terça-feira, 25 de novembro de 2025

Cascão: HQ "Videogueime? Gamei!"

 

Cascão: HQ "Videogueime? Gamei!"


Em homenagem ao "Dia dos Pais", mostro uma história em que o Seu Antenor dá um videogame para o Cascão para deixá-lo mais quieto e sem quebrar as coisas dentro de casa, mas não fica como bem o pai esperava. Com 13 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 165' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cascão Nº 165' (Ed. Globo, 1993)

Seu Antenor reclama com a Dona Lurdinha quem desmontou o barbeador e ela diz que o mesmo quem quebrou o vaso de estimação dela, o querido e superativo filhinho Cascão, que quebra o bibelô jogando bola na sala. Seu Antenor corre para bater no Cascão, que foge, dizendo que está atrasadíssimo para  uma partida de futebol. Seu Antenor queria que o filho fosse menos ativo e sai para fazer investimento que vai fazer o filho ficar mais quieto e ajudar a economizar em muitos consertos.

Mais tarde, Cascão volta do jogo, feliz que fez 3 gols e vai ser duro enfrentar o pai em casa, mas quem sabe ele já esqueceu tudo. Antenor reclama que o filho anda impossível ultimamente, quebrando tudo e resolveu dar uma coisa. Cascão acha que é palmada no bumbum e Seu Antenor lhe dá um videogame. Cascão adora e diz que vai passar a quebrar mais coisas em casa e Antenor quer que ele fique mais quieto.

Cascão joga o videogame, Lurdinha comenta que está tudo quieto, Antenor diz que Cascão está na sala, Lurdinha acha que está com a bola e quer salvar seus bibelôs e vê que estava quieto por causa do videogame e fica feliz que ele vai dar sossego algumas horas por dia e Antenor diz que até ele quebrar o videogame.

Na hora da janta, Cascão ainda está jogando, Antenor quer que o filho pare para jantar. Cascão dá uma pausa, come depressa em questão de segundos e voltar a jogar na sala. Antenor diz para a esposa que por ser primeiro dia, eles podem deixar. Nos dias seguintes, Cascão continua jogando, Antenor vai trabalhar, Cebolinha aparece chamando Cascão para o jogo de futebol, que é final de campeonato, Cascão recusa, Cebolinha fala que se não for, vão tirá-lo do time, Cascão diz, paciência se tirarem, sempre sem tirar olho da tela.

Depois, Xaveco convida Cascão para brincar, ele diz que só se for de videogame, dá um controle para o Xaveco, dizendo que quando ele perder, o Xaveco joga. Só que Cascão segue jogando sem perder nunca, entedia o Xaveco, que vai embora. Em seguida, Lurdinha limpa a casa com aspirador de pó, Cascão não sai do lugar enquanto joga o videogame, nem quando a mãe o levanta para limpar abaixo de onde estava. Lurdinha manda o filho parar de jogar e brincar lá fora e ele vai mesmo sem vontade.

Na rua, Cascão vai jogar futebol, mas só pensa em videogame, deixa o garoto driblar a bola e faz gol. Depois, o garoto faz pênalti com o Franjinha, Cascão é chamado para bater o pênalti e a bola sai para fora. Cascão sai do jogo e em seguida a Cascuda o chama para tomar refrigerante e diz que ela paga porque recebeu a mesada. Cascão fala que quer a parte dele em fichas de fliperama. Cascão joga sem dar atenção para a Cascuda, que se irrita e vai embora, chamando Cascão de mal-educado e avisa que não é mais para procurá-la.

A ficha do fliperama acaba, Cascão volta para casa e joga seu videogame. De noite, Seu Antenor volta do trabalho, Cascão não quer saber de conversa. Antenor fica feliz que o vaso está no lugar e Lurdinha reclama com o marido que o Cascão não sai da frente da TV e não fala mais com eles, parece que não tem mais filho e quer seu Cascãozinho de volta.

