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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

O Palacete do Banco do Brasil em Curitiba: Um Marco Arquitetônico Efêmero Projetado por Eduardo Fernando Chaves

 O Palacete do Banco do Brasil em Curitiba: Um Marco Arquitetônico Efêmero Projetado por Eduardo Fernando Chaves

O Palacete do Banco do Brasil em Curitiba: Um Marco Arquitetônico Efêmero Projetado por Eduardo Fernando Chaves

Na virada da década de 1920, quando Curitiba ainda se desenhava entre trilhos de bonde e o crescimento silencioso de suas instituições, ergueu-se na Praça Tiradentes, esquina com a Rua Alegre, um edifício que simbolizava a força e a modernidade do Banco do Brasil: o Palacete do Banco do Brasil. Sua concepção arquitetônica foi confiada a um dos talentos emergentes da engenharia paranaense: Eduardo Fernando Chaves, então projetista e fiscal da obra—um homem cujo nome, embora pouco celebrado hoje, deixou marcas discretas, porém significativas, na paisagem urbana da capital.

Um Projeto entre Tradição e Modernidade

Concebido entre 1920 e 1922, o edifício destacava-se por sua solidez e elegância funcional. Com dois pavimentos e uma área total de 400 m², o palacete combinava técnicas construtivas inovadoras para a época—cimento armado, símbolo da nova era da engenharia—com a robustez tradicional da alvenaria de pedra, material comum nas construções sólidas de Curitiba desde o século XIX. Essa fusão refletia a dualidade do momento histórico: um Brasil que, mesmo enraizado em suas tradições, abraçava os ventos da modernização.

A fachada, imponente e bem proporcionada, era mais do que uma simples empena de concreto e pedra—era uma declaração institucional. O Banco do Brasil, já então um pilar da economia nacional, queria transmitir confiança, estabilidade e progresso. E o projeto de Chaves cumpria esse papel com maestria: linhas sóbrias, simetria clássica e um equilíbrio entre ornamentação e utilidade, típico da arquitetura civil da Primeira República.

Eduardo Fernando Chaves: Entre o Traço e a Cidade

Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Eduardo Fernando Chaves, mas seus trabalhos acadêmicos revelam um profissional atento aos princípios da higiene dos edifícios e do saneamento urbano—temas centrais na formação de engenheiros da época. Em sua tese de concurso apresentada à Cadeira de Arquitetura Civil, Higiene dos Edifícios e Saneamento das Cidades da Faculdade de Engenharia do Paraná em 1930, Chaves demonstrou profundo conhecimento técnico e sensibilidade urbanística. É provável que esses mesmos princípios tenham orientado o projeto do palacete: ventilação cruzada, iluminação natural e circulação eficiente—detalhes que, embora invisíveis ao olho leigo, garantiam o bem-estar de funcionários e clientes.

Atuando como projetista e fiscal, Chaves não apenas desenhou o edifício, mas acompanhou sua construção de perto—uma prática comum na época, mas que exigia rigor, responsabilidade e compromisso com a qualidade. Sua presença no canteiro de obras era, de fato, a garantia de que o traço no papel se tornaria realidade com fidelidade e integridade.

Um Legado Demolido, Mas Não Esquecido

Apesar de sua presença marcante no centro de Curitiba por décadas, o Palacete do Banco do Brasil não resistiu às pressões do desenvolvimento urbano do século XX. Em 2012, o edifício foi demolido, cedendo lugar a novas estruturas mais alinhadas com a lógica imobiliária contemporânea. Com ele, parte da memória arquitetônica da cidade foi apagada—mas não totalmente.

Fotografias da década de 1920 preservam sua fachada imponente, testemunhando uma época em que os bancos construíam palácios não para impressionar, mas para encarnar a solidez do capital nacional. E, mais do que isso, essas imagens guardam o traço de um engenheiro-curitibano que, com tinta, régua e convicção, ajudou a moldar o rosto moderno da cidade.

Em Memória da Arquitetura que Nos Conta Histórias

Hoje, ao caminhar pela Praça Tiradentes, poucos imaginam que ali, por quase um século, existiu um edifício que foi muito mais que uma agência bancária: foi um símbolo de ambição coletiva, de um Paraná que se integrava ao Brasil moderno. E por trás de suas paredes, havia o nome de Eduardo Fernando Chaves—um homem cujo legado, embora silencioso, merece ser lembrado.

Porque cada cidade é feita não só de concreto, mas de histórias—e as de Chaves e seu palacete ainda ecoam nas ruas que ele ajudou a erguer.


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Eduardo Fernando Chaves: Projetista e Fiscal

Denominação inicial: Palacete do Banco do Brasil

Denominação atual:

Categoria (Uso): Diversos
Subcategoria:

Endereço: Praça Tiradentes esquina da Rua Alegre

Número de pavimentos: 2
Área do pavimento: 400,00 m²
Área Total: 400,00 m²

Técnica/Material Construtivo: Cimento Armado e Alvenaria de Pedra

Data do Projeto Arquitetônico: 1920 - 1922

Alvará de Construção: 

Descrição: Fachada das instalações da nova sede do Banco do Brasil em Curitiba.

Situação em 2012: Demolido


Imagens

1 - Fachada do Palacete do Banco do Brasil na década de 1920.

Referências: 

CHAVES, Eduardo Fernando. Theses de Concurso. Cadeira de Architectura Civil, Hygiene dos Edificios e Saneamento das Cidades. Curitiba: Faculdade de Engenharia do Paraná, 1930. 45 p. p. 45.