Casarão Benjamin Baptista Lins de D’Albuquerque
Construído em 1918 por Benjamin Baptista Lins de D’Albuquerque (1876-1951), este casarão localizado na Rua Presidente Carlos Cavalcante é uma Unidade de Interesse de Preservação.
Na década de 1950 a casa foi adquirida pelo Estado do Paraná.
Em 1959 foi cedido pelo estado em regime de comodato à União Paranaense de Estudantes, que o ocupou até 1968.
Com a extinção da UPE em 1968, em processo movido pelo Ministério Público Federal (na época foram fechadas praticamente todas as associações estudantis do país) o imóvel foi retomado pelo estado.
Em 1983, foi novamente cedida a UPE pelo governador José Richa.
Em 1994 a casa, mal mantida, deixou de ser usada. No final dos anos 1990 e início dos anos 2000 a casa passou por uma reforma, bancada pela Prefeitura de Curitiba, mas devido a divisões no movimento estudantil o uso do casarão não foi retomado.
Após o reunificação do movimento a UPE retomou o uso no final de 2002.
Os cuidados com a casa continuaram a ser negligenciados, que acabou virando um mocó, ocupado por desocupados. A prefeitura acabou fechando o local.
Em 2013 o imóvel passou a ser administrado pela Fundação Cultural de Curitiba, que recuperou o imóvel e cedeu algumas salas para o uso da UPE no final de 2014.
Benjamin Baptista Lins de D’Albuquerque
Nasceu em 29 de janeiro de 1876 na cidade de Paraíba do Norte (mais tarde, João Pessoa), capital do estado com o mesmo nome.
Filho de João Lins de Albuquerque Júnior e Anna Carolina Baptista Lins de Albuquerque, começou a trabalhar bem cedo, como entregador de pacotes e balconista para ajudar a sua mãe viúva, e pagar os estudos.
Entrou para a Escola Militar do Ceará, com a finalidade de fazer o curso secundário, que assim seria gratuito. Em função de uma revolta na Escola Militar, ela foi fechada e os alunos engajados nas tropas que participaram da “Campanha de Canudos”, contra Antonio Conselheiro.
Depois foi morar com parentes no Ceará para concluir o ginásio.
Entrou na Faculdade de Direito do Recife, e para custear os estudos dava aulas de português e matemática em um colégio. Formou-se em dezembro de 1904.
Dois anos após a formatura passou em um concurso para professor na mesma faculdade em que havia formado-se, mas não foi nomeado por razões de apadrinhamento político.
Em setembro de 1907 mudou-se para Curitiba, onde abriu um escritório de advocacia, na Rua Doutor Muricy, tendo como sócio Lindolpho Pessoa da Cruz Marques.
Em 1909 foi convidado a fazer uma consolidação das leis do município.
Casou com Hermínia da Silva Pereira Faria em 22 de abril de 1911.
Em 1913 participou da fundação da Universidade do Paraná (mais tarde Universidade Federal do Paraná - UFPR). No dia 24 de maio de 1913 ministrou a primeira aula do recém fundado curso de Direito.
Em fevereiro de 1919 fundou o jornal “A Gazeta do Povo” e mais tarde o jornal “O Dia”, sendo o primeiro diretor dos dois. Segundo suas próprias palavras "ambos destinados a formar as correntes de opinião do povo paranaense, para livrá-lo das estreitezas e egoísmos de certos políticos que não entendem a vida pública senão subordinada ao maquiavelismo dos interesses particulares.”.
Faleceu em Curitiba em 13 de janeiro de 1951.
Referências:
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