Antenor vai falar com o Cascão, diz que a vida não é só videogame e que a partir de agora vai ser só duas horas por dia, Cascão pergunta o que vai fazer no resto do tempo, Antenor fala que pode jogar bola, brincar de bangue-bangue, corrida, só que dentro de casa ele pode ler. Antenor entrega livro do Robin Hood, Cascão gosta e depois resolve pegar outro livro e acaba derrubando o vaso e os pais adoram que o hiperativo voltou e Cascão fala que precisa fazer umas artes mais vezes.  

História legal em que o Cascão ganha videogame do pai Antenor para que ele não fosse mais hiperativo e parasse de quebrar as coisas dentro de casa nas brincadeiras. Só que o videogame acabou sendo um problema maior porque o Cascão se viciou no jogo e não queria sair da frente da tela para fazer outras atividades. Depois de muitos problemas, o pai decide que videogame só duas horas por dia e nas horas vagas dentro de casa é para ler livro. No final, Cascão sobe para prateleira pra pegar livro, quebra o vaso e os pais adoram por ter voltado a ser hiperativo. 

Cascão era hiperativo, não conseguia ficar sem brincar nem dentro de casa, favorecendo a quebrar os objetos em casa. O videogame fez Cascão ficar quieto, só que também fez arrumar outro problema de vício no jogo, nem pra jogar futebol ou curtir namoro com Cascuda queria mais, bem grave.

Os pais não deram limites, não determinaram horas que o Cascão devia jogar, achavam melhor jogar do que ficar quebrando as coisas na casa, depois se arrependeram, viram que ser hiperativo é bem melhor. Se os pais falassem que só podia brincar no lado de fora da casa enquanto era hiperativo, nem precisa de videogame e depois de dado o presente, tinha que ter o limite, aí nada disso tinha acontecido.

Foi engraçado Cascão quebrando as coisas e dizer que vai passar a quebrar mais coisas em casa para poder ganhar presentes caros como videogame, comer rápido para voltar a jogar, não sair do lugar nem quando a mãe o segura ao limpar a sala com aspirador de pó, a desatenção no futebol fazendo o time perder, Xaveco entediado por Cascão não perder no jogo, Cascuda irritada com a falta de atenção, Cascão responder ao pai que o mundo não é só videogame, mas também fliperama, minigame. Só não retratou se o Cascão parava de jogar para ir dormir, ficou na imaginação dos leitores.

A grafia de videogame acabou sendo aportuguesada história toda, colocando "videogueime", talvez pra melhor entendimento de leitura para as crianças. Livro do Robin Hood não teve paródia do nome dele.  Eu gostava de absurdos de que as crianças não iam para a escola, mas sabiam ler e escrever perfeitamente. Tiveram outras histórias com Cascão hiperativo e sempre eram boas com ele agindo assim. A Cascuda apareceu com sujeirinhas no rosto,  na época variava de cada história,  não era padronizado.  Hoje, ela sempre aparece sem sujeirinhas.

Dessa vez não teve roteiro de banho, sujeira. História retratou de forma divertida problemas de crianças superativas e com TDAH, os perigos das telas para as crianças e também alertar  pais que ficam dando presentes como videogames ou celular para os filhos para ficarem quietos e que pode ser pior do que ficassem brincando e quebrando coisas Em vez de educarem, pais dão celular para os filhos achando que é solução de não ter trabalho com os filhos e vira problema maior no vício deles da tela. E história ainda teve dica de que em vez de dar videogame (ou celular na atualidade), melhor dar livro para as crianças.

Apesar da boa mensagem, é incorreta atualmente por Cascão desobediente, responder o pai, dizer que o pai pode dar palmada no bumbum de leve, dizer que não vai gostar de ler livro, Antenor querer bater no filho, Lurdinha com avental e fazendo tarefas domésticas dando ideia de que é só dona-de-casa, Cascuda com sujeirinhas no rosto, expressões populares de duplo sentido "vai ser duro" e "estou duro". Como não gostam de coisas datadas, hoje em dia mudariam a TV de tubo para uma TV LED, poderiam adaptar o Seu Antenor dar um celular para o Cascão no lugar daquele videogame Atari e o povo considera lição de melhor filho tempo todo em celular e videogame do que ficar brincando em casa quebrando tudo.

