Karachay. O Lago da Morte da URSS
O desastre nuclear em Chernobyl foi a punição final de uma alienada cultura ambiental da URSS na década de 80. A destruição ambiental era alarmante, criminosa. O Mar de Aral (o quarto maior lago de água salgada do mundo) secou, mas quem já ouviu falar sobre o Lago Karachay? Só em 1989 os soviéticos divulgaram. O lago passara a ser o principal reservatório de resíduos da usina de Mayak, próxima Chelyabinsk ao sul dos Montes Urais. Quando o complexo de plutonio em Mayak expandiu para 5 reatores em ciclo aberto para criar armas nucleares, a mistura de dejetos nucleares era despejada a céu aberto no lago. Um grande reservatório nuclear natural. Presumiam que como o lago não alimentava nenhum rio, não havia maneira dos resíduos radioativos escaparem. Durante anos, em suas águas uma quantidade enorme de lixo radioativo foi depositada e altamente sedimentada no seu fundo de 3 a 4 metros de profundidade. O outrora belo Lago Karachay (foto) é letal: a radiação emitida de 600 roentgens é morte certa para quem permanecer em suas margens por uma hora. Atualmente é o local mais poluído do mundo. Na década de 60 houve uma seca e o pó radioativo do leito do lago atingiu aldeias vizinhas contaminando a população. Ao longo dos anos, o lago acumulou tantas substâncias perigosas que ele é biologicamente 42 vezes mais radioativo que Chernobyl, E como Chernobyl, tentam aliviar selando-o com pedras e concreto. Mas outro perigo ainda persiste. Toda a área é instável com risco de vazamento no subsolo contaminando toda região, sua população e de chegar a um rio e desaguar no Oceano Ártico. Sinistro.
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