a história "Cascão e a Tia Tânia", em que o Cascão foge da sua tia que também era criança de quase idade dele e queria mandar nele. Com 12 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 230' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cascão Nº 230' (Ed. Globo, 1995)

Escrita por Rosana Munhoz, os meninos perguntam para o Cascão se quer jogar bola e ele aceita, mas bem longe dali porque estava fugindo da sua Tia Tânia, que é uma insuportável, chata e fica tratando como bebezinho. Ia contar algo importante, mas interrompe, deixando para lá. 

Quando começam a jogar, Tia Tânia aparece, Cascão se esconde dentro de um buraco de árvore. Veem uma menina da idade deles e falam que o Cascão pode sair. Ele diz que ela que é a sua Tia Tânia e que eles o entregaram. Cascão conta que é irmã mais nova da mãe dele, e, apesar de ter a mesma idade dele, a chata pensa que pode mandar nele.

Tia Tânia corrige, dizendo que ela tem oito anos e Cascão, sete, e que ela é tia dele e sobrinhos respeitam tias. Ela fala que Cascão saiu de camiseta com aquele vento e quer que coloque um agasalho. Cascão diz que não está com frio, Tia Tânia fala que sobrinhos tem que respeitar as tias e perguntam para os meninos se eles obedecem as tias e eles respondem que sim.

Cascão vai pôr o casaco, volta e diz que agora que o deixe jogar bola. Tia Tânia diz que futebol não é esporte para crianças pequenas. Ele responde não é criança pequena sem chamá-la de tia, ela manda chamar de tia e Cascão manda não encher. 

Titi, que estava paquerando a Tânia, fala que é para ter mais respeito com a tia. Cascão também manda Titi não encher. Titi fala que também é para ter respeito com ele, quem sabe se torne tio dele, e é para chamá-lo de "Tio Titi". Cascão acha interessante que a Tia Aninha vai gostar de saber disso e Titi acha então que é melhor não se meter em assuntos de família.

Tia Tânia volta a dizer que é tia dele e que ele não vai jogar bola e Cascão faz careta para ela. Tia Tânia manda parar de jogar bola e que Cebolinha e Xaveco também não devem jogar. Cascão diz que eles são amigos dele e vão estar sempre do lado dele. Tia Tânia fala que não deve jogar bola, e, sim, tomar um banho. Cascão pergunta para turma se a tia não manda nele e eles falam errado, os sobrinhos devem obedecer a tia e seguram o Cascão porque querem banho já.

Eles amarram o Cascão na árvore enquanto pegam tina d'água, sabonete e toalha. Cascão esperneia, chama de falsos amigos e quando estão prestes a dar banho nele, aparece a Dona Lurdinha mandando a Tânia parar, avisando que o Cascão só vai tomar banho quando ele quiser. Tânia diz que é tia dele e Lurdinha fala que é mãe dele, irmã mais velha dela, que ela é uma pirralha e que manda nos dois e vão embora com Dona Lurdinha dando bronca na irmã e Cebolinha lamenta que mais uma vez o banho ficou no "quase".

Dias depois, Cascão recusa jogar bola com os meninos, que perguntam se ainda está brabo com eles e pedem desculpa. Cascão diz que tem umas coisas mais interessante para fazer, de sair com a Tia Tânia, diz que não gostava dela, mas depois que a mãe explicou umas coisinhas para ela, descobriu que é vantagem de ter uma tia e termina com ele pedindo para levá-lo ao parquinho, comprar pipoca, revistinha e sorvete.

História engraçada em que o Cascão tem uma tia criança, um ano mais velha que ele e Tânia quer mandar nele, como se fosse um bebezinho que precisava ser protegido. Primeiro, manda Cascão colocar casaco por causa do vento, depois que não é para jogar bola com os meninos e com a insistência do Cascão em não obedecê-la, Tânia quer que ele tome banho, tendo ajuda dos amigos. Cascão é salvo pela mãe que só acha o filho deve tomar banho quando ele quiser e dá bronca na irmã Tânia. No final, Cascão aproveita a vantagem de ter tia para pedir tudo para ela enquanto passeiam juntos.

Cascão tinha razão de achar a tia chata e insuportável, ninguém merece ser tratado como ela queria, ainda mais por ter quase idade dele. Com vergonha, ele até tentou esconder que a tia era criança, mas não pôde esconder quando ela chegou lá. Situação piorou quando quiseram dar banho nele, teve sorte da mãe dele aparecer e salvá-lo. Não tinha um padrão de comportamento da Lurdinha em relação a banho no filho, a maioria até que ela queria que o filho tomasse banho, mas tinham vezes que achava errado forçar, que tinha que ser quando ele desejasse.

