quarta-feira, 29 de junho de 2022

A TELEFONIA EM CURITIBA, EM 1913 Recorte do Jornal curitibano "A Notícia", de 1924, solta o verbo criticando o péssimo serviço prestado pela municipalidade na Capital, naqueles dias.

 A TELEFONIA EM CURITIBA, EM 1913
Recorte do Jornal curitibano "A Notícia", de 1924, solta o verbo criticando o péssimo serviço prestado pela municipalidade na Capital, naqueles dias.

A TELEFONIA EM CURITIBA, EM 1913
Recorte do Jornal curitibano "A Notícia", de 1924, solta o verbo criticando o péssimo serviço prestado pela municipalidade na Capital, naqueles dias.
Em 1913, a Câmara Municipal autorizou a Prefeitura a comprar a "Empreza Telephonica do Paraná" que detinha a concessão, a qual passou a prestar o serviço. Rapidamente a demanda cresceu e, pelo visto na publicação, a qualidade deteriorou-se.
Lembro-me que, no final da década de 1980, o serviço prestado pela Telepar na maioria das grandes cidades paranaenses, também deixava a desejar. As centrais telefônicas trabalhavam acima do limite dos enlaces telefônicos possíveis, de maneira que, para realizar-se uma ligação telefônica, o cidadão tinha que ficar aguardando o tão esperado "tom de linha". Quase sempre, ficava-se esperando, esperando, esperando, e ele não vinha.
Paulo Grani.

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Recorte do Jornal curitibano "A Notícia", de 1924, solta o verbo criticando o péssimo serviço prestado na Capital, naqueles dias.

Paulo Grani
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Um sistema de telefonia, antes das centrais eletro-eletrônicas, operado por telefonistas que, através de "pegas" (os cabos que elas seguram), faziam manualmente as canexões entre o assinante "A" e o assinante "B".
Foto/Ilustração: museudastelecomunicacoes.org.br

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PS - Posto de Serviço das empresas telefônicas, disponibilizando telefones públicos, listas telefônicas e outros serviços relacionados.
Foto/ilustração: museudastelecomunicacoes.org.br

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Antiga sala de telefonistas com painéis de enlaces, nos quais elas faziam as conexões telefônicas entre dois usuários.
Foto/ilustração: museudastelecomunicacoes.org.br

Propaganda da Companhia Telefônica Nacional, divulgando a instalação dos telefones automáticos em Curitiba, veiculada nos principais veículos de propaganda curitibanos da época.

 Propaganda da Companhia Telefônica Nacional, divulgando a instalação dos telefones automáticos em Curitiba, veiculada nos principais veículos de propaganda curitibanos da época.

Propaganda da Companhia Telefônica Nacional, divulgando a instalação dos telefones automáticos em Curitiba, veiculada nos principais veículos de propaganda curitibanos da época.
Como dirigido a uma criança, o texto pretende ensinar os primeiros passos aos curitibanos para se realizar ou atender uma ligação, chegando ao ponto de proibir que alguém, ao atender o telefone, diga: "Alô", "Pronto" ou "Quem fala?"
Logo depois, em 1963, Ney Braga cria a nossa saudosa "Telepar", que, em 1998, foi vendida pela bagatela de R$ 8.822.800.398,14 (Oito bilhões, oitocentos e vinte e dois milhões, oitocentos mil, trezentos e noventa e oito reais e quatorze centavos).
Paulo Grani

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segunda-feira, 27 de junho de 2022

A FUNDAÇÃO DA COLÔNIA IVAY Casa de um colono na Colônia Ivaí, década de 1910.

 A FUNDAÇÃO DA COLÔNIA IVAY


Casa de um colono na Colônia Ivaí, década de 1910.


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Casa de um colono na Colônia Ivaí, década de 1910.

A Colônia Federal de Ivay foi fundada no Paraná, em 1907, a 200 km da capital Curitiba e 87 km de Ponta Grossa. A mesma estava vinculada ao município de Ipiranga e possuía dois núcleos populacionais, um denominado Calmon e outro São Roque. Esta núcleo era composto de 519 (quinhentos e dezenove) pessoas, organizadas pelo governo federal.

