A casa em questão é um marco na arquitetura do século 19 em Curitiba. Trata-se de uma grande residência na Marechal Floriano Peixoto, quase na esquina com a Pedro Ivo.
A casa em questão é um marco na arquitetura do século 19 em Curitiba. Trata-se de uma grande residência na Marechal Floriano Peixoto, quase na esquina com a Pedro Ivo. Ali onde o centro pulsa com biarticulados indo pra lá e pra cá, resiste ao tempo a construção pintada de cor-de-rosa que data de 1893.
Desde 2013, o espaço abriga o Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França. O interesse da instituição veio do fato de França ter sido um dos fundadores e primeiro presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). De acordo com Ana Zétola, gerente de cultura do Sesi-PR, é comum pessoas entrarem na casa apenas para conhecê-la. “Alguns passam um tempo apreciando e relatam ter curiosidade de saber como ela era por dentro.”
As características originais do imóvel foram mantidas, inclusive com alguns móveis da família, como estantes, sofás, poltronas e um piano Essenfelder. Foram necessárias adaptações na instalação elétrica para garantir conforto aos espectadores de shows e alunos que frequentam os workshops e aulas.
A família, que guarda na memória o tempo em que os Stockler de França promoviam saraus, rodas de leitura e outros eventos culturais, desejava ver a casa com uma programação aberta ao público. “A aproximação com o Sesi foi muito feliz e oportuna. Fico emocionada em lembrar do dia da inauguração, quando a porta da frente da casa foi aberta. Fazia mais de 80 anos que não abríamos aquela porta”, relembra Vânia.
Fotos ddos ambientes internos e externos do Centro Cultural Heitor Stockler de França para a Revista HAUS.
Móveis e pertences da família foram preservados na decoração
Fotos ddos ambientes internos e externos do Centro Cultural Heitor Stockler de França para a Revista HAUS.
A varanda que envolve toda a casa favorece a vocação cultural
A casa
A construção foi uma realização de João Lourenço Taborda Ribas, sogro de Heitor, que era casado com Brazília Taborda Ribas de França. A época em que a casa foi erguida coincide com a inauguração da Catedral. “O teto da sala principal, inclusive, foi pintado pelos mesmos artistas que faziam a abóboda da igreja”, garante Vânia.
Não há uma definição clara de como o projeto surgiu, mas relatos familiares dão conta que a inspiração veio dos cháles de estilo suíço-italiano. “A casa tem vários detalhes de arquitetura que eram inovadores para a época. Um deles é o fato de ter sido implantada atrás de um jardim e não rente a calçada”, aponta Ana. Outro ponto que chama a atenção é o sistema de ventilação que evita o mofo. Próximo ao telhado há pequenos orifícios na alvenaria, garantindo a circulação de ar.
Até 2009 o espaço foi habitado por Marita Stockler de França, filha de Heitor, que mantinha a vocação cultural da residência. O esforço agora é para manter as características originais do prédio com 122 anos.
Trata-se de uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP) e a arquiteta da Fiep Denise Rosa Rampazzo está à frente do projeto de restauro, que precisará ser aprovado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). O levantamento das patologias aponta uma necessidade de restauro do piso, cobertura e estrutura de madeira e lambrequins. “Outra preocupação bem presente para nós é a manutenção da cor original do imóvel, que já é uma marca na cidade”, relata Denise.
SERVIÇO
Local: Centro Cultural Heitor Stockler de França
Endereço: Av. Marechal Floriano Peixoto, 458.
Horário de visitas: de terça a sábado das 10 às 12 horas e das 13 às 17 horas.
Entrada: gratuita.
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