segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Curitiba em 1959: As Debutantes, os Casamentos e a Sociedade da Época — Um Retrato das Páginas de uma Revista Social

 

Curitiba em 1959: As Debutantes, os Casamentos e a Sociedade da Época — Um Retrato das Páginas de uma Revista Social



Curitiba em 1959: As Debutantes, os Casamentos e a Sociedade da Época — Um Retrato das Páginas de uma Revista Social


🕊️ A Cerimônia Religiosa: Um Momento de Fé e Tradição

Na página 3, somos convidados a assistir à “Cerimônia da benção nupcial no Templo de Santa Terezinha”. A imagem captura um momento solene, com um sacerdote abençoando um casal, simbolizando o compromisso e a união sagrada. Este tipo de cerimônia era fundamental, pois conectava a vida social ao contexto religioso, tão importante na época.

O texto informa que o mês de julho foi marcado pelo casamento de Nair e Luiz Carlos, filha do vice-governador Alfonso Bey e filho do casal Peregrino Araújo. A cerimônia foi realizada na Igreja de Santa Terezinha, assistida por figuras representativas da sociedade local. Os padrinhos foram, pelo lado da noiva, o casal Dr. Peregrino Araújo e D. Rodolfo Zappe; e, pelo lado do noivo, o casal Paulo Perbesci e D. João José de Araújo.

No ato civil, foram testemunhas os senhores Antônio Carlos Coelho e Júlio de S. Ribeiro, e a noiva foi acompanhada por seus pais, Sílvia Araújo e Cristina Guimarães.

Após a celebração religiosa, houve um almoço no salão de sua residência, onde os noivos receberam parabéns e cumprimentos dos convidados, incluindo Silval Araújo e Cristina Guimarães. Foi uma ocasião feliz, marcada por uma nota de alegria social.


💍 O Casamento de Joaquim Penido Monteiro e Garcia Duarte: Uma União de Famílias Ilustres

Na página 11, temos a cobertura do casamento de Joaquim Penido Monteiro e Garcia Duarte, ocorrido no dia 13 de agosto na Igreja Nossa Senhora do Carmo. O evento foi descrito como de grande projeção social, reunindo inúmeras figuras importantes da cidade.

Os padrinhos do noivo foram, no civil, Eduardo Garcia Duarte e Roberto Moura; e, na igreja, João Penido Monteiro e Cel. Osmar Roberto Moura.

Entre os convidados, destacam-se nomes como:

  • Rubens Lacerda Manso
  • Nivaldo Maranhão Faria
  • Hervília Medeiros Maranhão
  • Osmar Roberto Moura
  • Rachel Anastásia Lima de Moura
  • Ronaldo Guimarães
  • Leda Dalguerres
  • Igê Santos Andrade
  • Leda Moreira
  • Lula Maria Câmara
  • Luisa Maria Ferreira
  • Luzia Maria Albuquerque
  • Lygia Cordeiro
  • Maria da Luz Camargo
  • Maria Inez Antunes
  • Maria José Wadler Devicke
  • Maria Josefina de Quadros Souza
  • Maria Luiza Teixeira Pinto
  • Maria Lucia Portela Natal
  • Maria Luisa Silva Bastos
  • Maria Luiza Teixeira França
  • Maria Nazareth Chaves Athayde
  • Walter Scott Veloso
  • Julio Moreira
  • Samuel Chamack
  • Adão Soares de Camargo
  • Joquim Amaral e filha Vera Maria
  • Roberto Leão
  • Rubens Anastásia Lima
  • Arthur Amorim
  • Rui Mendonça
  • Eduard Chambell Sanpaulo
  • Juraci Moura
  • Osmar Regattieri
  • Leda Marcal
  • Pedro Javasco
  • Luta Gomes de Nascimento
  • José Guimarães
  • Augusto Mocellin
  • João Carlos Pedrosa
  • Glicério Artigas
  • Francisco Alvarez
  • Ernani Cartan
  • Victor de Amaral Filho
  • Helo Gomes
  • Antonio D’Assumpção

A recepção, descrita como "o corte da noite especial", foi realizada na sede campestre, com a presença do casal Roberto Leão. O ambiente era de festa e elegância, com todos os convidados vestidos para a ocasião.