O nome Ivaí, foi escolhido em virtude do Rio Ivaí, já existente, e pela junção do Rio Patos e São João. Ivaí na linguagem indígena significa: “Rio das Frutas”.

A colonia foi inicialmente povoada por imigrantes ucranianos e poloneses. Além destes, também se estabeleceram nesse espaço: alemães, italianos e holandeses. Quando os primeiros imigrantes chegaram, essa região já era habitada por índios e bugres.

Ainda como território de Ipiranga, criou-se a primeira capela de Ivaí, denominada “Sagrada Coração de Jesus”, que era atendida por Prudentópolis, e veio a constituir a atual igreja do mesmo nome e sede paroquial.

Em 1961, ocorreu o desmembramento de Ipiranga e foi criado o município de Ivaí. Geograficamente ele está situado na região Sudeste do Paraná. Seu território é de 608 km2 e atualmente possui cerca de 12.815 habitantes.

(Foto: novomilenio.inf.br)

Paulo Grani

Antiga Estação Ferroviária de Curitiba e Região Ano 1915.

 Antiga Estação Ferroviária de Curitiba e Região
Ano 1915.


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domingo, 26 de junho de 2022

RELEMBRANDO O VAPOR "LEÃO" O Vapor Leão foi construído pela empresa Leão Júnior, em 1931, e inaugurado em 10/07/1931

 RELEMBRANDO O VAPOR "LEÃO"
O Vapor Leão foi construído pela empresa Leão Júnior, em 1931, e inaugurado em 10/07/1931

RELEMBRANDO O VAPOR "LEÃO"
O Vapor Leão foi construído pela empresa Leão Júnior, em 1931, e inaugurado em 10/07/1931. Oferecia as melhores condições de conforto aos passageiros, tais como água encanada, luz elétrica e cabines envidraçadas. Era a maior e mais bem equipada embarcação da época, a navegar no Iguaçu.
Pertencia à empresa Leão Júnior. Sua tripulação podia variar entre 10 a 20 profissionais da navegação. Foi construído nos estaleiros de São Mateus do Sul, pois esse município já foi o centro da navegação do Iguaçu, onde quase todos os vapores foram armados ou remontados. Pedro Tureck foi o idealizador e um dos comandantes do Vapor Leão.
Possuía inovações e novidades para a época como um serviço de bar com bebidas geladas e luz elétrica, excelente cozinha e máquinas modernas que garantiam força e velocidade para as viagens. Em sua chaminé tinha estampada a figura de um leão, que promovia e exaltava a marca da empresa
Na foto de inauguração aparece um dos proprietários da empresa, sr. Ivo Leão, está em destaque na parte superior do vapor, usando uma capa. De todos, foi considerado o mais bonito vapor que singrou as águas do rio Iguaçu.
A navegação a vapor no rio Iguaçu teve início em 1882. Esses barcos movidos à máquina a vapor ficaram conhecidos por “vapores”. A partir desta data, foram algumas décadas de muitas viagens principalmente por esse rio poeticamente descrito em 1973: “Por 55 léguas, de Porto Amazonas à União da Vitória, o rio rola pela paisagem ampla, espreguiçando-se em longos ‘direitos’, enleando-se em curvas grandes, sereno e belo”.
O primeiro vapor lançado no Rio Iguaçu foi o “Cruzeiro”, depois o “Visconde de Guarapuava”. Mais tarde vieram outros: Vitória, Curitiba, Rio Negro, São Carlos, Tupi, Iguaçu, o Pery e muitos outros que viajaram nessas águas e de outros rios próximos, no percurso navegável.
(Fontes: gazetainformativa.com.br / Wikipedia / Fotos: Casa da Memória, Wikipedia, PM de São Mateus do Sul)
Paulo Grani

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Avenida Cândido de Abreu, alagada, na década de 20. Nas proximidades da Antiga Fundição Mueller.

