segunda-feira, 31 de outubro de 2022

CONHECENDO MELHOR O ANTIGO S.A.P.S.

 CONHECENDO MELHOR O ANTIGO S.A.P.S.

Em Curitiba, os mais velhos, lembram-se dos diversos armazéns que foram criados pelo SAPS - Serviço de Alimentação da Previdência Social, abertos no centro da cidade e adjacências, onde eram vendidos alimentos e outros gêneros de primeira necessidade para os trabalhadores em geral, cujos preços praticados eram quase os mesmos dos fornecedores.
Entre outros, os armazéns do SAPS que ficaram na memória foram: o da Av. Visconde do Rio Branco, próximo da Júlia da Costa; o da Rua Bento Viana esquina com a Sete de setembro; o da Av. Manoel Ribas, em frente à Sociedade das Mercês; o do Batel; o da Rua Manoel Eufrásio, quase esquina com Nicolau Maeder; o da Rua Pedro Ivo e o da Rua Major França Gomes.
O SAPS foi uma instituição pioneira, que desenvolveu programas de assistência alimentar aos trabalhadores e seus familiares através de postos de subsistência e restaurantes populares, bem como pela prática de atividades de propaganda e educação alimentar junto à comunidade.
O SAPS tratava-se de uma central de abastecimento, criada em 1940 pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. O modelo padrão de armazém se estendia em rede nacional, vendendo alimentos bem mais em conta à população, quase nos moldes do sortimento das cestas básicas de nossos dias. Nos grandes centros, mais completo em seus serviços, o mesmo SAPS funcionou, inclusive, com instalações equipadas de restaurantes, salas de leitura, bibliotecas e até de uma agência central de empregos, algo perto dos traços do Sistema Nacional de Empregos (Sine) de agora.
O SAPS tinha a cooperação dos institutos e caixas de aposentadoria e pensões. Pretendia promover a instalação e o funcionamento nas grandes empresas de restaurantes destinados aos trabalhadores, fornecer refeições nas empresas menores e providenciar a venda de alimentos a preço reduzido aos trabalhadores e suas famílias. Sua missão incluía também a organização de uma rede de restaurantes populares nas principais cidades do país. O SAPS funcionou até 1967, quando foi substituído pela Cobal, uma forma sutil de apagar da memória do povo bons programas desenvolvidos por governos do passado.
O programa previa ações em quatro setores: a assistência alimentar, a educação alimentar, a pesquiza científica no campo da nutrição e a formação de técnicos em alimentação. Na maioria das cidades, o programa ficou apenas na "assistência alimentar".
A assistência alimentar ocorria, em geral, por meio dos Postos de Subsistência (PS) e dos Restaurantes Populares (RP). Nos PS, eram vendidos no varejo e a preço baixo gêneros alimentícios de primeira necessidade. Nos RP, disponibilizavam-se refeições a preços baixos, cujo cardápio era elaborado a partir dos princípios do nutricionismo, a “moderna ciência da nutrição” que começava a ser praticada no país.
O trabalho educativo pretendido pelo SAPS acontecia também no âmbito dos RP, diretamente com os trabalhadores nos restaurantes e através do serviço de visitação alimentar.
Entre seus objetivos, o programa pretendia dar educação alimentar à população, que ocorria pela observação dos cardápios que eram constituídos pelos alimentos mais adequados por seus valores nutricionais: grãos, carnes, leite, frutas, verduras e sucos ou, paralelamente, pelo ensinamento dos preceitos da alimentação através de cartazes fixados nos restaurantes; impressos de leitura, cartilhas e boletins; palestras sobre a correta nutrição e valor dos alimentos, transmitidas durante o período das refeições por filmes e/ou peças de teatro sobre o assunto.
Buscando alimentar mente e espírito dos trabalhadores, cada RP possuía uma biblioteca, dotada de um vasto e diverso acervo de livros, que poderiam ser lidos na sala de leitura ou tomados de empréstimo para leitura em casa.
No campo técnico-científico, a Instituição SAPS mantinha laboratórios e biotérios onde os técnicos em alimentação (médicos, lotados no SAPS), desenvolviam diversas pesquisas sobre alimentos brasileiros, tanto na avaliação do teor vitamínico como no aumento da sua produção, utilização e conservação, que posteriormente eram publicadas no suplemento científico dos Boletins informativos do Programa.
Possuía ainda uma primeira cozinha escola, onde eram ministradas as aulas práticas para os diversos cursos criados, localizada no restaurante central do SAPS, sito à Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro, cujo local tornou-se ponto de multiplicação do programa, recebendo diariamente alunos do Brasil inteiro, além de personalidades ilustres da política e da ciência, assim como estudiosos dos problemas sociais e assistenciais para constatarem in loco a execução dessa obra.
(Fotos: internet)
Paulo Grani.