Traços muito bons da fase consagrada dos personagens. Tiveram alguns erros como Seu Antenor sem bigode e falando de boca fechada no antepenúltimo quadro da 2ª página da história e Dona Lurdinha sem lábios com batom em alguns quadros e de cabelo lateral branco no último quadro da 7ª página da história e uma seta do ladode fora do olho do Cascão no primeiro quadro da última página. 

Magali: HQ "Pouco sal... mas muito açúcar"

 

Magali: HQ "Pouco sal... mas muito açúcar"


Mostro uma história em que a Magali resolve mudar seu jeito de ser quando ouve que o menino fofo por quem tinha interesse falou que ela é aguada e sem-sal. Com 11 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 47' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Magali Nº 47' (Ed. Globo, 1991)

Escrita por Rosana Munhoz, começa com Magali ouvindo escondida a conversa entre Cebolinha e Ronaldinho, que analisa o que acha das meninas do Bairro do Limoeiro. Renatinho fala que a Denise é uma gracinha, a Aninha mais ainda, só que tem namorado. A Mônica parece meio invocada, mas tem personalidade. Já a Magali, gulosinha com vestidinho amarelo, é meio aguada, só pensa em comer, comer, fora isso sem nada especial, nem feia, nem bonita, uma sem-sal.

Magali, que esperava que Ronaldinho ia falar bem dela, fica decepcionada que o menino mais fofo acha que ela é aguada e o Cebolinha nem a defendeu, começa a chorar e diz que que pensava que ela era bonitinha, charmosa e com bom papo e vai à lanchonete comer dez baurus, dez cachorros-quentes e doze milk-shakes para afogar as lágrimas. 

Mônica aparece, comenta que nunca viu a Magali comendo tão triste, pergunta se a comida está ruim. Magali responde que não, Mônica pergunta porque então ela está tão aguada e Magali começa a chorar porque até a Mônica acha que ela é aguada.  

Magali fala que pensava que os amigos gostavam dela, mas a criticam pelas costas. Mônica que bate em todo mundo tem personalidade, ela que é aguada e que a partir de agora vai surgir uma nova Magali, não vão mais dizer que ela não tem sal e joga o sal dos saleiros na cabeça e vai embora. Mônica acha que a amiga pirou e Magali diz que não é só o jeito de ser que vai mudar, o visual também.

Depois, Jeremias vai com Xaveco procurar Magali para saber qual camiseta combina melhor com seu tênis novo. Quando chegam na casa dela, têm a surpresa da Magali com roupa diferente. Eles pensam que se enganaram de casa, ela diz que é a nova Magali e que podem chamá-la de Magá. Jeremias pergunta qual camiseta é melhor, Magali diz que tem mais o que fazer e as duas são horrorosas. Jeremias pergunta se aquilo era a Magali ou um pesadelo e Xaveco diz que acha que ela comeu demais.

Em seguida, Mônica comenta com o Cascão que a Magali pirou, quando ela aparece e Cascão diz que os marcianos chegaram. Ela fala que é a nova Magali, mais rebelde, irreverente, pós-pós-moderna e diferente da outra tontinha, boazinha e aguada. Surge o Cebolinha, dá gargalhada da Magali, que bate nele como seu canguru de pelúcia, porque isso é ter personalidade como eles gostam. 

Denise quer que Magali ajude nos seus problemas e ela diz que está sem tempo, o menino quer ler a poesia que fez e ela acha uma tolice e todos estranham. Mônica diz que ouviu umas coisas sobre ser sem-sal de um tal de Ronaldinho e Cebolinha deduz que Magali ouviu a conversa deles e não a defendeu porque não podia dar uma canguruzada nele.

