quarta-feira, 25 de maio de 2022

CONHECENDO A FÁBRICA DE MÓVEIS CIMO Ao observar esta foto da Curitiba, da década de 1940, chamou-me a atenção a placa luminosa colocada no alto daquele prédio à direita, na qual aparece em destaque o nome "Móveis Maida".

 CONHECENDO A FÁBRICA DE MÓVEIS CIMO
Ao observar esta foto da Curitiba, da década de 1940, chamou-me a atenção a placa luminosa colocada no alto daquele prédio à direita, na qual aparece em destaque o nome "Móveis Maida".


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A placa publicitária da Móveis Maida sobre o edifício à direita.
Foto: Curitiba.pr.gov.br

Pode ser uma imagem de texto que diz "HOVEIS CIMO CURITIBA"
Logomarca da Cimo.
Foto: moveiscimo.blogspot.com.br

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Exemplo de poltrona destinada à educandários. Anfiteatro do Colégio Estadual do Paraná.
Foto: moveiscimo.blogspot.com.br

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Anfiteatro do Auditório Bento Mussurunga do Colégio Estadual do Paraná.
Foto: moveiscimo.blogspot.com.br
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Caminhão de transporte das toras, estacionado em frente ao pátio de secamento de madeiras, em Rio Negrinh, em 1966.
Foto: blogdoosmairbail.com.br

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Saída dos armazéns de estoque da fabrica.
Foto: blogdoosmairbail.com.br

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Carregamento de poltronas para entrega no Cine Ouro Verde, de Londrina, década de 1960.
Foto: blogdoosmairbail.com.br

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Toras de imbuia, com exceção de uma de cedro, com anotações das impressionantes medidas.
Foto: blogdoosmairbail.com.br

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A cadeira 1001, carro chefe da fábrica, que ajudou a alavancar o crescimento da Cimo, na década de 1950.
Foto: moveiscimo.blogspot.com.br

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Mostruário de pecas de mobiliário produzido pela Cimo.
Foto: moveiscimo.blogspot.com.br

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Banda musical de Rio Negrinho no dia 07/09/1964, apresenta-se no pátio da fábrica.
Foto: blogdoosmairbail.com.br

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Cortejo fúnebre do empresário Jorge Zipperer, em 31/01/1944, em São Bento do Sul.
Foto: saobentonopassado.wordpress.com.br

