Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo (1798-1863), primeiro e único Conde de Irajá, Bispo do Rio de Janeiro entre 1839 a 1863.

Foi Capelão-mor do Imperador Dom Pedro I e de Dom Pedro II, sagrou e deu a bênção nupcial a Dom Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, às princesas D. Januária e D. Francisca e batizou os príncipes imperiais, D. Afonso, D. Isabel, D. Leopoldina e D. Pedro de Bragança e Bourbon. Pintura de Manuel Pereira da Silva, 1853. Museu Histórico Nacional

Nasceu no Recife a 07 de março de 1798. De família humilde, era filho legítimo de João Rodrigues de Araujo e D. Catharina Ferreira de Araujo.

Logo que concluiu seus primeiros estudos em Recife, foi confiado por seus pais, que o destinaram ao sacerdócio, aos padres da Congregação do Oratório; com estes estudou filosofia racional e moral, e com os monges carmelitas, matemática.

Rebentada a revolução republicana de 1817 no Recife, Manuel do Monte retirou-se para a vizinha cidade de Olinda, e acompanhou o curso do Seminário Episcopal, onde também seria professor. Conselheiro do Imperador Dom Pedro II, foi nomeado Bispo do Rio de Janeiro em 1840, adepto do liberalismo e Membro da Maçonaria, Manuel do Monte entrou em conflito com o representante da Santa Sé no Brasil, Monsenhor Marino Marini por defender uma Igreja Nacional no Brasil e o Regalismo, doutrina que concedia aos Monarcas o direito de interferência em questões religiosas, que bastante influenciou a atitude do Imperador Dom Pedro II nas questões com a Igreja Católica.

Em 1855, o Império do Brasil sofreu uma grande Epidemia de Cólera Morbus, que vitimou milhares de pessoas, em sua maioria escravos. Com as atividades de rua fechadas, a população da cidade se refugiava nas Igrejas, que permaneceram abertas, servindo de hospitais improvisados, onde se distribuia comida e remédios

O então Bispo do Rio de Janeiro, Dom Manoel do Monte Rodrigues de Araujo, decidiu permanecer no centro da pandemia para ajudar no atendimento as vítimas da Peste. O Bispo já era conhecido por ter ajudado a população na epidemia de febre amarela de 1850, e cinco anos depois, com a ajuda de Voluntários, e das Irmãs de São Vicente de Paula da Santa Casa de Misericórdia, organizou o atendimento aos flagelados pela Colera Morbus.

"Como bispo e como amigo dos pobres prestou os mais relevantes serviços por occasião do horrivel flagello da cholera - morbus : nunca então o intimidou o receio da peste e da morte , apenas tinha lagrimas para os soffrimentos horriveis de seus irmãos em Christo" essas foram as palavras do escritor Joaquim Manuel de Macedo, que testemunhou os esforços do Bispo durante a Peste de Cólera na Cidade.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) , da Academia de Ciências e Artes de Roma.

Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de São Januário, da Ordem de Francisco I, grande dignitário da Imperial Ordem da Rosa.

Foi agraciado com o título nobiliárquico de conde de Irajá, através de decreto imperial de 25 de março de 1845.

Fonte: O Rio de Janeiro: sua historia, monumentos, homens notaveis. Por Manuel Duarte Azevedo./Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 1866

domingo, 5 de janeiro de 2025

Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo (1798-1863), primeiro e único Conde de Irajá, Bispo do Rio de Janeiro entre 1839 a 1863

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Dom Manuel do Monte Rodrigues de Araújo (1798-1863), primeiro e único Conde de Irajá, Bispo do Rio de Janeiro entre 1839 a 1863.