 Avenida Cândido de Abreu, alagada, na década de 20. Nas proximidades da Antiga Fundição Mueller.


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O Ford de entregas do Armazém São Francisco, de José Nicolau Abagge. O motorista era o seu irmão Elias Abagge. O Armazém ficava na Rua Saldanha Marinho 1260 Década de 1940

 O Ford de entregas do Armazém São Francisco, de José Nicolau Abagge. O motorista era o seu irmão Elias Abagge. O Armazém ficava na Rua Saldanha Marinho 1260
Década de 1940


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HISTÓRIA DO LUXUOSO HOTEL EDUARDO VII

 HISTÓRIA DO LUXUOSO HOTEL EDUARDO VII

HISTÓRIA DO LUXUOSO HOTEL EDUARDO VII
No início da década de 1950, Miguel Calluf (1891-1962) demoliu o predinho que havia na esquina da avenida Marechal Floriano Peixoto com a rua Cândido de Leão, o qual abrigava sua loja "Empório Íris" e, na parte de cima, sua residência, dando início à construção do Edifício que se chamou Miguel Calluf, levantando o primeiro arranha-céu de Curitiba.
Miguel Calluf, era um imigrante sírio libanês que chegou em Curitiba quase sem recursos e, no começo, trabalhou como mascate e vendedor de frutas, até consolidar seu patrimônio. Em 1935, seu Miguel criou a loja de Tecidos Louvre, um entreposto elegante da Rua XV, construído no mais legítimo art nouveau, onde fez sua fortuna.
O Edifício Miguel Caluf, foi construído com linhas em Art Déco, projetado pelo engenheiro Ralf Leitner, e passou a abrigar o "Louvre Hotel". Sua inauguração aconteceu numa festa muito chique black tie no dia 18/12/1954, véspera do 101° aniversário da Emancipação Política do Paraná. A festa lotou os dois salões de gala do hotel, dos quais se podia ver a catedral e a Praça Tiradentes. Era o mais importante da cidade na época, com 180 apartamentos, 22 andares e 8.000 m2. Pouco tempo depois, o hotel teve seu nome mudado para "Lord Hotel". A lua de mel de Miguel com o prédio durou apenas 8 anos, pois morreu em 1962.
Ensolarado, com amplas janelas e vista única da praça Tiradentes, o empreendimento foi construído com o que havia de melhor na época, com materiais e equipamentos importados dos Estados Unidos e todo o luxo para receber celebridades e oferecer os maiores bailes de gala da cidade.
Após a morte do seu Miguel, o hotel passou a ser administrado por um grupo português e seu nome foi mudado para "Hotel Eduardo VII", como ficou mais conhecido, e permaneceu até os anos 1990. Posteriormente, teve seu nome mudado para Hotel Afâmia, perdurando até 2008, quando o hotel encerrou suas atividades.
O Eduardo VII, recebeu milhares de hospedes ao longo de sua existência. Hoje de portas fechadas sobraram apenas as especulações e histórias que se confundem com as dos taxistas.
No final da sua vida, o requinte e o luxo que haviam na época da sua inauguração já não eram presentes. A categoria do hotel baixou e o alto preço da manutenção aumentou. Também pesou a situação econômica do estado e a falta de clientes. Dizem que até a falta de um estacionamento para carros contribuiu para o fechamento.
Após anos desativado, o hotel sofreu com a ação do tempo. Como não havia manutenção, aos poucos o edifício foi perdendo seu brilho, seu encanto, e sua história foi ficando para trás. O imóvel, passou então para as mãos de uma empresa curitibana. A partir daí, várias ideias de revitalização foram surgindo ao longo dos anos. Também durante este período, houve uma briga judicial entre o novo proprietário do imóvel e uma das maiores redes hoteleiras do país. Esta briga durou por 9 anos e meio, com causa ganha para o proprietário. O hotel é também uma Unidade de Interesse de Preservação, ou seja, toda sua reforma deve obedecer uma legislação super rigorosa.
A fim de contornar essa situação, a paranaense VR Investimentos resolveu virar o jogo e revitalizar o prédio inteiro. Exatamente! A empresa está à frente desta iniciativa e do grande desafio que a aguarda. Já o projeto de restauro foi realizado pela IW - Arquitetura & Restauro de responsabilidade da arquiteta Ivilyn Weigert. Após o levantamento minucioso do imóvel, foi realizado o projeto de adaptação dos espaços às demandas contemporâneas de uso. Entre as premissas, em alguns ambientes serão utilizados os móveis originais restaurados, para assegurar a ambientação original.
Após cerca de 20 anos inativo, terá outro nome: VIVA CURITIBA. A ideia é ter apartamentos decorados disponíveis para o short stay e long stay, administrados pela gigante Housi, de São Paulo. Ou seja, deixará de ser um hotel e abrigará pessoas que queiram morar por períodos de curta ou longa duração. Contará também com um serviço de moradia digital para o público final, que procura um imóvel pronto, mobiliado e sem burocracia para alugar. Além disso, haverá espaços de conveniência em todos os andares, espaços de co-living, restaurantes, café, academia e um espaço de coworking.
Paulo Grani