CONHECENDO A FÁBRICA DE MÓVEIS CIMO
Ao observar esta foto da Curitiba, da década de 1940, chamou-me a atenção a placa luminosa colocada no alto daquele prédio à direita, na qual aparece em destaque o nome "Móveis Maida".
Fiquei surpreso pois, como bom observador, nunca havia visto qualquer móvel com essa marca, como também nenhuma outra propaganda escrita ou falada. Pesquisando, descobri que, no começo dos anos 1940, o nome "Moveis Maida" aparece como uma das empresas de um grupo que detinha o controle da nossa conhecida marca "Moveis Cimo", como veremos sua história:
Móveis Cimo S/A foi uma fábrica de móveis, cujo origem se deu no ano de 1913, na vila de São Bento, atual São Bento do Sul-SC, sendo fundadores Willy Jung e Jorge Zipperer, que constituíram a firma Jung & Cia. Em seguida, adquirem uma área de 111 alqueires em Rio Salto, construindo ali uma serraria e tendo anexo uma fábrica de caixas.
Em 1919 o sócio Willy Jung acometido de febre “espanhola”, vem a falecer. Dissolve-se a sociedade por desinteresse de seus herdeiros, e ingressa em seu lugar Andréas Ehrl, passando a empresa a ser denominada A. Ehrl & Cia. Os sócios decidem abrir uma fábrica de móveis em Rio Negrinho, para contornar a má fase que passava o comercio de madeira bruta, e começaram a fabricar cadeiras.
Os negócios seguiam diversificados pois, no início, as vendas de cadeiras não evoluíram com o vigor esperado, de maneira que desenvolveram também projetos de casas pré-fabricadas, forneciam madeiramento para quartéis do exercito e madeiras diversas para a construção civil em geral. Além das caixas para laranjas, seu primeiro negócio.
Após muitos contratempos e troca de sócios, os negócios da empresa evoluem bem. O primeiro produto da fábrica, foi a "Cadeira 1001", resultado do aproveitamento das sobras de imbuia das caixas de frutas que eram produzidas na serraria.
Finalmente a fabricação de móveis entra num ritmo bom, graças a boa qualidade e o design inovador dos produtos. Em 1924 venderam aproximadamente 60.000 cadeiras e poltronas de cinema. Os negócios de caixas e de madeira serrada para construção civil também se desenvolvem favoravelmente.
Beleza, ergonomia, conforto, durabilidade e resistência. Esses sempre foram os pilares que sustentaram a produção da Móveis Cimo S.A. durante seus 60 anos de atividades. O período de prosperidade fez com que se investisse ainda mais em unidades fabris e maquinários modernos.
A Móveis Cimo caminha então para se tornar a maior fábrica de móveis da América Latina, embora com uma administração agora altamente descentralizada. Tem fábricas em Rio Negrinho, Curitiba, Joinville e no Rio de Janeiro.
Inicialmente sua sede nacional se localiza no Rio de Janeiro, mas logo foi transferida para Curitiba. O conglomerado Cimo produzia móveis para cinemas e auditórios, onde conquistou o monopólio do mercado. Diversificou com móveis escolares e linhas institucionais de escritório, de quarto, salas, etc. uma completa gama de produtos, sempre de alta qualidade. Tinham muita facilidade em vencer grandes concorrências governamentais para fornecer móveis escolares e institucionais em fantásticas quantidades.
No final da década de 1960 se instalam no Brasil duas grandes plantas para a produção de painéis de fibra de madeira aglomerada. Essa matéria prima desloca o eixo da produção de móveis e cria uma concorrência muito competitiva aos produtos fabricados pela Cimo. Como esta mantivesse sua produção verticalizada pelo uso da madeira maciça e compensada, além disso não havia feito nenhum movimento para se adaptar ao uso do aglomerado, começam a experimentar afrontas importantes de concorrentes em potencial que usavam essa nova variante tecnológica e produtiva.
No início da década de 1970 já se manifestam sintomas de grave crise administrativo-financeira na empresa. Com o desaparecimento de Martin Zipperer, cuja morte ocorre no dia 23 de novembro de 1971, as coisas passaram a se suceder rapidamente e em outro patamar. A unidade de Joinville tinha sido completamente destruída por um incêndio ocorrido em 30 de novembro de 1971.
Já em 1972, em assembléia se decide pela construção de uma nova e moderna unidade fabril, isso fica mais premente quando em abril desse mesmo ano a fabrica de Rio Negrinho também sofre um grande incêndio, na seção de estofaria e lustração. A unidade de Rio Negrinho, agora a segunda maior do grupo, tinha um padrão construtivo muito arcaico, pois era externamente de alvenaria e todas a divisões internas eram de madeira. Tecnologicamente essa fábrica também já era obsoleta.
Assim, a empresa recorre a financiamento bancário, que não foi honrado, de forma que o banco credor convocou uma assembléia de acionistas e destituiu a diretoria nomeando outra, de sua lavra. Impõe também a abertura de pedido de concordata preventiva. Os principais diretores vendem a totalidade de suas ações.
No final de 1978, com a situação piorando irremediavelmente, o controle acionário passa para o grupo Lutfalla, que detém agora 62%, mas que não tinha um interesse real em reerguer a empresa e acaba por abandonar tudo. Em fevereiro de 1982, é decretada a falência da Móveis Cimo S/A.
(Fontes: Wikipedia, moveiscimo.blogspot.com.br, bogdoosmairbail.blogspot.com)
Paulo Gran

CONHECENDO A CASA DAS FERRADURAS Nesta foto de 1916, vê-se a "Casa das Ferraduras" que localizava-se na rua "Boulevard 2 de Julho", no bairro Alto da Glória, Curitiba, atual rua João Gualberto, uma quadra antes do palacete Leão Júnior para quem vinha do centro.

