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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

CURITIBA TEVE O PRIMEIRO PAPAI NOEL NEGRO DO BRASIL

 CURITIBA TEVE O PRIMEIRO PAPAI NOEL NEGRO DO BRASIL


CURITIBA TEVE O PRIMEIRO PAPAI NOEL NEGRO DO BRASIL
" Lá por perto do final do século passado, o Natal em Curitiba não tinha muito a ver com o de hoje. O nascimento de Jesus Cristo era comemorado sem Papai Noel, sem árvore, sem presente, sem peru, mas com muita festa.
Na noite de Natal, na espera da Missa do Galo da Catedral, que tinha início religiosamente á meia-noite, acontecia a Marujada. Era uma festa popular, onde os participantes, vestidos de marinheiro, dançavam ao som de rabeca, viola e tambores. Não havia cantos na Marujada.
Apesar de não se ter registro é possível que, nas festas de Natal em Curitiba, entrasse também a Folia de Reis começava na véspera do Natal, com os músicos levando uma bandeira de casa em casa e pedindo dinheiro para a festa.
Na Catedral, como em outras igrejas, montavam-se Presépios. O hábito se popularizou, os presépios entraram nas casas, a principio nas mais ricas, depois mesmo nas mais modestas, graças a industrialização e sua feitura em menor tamanho. Já neste século, presépios mecanizados eram montados nas vésperas do Natal. Para vê-los pagava-se entrada.
Os imigrantes troxeram São Nicolau e seu Clone, o Papai Noel, e mais os hábitos de enviar cartões de Boas Festas, de montar a árvore e de dar presentes, principalmente para as crianças. Nada disso existia no Natal brasileiro. Não se faziam brinquedos em Curitiba.
Teriam sido os italianos de Santa Felicidade que iniciaram a feitura de carrinhos de boneca em vime, os primeiros brinquedos aqui produzidos. A Metalúrgica Müller fabricava pés metálicos para sustentar as árvores de Natal que, antigamente, eram mais robustas que as de hoje. Os brinquedos e enfeites das árvores de Natal eram importados. A casa Amhoff, de imigrantes alemães, na Rua S. Francisco, tinha a maior variedade e até a década dos 70, exibia, no mês de dezembro, aquele célebre Papai
Noel mecanizado, a bater com sua varinha na vitrine.
Papai Noel não custou muito a se popularizar, apesar de que no começo assustava as crianças com suas reprimendas e exigências de boas notas na escola antes de entregar os presentes. Com sua popularização, o Papai Noel passou a presentear também os adultos, o que agradou ao comércio, iniciando a multiplicação de Papais Noel de porta de loja para ajudar as vendas.
O famoso propagandista de rua, "Bataclã", ao que se saiba, foi o primeiro Papai Noel negro da história do Brasil.
Antes os Papais Noel caseiros eram feitos por titios complacentes. Atualmente, na falta deles, os Irmãos Queirolo fornecem Papais Noel à granel, a domicílio.
Com a comercialização do Natal, as lojas começaram a caprichar na decoração natalina, transformando a cidade num presépio de luzes. O comerciante Hermes Macedo decorava o grande jardim de sua casa no Batel e toda Curitiba ia ver.
Hoje, o Natal curitibano é quase igual ao europeu, ou americano. Só falta neve.
Mas do jeito que o tempo anda, a neve pode cair ainda hoje. Aí fica igual. "
( Texto do escritor Valêncio Xavier, publicado em Histórias de Curitiba / Foto ilustrativa: g1.globo.com)
Paulo Grani