Os meninos ficaram do lado do Cascão o tempo todo, mas o jogo virou quando a Tia Tânia queria dar banho no Cascão e passaram a ficar do lado dela, afinal, não podam perder oportunidade do Cascão tomar banho e se livrarem do mau cheiro dele. Nesse ponto, foram falsos amigos, tinham que continuar do lado dele por tudo que vier. Cascão foi às forras depois pedindo tudo para a tia, como se fosse a função dos tios de comprar tudo que os sobrinhos queriam, foi legal também.

Titi garanhão dando em cima da tia foi legal, saiu fora quando Cascão ameaçou contar para a Aninha, não queria problema com a verdadeira namorada. Aninha corna mais uma vez e sem saber da atitude do namorado, bom para ela que não descobriu, evitou mais decepção, apesar de sempre voltarem à boa depois das traições do Titi. Tia Tânia até gostou das investidas dele e ficaria se ele não tivesse namorada e nem gostou quando ele deu desculpa que achava melhor não meter em assuntos de família, desistindo de ficar com ela.

Foi engraçado o esconderijo do Cascão dentro do buraco da árvore para fugir da Tia Tânia, suor saindo da árvore ao perceber que ela se aproximou do local, as discussões dos dois, as investidas do Titi na Tia Tânia, Titi querendo ser chamado de "tio" pelo Cascão, ameaça do Cascão contar para a Aninha, meninos ajudarem no banho do Cascão, a Dona Lurdinha estragando o plano deles e dando bronca na Tia Tânia, falando que é pirralha e é ela quem manda nos dois e Tia Tânia se dar mal no final em pagar tudo que o Cascão queria. Tia Tânia voltou a aparecer depois em 'Cascão Nº 67 (3ª série - Ed. Panini, 2024) em uma história de abertura reunindo vários parentes do Cascão em sua festa de aniversário.

História mostrou situação de pessoas que podem ter tios da mesma idade na vida real, quando avó engravida junto com filha, normalmente os filhos se tratam mais como primos ou irmãos, situação de cotidiano que pode acontecer e ficou legal com duas crianças como Cascão e Tânia. Rosana gostava de criar histórias criando parentes para os personagens com aparições únicas, deixando mais próximos aos leitores que podiam ter mesma situação. Não duvido também que ela possa ter tido ou ter presenciado tio (a) com mesma idade de sobrinho (a) na própria família e se inspirou para criar a história. 

É incorreta atualmente por Cascão desobedecer tia, mãe dele incentivar a sujeira do filho, meninos amarrarem Cascão na árvore agindo como vilões forçando a tomar banho e Tia Tânia com calcinha à mostra no primeiro quadro da página 10 do gibi.

Traços ficaram bons, do estilo de língua ocupando maior parte da boca, característicos dos anos 1990. Dona Lurdinha sem lábios com batom, que era até mais normal as mães desse jeito quando os traços eram assim para dar mais humor a elas. As cores seguiram com degradê em todos os quadros, inclusive em gramas, arbustos, muros, árvores, etc, o padrão que era na época. 

Em 1995, sobretudo no segundo semestre, também estava bem frequente histórias de abertura da Rosana com quadros divididos em 3 linhas por página ou até 6 quadros por página ao invés do tradicional 4 linhas por páginas ou até 8 quadros. Desde 1989 já se podia ver enquadramentos assim algumas vezes, porém em 1995 já estava bem maior a frequência. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

Cebolinha: HQ "Por causa de uma letrinha..."

 

Cebolinha: HQ "Por causa de uma letrinha..."

Cebolinha: HQ "Por causa de uma letrinha..."

Mostro uma história em que o Cebolinha encontrou um Gênio da Garrafa com direito a realizar 5 pedidos, mas teve problemas com o seu jeito de falar. Com 7 páginas, foi história de abertura publicada em 'Cebolinha Nº 52' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cebolinha Nº 52' (Ed. Globo, 1991)

Cebolinha encontra uma garrafa enterrada, tira a tampa e aparece o "Gênio da Garrafa", que diz que ele tem direito a 5 pedidos. Cebolinha comemora que é a melhor coisa que podia acontecer, o Gênio diz para pedir logo para ele voltar a dormir por mil anos e Cebolinha pede para ser o dono da rua e, assim, vão parar na Lua e Cebolinha entende nada.

O Gênio diz que ele está na propriedade, pediu para ser dono da Lua, Cebolinha diz que não daquela Lua e o Gênio quer saber se é Lua de Marte, Júpiter ou Saturno. Nisso, chega o São Jorge querendo falar com o novo dono da Lua, reclamando que falta água e oxigênio, o cavalo reclama do chão esburacado e o Dragão manda tomar providência. Cebolinha manda o  Gênio voltar para a Terra e vai parar dentro de uma tela de cinema. Cebolinha se irrita, fala que é ir para casa, e  assim, o Gênio atende certo, avisando que já é o terceiro pedido dele. 