 CONHECENDO A CASA DAS FERRADURAS
Nesta foto de 1916, vê-se a "Casa das Ferraduras" que localizava-se na rua "Boulevard 2 de Julho", no bairro Alto da Glória, Curitiba, atual rua João Gualberto, uma quadra antes do palacete Leão Júnior para quem vinha do centro.


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CONHECENDO A CASA DAS FERRADURAS
Nesta foto de 1916, vê-se a "Casa das Ferraduras" que localizava-se na rua "Boulevard 2 de Julho", no bairro Alto da Glória, Curitiba, atual rua João Gualberto, uma quadra antes do palacete Leão Júnior para quem vinha do centro. Esta área era considerada área nobre da cidade e dirigida para o crescimento urbano.
A Casa das Ferraduras era residência do sr. Cândido de Abreu, autor do projeto, de acordo com depoimento dado em 1974 por Zahira de Abreu Machado Lima, filha de Cândido de Abreu e Zoé Miró. Segundo ela, a obra foi concluída em 1906.
Externamente a Casa das Ferraduras, possuía linguagem Art Nouveau nas janelas em forma de ferraduras, no acesso principal de esquina, nos gradis e portão principal e nos poucos detalhes ornamentais. Cândido de Abreu demonstra estar a par dos desdobramentos que se verificam na arquitetura internacional, assim como de seus reflexos na arquitetura brasileira.
A Casa das Ferraduras possuía dois pavimentos com volume da torre em forma octogonal. A residência possuía porão alto, como a maioria dos projetos de palacetes atribuídos a Cândido de Abreu e sua equipe. O porão era apropriado para manter a privacidade, elevando a casa do nível da rua e protegê-la contra a umidade, além de reservar espaço para dormitórios de empregados e serviços domésticos.
A distribuição das peças, como por exemplo, a área social ficava organizada na parte fronteira da edificação, deixando para os fundos as áreas de serviço e cozinha. Como a residência era em dois pavimentos, pode-se imaginar o hall de entrada e espaço destinado à escadaria, a qual conduzia para a área íntima, os dormitórios, no segundo pavimento. As escadarias possuíam grande efeito visual e no hall eram concentrados os efeitos estéticos tanto decorativos quanto espaciais.
(ÍExtraído de: gazetadopovo.com.br / foto: Acervo Casa da Memória)
Paulo Grani.

QUE TAL UMA LOURINHA SUADA ENTREGUE EM CASA ? Histórica foto, da década de 1930, onde um vendedor/entregador de cervejas e refrigerantes de Curitiba posa ao lado do seu instrumento de trabalho, a carrocinha e seu cavalo, impecavelmente uniformizado, deslocando-se pelas ruas da capital atendendo seus fregueses. (Foto: Acervo Gazeta do Povo) Paulo Grani

 QUE TAL UMA LOURINHA SUADA ENTREGUE EM CASA ?
Histórica foto, da década de 1930, onde um vendedor/entregador de cervejas e refrigerantes de Curitiba posa ao lado do seu instrumento de trabalho, a carrocinha e seu cavalo, impecavelmente uniformizado, deslocando-se pelas ruas da capital atendendo seus fregueses.
(Foto: Acervo Gazeta do Povo)
Paulo Grani


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terça-feira, 24 de maio de 2022

O ANTIGO TEMPLO DA IGREJA LUTERANA Fundada em 1866, a primeira Comunidade Luterana de Curitiba inicialmente foi sediada em uma casa alugada no Alto São Francisco.