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e pessoas em péInterior de um dos armazéns do SAPS em Curitiba, com longa fila de espera no caixa para fechamento das compras. Era um tempo em que grande parte dos produtos eram servidos à granel e os compradores tinham que levar de casa suas sacolas ou carrinhos para acondicionamento.

VAPOR VISCONDE DE GUARAPUAVA

 VAPOR VISCONDE DE GUARAPUAVA

Nessa histórica foto vemos a viagem inaugural do Vapor Visconde de Guarapuava, ocorrida em 1889, partindo de União da Vitória ricamente decorado e tendo muitos convidados a bordo em clima festivo.
O vapor montado em União da Vitória, foi a segunda embarcação motorizada a singrar as águas do rio Iguaçu, sendo seu proprietário o coronel Amazonas de Araújo Marcondes.
Essa embarcação possuía fundo chato e proa arqueada, e era movida por uma máquina de dois cilindros que permitia uma marcha contínua, acionando duas rodas laterais. Em 1894, foi vendida para Arthur de Paula Souza.
A navegação a vapor no Rio Iguaçu teve início em 1882. Esses barcos movidos com maquinário a vapor, ficaram conhecidos por “vapores”. A partir desta data, foram algumas décadas de muitas viagens deles pelo rio Iguaçu, assim poeticamente descrito por Alvir Riesemberg:
“Por 55 léguas, de Porto Amazonas à União da Vitória, o rio rola pela paisagem ampla, espreguiçando-se em longos ‘direitos’, enleando-se em curvas grandes, sereno e belo”.
O primeiro vapor lançado no Rio Iguaçu foi o “Cruzeiro”, depois o “Visconde de Guarapuava”. Mais tarde vieram outros: Vitória, Curitiba, Rio Negro, São Carlos, Tupi, Iguaçu, o Pery e muitos outros que viajaram nessas águas e de outros rios próximos, no percurso navegável.
(Foto: IHGPr)
Paulo Grani

Nenhuma descrição de foto disponível.

domingo, 30 de outubro de 2022

Pedro Viriato Parigot de Souza (Curitiba, 26 de fevereiro de 1916 — 11 de julho de 1973)

 Pedro Viriato Parigot de Souza (Curitiba26 de fevereiro de 1916 — 11 de julho de  1973)


Pedro Viriato Parigot de Souza
50.º Governador do Paraná
Período 23 de novembro de 1971
até 11 de julho de 1973
Antecessor(a)Haroldo Leon Peres
Sucessor(a)João Mansur
Presidente da Copel
Período10 de fevereiro de 1961
até 2 de junho de 1970
Dados pessoais
Nascimento26 de fevereiro de 1916
CuritibaParaná
Morte11 de julho de 1973 (57 anos)
CuritibaParaná
Nacionalidadebrasileiro(a)
ProgenitoresMãe: Aline Cordeiro Parigot de Souza
Pai: Luiz Parigot de Souza
PartidoARENA
Profissãoengenheiro civil

Pedro Viriato Parigot de Souza (Curitiba26 de fevereiro de 1916 — 11 de julho de 1973) foi um engenheiro civil e político brasileiro.[1][2]

Biografia

Formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná, com especialização em engenharia hidráulica, lecionou hidráulica e hidrologia na Universidade Federal do Paraná. Fundou o Centro de Estudos Hidráulicos do Paraná (CEHPAR), posteriormente denominado Centro de Estudos Hidráulicos Parigot de Souza. Sua vida profissional desenvolveu-se, sobretudo, em projetos e estudos de usinas hidrelétricas no laboratório de hidráulica do CEHPAR. Autor de diversos livros sobre o assunto, dirigiu a Companhia Paranaense de Energia (COPEL) de 10 de fevereiro de 1961 a 2 de junho de 1970, período em que prosseguiu na carreira de docente e pesquisador.[2]

Elegeu-se vice-governador do estado do Paraná em 1971, por via indireta. No mesmo ano, o governador Haroldo Leon Peres foi acusado de corrupção e renunciou, ocasião em que assumiu o governo do estado.

