domingo, 18 de junho de 2023

SEU TALÃO VALE UM MILHÃO, SEM GUERRA POR FAVOR

 SEU TALÃO VALE UM MILHÃO, SEM GUERRA POR FAVOR


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Jornal Folha da Tarde, de 12/12/1959.


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Ahmad Najar, o comerciante, sendo preso pela polícia.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo


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Instituída pelo governo de Juscelino Kubitscheck, a campanha "Seu Talão Vale Um Milhão" virou uma febre nacional a partir do final dos anos 1950 e chegou a inspirar uma marchinha de Carnaval no ano seguinte.
O objetivo do governo de JK era incentivar o consumidor a pedir a nota fiscal sempre que fizesse uma compra. Cada três mil cruzeiros em notas poderiam ser trocados por um cupom que daria ao cidadão o direito de participar do sorteio de um milhão de cruzeiros.
O jornal Correio de 12/12/1959, publicava: "Pago em Curitiba 1° Prêmio de "Seu Talão Vale Um Milhão" - O sr. Hamilton Constantini recebeu das mãos do governador do Estado, no Palácio Iguaçu, o cheque correspondente a 1 milhão e oitenta mil cruzeiro, correspondente ao prêmio máximo de 1 milhão de cruzeiros, mais 80 aproximações que lhe couberam no sorteio do "Seu Talão Vale Um Milhão".
Inicialmente, a campanha foi organizada a nível nacional tendo um rigoroso controle dos sorteios que eram feitos ao vivo diretamente na Bolsa de Valores.
Depois foi descentralizada para os estados sob comando das secretarias de finanças de cada Estado.
Quando o governador do estado, Moysés Lupion (1908-1991), resolveu promover a campanha no Paraná, não imaginava até que ponto certo consumidor estava disposto a lutar pelos seus direitos em um estabelecimento conhecido como Bazar Centenário. Ali, após lhe terem negado a nota fiscal pela compra de um pente, o subtenente da Polícia Militar Antônio Haroldo Tavares, indignado, insultou com palavrões de baixo calão o comerciante Ahmad Najar que o havia atendido, dando início a uma séria discussão que culminou com a histórica "Guerra do Pente" de Curitiba.
A briga foi aumentando e Curitiba parou. Inclusive por conta de quem usava peruca. A ordem só foi restabelecida, dois dias (e noites) depois, com a intervenção do Exército já que a Polícia Civil e a PM não conseguiram debelar o tumulto.
Paulo Grani

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