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Vista aérea do Edifício Miguel Caluf, Curitiba, em 1953, ainda em construção, que abrigaria o Lord Hotel, mudado depois para Hotel Eduardo VII.
Foto: Acervo MIS.

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Cartão Postal de Curitiba apresentando o então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII, anos 1950.
Autoria: Foto Colombo.

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Edificio Miguel Caluf sendo construído no início dos anos 1950, para abrigar o então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII
Foto: Arquivo Gazeta do Povo

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Edifício Miguel Caluf em fase final de construção, 1953.
Foto: Arquivo Público do Paraná

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, com destaque para o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Foto de Synval Stochero, de 1955, apresenta a Praça Tiradentes com destaque para o então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, com destaque para o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, tendo ao centro o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, tendo o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Cartão Postal da Praça Tiradentes de Curitiba, década de 1960, com vista ao edifício do Hotel Eduardo VII à esquerda.

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Cartão Postal do Hotel Eduardo VII, de Curitiba, anos 1990.
Editoração e fotografia de Eduardo Sallum

CACHAÇA, MANGA E PÃO-DE-LÓ: CONHEÇA O CARDÁPIO DA FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA

 

CACHAÇA, MANGA E PÃO-DE-LÓ: CONHEÇA O CARDÁPIO DA FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA


Em 2007, uma dupla de pesquisadores descobriu o que era servido nos banquetes reais do século 19 no Brasil

Teresa Cristina, Antônio, Isabel, Pedro II, Pedro Augusto, Luís, Gastão e Pedro de Alcântara – Domínio Público / Otto Hees

Na cidade de Petrópolis, localizada no Rio de Janeiro, fica o imponente Museu Imperial, que contém em exibição mais de 300 mil itens relacionados ao período imperial brasileiro, em particular o Segundo Reinado. 

Ana Roldão, todavia, que no início dos anos 2000 era gerente de negócios da instituição, percebeu uma lacuna que não era respondida pelo amplo acervo do local. Ela explicou o que ocorreu em uma entrevista à Folha de São Paulo em 2007. 

“Quando abri o bistrô, as pessoas perguntavam: ‘Tem comida do imperador? O que Dom Pedro I comia? E a princesa Isabel?’. Eu não fazia a menor ideia do que comiam”, contou ela ao veículo. 

Foi essa dúvida que deu o pontapé inicial para uma pesquisa realizada em colaboração com o jornalista Edmundo Barreiros.

Juntos, a dupla foi capaz de compilar diversas informações curiosas a respeito da rotina alimentar da família imperial, sendo capaz de transportar o leitor para dentro dos banquetes reais daquela época. 