Durante sua gestão, já acometido pelo câncer, licenciou-se várias vezes para tratamento, vindo a falecer no exercício do cargo, quando foi substituído por João Mansur, presidente da Assembléia Legislativa. Em conformidade com a Emenda Constitucional nº 2, de 1972, um novo governador foi escolhido pelo legislativo estadual.

Referências

  1.  Pedro Viriato Parigot de Souza casa Civil Governo do Paraná
  2. ↑ Ir para:a b «Galeria de Presidentes da Copel». Companhia Paranaense de Energia - Copel. Consultado em 27 de dezembro de 2021

Haroldo Leon Peres (Rio de Janeiro, 2 de maio de 1922 — Maringá, 16 de setembro de 1992)

 Haroldo Leon Peres (Rio de Janeiro2 de maio de 1922 — Maringá 16 de setembro de 1992)


Haroldo Leon Peres
40.º  Governador do Paraná
Período15 de março de 1971 até
dezembro de 1971
Haroldo Leon Peres inspeciona equipamentos na usina hidrelétrica de Salto Osório, em 5 de agosto de 1971.

Haroldo Leon Peres (Rio de Janeiro2 de maio de 1922 — Maringá16 de setembro de 1992) foi um advogado e político brasileiro.[1]

Governou o Estado do Paraná entre 15 de março de 1971 ate dezembro deste mesmo ano.

Biografia

Começou sua vida profissional como bancário e formou-se em Direito pela Faculdade Nacional, em 1952. Depois de concluído o curso superior, dedicou-se à advocacia.

Transferiu residência para Maringá, no Paraná, onde instalou banca de advogado e ingressou na política, na antiga União Democrática Nacional. Militou igualmente no magistério, como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Maringá.

Fez incursões na iniciativa privada, tendo exercido cargos de direção na Cofebraz e Indopasa. Integrou os quadros da Associação Paranaense de Cafeicultura.

Elegeu-se deputado estadual em duas mandatos e federal, tendo no exercício desses mandatos ocupado posições de liderança, graças à sua oratória fluente e incisiva. No plano estadual foi vice-presidente da Assembléia Legislativa, e no federal vice-líder da maioria, pela Aliança Renovadora Nacional.

Teve participação ativa no golpe de 1964, o que lhe valeu a simpatia das lideranças governamentais, inclusive pelos seus discursos veementes e inflamados na Câmara dos Deputados. Por ocasião da sucessão estadual em 1971, seu nome ganhou as preferências do Palácio do Planalto, referendado, posteriormente, pelas lideranças partidárias que davam sustentação ao governo. Eleito, por via indireta, tomou posse no dia 15 de março de 1971, conclamando a sociedade paranaense ao diálogo e à participação.

Disse no seu discurso, naquele dia: "Governo é aproximação, diálogo, governo é soma, é entrosamento, é solidariedade, é participação. Buscarei o alcance da justiça, sob a tutela da lei, tanto aos pequenos e desavisados que a transgridem, quanto, e sobretudo, aos poderosos e ou detentores da autoridade pública que, por essa condição, têm obrigação de não atentar contra os interesses juridicamente protegidos do povo ou do Estado". Todavia, seu governo se viu mergulhado em permanentes crises.

Acusado de procedimentos ilícitos e em rota de colisão com lideranças influentes das áreas da política, do judiciário e da comunicação, defrontou-se com impasses que lhe obrigaram a renúncia. Questionado, mais tarde, sobre esse episódio, defendeu-se em entrevista à revista Quem (dez. 1979, nº 11): "Volto a reafirmar que eu nunca fui cassado, nunca fui processado, não existe contra mim, pelo menos não deve existir, porque senão eu teria sido notificado, nenhum processo pendente".

Governou apenas sete meses, sendo exonerado pelo Governo Federal ao pedir US$1 milhão ao construtor Cecílio do Rego Almeida, que gravou a conversa.[2] Dedicou-se ao magistério superior e à advocacia, onde começou sua carreira política.

Até a década de 2010, foi o único governador do Paraná ao qual o Tribunal de Contas estadual rejeitou a prestação de contas.[3]

Referências