A primeira enfermeira Brasileira e a primeira ideia de democracia.
A enfermeira Ana Néri

Olá curiosos, vimos mais uma vez que o número de mulheres eleitas pelo Brasil ficou muito abaixo do esperado, não que os homens não sejam competentes, mas é indubitável a capacidade feminina de fazer mil coisas ao mesmo tempo, não é mesmo? Como a pessoa vigia o WhatsApp do marido ao mesmo tempo que frita batatas e empurra o carrinho do bebê com o pé? Como?

Mas, hoje vamos falar sobre a primeira mulher a desejar oficialmente ser uma eleitora no Brasil: A enfermeira Ana Neri.

Ana Neri não é nome de rua, hospital, escola, praça de sacanagem, por acaso. Ela fez por merecer.

Pra começar, Aninha nasceu em Cachoeira, no Estado da Bahia, e Vanderly cantaria, que era o Interior do Interior, mas de lá vieram grandes nomes da história e da música popular brasileira.

Mas voltemos a Aninha...

Ana Justina Ferreira Néri, casou-se aos vinte e três anos com um capitão de Fragata da Marinha que vivia em Alto mar. Aninha teve três filhos e vestiu a camisa do eu sou mulher e não apenas mãe (Essa é das minhas). Para não se sentir solitária, decidiu acompanhar o marido e ajudar no que fosse, fazendo parte da tripulação, cuidando assim dos doentes.

Ela ganhou experiência e passou a gostar cada vez mais do que chamava de "sua missão".

Além dos seus 3 filhos, Ana ainda cuidava de dois irmãos. Mas, estava tudo dominado, vida que segue e Aninha curtia. Mas, quando Aninha tinha vinte e nove anos de idade, seu marido faleceu e ela ficou incumbida de cuidar dos filhos sozinha. A vida não era um

. Lembrando que naquela época as mulheres não tinham salários e normalmente as viúvas iam para os conventos ou voltavam pra casa dos pais ou então, iam fazer a vida na prostituição. Mas Ana foi esperta. Quando rolou a tríplice aliança para a Guerra do Paraguai, seus meninos foram convocados pra Guerra.

Um deles era Cadete e outros dois eram médicos, seu irmão também era alferes.

Ela não pensou duas vezes, escreveu uma carta pro presidente da Província algo tipo:

"Caro presidente, já que obrigou meus filhos a irem pra guerra, eu quero que me permita ir também. Quero cuidar, caso algum deles se fira, e ajudar a cuidar de todos."

O Governador não tinha como negar. Mainha na Bahia é parada séria.

Ana disse que se fosse preciso, iria até o Rio de Janeiro pedir ao Imperador para que houvesse uma votação para saber se ela como mãe e voluntária, tinha direito ou não, de participar da Guerra.

O governador viu que ia dar treta; mulher querendo eleição democrática em 1860?

Ia dar

O presidente da Província mandou Aninha estudar lá no Rio Grande do Sul, com as Freiras da Irmandade São Vicente de Paula e se profissionalizar e, em 1865, finalmente Aninha largou o aço no front da Guerra.

Aí o bicho pegou, só não tinha Covid, o resto tinha tudo.

Cólera, malária, febre tifoide, amputação, tiro, porrada e bomba. O Hospital de Corrientes tinha seis mil feridos e vinte voluntárias. Para terem uma noção!

Aninha cuidou de tudo que era tipo de ferimento. A Guerra comia solta e ela firme lá, todos os meninos dela na guerra, ela ia ficar fazendo o que em casa?

Aninha foi pra Argentina, pro Paraguai, pro Uruguai, botou ordem na bagaça da higiene, não queria sujeira, pois já sabia que moscas e ratos aumentavam a proliferação das doenças e se ligou que o ambiente limpo era melhor até para os pacientes.

Aninha voltou para o Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro, onde se oferecia para trabalhar nos hospitais locais.

Um de seus filhos, o Cadete, faleceu na guerra.

Aninha voltou pra Cachoeira e ficou um tempo lá, ensinando a profissão no interior da Bahia, onde recebeu várias homenagens e, em 1870, voltou para o Rio de Janeiro, onde veio a falecer dez anos depois, em 20 de maio de 1880.

Mas, somente foi reconhecida por seus atos, pelo presidente Getúlio Vargas, que decretou Ana como a primeira Enfermeira do Brasil e instituiu o dia 12 de maio como o dia “Do Enfermeiro”. Além de fundar a primeira escola técnica de enfermagem com o nome de Aninha.

Enfim, hoje após o Covid ter rolado solto por aí, temos que dar graças a Aninha por ter dado o ponta pé inicial nessa profissão tão digna e tão mal reconhecida em nosso país, onde pra se ter um bom salário, muitos enfermeiros trabalham em dois, três hospitais, se expondo. Só aqui no Brasil quase quatro mil profissionais de saúde sucumbiram a essa doença tão vil.

Sobre a primeira mulher que realmente votou?

O movimento pela sufrágio feminino começou no final do século 19, na Nova Zelândia, primeiro país a garantir o direito das mulheres ao voto. Aqui no Brasil, a permissão para que as mulheres pudessem exercer seus direitos como eleitoras demorou a chegar. Foi somente no ano de 1932, por meio de um decreto do então presidente Getúlio Vargas, que as brasileiras puderam depositar suas opiniões nas urnas. Em 1934, o exercício passou a ser um dever. E a Professora Potiguar (Potiguar é quem nasce em Natal, hein gente, ela não era Índia não) Celina Guimarães Viana, votou pela primeira vez.

Só pra deixar o alerta que opiniões políticas serão excluídas, assim como, insultos aos coleguinhas, sendo apartidária, só lembrando de mulheres de grande valor.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

A primeira enfermeira Brasileira e a primeira ideia de democracia. A enfermeira Ana Néri

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