 O ANTIGO TEMPLO DA IGREJA LUTERANA
Fundada em 1866, a primeira Comunidade Luterana de Curitiba inicialmente foi sediada em uma casa alugada no Alto São Francisco.


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A histórica aquarela de Hugo Calgan, de 1885, mostra o antigo templo da Igreja Luterana construído em madeira no estilo enxaimel.
Foto: Casa da Memória de Curitiba.

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Foto de 1890, a antiga igreja construída em estilo enxaimel.
Acervo Casa da Memória de Curitiba.

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A nova igreja edificada no local.
Acervo Comunidade Luterana de Curitiba

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A igreja, nos dias atuais.
Foto: Acervo Comunidade Luterana de Curitiba.
O ANTIGO TEMPLO DA IGREJA LUTERANA
Fundada em 1866, a primeira Comunidade Luterana de Curitiba inicialmente foi sediada em uma casa alugada no Alto São Francisco. Após muito esforço dos membros da comunidade, foi adquirido um terreno na então Rua América, atual Rua Trajano Reis, esquina da Rua Carlos Cavalcanti, onde foi construído o primeiro templo, inaugurado em 1872. A construção localizava-se onde, atualmente, estão o templo da Comunidade do Redentor e o Colégio Martinus.
O edifício de tijolos e madeira, em estilo nórdico, tipo enxaimel, foi dotado de uma torre, porém sem a instalação de um usual sino, atendendo parcialmente à Constituição de 1824, que proibia os locais de culto de externarem sua finalidade religiosa.
A imprensa não deixou passar despercebido o fato e, de forma intrigante, juntamente com outras observações e opiniões de naturezas diversas, todas iniciadas com um “Não sei por quê...”, um colunista lança a pergunta: “não sei porque a igreja protestante tem fórma exterior de templo, indo de encontro ás leis que nos regem”, escreveu o jornal Dezenove de Dezembro, em 20/02/1875. Nenhuma outra nota referente ao assunto foi encontrada nas publicações seguintes, levando a aventar a hipótese de que a edificação da torre, sem a instalação do sino, teria sido admitida pelas autoridades locais.
Ao longo dos anos, o estado de deterioração da madeira utilizada na construção da igreja passou a oferecer perigo para os que a freqüentavam. Primeiramente, demoliu-se a torre e, persistindo o problema, todo o edifício foi condenado e demolido em 1892.
Sobre seus alicerces, um novo templo foi edificado, agora em estilo gótico, todo em alvenaria, agora com torre e sino, inaugurado em 1894, quando as leis republicanas já permitiam a instalação de sinos em sua torre, explicitando sua condição simbólica de elo entre o céu e a terra. [...]
No lançamento de sua pedra fundamental, em 1893, a comunidade ali se reunira para festejar o acontecimento. "Todo o local estava decorado festivamente com bandeiras e verdes [folhagens], o pulpito estava decorado com panos pretos e brancos-vermelhos, e enfeitado com bandeiras alemãs e brasileiras. Entre o pulpito e a pedra fundamental estava sentado o presbitério e a comissão de construção, enquanto que no outro lado do pulpito os convidados de honra tomaram lugar: – o cônsul alemão Sr. G. de Drusina e três religiosos da Igreja Presbiteriana. As dez horas vieram as crianças da escola alemã, divididas por classes e acompanhadas por música e tomaram o seu lugar no local.", assim constou na ata da solenidade de lançamento da pedra fundamental.
Junto à pedra fundamental, foi colocada uma caixa com a documentação que atestava as obras até então realizadas pela comunidade. Em seu interior foram guardados os discursos proferidos naquele dia, os jornais que noticiavam fatos importantes para o grupo, dados sobre a comunidade e fotografias da igreja demolida. Antes de a caixa ser lacrada e a pedra receber três batidas de martelo, ritual que foi acompanhado de um hino específico para a ocasião, cantado pelos alunos da Deutsche Schule, um último documento foi lido e colocado juntamente com os outros. Ele dizia: “Construam a casa do Senhor e deixem a palavra habitar entre vós, para que entre todos os alemães no Brasil sempre permaneça o temor a Deus e uma mentalidade cristã”.
Paulo Grani

AS PRIMEIRAS TROPAS PASSAVAM POR CURITIBA "O Ciclo da Mineração iniciado em Minas Gerais no final do século XVII, promoveu o povoamento desordenado dos terrenos acidentados da região e gerou grandes dificuldades de transporte.

 AS PRIMEIRAS TROPAS PASSAVAM POR CURITIBA
"O Ciclo da Mineração iniciado em Minas Gerais no final do século XVII, promoveu o povoamento desordenado dos terrenos acidentados da região e gerou grandes dificuldades de transporte.


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AS PRIMEIRAS TROPAS PASSAVAM POR CURITIBA
"O Ciclo da Mineração iniciado em Minas Gerais no final do século XVII, promoveu o povoamento desordenado dos terrenos acidentados da região e gerou grandes dificuldades de transporte.
Aqueles que migraram para a região mineradora sonhavam com o ouro e a riqueza imediata e poucos se interessavam a trabalhar a terra. Não era lucrativo deslocar um escravo para a agricultura, quando esse mesmo escravo, empregado na mineração, proporcionava um lucro quase cem vezes maior ao seu proprietário.
Esta situação fez com que florescesse um comércio interligando o porto do Rio de Janeiro ao interior. Tanto os produtos manufaturados que chegavam de Portugal, quanto os gêneros agrícolas de outras origens, eram transportados no lombo de animais para a população das Minas Gerais, pois mais de 90% do consumo de necessidades dos mineiros tinha que ser importado.
O crescimento das cidades e a formação de uma classe aristocrática na região mineradora aumentaram a necessidade de animais, tanto para as atividades locais, como para o transporte de carga, cada vez maior, em direção ao Rio de Janeiro e São Paulo. Ao mesmo tempo a riqueza gerada pela mineração foi responsável por estimular uma série se atividades paralelas, urbanas, reforçando ainda mais a atividade dos tropeiros, que transportavam os mais variados produtos e ainda cumpriam o papel de mensageiros.
Inicialmente os tropeiros usavam os escravos para o transporte de alimentos e outros produtos, pois os caminhos existentes não passavam de trilhas e não comportavam a passagem de animais com cangalhas. Também não havia animais adaptados para este transporte, pois os cavalos não aguentavam o serviço. Levava-se cerca de quatro meses saindo de São Paulo para chegar até as minas, e muitas vezes os carregadores escravos morriam de fome ou cansaço. Eram forçados a caminhar depressa com muito peso e a comida era racionada.
Só a partir da abertura do Caminho Velho foi possibilitado o emprego de mulas.
O Caminho Velho foi aberto em 1660 por ordem do governador geral Salvador Correa de Sá e Benavides (1602-1688) e partia de Parati, seguindo uma antiga trilha indígena. Em 1597, Martim Correa de Sá (1575-1631) usou esta trilha para alcançar e combater um reduto dos índios Tamoios em Minas Gerais, com uma expedição de 700 portugueses e 2.000 índios escravizados.
Uma mula carregava uma média de 4 arrobas de carga e percorria de 5 a 6 léguas por dia. Normalmente cada tropa era composta de 8 a 10 animais equipados com cangalhas nas quais eram dependuradas as canastras ou bruacas contendo as mercadorias. O tropeiro montava um cavalo que possuía sacola para guardar a capa. A tropa era conduzida por ele que tinha vários auxiliares dentre os quais o cozinheiro e o arreador que seguiam a pé. Um animal mais antigo, a 'madrinha', seguia na frente da tropa com um cincerro no pescoço e os outros a seguiam docilmente num andar cadenciado pelo seu tilintar.
A alimentação dos tropeiros era constituída por carne seca, toucinho, feijão preto, farinha, pimenta do reino, café e fubá. Nos pousos comiam feijão cozido com carne seca e toucinho que era servido com farofa e couve picada. Não era permitido o consumo de cachaça. Havia permissão apenas nos dias muitos frios quando tomavam um gole para evitar constipação e como remédio para picada de insetos.
Estas mulas vinham do Rio Grande do Sul e dos países platinos. Argentina e Uruguai tinham tradição na criação de muares, pois a muito tempo fornecia os animais para o trabalho nas minas de Potosi (hoje na Bolívia). As mulas eram também usadas no transporte para o interior dos produtos provenientes da Espanha, como no sentido inverso, trazendo das minas a prata, que era transportada em navios pequenos pelos rios da bacia do Prata até o porto de Buenos Aires onde seguia em navios maiores e seguros para a Espanha.
Foi essa atividade dinâmica na bacia do Prata que estimulou o governo português a marcar a sua presença na região. Mesmo antes da assinatura do Tratado de Madri, em 1750, Portugal atuava no sentido de incorporar a região a seus domínios, interessado em participar do comércio local. Para isso houve a fundação da Colônia do Sacramento (1679) pelo capitão-mor e governador do Rio de Janeiro Manuel Lobo.
Durante os séculos 17 e 18, os tropeiros eram partes da vida da zona rural e cidades pequenas do sul do Brasil. Vestidos com a indumentária dos gaúchos com chapéus, ponchos, e botas, os tropeiros dirigiram rebanhos de gado e levaram bens destas regiões para São Paulo, geralmente comercializados na feira de Sorocaba. De Sorocaba, os animais e mercadorias eram encaminhados para as províncias de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O fato de a capitania de São Vicente ter prosperado de forma limitada, obrigou muitos de seus habitantes a subirem a serra e fixarem no planalto. Assim surgiu a vila de São Paulo, formada em princípio por uma camada pobre, que abandonara o litoral. A economia precária baseada numa agricultura de subsistência determinou a necessidade de atividades complementares, originando o bandeirismo, porém nem todo homem paulista tornou-se bandeirante. Muitos que inicialmente se dedicaram ao apresamento indígena, outros fixaram em terras no sul e, com o passar do tempo, foram se integrando ao pequeno comércio, praticado no lombo de mulas.
O tropeiro iniciava-se na profissão por volta dos 10 anos, acompanhando o pai, que era o negociante (compra e venda de animais) o condutor da tropa. Usava chapelão de feltro cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor similar ao chapéu de pano forte, manta ou beata com uma abertura no centro, jogada sobre o ombro, botas de couro flexível que chegavam até o meio da coxa para proteger-se nos terrenos alagados e matas.
Durante os meses de setembro e outubro as tropas saiam do sul geralmente de Viamão, Cruz Alta ou Passo Fundo e seguiam a jornada passando por Lages, Mafra, Rio Negro (onde existia um posto de registro), Lapa, São José dos Pinhais e Curitiba. Em Curitiba os animais e os tropeiros permaneciam até abril e maio esperando a Feira de Sorocaba. Saindo em direção à Sorocaba as tropas passavam por Palmeira, Ponta Grossa, Jáguariaíva, Itararé, Itapeva, Buri (antigo Pouso da Escaramuça), Itapetininga, Alambari (antigo Pouso das Pederneiras), Araçoiaba da Serra (antigo Campo Largo de Sorocaba) e finalmente chegava ao destino. Em Sorocaba os animais eram amansados e engordados.
A estrada ligando a região dos Pampas a Curitiba foi iniciada em 1727. Em 1732 Cristóvão Pereira de Abreu (1678-1755) partiu da Colônia do Sacramento com uma boa quantidade de mulas com destino a São Paulo. Em 1733 esta tropa chegou à região de Sorocaba, saindo depois dali para a região mineradora de Minas Gerais. Foi esta tropa que deu início a Feira de Sorocaba. Cristóvão Pereira de Abreu era muito prestigiado pela Coroa. Foi ele também que construiu o forte Jesus, Maria, José de Rio Grande, demarcou limites e iniciou o povoamento do Porto dos Casais (hoje Porto Alegre), em 1753.
Ele fez com que a Coroa instalasse um posto de registro em Curitiba, para cobrar impostos sobre as mulas que ali passasse com destino a São Paulo. O posto foi instalado em 1736 e ele preiteou metade da arrecadação. Por uma carta régia datada de 4 de março de 1747, a Coroa autorizou que ele pelo período de 12 anos, ficasse com metade da arrecadação de impostos sobre os muares. Um novo posto de registro foi instalado em Sorocaba em 1750, apenas para a verificação de documentos.
Em 1754 têm-se registros de uma tropa que foi considerada a maior, composta de 3.780 mulas.
A feira de muares de Sorocaba tornou-se importante, atraiu novos moradores e permitiu o desenvolvimento do comércio e da indústria locais, popularizando produtos como: facas, facões, redes e quinquilharias. Era realizada de abril a junho. Durante o evento a vila tornava-se agitada e mais movimentada do que muitas capitais. As poucas pensões ficavam lotadas e muitos tinham que pousar em acampamentos. Os homens que traziam os animais do Sul adquiriam na feira outros itens para levar para as suas terras e gastava o dinheiro em festas e jogatinas. Por volta de 1750 vendiam-se ali cerca de 10.000 mulas por ano.
Em 1852, graças à acumulação de capital proporcionada por essas feiras, surgiram em Sorocaba as primeiras fábricas de tecidos de seda e algodão, pioneiras na província de São Paulo.
Mais tarde outras cidades como Itapetininga, Avaré e Itararé também começaram a realizar suas feiras de animais para concorrer com Sorocaba.
O tropeirismo foi importante até o final do século XIX quando a construção de estradas de ferro passou a ligar os pontos remotos do país e aposentou esta atividade."
Paulo Grani

OS INVERNOS E NEVES DE CURITIBA Chegando o típico friozinho curitibano que antecede o inverno, nos faz lembrar das geadas e neves precipitadas em tempos passados da capital.

 OS INVERNOS E NEVES DE CURITIBA
Chegando o típico friozinho curitibano que antecede o inverno, nos faz lembrar das geadas e neves precipitadas em tempos passados da capital.


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Precipitação de neves de 1975.

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OS INVERNOS E NEVES DE CURITIBA
Chegando o típico friozinho curitibano que antecede o inverno, nos faz lembrar das geadas e neves precipitadas em tempos passados da capital.
As fotos selecionadas, de alguns invernos curitibanos, levarão muitos a relembrar nostálgicos momentos passados na Curitiba de outrora.
Nos dias frios, pela manhã, os nossos gramados e parques da cidade ficam particularmente mais especiais com as geadas que cobrem a grama. Mas se prepara que é gelado, então pega a japona, blusa de lã, luva, cachecol, meias quentes, e o que mais você tiver por aí para poder sair de casa.
Às vezes, a serração intensa, quase um nevoeiro, dificulta enxergarmos alguns metros adiante e o calor que soltamos nas baforadas, faz aquela fumacinha peculiar. As crianças aproveitam o fenômeno e, cada uma a seu modo, brinca de soltar bafinho.
Mas, falando dos frios Curitibanos vamos relembrar alguns registros de precipitação de neves: Registros históricos relatam precipitação de neves ocorridas em 1889, 1892, 1912, 1928 (dois dias), 1942, 1955, 1957, 1965, 1975, 1979, 1981, 1988 e 2013.
Em 1980, houve registro de chuva congelada na Capital paranaense, quando amanheceu com precipitação sob uma temperatura inferior a 2°C. A chuva congelada é um tipo de precipitação hibernal que ocorre quando, entre camadas atmosféricas muito resfriadas, há uma mais aquecida em que a água se precipita na forma líquida, para se congelar mais próxima à superfície, cai na forma de pequenas pedras transparentes), fenômeno semelhante ocorreu também em 2017.
Paulo Grani

"A família Mehl chegou à Curitiba por volta do ano de 1870. No inicio deste século o casal Henrique e Rosa Mehl, já nascidos no Brasil, dedicaram-se à agricultura e a pecuária de subsistência e aos poucos foram adquirindo terras na região que hoje é periferia de Curitiba.

