A vida e o assassinato da Imperatriz Sissi

Em outro texto falei de Maria Antonieta, que além de linda, ditava a moda na França. Hoje vamos falar de outra integrante do Clã Habsburgo, o mesmo clã de onde saiu a nossa Leopoldina, a Imperatriz Elisabeth Amalie Eugenie Von Wittelsbach, ou simplesmente Sissi, aqui chamada também de Isabel da Áustria, mas,

Sissi não nasceu na Áustria, nasceu na Baviera, em Munich mais precisamente. Residiu no Castelo Schobrumm(que é um espetáculo) eu tinha até um vídeo que gravei lá em 2014, depois vou procurar, no Castelo tem muita coisa da Família Habsburgo e da Sissi, principalmente, inclusive uma boneca penteando os cabelos em tamanho natural.

A Sissi era muito bonita e diziam que era muito fofa com todos, mas tinha um lado bizarro quando se tratava de beleza. Dizem que todo mundo que é infeliz, desconta em alguma coisa, pois bem, com Sissi não foi diferente. Sissi tornou-se Imperatriz sem querer, ela era filha do Duque da Baviera, Maximiliano, e de Ludovica, oitava filha do primeiro Rei da Baviera, era interessante essa coisa de juntar família, né? Pois bem, ela foi criada sem muita rigidez para a época, em uma família com sete irmãos e ao que tudo indica, a família era feliz. Então sua mãe combinou com a mãe do Imperador de casarem a irmã mais velha com o Imperador, irmã da Sissi, e lá foram elas, todas "sissintindo" (Eu tinha que usar isso em algum momento), para conhecerem a nova família, só que o Imperador cresceu o olho na novinha e falou: _Esta é pra casar!

Enfim, bateu o pé, fez biquinho, chantageou a mãe, dizendo que se não fosse com ela, não casaria com mais ninguém e assim, contrariando as duas mães, casaram ele com a Sissi que era uma menina de 15 anos.

O casório rolou oito meses depois com toda pompa que uma família imperial merecia. Toda realeza europeia foi convidada pra esse evento, até Dom Pedro II, que aliás era primo de primeiro grau do marido de Sissi, na época não pode ir, mas tinha vinte e poucos anos nessa ocasião.

Sissi ficou deslumbrada com Viena e com o Palácio, mas era muita informação pra ela e começou a bater a deprê e ela começou a se isolar das festas e acontecimentos sociais. Citada sempre como uma mulher lindíssima, magérrima, tinha quarenta e cinco quilos para 1,73 de altura, mas achava-se gorda. Se pesava 3 vezes por dia, provocava vômitos e só vivia doente.

Depois lógico, foi diagnosticada anoréxica, mas ela era muito melancólica em seus diários, falando de solidão, da sogra que era muito dominadora, para ter uma noção, nem os nomes dos filhos da Sissi ela escolhia, era a sogra que escolhia e a educação das crianças, também era por conta da sogra, o que deixava Sissi cada vez mais solitária.

Só cuidou mesmo da caçula, acredito que a sogra já devia estar mais velha e relaxou na última. Sissi teve quatro filhos, a primeira morreu na infância, o filho Rudolfo, que era o herdeiro do trono, suicidou-se e matou a amante, de forma muito misteriosa, pois pra abafar o escândalo, visto que ele era casado, a Maria de Vetsera de 17 anos, que também era da nobreza austríaca foi encontrada morta, ao lado do príncipe que provavelmente havia bebido estricnina, isso mexeu mais ainda com o psicológico da Sissi, que passou a viajar muito com a identidade incógnita para escapar de sua tristeza no Castelo e não ver as derrapadas do marido, que apesar de apaixonado por ela, vivia em eventos políticos e a deixava sozinha.

Franz Joseph era apaixonado pela mulher, porém ela não correspondia completamente, principalmente porque ele era muito submisso ao temperamento da mãe e a rigidez do protocolo real.

Sissi dormia pouco e lia e escrevia a noite e também fumava. Tinha um especial interesse por história, filosofia e literatura e desenvolveu uma profunda admiração pelo poeta alemão Heinrich Heine.

Sissi se expressava escrevendo crônicas românticas poesias, que serviram como um tipo de diário. A maioria de suas poesias se referiam a sua jornada, a temas românticos, clássicos gregos e ironicos comentários a Dinastia Habsburg.

Elisabeth era uma mulher complexa e talvez por sua melancolia e excentricidade foi considerada ter herdado características da sua linhagem Witteslbach ( Ludovica II da Baviera que referenciei cima tinha os mesmos sintomas) e até se pensou em interná-la.

Em uma determinada ocasião em 1871, o marido perguntou o que ela queria de presente. Ela respondeu que um tigre, um medalhão e um asilo para loucos completamente equipado.