As fontes históricas para o estudo foram, por exemplo, livros de receitas do século 19, anotações feitas pelos mordomos que serviam a família imperial, os cadernos que listavam os itens da despensa, os cardápios que eram elaborados apenas para eles e ainda cartas escritas pela Princesa Isabel, em que ela mencionava suas refeições. 

Cada um com seus gostos

Alguns dos hábitos alimentares mais excêntricos identificados pelos pesquisadores pertenciam a Dom João VI, que era capaz de devorar três frangos inteiros em uma só refeição, e para finalizar ainda comia cinco mangas descascadas de sobremesa. 

O rei português, contudo, tinha preferências bem específicas em relação à maneira de preparo da carne que consumia: segundo relatado por ele, ninguém fazia os frangos melhor que seu cozinheiro Alvarenga.

Dom João VI e Carlota Joaquina em pintura oficial / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Princesa Isabel seria outra gulosa da família, embora de maneira diferente. 

“Há uma forte influência portuguesa no gosto dela. É alucinada por todos esses doces portugueses. Adora pão-de-ló, chá. É uma figura bem rica para trabalhar com alimentação, pois fala muito de comida”, relatou Ana

Existe ainda uma passagem encontrada em meio às suas correspondências em que a princesa reclama de ser servida “peixe em lata” durante a Quaresma de 1858, alimento que ela diz “não gostar nada”.

Dessa forma, Isabel acabou comendo só arroz na manteiga e batatas, episódio que a jovem descreveu como “uma verdadeira penitência”, conforme informações repercutidas pela Isto É. 

Pintura oficial da Princesa Isabel / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons
 

Outra revelação feita pela pesquisa da ex-gerente do Museu Imperial e do jornalista diz respeito aos hábitos de Carlota Joaquina, a esposa de João VI.

“Na Torre do Tombo, em Lisboa, um documento aponta que eram consumidas muitas unidades de aguardente de cana por mês, a maioria destinada ao quarto e à cozinha de Carlota. Ela tomava aguardente misturada com sucos de frutas frescas, pois sofria demais com o calor brasileiro. Tinha necessidade de hidratar o corpo”, relatou Roldão à Folha. 

A história, porém, é menos simples do que parece a princípio: “Não adianta só dizer que ela era pinguça. No cruzamento de informações, percebe-se que a alimentação das mulheres era carregada nos doces, o que explica [o alto consumo], já que a aguardente era usada para conservar compotas de fruta”, explicou a historiadora. 

Entre Portugal e o Brasil

Quando veio para o Brasil em 1817, Leopoldina, que era esposa de Dom Pedro I, decidiu levar consigo uma série de alimentos na viagem. Assim, ela trouxe todo um carregamento de salmão, feijão-verde, repolho e carne de porco. 

Embora a realeza portuguesa tenha prosseguido importando boa parte de sua dieta da terra natal, todavia, eles também se adaptaram às comidas brasileiras. Dom João VI, por exemplo, foi responsável por incluir frutas como a já citada manga e também a goiaba em sua alimentação. 

Dom Pedro I, por sua vez, preferia refeições mais simples. Adorava um prato de arroz com feijão e carne de acompanhamento, por exemplo, e com frequência comia na cozinha, junto aos empregados, em vez de unir-se ao salão de jantar, onde era servido o cardápio imperial.

D. Pedro I, imperador do Brasil / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Um dos casos divertidos revelados pela pesquisa de Roldão e Barreiros ocorreu durante uma viagem pelo Brasil em que o Imperador chegou antes do restante da comitiva na fazenda que iria recebê-los. 

 “Sem se identificar, entrou pela cozinha e disse à cozinheira que estava com muita fome. E ela: ‘Ó moço, posso dar algo simples, porque estou esperando o imperador’. Ofereceu-lhe arroz, feijão, carne e aguardente. Quando o dono da fazenda entrou, viu o imperador sentado na cozinha, tomando cachaça, comendo a comida dos empregados e rindo”, descreveu a historiadora.

Fonte:

aventurasnahistoria.uol.com.br

INGREDI BRUNATO, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS