sexta-feira, 8 de junho de 2018

Lange de Morretes

ARTISTA PLÁSTICO E ZOÓLOGO
Lange De Morretes – Por Andersen

1892- 5 de maio: nasce em Morretes, filho de Rodolpho Lange e Anna Bockmann Lange.
Passou a infância a admirar a “terra dos lírios bravos”, onde estudou as letras primárias. Ainda adolescente seu pai trouxe a Morretes o mestre Alfredo Andersen a fim de ensinar pintura. Estudou na Europa, pois o seu mestre julgava-o o melhor pintor paranaense. Primeiro em Leipzig, Alemanha, estudou pintura. A seguir cursou a Escola Superior de Belas Artes de Munique, também na Alemanha. Adotou oficialmente o nome de sua cidade natal, pois na Alemanha o sobrenome Lange é comum. Retornando a Pátria dez anos depois, se dedicou a arte pictórica e a ciência.
Ao lado de Turin e Ghelfi, lutou para que o Paraná tivesse um estilo artístico próprio, verdadeiramente paranista. Lecionou na Escola de Belas Artes do Paraná. Pintou mais de quinhentas telas, com exposições no Brasil e na Alemanha. Dentre os prêmios recebidos destaca-se a medalha de bronze no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro em 1927, e a medalha de ouro, galardão póstumo no Salão Paranaense de Belas Artes, em 1954.
Na ciência, estudou zoologia, trabalhando no Museu Paulista e, mais tarde, para lecionar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, em São Paulo. Os primeiros estudos e catálogos sobre moluscos – da baía de Paranaguá e do litoral norte de São Paulo – foram feitos por ele. Suas filhas Ruth e Berta estudaram história na USP, entre 1938 e 1941, tendo sido Berta um dos expoentes em botânica no Brasil. Segundo Berta, seu pai quando professor era muito severo e correto, e dizia a suas filhas: “vocês nunca tirarão um dez comigo”. “Mas, nem se a gente merecer?”. Ele respondia: “Se eu der o dez que vocês merecem alguém poderá dizer que foi por proteção. Melhor vocês terem uma nota mais baixa e não ouvirem esse tipo de comentário”.
Faleceu em 1954, sendo seus funerais realizados em Morretes, onde, atendendo desejo do próprio artista, seu corpo foi sepultado em pé, voltado para o Marumbi.
Quando você leitor, ao caminhar pelas ruas de Curitiba e, observar nas calçadas uns desenhos que lembram o pinhão, eles são de autoria deste morretense, e ali estão imortalizados.

“Quantas vezes, sentado à margem do Nhundiaquara, esperei o dia.
Quantas vezes, esquecido à sua margem, à noite me surpreendeu.
Como é belo, com a face orvalhada, assistir a vitória dos raios
e ver as águas nos remansos bafejarem aos beijos do sol.
Nas tardes mornas nuvens cobrem o azul do céu
e espalham-se com as velhas casas ribeirinhas
na limpidez das águas quase paradas.
Como são belas as noites, quando a crista das montanhas
parece transformar os seus píncaros em dedos,
para reter as estrelas no firmamento sobre a cidade.
O morretense sente esta beleza”.
Lange de Morretes - 1935

Pesquisa realizada pelo historiador: Éric Joubert Hunzicker – E-mail: eric.hunzicker@hotmail.com

Éric Joubert Hunzicker é nascido em Fernandes Pinheiro-Paraná, mas, morretense de coração e por decreto, pois é Cidadão Honorário de Morretes.
  • Lange de Morretes – Nasceu em Morretes em 05 de maio de 1892

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