Quando finalmente seu filho Rudolf ( herdeiro do trono) nasceu, ela foi bloqueada de cuidar da criança, a que se rebelou. Tinha ataques de nervos, fazia dietas, severos exercícios físicos e tinha ataques de tosse. O estado de sua saúde ficou alarmante que em outubro de 1860 ela foi diagnosticada com anemia e exaustão. Um sério problema nos pulmões foi diagnosticado mais tarde e ela ficou seis meses na Ilha da Madeira tentando se recuperar, não vamos afirmar Tuberculose, mas na boca pequena,todo rico europeu ia pra Madeira se cuidar, mas havia rumores na corte que o Imperador tinha uma amante e que Sissi não teve um problema pulmonar, mas sim uma doença venérea passada pelo marido.

(O que não era impossível)

Ela passou a se afastar da alta sociedade austríaca pois achava que a esnobavam, tinha um pouco de xenofobia no meio, mas a maioria das aparições públicas de Sissi acabavam virando moda na Áustria, como as estrelas de ouro branco com diamantes, que marcaram uma época, ela presenteava suas damas de companhia com essas estrelas, hoje das dez que usava, restam três no museu. Em seu diário deixou uma passagem que dizia o quão solitária era sua passagem pela vida. Sissi era solidária e gostava de visitar hospitais e fazer caridade.

Sissi era obcecada por beleza, criava suas próprias dietas e depois dos trinta anos, não se deixou mais ser retratada para que só lembrassem da imagem dela jovem. Quando começaram a aparecer as marcas de expressão no rosto, passou a cobri-lo com véu e só não usava nessas viagens anônimas. Sissi mantinha-se sempre espartilhada, sua cintura mesmo com os quatro filhos não passava de 50 cm, quando passava ela passava dias chupando laranja, sem comer mais nada, dormia com bifes no rosto e quando fazia dietas passava temporadas espremendo bifes e tomando só o suco do bife. Olha que doida?

Seu marido deixou uma carta em uma ocasião, que dizia: "Receio que tu não sigas o conselho médico e continues a minar tua saúde até quando for tarde demais e não houver mais tempo. Só peço que te alimentes".

Seus cabelos eram um capítulo à parte, passavam dos joelhos e ela ficava cerca de 3h para penteá-los diariamente.

Ele preocupava-se mas ela não estava nem aí. Tomava banhos alternando o quente e o frio, pois acreditava que o choque térmico emagrecia.

Ela colecionava fotos de outras mulheres para comparar com sua beleza. Era narcisista e amava a cultura húngara por isso, seu ápice na vida foi ser coroada Rainha da Hungria, ao lado do seu marido. Após o estabelecimemto da monarquia Dual Aústria-Hungria.

Mas, apesar de toda essa loucura e obsessão, Sissi não morreu de depressão ou anorexia ou algo causado pela ausência de saúde. Sissi foi assassinada em uma de suas viagens, quando ia atravessar o lago de Genebra, de barco.

Ela sentou-se para aguardar o barco atracar e um anarquista italiano que estava à procura de qualquer celebridade que estivesse em Viena, achou a oportunidade que esperava. Deu um esbarrão em Sissi com uma arma que parecia uma agulha fina, perfurando o coração de Sissi que nem percebeu na hora. Entrou às pressas no barco quando começou a passar mal, ao abrirem o vestido para que respirasse perceberam o fio de sangue no coração.

Sissi foi levada de volta ao hotel em que estava hospedada e morreu algumas horas depois, aos sessenta e um anos. Foi sepultada na cripta Real dos Habsburgos em Viena, na Igreja dos Capuchinhos.

O assassinato foi cometido por Luigi Lucheni. A Imperatriz não era alvo do assassino. Este pretendia matar o Príncipe d’Orleans, herdeiro do trono da França, mas ao saber que ele já havia partido um dia antes, saiu à rua disposto a matar qualquer outra personalidade que se encontrasse na cidade. Assim morre Sissi, seu assassinato testemunha a violência anarquista que sacudiu a Europa no final do século XIX e começo do XX. Poucos anos depois, o assassinato de outra personalidade política, Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro (atentadi de Sarajevo), foi o estopim da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Sissi foi imortalizada no cinema através da trilogia de grande sucesso do realizador austríaco Ernst Marischka – Sissi (1955), Sissi, a Imperatriz (1956) e Sissi e Seu Destino (1957). Todos protagonizados pela atriz austro-francesa Romy Schneider.

Mas não pensem que as excentricidades de Sissi pararam por ali. Após a morte, acharam uma tatuagem em seu ombro de uma âncora e em seu diário ela cita que simbolizava a saudade que tinha do mar.

Sissi ficou meses se cuidando de uma pneumonia na Ilha de Madeira deve ter desenrolado a tatoo lá.

Uma tatuagem em 1898 era pra alguém muito à frente de seu tempo.

Seu assassino foi preso, alguns dias depois, dois meses depois condenado a prisão perpétua em solitária. Ele esbravejou, queria a pena de morte que lhe daria mais Notoriedade.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

A vida e o assassinato da Imperatriz Sissi

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