 "A família Mehl chegou à Curitiba por volta do ano de 1870. No inicio deste século o casal Henrique e Rosa Mehl, já nascidos no Brasil, dedicaram-se à agricultura e a pecuária de subsistência e aos poucos foram adquirindo terras na região que hoje é periferia de Curitiba.


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Casal Henrique Mehl e Rosa Mehl.

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Filhos de Henrique Mehl no estacionamento da empresa.

HISTORIA DA FAMÍLIA MEHL
"A família Mehl chegou à Curitiba por volta do ano de 1870. No inicio deste século o casal Henrique e Rosa Mehl, já nascidos no Brasil, dedicaram-se à agricultura e a pecuária de subsistência e aos poucos foram adquirindo terras na região que hoje é periferia de Curitiba.
Como era grande a quantidade de areia nestes terrenos, Henrique Mehl transportava a matéria-prima para as construções usando uma carroça.
Na década de 1920, Curitiba crescia muito e Henrique tornou-se um dos donos do primeiro sistema de transporte de passageiros na cidade feito por carruagens, os táxis da época.
No final da década de 1930, os automóveis ja predominavam no cenário das ruas de Curitiba, porém, Henrique continuava operando seu sistema de transporte, comercializava areia e, ampliando suas atividades, montou uma fábrica de tijolos, tudo funcionando com a empresa Henrique Mehl e Cia Ltda.
Como a família já havia crescido era necessário que os negócios seguissem o mesmo caminho, tendo a segunda geração assumido a empresa, com a entrada dos irmãos Manoel, Waldemar e Julio Mehl e cunhados. Em 1943, a loja de materiais de construção, que já operava com transportes, passa a se chamar Filhos de Henrique Mehl Ltda."
(Texto e fotos extraído de: mel.com.br)
Paulo Grani.

Alunos do Colégio Medianeira postam-se em formação em atividade de Educação Física nas proximidades do Colégio, década de 1960. (Foto: colegiomedianeira.g12.be) Paulo Grani.

 Alunos do Colégio Medianeira postam-se em formação em atividade de Educação Física nas proximidades do Colégio, década de 1960.
(Foto: colegiomedianeira.g12.be)
Paulo Grani.


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Instalação da nova ponte ferroviária sobre a Rua João Negrão, Curitiba, em 1944, fabricada para suportar duas linhas férreas.

 Instalação da nova ponte ferroviária sobre a Rua João Negrão, Curitiba, em 1944, fabricada para suportar duas linhas férreas.


Nenhuma descrição de foto disponível.Instalação da nova ponte ferroviária sobre a Rua João Negrão, Curitiba, em 1944, fabricada para suportar duas linhas férreas.
A outra, sobre a qual a locomotiva está passando, é a original fabricada na Bélgica e vinha suportando, singelamente, as composições desde a inauguração da Estrada de Ferro Paranaguá -Curitiba.
(Foto: CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil)
Paulo Grani.

Casa e Ferraria de Guilherme Pugsley, que existia, na Avenida Cândido Hartmann, esquina com a Rua Marcelino Champagnat. ***Foto de Guilherme Pugsley Osty *** ***Década de 1930 ***

 

Casa e Ferraria de Guilherme Pugsley, que existia, na Avenida Cândido Hartmann, esquina com a Rua Marcelino Champagnat.
***Foto de Guilherme Pugsley Osty ***
***Década de 1930 ***


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