O nome Umbará surgiu em consequência da constituição
argilosa do solo da região que, em tempos de
chuva, formava grande quantidade de
barro nos caminhos: “um bará”, ou seja, um barro só, segundo a tradição oral do povo, porém, a origem do nome se deve porque "Umbará" era a palavra que os indígenas utilizavam para designar as pequenas frutas silvestres quando começavam a amadurecer
[1].
A região do bairro Umbará, assim como o bairro vizinho
Ganchinho, à beira do
Rio Iguaçu, era predominantemente uma área com
mata de várzea, habitada por algumas famílias de mestiços, que tinham como atividade de
subsistência pequenas lavouras, criação de animais e extração de
erva-mate. Passagem para os
tropeiros que circulavam entre as regiões dos
Campos Gerais e o litoral do Paraná, um dos documentos mais antigos de que se tem registro é um
“Termo de Vereança” datado de 11 de fevereiro de 1786, que cita obras de benfeitorias, incluindo a região do
Tatuquara, como a “Ponte do Rio Grande”, facilitando o acesso à
São José dos Pinhais[2].
Os imigrantes
italianos e
poloneses colonizaram a região na
década de 1880, comprando terras de proprietários já estabelecidos, como a de João Santana Pinto. Com isso, novas atividades incrementam a economia da região como a produção de
vinho e a indústria de
barricas para
erva-mate e atendendo aos pedidos dos imigrantes italianos, Dom
João Batista Scalabrini, bispo de
Placência, na
Itália, enviou missionários ao Brasil, foi quando o Padre Pietro Colbachini chegou em Curitiba, em 1886
[2].
A primeira missa realizada no Umbará, foi em 1887, na casa do Sr. Luiz Bonato, pois a colônia não possuía uma igreja e que, anos mais tarde, foi construída, iniciando-se como uma capela de madeira no local onde hoje está a torre da igreja. Em 3 de fevereiro de 1896, o Bispo da Diocese de Curitiba, Dom
José Camargo de Barros, autorizou a construção da igreja, que foi inaugurada em 29 de junho de 1897 e com a chegada das Irmãs Zeladoras do Sagrado Coração de Jesus, em dezembro de 1913, inaugurou-se a primeira escola paroquial do Umbará
[2].
Em 1938 tem início a construção da primeira
olaria da região, com isso, a indústria de fabricação de
tijolos e
telhas acabou, aos poucos, substituindo a de construção de barricas, devido ao declínio da produção de erva-mate, e pouco tempo depois, diversas olarias foram construídas, tornando o bairro, um importante centro oleiro
[2].
A "Igreja Matriz de Umbará" foi projetada pelo arquiteto João de Mio e as obras começaram em 1928 e paralisadas em 1932, devido a problemas entre parte da comunidade e o Frei Anselmo. Somente em 1936, as obras foram retomadas, sendo concluída e inaugurada em 1939, pelo Padre Primo Bernardi
[2].
A primeira linha de ônibus do bairro foi inaugurada em 1941 e em 15 de outubro de 1949, foi instalado o primeiro posto telefônico da região, no comércio de Francisco Gabardo, com a presença do prefeito
Lineu Ferreira do Amaral. Em 15 de novembro de 1953, o Padre Albino Vico inaugurou a Casa Escolar, atual Colégio Estadual Padre Cláudio Morelli. Em 14 de junho de 1956 foi fundada a Sociedade Operária Beneficente do Umbará e em 1957 é inaugurada a torre da Igreja Matriz de Umbará, com a presença do Governador
Moisés Lupion, além do prefeito
Iberê de Matos[2].
Em resumo, a história do bairro esta ligada às
olarias de
tijolos e a fabricação de barricas de
erva-mate e na atualidade, concentra a atividade de extração de
areia para
construção civil, sendo que, a sua localização, facilitou o escoamento da produção econômica e a exportação da erva-mate e proporcionou a chegada dos primeiros
caboclos e
mestiços brasileiros. Os colonos
alemães,
poloneses e, no final do
século XIX,
italianos, estabeleceram-se com o incentivo do governo provincial à política migratória, visando a ocupação dos espaços vazios.