Ronaldinho aparece, Magali pergunta se não está a reconhecendo, ele diz que não e quem sabe se ela tirar a fantasia. Magali fala que  agora é a Magá, uma menina supermoderna e que tem personalidade, que mudou em tudo, menos na vontade de comer quando aparece um vendedor de carrinho de cachorro-quente. Ronaldinho fala que nunca viu nada mais ridículo, ela copiou um pouco de cada coisa e acha que isso é ter personalidade, só não pendurou melancia no pescoço porque comeria em um segundo, antes a achava meio sem-sal, agora acha completamente biruta.

A turma joga baldes d'água no Ronaldinho, falando que acham um aguado. Magali fica feliz que os amigos fizeram isso por ela, os amigos contam que gostam do jeito que ela é, companheira, amiga, sensível, inteligente, meio comilona e querem a velha Magali de volta. Ela diz que aprendeu que devemos ser como somos, nem que achem que é sem-sal. Mônica fala que ela tem muito açúcar e todos vão tomar sorvete. No final, Ronaldinho se encanta com a Magali, acha uma grande garota e se pergunta se um dia ela dá bola para ele.

História legal em que Magali ouve o menino Ronaldinho falando mal dela, que é aguada e sem-sal e faz drama porque não imaginava que ele pensasse isso dela e resolve ser outra Magali mais moderna e com personalidade para agradar o Ronaldinho. A turma estranha comportamento da Magali e quando ela encontra o Ronaldinho, tem a surpresa dele mandar a real que estava ridícula e biruta, deixando magoada e a turma intervém jogando água nele por  acharem que é aguado e no final reconhece que a Magali era uma grande garota e sonha em ela dar bola para ele um dia.

Magali foi fofocar conversa dos outros, ouviu o que não queria. Como o Ronaldinho era garoto novo no bairro e não conhecia tão profundo as garotas, via mais a aparência delas e o pouco que reparava de atitudes não era suficiente para julgar como era de verdade. Depois que viu os amigos demonstrando carinho de como a Magali realmente era, Ronaldinho passou a mostrar interesse por ela pela personalidade real dela.

Magali levou muito a sério do que o Ronaldinho pensava dela, se fosse outra, deixava para lá, perdia o encanto por ele e seguia a vida dela. Piorou por Cebolinha não ter defendido e quando a Mônica também falou que ela era aguada e pensou que todos os amigos também pensava disso dela, mas viu que eles gostavam do jeito que ela era e que não precisava mudar.  Cebolinha não ia defender Magali mesmo, ele gosta de azucrinar as meninas e vimos que o Ronaldinho era sincero demais a ponto de magoar os outros.

Foi engraçado Magali ouvindo conversa atrás da moita, falando sozinha, comendo para fugir dos problemas, como se tivesse se embriagando com bebida alcoólica, Mônica chamar a amiga de aguada por estar comendo triste, Jeremias vendo a nova Magá perguntar se aquilo era a Magali ou um pesadelo e Xaveco dizer que acha que ela comeu demais, Cascão diz que os marcianos chegaram, Cebolinha levar canguruzada na cabeça e Ronaldinho dizer que ela só não pendurava melancia no pescoço porque ia comê-la em um segundo.

História mostrou a característica da Magali que era bem usada de ser conselheira dos amigos, confidente, boa ouvinte, pronta para ajudá-los quando Jeremias procura a Magali para ela ajudar a escolher qual melhor camisa, Denise a procura para ouvir seus problemas e o menino que pede para ela ler a poesia que fez. Quando mudou de personalidade como Magá, deixou de agir assim de ajudar com problemas dos outros, mas a característica de ser comilona não deixou de lado, mesmo que a história não teve foco em comida, Magali teve seus momentos de comilona intactos. Teve também mensagem de não mudar seu jeito de ser para agradar os outros, tem que ser você mesmo, ninguém merece mudar por causa dos outros. 

