terça-feira, 3 de janeiro de 2023

***— Parte da Avenida Marechal Floriano, na década de 40/50 — ***

 ***— Parte da Avenida Marechal Floriano, na década de 40/50 — ***


Pode ser uma imagem de ao ar livre

***— Vista do Largo Bittencourt, do Círculo Militar do Paraná, do Passeio Público, e o Colégio Estadual do Paraná em 1953 — ***

 ***— Vista do Largo Bittencourt, do Círculo Militar do Paraná, do Passeio Público, e o Colégio Estadual do Paraná em 1953 — ***


Pode ser uma imagem de ao ar livre

— Rua Cândido Lopes em obras, a Biblioteca Pública do Paraná estava sendo finalizada, além de outros prédios também em obras - Setembro de 1954.

 — Rua Cândido Lopes em obras, a Biblioteca Pública do Paraná estava sendo finalizada, além de outros prédios também em obras - Setembro de 1954.


Pode ser uma imagem em preto e branco de 2 pessoas, estrada, rua e texto que diz "மன RUA CANDIDO LOPES ASFALTAMENTO SETEMBRO DE 1954"

— Largo da Ordem na primeira década de 1900 —

 — Largo da Ordem na primeira década de 1900 —


Pode ser uma imagem de 10 pessoas, cavalo e ao ar livre

— Largo Doutor Theodoro Bayma, no Batel em 1953 —

 — Largo Doutor Theodoro Bayma, no Batel em 1953 —


Pode ser uma imagem em preto e branco de rua e estrada

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

MONTESQUIEU E O X-MONTANHA

 

MONTESQUIEU E O X-MONTANHA









Ontem no centro na hora do almoço resolvi conhecer uma iguaria criada em Curitiba, com muita reputação principalmente entre os estudantes da UTFPR: o X-Montanha. O sanduíche é servido na Lanchonete Montesquieu que fica na esquina da Av. Silva Jardim com a Des. Westphalen, ao lado da à UTFPR.
A lanchonete está na família do Seu Zé (Hiroyuki Ota) e de seus filhos Álvaro e Emília desde 1978. Na internet há toda espécie de informações sobre a lanchonete, o sanduíche e seus donos, mas a maior parte é pura gozação. O fato é que todo estudante da UTFPR é fã do X-Montanha, consomem esse sanduíche ao longo de toda a sua vida acadêmica e até, depois para matar a saudade.
Na estufa da lanchonete existe apenas dois tipos de salgado: pasteis à milanesa (carne, queijo e palmito) e o bolinho de carne. Além dos salgados, no cardápio (um pedaço de papel escrito à mão colado na parede) encontramos os sanduíches da casa, com destaque para o X-Montanha, relíquia da gastronomia Curitibana, que bate pesado no estômago, mas que é muito gostoso e alimenta por uns dois dias mais ou menos, sendo inclusive excelente para a memória, já que você lembra dele o dia todo!
Como nasceu o X-Montanha? Houve uma época de desabastecimento de carne no mercado, mas como mesmo assim os estudantes do CEFET (na época) queriam sanduíches, o jeito foi colocar um pastel o lugar da carne. Com o tempo e com o bolinho de volta, os estudantes pediam para colocar o bolinho com o pastel e eles mesmos (os estudantes) batizaram a iguaria que entraria para a história: o X-Montanha! Ele é montado num simples pão de hamburger com maionese, alface, tomate, bolinho de carne e o pastel escolhido pelo cliente.
O atendimento (numa calma que dá gosto) fica por conta do Seu Zé ou de seu filho Álvaro. O pedido é anotado num guardanapo mesmo, acompanhado de um sorriso. O sanduíche é montado pela Emília (filha do Seu Zé) e o acompanhamento indicado pelos estudantes é uma gasosa de framboesa.
A crocância da combinação surpreende, assim como o sabor. Muito bom e muito barato (o X-Montanha custa hoje, R$6,00). Há outras opções de sanduíches como X-Monstro, X-Monstrinho, X-Pastel, X-Bolinho. Ou seja, pegue o que tem na estufa e combine como achar melhor!!

A ÁGUIA DE DUAS CABEÇAS DA PRAÇA ZACARIAS

 

A ÁGUIA DE DUAS CABEÇAS DA PRAÇA ZACARIAS







Um leitor desse blog postou um comentário dizendo que sua namorada num certo dia chamou sua atenção para uma estranha escultura na Praça Zacarias, localizada num ponto mais estranho ainda. Trata-se de uma águia com duas cabeças num vão entre o Edifício Acácia e seu vizinho. A escultura fica um pouco acima da marquise.

O comentário é a prova de que prestando atenção à cidade, muita coisa pode ser descoberta e nesse caso, a história é bem interessante como pude apurar nas minhas pesquisas.

É o seguinte. O Museu Paranaense foi fundado em 25/09/1876 por Ermelino de Leão (pai de outro Ermelino de Leão, portanto não sei qual dos dois dá nome à uma das ruas de Curitiba) e por José Cândido da Silva Muricy (esse sim, nome de rua). Em 1882 o governo do estado assume o museu e esse passa a funcionar no exato local onde está o Edifício Acácia na Praça Zacarias. Em 1899 o Estado do Paraná vende o imóvel para a Loja Fraternidade Paranaense (maçônica), que além de pagar o melhor preço, ofereceu parte do prédio para o funcionamento de uma escola primária pública, a Escola José de Carvalho, que ali ficou por mais de 40 anos.

Mais tarde em 11/03/1919 no mesmo local, foi inaugurado o novo templo da mesma loja, esse de arquitetura bem mais rebuscada que seu antecessor e no topo dele, pousava a águia de duas cabeças.

O templo ali permaneceu até que em 1961 foi assinado um contrato para demolição do templo e a construção do Edifício Acácia, sendo o evento noticiado no jornal "O ESTADO DO PARANÁ" do dia 26 de Janeiro de 1.961, informando que “Curitiba vem destacando-se sobremaneira no setor arquitetônico, sendo que constantemente se nos apresentam grandiosas realizações nesse setor. Nossa reportagem documenta ontem a assinatura de um contrato que merece a atenção geral. A tradicional e central Praça Zacharias receberá um belo ornamento. O atual prédio da Loja Maçônica será demolido, cedendo lugar a um dos maiores e mais arrojados empreendimentos dos últimos tempos. Na tarde de ontem, a Mapi S.A. conceituada organização incorporadora, … , celebrou contrato de incorporação com a Loja Dario Vellozo para a construção de majestoso edifício na Praça Zacharias."

Junto à pedra fundamental do Edifício Acácia foi depositada uma urna hermeticamente fechada contento uma ata assinada pelos presentes, livros maçônicos, jornais do dia, selos, moedas e um pequeno ramo de acácia.

Depois de muitos atrasos, somente em fevereiro de 1966 os três primeiros pavimentos do Edifício Acácia foram entregues. Em junho desse mesmo ano a Loja Maçônica Dario Veloso muda-se para o recém inaugurado edifício. Restou do antigo templo, a águia de duas cabeças, ainda hoje pousada em local privilegiado da praça Zacarias, de onde a todos vê e é vista por poucos.

Mais alguns pontos que acho interessante dividir com vocês, meus caros leitores.

Porque da águia de duas cabeças?
A águia de duas cabeças é o símbolo de um dos graus da maçonaria e surgiu em 1759 pela primeira vez, sendo usada na França pelo "Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente", precursores do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria. A águia bicéfala tem origem na cidade de Lagash na Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates ao sul da Babilônia (onde hoje fica o Iraque) e é o mais antigo brasão da humanidade, utilizado há mais de dois mil anos quando foi construído o Grande Templo do Rei Salomão. Passou para os samaritanos, para o povo de Akhad, para os Hititas, para os povos da Ásia Menor e durante as cruzadas, foi trazida para os imperadores do oriente e ocidente. A imagem da águia de duas cabeças aparece em dezenas de bandeiras de países da Europa.

Porque o edifício da Praça Zacarias leva o nome de Acácia?
A Acácia é mais um símbolo da Maçonaria. Essa flor (ou um ramo dela), foi utilizado para marcar o local onde Hiram Abiff, um artífice ou arquiteto que trabalhou na construção do grande templo do Rei Salomão, foi enterrado. Conta o mito que Hiram Abiff foi assassinado por três construtores porque ele era o único que detinha elevados segredos da maçonaria e esses queriam obrigá-lo a revelá-los. Há os que vêem na sua história semelhanças com o mito de Osíris (deus egípcio).

As fotos de hoje revelam a águia bicéfala da Praça Zacarias e a foto do antigo tempo da Maçonaria foi obtida no site http://www.museumaconicoparanaense.com de onde obtive grande parte das informações do post de hoje. O Museu gentilmente autorizou a publicação da foto, bem como o uso de informações aqui prestadas.

Mais um adendo, segue um link ( http://textolivre.com.br/contos/9701-lendas-do-edificio-acacia-da-praca-zacarias-de-curitiba-) para um blog onde vocês encontrarão lendas sobre o Edifício Acácia (cuidado, são tão assustadoras como a "Noiva Fantasma do Edifício Asa").

RESIDENCIA PROJETADA POR AYRTON LOLO CORNELSEN

 

RESIDENCIA PROJETADA POR AYRTON LOLO CORNELSEN







Essa casa meio que abandonada na Rua José de Alencar no Alto da XV foi projetada por um dos importantes arquitetos do movimento modernista de Curitiba, Ayrton Lolo Cornelsen (já citado aqui nos posts sobre o tema). A casa foi ocupada pela última vez por uma empresa de segurança, que acabou fechando após uma grande confusão.
A casa foi projetada em 1945 como residência para Nelson Justus, um ex combatente da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Itália, onde durante a campanha, hospedou-se numa residência que possuía um átrio e por essa razão, solicitou que essa solução especial fosse repetida no projeto de sua casa em Curitiba. Partindo dessa premissa, Cornelsen desenvolveu uma distribuição espacial inédita nas residências curitibanas. Todas as áreas sociais eram integradas por esse átrio, que por meio de persianas poderiam ser segmentadas.
De olho no futuro, diferente das residências projetadas na mesma época que contavam apenas com duas tomadas na cozinha (uma para a geladeira e outra para todos os outros eletrodomésticos), Cornelsen projetou a cozinha com 11 tomadas, dispensando futuras reformas por esse motivo.
Outro elemento que chama a atenção é a cobertura para carros na face frontal da casa. A garagem da casa ficava nos fundos.
Foi portanto um projeto inovador e importante para a história da arquitetura de Curitiba. Espero que a casa sobreviva e em breve seja ocupada por quem possa preservá-la.
Todas essas informações foram obtidas no livro “Espirais de Madeira – uma história da arquitetura de Curitiba” de Irã Taborda Dudeque.

A PRAÇA 19 DE DEZEMBRO E A MAÇONARIA

 

A PRAÇA 19 DE DEZEMBRO E A MAÇONARIA











Aguardei até o dia de hoje, 19/12/2011, dia do 158 aniversário da Emancipação Política do Paraná, para dividir com vocês algumas informações curiosas que obtive sobre símbolos maçônicos que podem ser observados na Praça 19 de Dezembro.
Antes, apenas um esclarecimento. Não sou membro da maçonaria, mas as informações aqui prestadas foram obtidas através de um membro ativo, que permitiu o uso dessas no meu blog. As divulgo por achar fascinante esse tipo de história (sinais ocultos) e por guardarem uma relação direta com nossas vidas, pois dizem respeito a um local que todos que moram em Curitiba conhecem.
Dois ex-prefeitos de Curitiba, Ernani Santiago de Oliveira e Wallace Tadeu de Mello e Silva (ambos Maçons), homenagearam a Maçonaria do Paraná colocando em prática o projeto da Praça 19 de Dezembro, onde diversos símbolos maçons foram inseridos e também, referencias à cidade de Washington, capital dos Estados Unidos. A maçonaria brasileira tem ligação direta com a maçonaria norte americana.
O obelisco da nossa praça, foi inspirado no Washington Monument (que fica no centro do Constitution Gardens). O obelisco americano tem 169,7m e o curitibano tem 41,31m de altura.
O formato do chafariz da Praça 19 de Dezembro copia o Tidal Basin, um grande lago próximo ao Washington Monument (como pode ser visto nas imagens aéreas obtidas no Google).
Os outros símbolos ocultos na praça são os seguintes. O numero 7 na Maçonaria é considerado o numero perfeito, obtido da soma de 4 (os elementos da natureza) e 3 (a Santa Trindade), ou seja, a união da ciência com a espiritualidade. Sete eram os refletores no chafariz, 7 metros é a altura da estátua do homem nu e 70cm o tamanho do pé da estátua.
O triangulo na maçonaria significa estabilidade, harmonia e o triangulo eqüilátero simboliza a divindade. Um triangulo eqüilátero é formado na praça 19 de Dezembro unindo três importantes membros da maçonaria, o Barão do Serro Azul (rua que termina na praça), Cândido de Abreu (avenida que inicia na praça) e Tiradentes (colégio de frente para a praça), marcando a assinatura maçônica.
A letra G também tem forte simbologia para os maçons. O “G” significa Geometria em diversas línguas. A Geometria era tida quase como uma ciência sagrada, mãe da arquitetura e da construção, sem a qual as Catedrais não podiam ser planejadas e concluídas. Na praça o G está representado no punho fechado do Homem Nu.
A escultura e o painel da praça foram executados por Erbo Stenzel, Humberto Cozzo e Poty Lazzarotto
Isaac Lazzaotto, pai de Poty, era ferroviário e trabalhava para Wallace de Mello e esse solicitou ao seu filho Wallace Thadeu de Mello e Silva (um dos prefeitos que idealizaram a praça) que desse à Poty a execução do mural de azulejos. No centro do painel de Poty, há um homem vestindo um avental maçônico, que simboliza o iniciado maçônico, representando a prontidão para o trabalho e simbolicamente, representa a vestimenta corpórea da alma.
Apenas recentemente (15/10/2014), fui informado de que o Sr. Guilhobel Aurélio Camargo, pesquisador e autor de várias matérias sobre a Praça 19 de dezembro, é a fonte das informações desse post.

Quem foi: Cândido de Abreu

 

Quem foi: Cândido de Abreu

O político foi prefeito de Curitiba em duas oportunidades

Nascido em Paranaguá,  Cândido Ferreira de Abreu (1856 – 1918) é nome importante na política curitibana, sendo o primeiro prefeito da cidade a ser eleito pelo povo. Antes dele, somente José Borges de Macedo havia ocupado o cargo, entre 1835 a 1838 – em um período em que a escolha do prefeito não era feita pela população.

Quem foi: Cândido de Abreu - Curitiba Space

No dia 24 de setembro de 1892, juntamente com 21 vereadores também eleitos pelo voto, Cândido de Abreu assumia o cargo de prefeito de Curitiba, ficando até 1894. Ele deixou o cargo após um pedido de renúncia, ocasionado por um desentendimento com os vereadores. Ele retornaria ao cargo entre 1913 e 1916.

Quem foi: Cândido de Abreu - Curitiba Space

Ao longo da vida, o Cândido de Abreu foi também deputado, senador e secretário de obras públicas do Estado do Paraná. Abreu ainda trabalhou no Amazonas, na construção da estrada de ferro madeira-mamoré; no Rio Grande do Sul, como instrutor de colonização; e em Minas Gerais, na comissão responsável por construir parte da capital.

Quem foi: Cândido de Abreu - Curitiba Space

Cândido Ferreira de Abreu faleceu em 22 de fevereiro de 1918, em Curitiba. Na cidade, o político dá nome a uma das principais vias da capital, que tem inicio em frente ao Palácio Iguaçu – sede do Governo Estadual. Além disso, a Avenida Cândido de Abreu é caminho de outros símbolos da cidade, como a Prefeitura Municipal, o Shopping Mueller e a Praça Nossa Senhora de Salette, localizados no Centro Cívico.

Quem foi: Cândido de Abreu - Curitiba Space

Referências:
IPPUC. Nome de Rua. Disponível em <http://ippucweb.ippuc.org.br>.
Muzzillo, Camila. 1001 ruas de Curitiba. Organizado por Camila Muzzillo. Curitiba. Artes & Textos. 2011. 240p.