sexta-feira, 19 de agosto de 2022

CONHECENDO O THEATRO MUNICIPAL DE ANTONINA

 CONHECENDO O THEATRO MUNICIPAL DE ANTONINA

CONHECENDO O THEATRO MUNICIPAL DE ANTONINA
Duas fotos históricas mostram a beleza arquitetônica do Theatro Municipal de Antonina, erigido no auge da exportação da erva-mate paranaense escoada pelo seu Porto.
Construído na segunda metade do século XIX, durante a fase áurea da economia de Antonina. Consta que o “Theatro” teria sido construído pela Sociedade Teatral de Antonina, fundada em 1875, sendo que a prefeitura adquiriu o espaço no início do século XX. Possui uma área construída de 630 m2, estilo eclético, rico em adornos.
Sabe-se que em 1898, o Sr. Arthur Balter e um grupo de amadores restauraram um edifício pertencente a uma sociedade teatral particular fundado em 1875, passando a denominá-lo Theatro Municipal.
Entre os anos de 1930 e 1935, quando em Antonina a assistência social era amparada pelos parcos recursos da população antoninense que, na ocasião, se valia de festivais esportivos e teatrais para angariar fundos com o qual amenizava as despesas do Hospital de Caridade de Antonina, apareceu num domingo chuvoso, em Antonina, uma Companhia de Artista do Teatro Alhambra do Rio de Janeiro, em excursão para Argentina, no Navio de Passageiros e Cargas “Almirante Jaceguay” do Lloyd Brasileiro, que aportou para descarregar e carregar “cabotagem".
Aproveitando o tempo que permaneceram neste porto, o qual seria das 3h da tarde até 11h da noite, ocasião que terminado a operação de carga e descarga o navio rumaria para Buenos Aires, os Artistas e demais passageiros desceram para a terra a fim de conhecer a cidade (naquele tempo não se falava em turismo, mas já se fazia sem saber). Andando pela cidade, conhecendo pontos pitorescos, encontraram-se com nosso Theatro Municipal, principalmente com sua fachada, verdadeira obra prima de escultura, que representava nos seus instrumentos e figuras de comédia teatral. E sabedores dos espetáculos que ali se realizavam, todos em benefício do Hospital, resolveram de acordo com o Provedor do Hospital, Sr. Álvaro Rodrigues da Costa (Álvaro Paciência) e o empresário do cinema, aproveitando o tempo, um festival de última hora o qual fariam “cenas rápidas, anedotas e shows artísticos”. Assim tudo acertado, às 6h da tarde o Teatro Municipal já se encontrava lotado, com a Banda de Música Lyra Antoninense, só de menores (a primeira no Paraná), comandada pelo Maestro Urqueza Roberto Franco, tocando na porta do Theatro para atrair espectadores ao mesmo.
Iniciando o “Show” improvisado, tivemos oportunidade de assistir artistas como Jayme Costa, Maria Della Costa, Ítala Ferreira, Procópio Ferreira, e no ato de Variedades, ainda “meninotes”, ou seja mocinhos Silvio Caldas que cantou “Faceira”, Mesquitinha cantou “Não tenho um tostão no bolso”, Luiz Barbosa, Almirante e ainda a famosa Carmen Miranda, Aurora Miranda, Aracy de Almeida, Linda e Dircinha Batista, todos acompanhados pela famosa orquestra sob o comando do inesquecível Ari naquela oportunidade era pianista e maestro e cursava direito.
No intervalo do espetáculo, antes de começar o Ato Variado, ou seja, o “Show”, o antoninense Izidoro da Costa Pinto, um dos grandes oradores que Antonina possuía, da platéia pediu a palavra e num brilhante improviso, agradeceu ao espetáculo e oferenda dos artistas que se prontificaram para essa missão piedosa e alegre ao mesmo tempo dizendo que ele Costa Pinto, representava a tristeza neste ato, etc. Findo o discurso de agradecimento, Jayme Costa que estava no palco com todos os artistas, disse não ser orador e legava os poderes de tal para o nosso estudante de direito Ary Barroso que, subindo ao palco por cima do piano, agradeceu as palavras de Costa Pinto, exaltou o povo altruístico de Antonina e disse que recebia as palavras do representante da Tristeza que era Antonina através do seu orador, e ele representava como Embaixador da Alegria, o bem estar, o carinho, a solidariedade humana não só para os doentes como para o próprio povo que os recebeu de braços abertos, etc. Esse foi mais uma dos grandes feitos teatrais quer se passou no Theatro Municipal.
Elementos da sociedade local também participavam de grupos amadores, apresentando espetáculos quase sempre beneficentes, escritos e dirigidos por: José Cadelhe, Flávio Chichorro, Carvalhinho e Wilson Rio Apa. O Theatro de Antonina ficou sendo considerado um dos melhores do Estado.
A instalação do cinema no antigo Theatro, no início dos anos 60, fez com que os espetáculos teatrais ficassem limitados a pequenas apresentações em clubes recreativos e em escolas.
No início do século XX, o Prefeito de Antonina Coronel Theóphilo Soares Gomes, resolveu adquirir o referido edifício para a municipalidade. Entretanto, foi no governo de Heitor Soares Gomes, que se iniciou a restauração do Theatro Municipal, com modificações para permitir o emprego de cenários modernos e a dotação de mobiliário de imbuia. A obra foi concluída pelo Prefeito sucessor, João Ribeiro da Fonseca.
Em 1962, o então Prefeito Pedro Dias Pinheiro realizou um contrato de arrendamento pelo prazo de vinte anos com a empresa cinematográfica da capital. Essa empresa que se propunha a restaurar o prédio, submeteu-o a uma total mutilação em sua fachada e demais dependências. Somente em 1982, com o término do contrato, o Theatro foi devolvido para o Município, totalmente em ruínas, teto caído e instalações destruídas.
Localizado na Rua Dr. Carlos Gomes da Costa, nº 322, reinaugurado em 06 de novembro de 1994, tendo como o espetáculo de inauguração o corpo de Bale do Theatro Guairá de Curitiba, com o espetáculo “O Quebra Nozes”.
(Extraído de: portalantonina.com)
Paulo Grani.
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