Apesar de que em 1991 o Quinzinho já era namorado fixo da Magali, tinham histórias que se interessava por outros garotos e como o Quinzinho não apareceu, não pode afirmar que ela tinha namorado nesta história. Ronaldinho foi mais um menino fofo "inho" diferente por quem as meninas eram apaixonadas. Ele só apareceu nesta história assim como o menino loiro poeta, que até lembra o jeito do Quinzinho. 

Jeremias com seu visual tradicional, sendo que apareceu de tênis pra atender melhor ao roteiro, mas foi só nesta história, depois voltou com tradicional sapato azul. Denise aparecia diferente a cada história, esse estilo de rabo de cavalo foi a que mais apareceu nessa fase. Denise não apareceu mais no final assim como o Cascão não apareceu no quadro em que ele saíram tomar sorvete, enquadrando em casos de que personagens desaparecem do nada depois quando tinham muitos reunidos.

Traços muito bem caprichados de davam gosto de ver com direito a curvas nos olhos quando os personagens estavam bastante brabos, ficando melhor ainda. Incorreta atualmente por interesse de namoro da Magali pelo Ronaldinho, fofoca, Magali comer exageradamente na lanchonete e jogar sal nela mesma, surra explícita do canguru de pelúcia na cabeça do Cebolinha, além de proibidas expressões populares de duplo sentido expressão como "saber em primeira-mão", "aguada", "sem sal", "tirar sarro", "dar bola", etc. O  balão de que dizem que a Aninha tem namorado, pode ter sido fala do Ronaldinho ou do Cebolinha, não ficou claro, aí se intenção foi fala do Cebolinha, seria erro porque teria que ter falado "namolado".

1958: Um Ano de Celebrações, Cinema e Negócios em Curitiba — Uma Janela para o Passado Através das Páginas de um Jornal

1958: Um Ano de Celebrações, Cinema e Negócios em Curitiba — Uma Janela para o Passado Através das Páginas de um Jornal



1958: Um Ano de Celebrações, Cinema e Negócios em Curitiba — Uma Janela para o Passado Através das Páginas de um Jornal

As páginas amareladas de um jornal curitibano de 1958 guardam muito mais do que notícias: são uma janela para um Brasil em transformação. Nesse ano, a cidade vivia entre tradição e modernidade — enquanto as famílias da elite celebravam casamentos com pompa e cerimônia, o cinema exibia produções em cores, e empresas de transporte disputavam espaço nas ruas com anúncios de automóveis importados. Este artigo mergulha nesse universo, reconstituindo o cotidiano paranaense através dos registros impressos da época.


Casamentos como Eventos Sociais: O Brilho da Elite Curitibana

Nos primeiros cadernos do jornal, os casamentos são tratados como verdadeiros eventos públicos, com detalhes que revelam a hierarquia social e os valores da época.

Vera Maria Coelho e Mario B. Teutinho: Um Casamento de Sonho

A união de Vera Maria Coelho e Mario B. Teutinho, celebrada no Templo de Santa Terecinha, foi descrita como “um dos mais elegantes e finos noivos de Curitiba”. A noiva, filha de D. Maria Coelho, desfilou em vestido branco de renda e véu longo, num “toilette” considerado magnífico pela redação. O noivo, Mario B. Teutinho, era apresentado como um jovem de “distinta presença”, cuja família ocupava lugar de destaque na sociedade local.

A cerimônia, realizada sob sol radiante, contou com a presença de figuras proeminentes, como o jornalista Jerônimo Pinho da Silva e o casal Lauro-Mário Tinto da Silva. Após a missa, os convidados se reuniram no salão nobre do Clube Curitibano para a recepção, onde o champanhe rolou e os cumprimentos foram trocados entre as principais famílias da cidade. O jornal encerrou a matéria com votos de felicidades ao casal, desejando-lhes “uma vida feliz e próspera, à altura de sua distinção”.