👑 As Debutantes de 1959: O Brilho da Juventude Curitibana

A página 12 é dedicada às debutantes de 1959, divididas por clubes sociais, que eram verdadeiros centros de vida social da época.

5 Clubes — Curitibano

  • Ajtai Rebello Guimarães
  • Alba Queiroz Cunha
  • Ana Maria Paoli
  • Anelise Griloher
  • Aurora Margarida Fonseca da Costa
  • Berenice Lima de Sousa
  • Inês Fernanda Marques
  • Debórces de Sousa
  • Dionora Maria Ricci
  • Elaine Rohkamp Clausa
  • Elizabeth Araujo
  • Isabel Marchesini
  • Joveli Maria Ciscarino
  • Gisah Derubina Gravina
  • Lara Pinto de Macedo
  • Neda Dalguerres
  • Igê Santos Andrade
  • Leda Moreira
  • Lula Silva
  • Lui Maria Câmara
  • Luisa Maria Ferreira
  • Luzia Maria Albuquerque
  • Lygia Cordeiro
  • Maria da Luz Camargo
  • Maria Inez Antunes
  • Maria José Wadler Devicke
  • Maria Josefina de Quadros Souza
  • Maria Luiza Teixeira Pinto
  • Maria Lucia Portela Natal
  • Maria Luisa Silva Bastos
  • Maria Luiza Teixeira França
  • Maria Nazareth Chaves Athayde

Graciosa Country

  • Simone Pereira Alves
  • Fiori Margarida Vancocvillo
  • Vanesa Fleischfresser
  • Aurora Margarida Fonseca da Costa
  • Dionora Maria Ricci
  • Marie Louise Van den Berg
  • Alba Queiroz Cunha
  • Lia Maria Câmara
  • Evane Roskamp Câmara
  • Elizabeth Mayer de Almeida
  • Igê Santos Andrade
  • Stefânia Ribeiro
  • Carolina Emile Chamack
  • Vera Regina Ricci
  • Valentina Piccatta

Sociedade Thalia

  • Regina Maria Rago Melline
  • Regina Vieira Ribeiro
  • Jureia Vieira Petrelis
  • Yasla Schmuel
  • Nancy Maria Catlot
  • Ines Schulte
  • Lara Simille de Macedo
  • Cristina Maria Montanari
  • Maria Lucio Acioly T. Pinto
  • Ligia Rolo
  • Marília P. Correa
  • Maria José Wadler Devicke
  • Sorly Merlin
  • Guita Marchmann
  • Maria Josefina de Quadros Souza
  • Regina Maria Serdenberg Bassetti

⚔️ Círculo Militar e Concórdia: Outras Faces da Sociedade

Na página 13, encontramos mais nomes de debutantes, desta vez associadas aos clubes Círculo Militar e Concórdia.

Círculo Militar

  • Vera Lucia Conti
  • Eugênia Hausmann
  • Estelle Marques
  • Igêmar Shika Guimarães
  • Maria Lúcia Anciety Pinto
  • Suzi Maria Paolini
  • Suzi Maria Chaves
  • Leopoldina Dolores Vila
  • Zélia Aparecida Bassetti
  • Yvonne Carmen Persson
  • Yara Kensing
  • Vera Lucia Jordan da Luz
  • Guimarães Silva Marcal
  • Denise Maria Bey
  • Nokinda Fonseca Tarle
  • Lara Meyer de Assis
  • Maria Lúcia Silva Bastos
  • Yania Robles Bassetti
  • Maria Nazareth Chaves Athayde
  • Yania Robles Bassetti
  • Mirtila Street Correa
  • Regina Maria Costa
  • Regina Maria Pinto da Costa
  • Regina Maria Negra
  • Irmãs Maciel Nunes
  • Loddi Paiva Machado
  • Marine Storti Fortes Lobo
  • Gilda Câmara Barra

Concórdia

  • Regina Maria Serdenberg Bassetti
  • Flávio Clausa
  • Vanessa Fleischfresser
  • Marlene Conti Schwaner
  • Rosina Alice Albina Proster
  • Karilla Ottani Ferreira de Brito
  • Eveli Maria Machado Occarino
  • Guita Marchmann
  • Myrna Maria Pickare
  • Elisabeth Almeida
  • Rosely Almeida
  • Lelia Silva
  • Ligia Stelt

📜 TROVAS DE LUIZ OTÁVIO: Poemas que Capturam a Alma da Época

A mesma página 13 traz também trechos poéticos de Luiz Otávio, intitulados “Trovas”, que refletem sobre a vida social, a cultura e os sentimentos da época:

Impressões: Dois olhos, teus que quanto Teu coração entalhado. Cultura tem... e dos bons. Das mais vivazes batidas...

Em voo: Detem o teu pensar! Não caminhes sempre em vão! — A verdadeira Ventura está no teu coração...

Camário: O, Passado curto, de loucos recentemente queimado, indicaremos um caminho de coisas raras juncado.

Dengoso: Quando ela passa feliz sussurrando dengosa, com o seu lindo sorriso, que ela sabe que é gostoso.

Poesia: O Passado bem que existiu Vive na vida de gente... — Passado que não foi triste tem mais vida que o presente.

Axioma: Meu sangue vive a carregar dos laços das cercanias que sofriam, desatentos, na mais tremenda procissão.

Morte menor... Meus sentimentos devem prender em poucos fios pequenos, para que meus dias sejam passados que morre menos.


Este retrato das páginas de 1959 nos oferece uma visão íntima e rica da vida social, familiar e cultural de Curitiba. São nomes, rostos e histórias que, embora pertencentes a um passado distante, continuam vivos na memória coletiva da cidade. A elegância, a tradição e o espírito comunitário desses eventos são um testemunho valioso da formação da identidade curitibana.


Se você conhece algum desses nomes ou tem fotos dessa época, compartilhe nos comentários! A história se constrói com as memórias de todos.













domingo, 16 de novembro de 2025

CURITIBA EM 1913: HUMOR, AUTOMÓVEIS E POLÍTICA — UM RETRATO DA CIDADE NO INÍCIO DO SÉCULO XX

 

CURITIBA EM 1913: HUMOR, AUTOMÓVEIS E POLÍTICA — UM RETRATO DA CIDADE NO INÍCIO DO SÉCULO XX



📜 CURITIBA EM 1913: HUMOR, AUTOMÓVEIS E POLÍTICA — UM RETRATO DA CIDADE NO INÍCIO DO SÉCULO XX

Documentos originais da imprensa local revelam uma Curitiba em plena transformação urbana, social e cultural. Em 1913, a capital do Paraná já contava com jornais satíricos, anúncios de luxo, críticas políticas afiadas e personagens que, com ironia e elegância, retratavam os costumes da elite, da classe média e até das tensões sociais da época. As páginas preservadas oferecem um mergulho raro na linguagem visual e textual da imprensa curitibana na primeira década da República.


Post 1 – “Não ha de ser nada”: resignação cotidiana em forma de charge

Uma das charges mais emblemáticas de 1913 traz o título “Não ha de ser nada”, repetido como refrão em seis cenas distintas que espelham dilemas universais: dívidas não pagas, desconfiança conjugal, desemprego, burocracia e até testamentos mal redigidos. Em cada quadro, um personagem em dificuldade ouve a mesma resposta vaga e resignada: “Não há de ser nada”.