Cebolinha acha que foi muito egoísta e pede que o seu pai ganhe um carro novo. Cebolinha vê o Seu Cebola vindo e acha que está dando pulos de alegria, mas está dando pulos com o outro calo no pé, que já não bastava ter calo em um pé e agora no outro. E o Gênio comenta que, francamente, como pôde fazer uma coisa dessa com o pai dele.

Cebolinha reclama que não vê que ele fala "elado" e o Gênio entende "pelado". Cebolinha diz que troca o "R" de rato por L de lata e o Gênio pergunta se é esposa do "lato". Cebolinha fala que o que importa é que não fala direito e o Gênio responde que vai prestar atenção no último pedido. Cebolinha pede para acertar na Loto e o gênio dá uma moto que atropela o Cebolinha, acertando em cheio porque o Gênio pensou que trocava qualquer letra.

Cebolinha chora que era Loto mesmo e o Gênio dá mais um pedido de lambuja para ele. Cebolinha pede para fala certo, e o Gênio vai embora alegando que ele queria falar a palavra "celto" e falou. Cebolinha fica furioso, aparece Cascão perguntando o que houve, Cebolinha fala que nem imagina o que aconteceu, é para qualquer um ficar louco. Cascão fala que ele não está rouco, a voz está normalzinha e no final Cebolinha corre atrás dele, jogando a garrafa do Gênio no Cascão, que grita que o Cebolinha está louco.

História legal em que o Cebolinha tem direito a realizar 5 pedidos por um Gênio da Garrafa, só que o Gênio não o conhecia e muito menos não sabia do problema de dislalia dele e realiza os pedidos de acordo como o Cebolinha falava com ele se dando muito mal por conta da sua dislalia e sem pedidos realizados e no final ainda teve que aturar Cascão que não o compreendeu, confundindo "louco" com "rouco". 

Gênio foi burro em não compreender explicação do Cebolinha, mil anos dentro da garrafa pelo visto ajudou a emburrecê-lo em interpretar melhor as coisas como achar que "lata" era esposa do "lato". Cebolinha também podia ser mais claro em seus pedidos, na empolgação falava como se o Gênio conhecesse, como ao dizer que queria ser dono da rua, poderia ter dito que queria derrotar a Mônica, voltar para Terra, poderia ter dito "Planeta Terra" e por aí vai. Cebolinha também podia ter falado sobre a sua dislalia no segundo pedido para ver se adiantava alguma coisa, já que o Gênio não entendia muito bem. Já Cascão foi desligado, já que conhecia o Cebolinha e podia se tocar que de fato falou "louco" e não "rouco", dando mais raiva ainda para ele.

Todos os pedidos foram engraçados, era  muito bom o Cebolinha sofrendo por causa da dislalia. No trocadilho, Lua e rua, São Jorge, cavalo e dragão trataram como se o Cebolinha fosse um governante político, uma espécie de prefeito para consertar os problemas da Lua. No trocadilho Terra e tela, era só o Cebolinha dizer que queria Planeta Terra, voltar pra casa, o único pedido de fato realizado, carro e calo é o trocadilho da dislalia clássico e sempre engraçado, Seu Cebola que sofreu por causa disso, seria mais coerente ir para o escritório de chinelo e colocasse o sapato quando chegasse lá.

Gênio ainda confundiu "Loto" com "moto", trocando "L" por "M", pela falta de comunicação e interpretação, Cebolinha disse que trocava "R" pelo "L", mas também ele poderia ter dito "loteria", com menos chance do Gênio se enganar e falar "celto", burrice do Gênio por cebolinha ter avisado que trocava as letras, e Cascão com "louco e "rouco" caiu na burrice também.

Teve erro do Cebolinha falar "realizou" e "pra" na última página e sem querer deu impressão do Gênio ter realizado o pedido do Cebolinha em partes. Foi uma adaptação de Gênio da lâmpada que atende 3 pedidos, mudando para Gênio da Garrafa com 5 pedidos. Cebolinha não tinha muitas histórias de adaptações e ambientadas em contos de fadas, e essa pode ser considerada como história de fábula. 

Traços ficaram muito bons da fase consagrada dos personagens, com direito a Cebolinha com curva nos olhos para representar que estava com muita raiva. Incorreta por Cebolinha sofrer bullyng com a dislalia, não compreenderem seu jeito de falar e sofrer por causa disso, ser atropelado por moto, jogar garrafa no Cascão, Seu Cebola sofrer com calo, além da palavra "louco" ser proibida, e que interessante que foi a piada final e hoje não poderia nem criar um final assim.