Marlene e Egas: O Amor que Uniu Duas Famílias

Na página seguinte, outro casamento chama atenção: o de Marlene e Egas. A cerimônia, também realizada no Templo de Santa Terecinha, foi descrita como “magnífica e emocionante”, com a presença de centenas de convidados. O texto destaca a beleza da noiva e o porte elegante do noivo, além de mencionar os nomes dos padrinhos — entre eles, o sr. Paulo Guerreiro e a sra. José Siqueira — e a presença de representantes de diversas famílias tradicionais da capital paranaense.

O jornal registra ainda que o casal partiu em lua de mel para o Rio de Janeiro, numa viagem que simbolizava não apenas o início de uma nova vida, mas também o prestígio de viajar para a então capital federal — destino sonhado por muitos brasileiros da época.


Nara Bitencourt e Douglas Seuza: O Casamento que Encantou a Cidade

Um terceiro matrimônio, o de Nara Bitencourt e Douglas Seuza, é retratado com igual entusiasmo. A noiva, filha do casal Darío Vitória Bitencourt-Oliveira Bitencourt, foi descrita como “radiante e delicada”, enquanto o noivo, engenheiro, era elogiado por sua postura séria e distinta. A cerimônia civil ocorreu no Cartório de Registro Civil, com a presença de autoridades e familiares, e foi seguida por uma celebração religiosa no mesmo templo.

O texto destaca ainda que o casal recebeu presentes de valor simbólico, incluindo joias e objetos de decoração, e que a festa de casamento contou com música ao vivo e buffet de luxo — elementos que demonstram o alto custo e a importância social desses eventos.


Entre Negócios e Entretenimento: A Modernidade Chega a Curitiba

Enquanto a sociedade se dedicava às celebrações, o mundo dos negócios e do entretenimento também avançava.

Expresso Confiança Ltda.: Transporte Moderno para uma Cidade em Crescimento

Em um anúncio publicitário, a empresa Expresso Confiança Ltda. apresenta-se como líder no transporte rodoviário interurbano e internacional. Com sede em Curitiba, na rua Marechal Deodoro, 273, a empresa promete “segurança, conforto e pontualidade” em suas linhas que conectavam o Paraná a São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e até cidades dos Estados Unidos. As imagens do anúncio mostram ônibus modernos e cargueiros preparados para embarques internacionais — um sinal claro da crescente mobilidade e integração do país.

Cinema e Automóveis: O Sonho Americano no Brasil

Na seção de cinema, o filme Lua de Mel em Monte Carlo, estrelado por Luisa Brazzi e Gino Cervi, é anunciado com grande destaque. O cartaz promocional mostra o casal romântico em cena de beijo, com o slogan: “O filme que é uma festa para os olhos!” — uma produção em Cinemascope e Eastman Color, que prometia levar o público ao Principado de Mônaco.

Ao lado, um anúncio da VEMAG (Veículos e Máquinas Agrícolas S.A.) apresenta o DKW-Vemag, um automóvel brasileiro que se tornaria ícone da indústria nacional. O texto afirma: “É um carro tão grande... tão confortável... tão brasileiro do que nunca!” — um apelo direto ao orgulho nacional e ao desejo de consumo da classe média emergente.


Conclusão: Um Retrato da Era de Ouro da Sociedade Paranaense

As páginas desse jornal de 1958 não são apenas registros de datas e fatos — são testemunhos de uma sociedade em movimento. Entre os casamentos de elite, os anúncios de empresas modernas e os filmes de Hollywood, percebemos uma Curitiba que se preparava para o futuro, sem abandonar suas tradições. Era uma época em que o casamento era um ato social, o cinema era fuga e sonho, e o automóvel, símbolo de status e progresso.

Revisitar essas páginas é lembrar que o passado não é apenas história — é memória viva, escrita com tinta e carimbo, preservada nos jornais que, mesmo amarelados pelo tempo, ainda têm muito a nos contar.