Essa expressão, típica da fala curitibana da época, funcionava como escudo contra a incerteza — mas também como crítica sutil à passividade diante de problemas reais. O traço simples e os diálogos coloquiais revelam um jornalismo gráfico que misturava entretenimento e espelho social.


Post 2 – O luxo sobre rodas: anúncio do automóvel Benz em pleno centro de Curitiba

Uma página anuncia, com destaque, o automóvel Benz — marca alemã precursora da Mercedes-Benz — como “O Automóvel Preferido”. O representante exclusivo para o Paraná era Francisco F. Fontana, com escritório na Avenida João Gualberto (então um dos endereços mais modernos da cidade), caixa postal 111 e telefone 68.

A ilustração mostra o veículo com dois ocupantes trajando roupas formais da época: chapéu, paletó e vestido longo. O carro, de tração traseira, rodas altas e assentos abertos, era um símbolo incontestável de status. O simples fato de existir um representante oficial do Benz em Curitiba demonstra que, mesmo longe dos grandes centros, a elite paranaense já adotava tecnologias de ponta — e que o automóvel, ainda raro, era mais que transporte: era identidade social.


Post 3 – “Simplicidade”: ironia sobre hipocrisias domésticas e sociais

A charge intitulada “Simplicidade” usa o olhar inocente de uma criança para expor contradições adultas. Em um dos quadros, um menino comenta que a “coelhinha” (termo carinhoso para a mãe) tem o braço inchado “dos bichinhos que papai lhe dá” — eufemismo claro para picadas de insetos... ou algo mais sugestivo.

Em outra cena, dois homens — um chamado “o negro”, outro “o gordo” — discutem um “capado” (animal castrado), e um deles observa com desdém: “é um animal bem indiferente o porco”. Aqui, os animais são metáforas para a classe dominante, cuja indiferença diante das injustiças sociais era notória. A charge não apenas satiriza, mas denuncia a superficialidade da moral burguesa.


Post 4 – “Entre amantes do sport”: esporte, aposta e vícios da elite

A expressão “entre amantes do sport” introduz um diálogo carregado de exagero cômico: dois homens apostam que, se um perder, dará um “salto mortal”, e o outro jurou que “romarei sobre a ponte da urca Zacharias” — referência ao Rio Zacharias, curso d’água que então cruzava o centro de Curitiba (hoje canalizado).

Em outra cena, um homem rejeita um pão oferecido como consolo, alegando que o médico proibiu — mas pede vinho em seu lugar. O contraste entre restrição médica e desejo por álcool revela os vícios mascarados pela “civilidade” da época. O esporte, aqui, não é só lazer, mas cenário para ostentação, risco e transgressão leve — tudo dentro dos limites do bom tom curitibano.


Post 5 – “Os somos deputados”: crítica direta ao poder político

A charge mais contundente do conjunto chama-se “Os somos deputados”. Um cidadão pergunta qual o “título que o reconhece para ser eleito deputado estadual”. A resposta é lapidar: “Ser rico — capitalista.”

Não há menção a mérito, formação, propostas ou ligação com o povo. A riqueza, por si só, é o único passaporte para o poder. Em outro quadro, um político é alertado: “Embora nos façam mal, a vós, isso sabe que mais cedo ou mais tarde a gente se coloca.” A resposta? “Sim, sim, se, jurem muito e cuidado.”

A mensagem é clara: a política era um jogo de promessas vazias, juramentos e interesse próprio. A charge, embora sutil, desmonta a ilusão de representatividade — um ato de coragem editorial em pleno contexto oligárquico do café com leite.


Estas páginas, aparentemente leves, carregam o peso de uma sociedade em transição: entre tradição e modernidade, oralidade e imprensa, rural e urbano. Elas mostram que Curitiba, em 1913, já tinha sua voz — crítica, irônica, elegante e profundamente curitibana.

Você tem documentos, fotos ou histórias familiares dessa época? Compartilhe nos comentários. Cada contribuição ajuda a manter viva a memória da nossa cidade.

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